Por Leonardo Martins
Cinqüenta e nove anos depois do Maracanazzo, em que o Uruguai calou o Maracanã ao ser campeão mundial, o Mineirão viveu seu Mineirazzo. 61 mil cruzeirenses foram ao estádio presenciar o que seria o Tri da Libertadores, até tiveram gostinho quando saíram na frente, mas assim como o Uruguai em 1950, o Estudiantes conseguiu virar para 2 a 1 e conquistou o Tetracampeonato da Libertadores, calando Mineirão.
O Resultado de 0 a 0 conseguido em La Plata na ida empolgou a torcida azul, que estava confiante em uma vitória devido aos 100% de aproveitamento em casa na competição. Porém, do outro lado, tinha uma equipe disposta a ganhar e contando com a genialidade de Verón. Os 22 jogadores eram os mesmos que jogaram em solo argentino.
A bola rolou e o que se viu foi um Cruzeiro diferente do que vínhamos habituados a ver. Nervoso e jogando mal. Aliás, o jogo foi nervoso e muito disputado, pouquíssimas chances de gol na primeira etapa e muita catimba por parte dos argentinos. O Cruzeiro parecia sentir a pressão, mal conseguia dar uma sequencia de passes. O Estudiantes, comandados por “La Brujita” Verón, era melhor em campo, mas não tinha volume de ataque.
As chances da 1ª etapa foram aos 21, com Fernandez tocando e Boselli furando espetacularmente livre de marcação. Aos 27, Kleber achou Wellington Paulista que avançou, mas foi atrapalhado por Cellay e Andujar. No mais, muita violência, bem combatida por Carlos Chandia, as estrelas das equipes, Verón e Kleber, se desentenderam e levaram amarelo. O Estudiantes aproveitava esse nervosismo azul para encaixar bons contra-ataques, por 2 vezes a defesa azul tirou o que seria o gol de abertura do placar. Mas este foi o 1° tempo de uma decisão tensa.
Na volta do intervalo, o Cruzeiro voltou mais calmo e tocando a bola dentro de suas características. Resultado disto: o gol que colocava o Tri mais perto. Aos 6, Henrique chutou de longe, a bola desviou em Schiavi e entrou no cantinho de Andujar. Delírio dos 61 mil cruzeirenses.
Com o gol o Cruzeiro ficou mais nervoso e aos 12, a primeira parte do Mineirazzo aconteceu. Falha da zaga brasileira, Cellay cruzou, a zaga e o goleiro Fábio não cortaram e Gato Fernandez apareceu para concluir para o gol. Festa dos 3 mil argentinos que foram ao Mineirão. 1 a 1.
O gol de empate voltou o jogo ao panorama do 1° tempo. Brasileiros nervosos e Argentinos frios e calculistas. Adilson Batista mexeu na equipe azul, tirou Wagner e colocou Athirson. Mas o golpe fatal para o título argentino veio aos 27. A segunda parte do Mineirazo. Verón cobrou escanteio na cabeça de Boselli que testou no canto de Fábio, calando mais ainda o Mineirão. 2 a 1 Estudiantes. Boselli com esse gol se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.
Faltavam 15 minutos para o jogo terminar e Adilson fez uma substituição muito conservadora para a ocasião. Tirou Wellington Paulista e colocou Thiago Ribeiro. O Cruzeiro precisava empatar para levar o jogo a prorrogação. Thiago Ribeiro desperdiçou 2 chances para isto, a primeira, ele chutou na trave e a outra passou por cima. Jonathan também desperdiçou ótima chance que também passou por cima. Porém, o Tetra seria dos argentinos e merecido.
Foi a 12ª final entre brasileiros e argentinos, o Estudiantes aumentou esse confronto para 9 a 3 pró-argentina. Foi o 4° título da equipe de Verón, que levantou a taça da Libertadores com sua equipe do Coração. O Estudiantes estará no Mundial de Clubes, disputado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, no final do ano.
Já o Cruzeiro, tem que se recuperar no Brasileiro, já que ocupa a parte debaixo da tabela, e enfrenta o Corinthians no domingo, em Belo Horizonte.
Enfim, este foi o final de mais uma Libertadores coberta com muitas dificuldades pelo Esporte é Vida. Ano que vem estaremos de volta lado a lado com o Brasil nesta competição. Mas o Brasileiro continua e nós continuamos a cobertura do Brasileirão, confiram.
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