(Continuando o debate, vai aí o texto pessimista. Tem um estilo muito parecido com o de ontem, inclusive com um certo sãopaulinismo)
Texto de Lino Porto
Abaixo uma análise rápida dos times com mais chances nessa temporada:
1) São Paulo - conquistou Oito Brasileiros em 10 anos. Perdeu em duas oportunidades para o Internacional por estar disputando simultaneamente o Mundial de Clubes. Como não houve consenso para alteração do calendário brasileiro, o tricolor do Morumbi abdicou por duas vezes do Brasileirão, jogando com um time B, para tentar o Mundial de Clubes, sem sucesso, já que não conseguiu tempo para a pré-temporada.
2) Palmeiras - vem fazendo boas campanhas no Paulistão, agora com 32 clubes, e no Brasileirão, que voltou a ser mata-mata graças a pressão da Televisão (a GloboCord, fusão da Globo com Record), já que o ano continua com apenas 52 semanas. Na Libertadores também tem conquistado algumas semi-finais muito emocionantes, perdendo somente nos pênaltis.
3) Corinthians – supercampeão paulista do século XXI (já são 17 títulos). Continua tentando chegar às quartas-de-final da Libertadores. Há um consenso de que não pode pegar time argentino nesta fase, pois em geral os portenhos estão com mais preparo físico, já que faz 60 jogos por ano, ao contrário do Timão, que bateu recorde mundial ao disputar 106 partidas em 2025, com aproveitamento superior a 75%, grande audiência na TV e em seu estádio (o Lulão, construído em Guarulhos com dinheiro público), embora com poucos títulos relevantes.
4) Santos - caiu para a série B do Brasileirão, mas emplacou alguns títulos paulistas. Continua relutando em abandonar a histórica Vila Belmiro e jogar na nova arena do Pacaembu. Indeciso entre ser grande, médio ou pequeno, continua sendo apenas aquele "time todo de branco", estoicamente sem patrocínio.
5) Portuguesa - exemplo de time bem administrado, e com a força da economia portuguesa dando uma ajuda na gestão moderna, já é a terceira força do estado e a quarta em torcida. De time mais simpático do Brasil, a recente conquista da Libertadores já o fez ser um dos mais odiados.
6) Flamengo e Vasco - dividem os títulos do cada vez mais empolgante campeonato carioca (com 28 clubes na única divisão), recorde de audiência na TV e Maracanã sempre lotado. A briga pela Sul-Americana também tem empolgado as duas crescentes torcidas. "Libertadores não é tudo isso", diz o presidente Roberto Dinamite, em seu quinto mandato seguido. Na ausência dos grandes que estão na Libertadores (com 64 clubes, sendo 8 brasileiros por pressão da CBF e da Globo), o Flamengo chegou ano passado à sua nona conquista de Copa do Brasil diante do Sampaio Correia em pleno Sarneyzão.
7) Botafogo - tem feito boas campanhas na série B e conquistou um inédito bi-campeonato carioca, exaustivamente comemorado por sua torcida após 18 anos de fila. Gerou um filme de sucesso: "A Batalha do Engenhão", sobre a espetacular vitória sobre o Goytacaz, de virada, com dois jogadores a menos.
8) Fluminense - quase conseguiu subir após brilhante campanha na série C, mas acabou derrotado o pelo Campinas F.C., o mais novo time do Brasil, que aos poucos vem obtendo bons resultados, apesar de seus torcedores mais velhos sentirem saudades dos tempos da rivalidade entre Guarani e Ponte Preta. Os dois títulos paulistas fizeram crescer uma legião de novos torcedores na cidade. Segundo o IBOPE, já tem a maior torcida do interior, superando a do Santos.
9) Grêmio e Inter – têm os dois mais modernos estádios do país. Alternam títulos com freqüência. Chegaram ao consenso que só devem entrar no campeonato gaúcho no quadrangular final, tendo tempo livre para essa “frescura” da pré-temporada, geralmente no exterior. Preferem os títulos internacionais aos nacionais. São os clubes brasileiros mais conhecidos no exterior depois do São Paulo. Além de lucrativos, são os únicos que importam craques. Mas os gaúchos tradicionalistas reclamam que os times perderam a "pegada=“ que tinham no século XX, virando presas fáceis de argentinos e uruguaios. O Último Gre-Nal teve apenas oito faltas.
10) Cruzeiro - domina o cenário mineiro. Está sempre na Libertadores. “O time do quase", pois quando está próximo de conquistar títulos, seu presidente, Perrella Neto, desmonta a equipe, faz fortuna e amplia a Toca da Raposa, o melhor centro de treinamento da América latina.
11) Atlético MG - chegou pela vigésima - sexta vez entre os quatro melhores do Brasileirão. Suas chances aumentaram depois que retornou o mata-mata. Sua torcida continua tendo a melhor média de público do país. O América MG fechou suas portas ao ficar em último na Série C mineira.
12) Bahia - time também fechando as portas depois de não se classificar para a série D e rejeitar a fusão com o Vitória, hoje na B. A nova Fonte-Nova, construída para a trágica Copa de 2014, é hoje o mais moderno centro de convenções do país depois que Salvador foi declarada Patrimônio da Humanidade.
14) Atlético Coritiba e Paraná - rejeitaram categoricamente qualquer possibilidade de fusão. Após quatro anos tendo os três times na Série B, finalmente o Paraná subiu e será o terceiro time do Sul na Série A, além de Grêmio e Inter. Usará a Arena da Baixada num acordo com o Furacão para que o co-irmão não decrete falência e tenha que, a exemplo do Coxa, vender seu estádio para pagar suas dívidas.
15) Seleção Brasileira – há 13 anos não joga no Brasil. CBF apóia candidatura da Nova Zelândia para a próxima Copa por acreditar que o Brasil sempre se dá bem nas Copas em países futebolisticamente neutros. O presidente da CBF diz que o futebol brasileiro é o mais lucrativo do mundo, e isso é o que importa. Aliás, num brilhante acordo com a UEFA, a decisão da Champions League deste ano será no Vivaldão, em Manaus, revitalizado após seu Último uso, o histórico Nigéria x Costa Rica em 2014...
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