Passada a euforia e alguns
dias que o Cruzeiro conquistou o Tricampeonato Brasileiro, quebrando uma seca
de títulos importantes nacionalmente de 10 anos. Venho a este blog, como fiz em
julho diante do título do Galo na Libertadores, escrever um texto, meio como
torcedor meio como jornalista, já que não escondo de ninguém que sou
cruzeirense.
No ano que o Brasil disse que
o “gigante acordou”, um “gigante acordou” no futebol brasileiro. Este gigante
chama-se Cruzeiro Esporte Clube, o gigante andava adormecido pelas fracas
campanhas nas últimas temporadas, especialmente, 2011, onde uma goleada sobre o
rival Atlético por 6 a 1 o salvou de uma página que mancharia sua história, o
Rebaixamento para a Série B e, certamente, não escreveria este texto hoje.
O primeiro pilar desta
conquista foi o presidente Gilvan de Pinho Tavares que bancou a contratação do
treinador Marcelo Oliveira no fim do ano passado, mesmo com a rejeição que o
treinador possuía junto a torcida pelo simples fato de ser ligado ao Galo.
Gilvan bancou e não cedeu a pressão da torcida e hoje colhe os frutos desta sua
atitude. Recebeu um Cruzeiro sem dinheiro e, rapidamente, o tornou campeão.
Falei no treinador antes rejeitado
hoje idolatrado, Marcelo Oliveira, este também se superou neste ano. Vindo de
um trabalho ótimo no Coritiba, faltava a ele um grande time para convencer o
Brasil como técnico e continuou com a mesma linha de trabalho na Raposa, uma
linha ofensiva e alegre, coisa que estava morrendo em nosso futebol. Esta linha
agradou em cheio ao torcedor azul que sempre se acostumou com times ofensivos e
que enchem os olhos.
O terceiro pilar foram as
contratações. O time foi reformulado para este ano, contratou em quantidade e
qualidade, dando chances de volta por cima para vários jogadores como Nilton e
Dagoberto. Mas a principal contratação chegou sem muito alarde e conquistou a
China Azul com seus golaços.
Estou falando de Everton Ribeiro
(ou simplesmente Evershow). O camisa 17 é sem dúvidas o craque do Campeonato
Brasileiro, merece uma chance na Seleção Brasileira, um showman do futebol
brasileiro. Sua perna esquerda protagonizou lances de pura arte e genialidade,
fazendo a torcida esquecer facilmente o argentino Montillo. O gol contra o
Flamengo pela Copa do Brasil enlouqueceu a torcida e encantou o Brasil. Mas
Everton Ribeiro não foi o único a brilhar.
Este título não teve um dono
máximo como foi em 2003 com Alex, o atual Cruzeiro se destaca pelo coletivo,
muitos brilharam igualmente. Ricardo Goulart com seu jeito desengonçado, o
guerreiro Nilton, o Mito Dedé, o jovem Lucas Silva, o bigodudo Willian. Todos estes
viraram ídolos do time.
Deixo para o final desta crônica,
o maior merecedor do Tricampeonato azul. O goleiro Fábio, o capitão do Tri. O
Camisa 1 viveu todos os momentos ruins que o clube passou por esta década,
campanhas inócuas no Brasileirão, a quase-queda em 2011, o Vice da Libertadores
em 2009, a vexatória goleada para o Galo na final do Mineiro onde levou um gol
virado com as costas para o gramado. O goleiro salvou o time em muitas ocasiões
e estava almejando um título de expressão para entrar de vez na galeria dos
grandes campeões do Cruzeiro.
Resumo, o Cruzeiro sobrou no
Campeonato Brasileiro deste ano e o título com 4 rodadas de antecedência mostra
isso. Um futebol para frente, alegre e gostoso de se ver como a muitos não se
via de um Campeão Brasileiro. Mostrando que a ofensividade pode ganhar títulos
ainda.