A Copa do Mundo de 2014 no
Brasil está apresentando grandes jogos e Porto Alegre viu mais um destes jogos.
As oitavas-de-final tem guardado grandes jogos e Alemanha e Argélia foi mais um
destes. Na teoria, o confronto mais desigual, mas o embate desta segunda no
Beira-Rio foi emocionante e vibrante. No fim, os alemães avançaram após
vencerem por 2 a 1 na prorrogação, mas o futebol agradeceu aos argelinos pelo
espetáculo dado.
Para quem esperava a Argélia
recuada no seu campo se enganou. Uma das surpresas deste mundial, os argelinos
jogaram com enorme personalidade e dominaram o inicio de jogo. Para isto,
contribuiu, também, a partida confusa realizada pelos alemães, que entraram sem
Hummels, gripado.
Os alemães erravam passes
bobos e pouca criatividade. Os motores do time, Schweinsteiger e Kroos, estavam
sendo anulados pelo time africano. Do lado argelino, Sulimani e Feghouli faziam
a festa na frágil defesa dos germânicos. O primeiro dava trabalho para a zaga
pela sua velocidade e até marcou um gol, bem anulado pelo brasileiro Sandro
Meira Ricci.
Sulimani era o nome da etapa, de seus pés saíam as chances argelinas aproveitando a sua velocidade. Os brasileiros que estavam no Estádio torciam fervorosamente para os argelinos. O atacante desperdiçava algumas chances enquanto o goleiro argelino, Rais, começava a ganhar destaque na partida com ótimas defesas nos poucos chutes alemães da primeira etapa.
Assustado com o rendimento alemão
no primeiro tempo, o técnico Joachim Low, mexeu no time para a segunda etapa e
colocou Schurrle no lugar de Gotze. A alteração mudou o time e melhorou a
atitude da equipe europeia na segunda etapa.
A Alemanha passou a jogar como
Alemanha, com maior organização tática e as jogadas apareceram. Schurrle,
Howedes e Lahm desperdiçaram boas chances para os alemães. A Argélia, sempre
valente, encarava os tricampeões mundiais com bons contra-ataques formados pelo
trio Soudani, Feghouli e Silmani.
Lahm voltou a lateral com a
contusão de Mustafi e a entrada de Khedira. Do lado do capitão que nasceram as
melhores chances do jogo. Em uma delas, Muller cabeceou e exigiu um milagre de
Rais. O goleiro argelino garantia o placar sem gols, o jogo era muito agradável
de se ver, pois as duas equipes atacavam a sua maneira.
O clima era de tensão na fria
Porto Alegre, mas um lance descontraiu os torcedores. Muller desequilibrou-se
sozinho ao tentar cobrar uma falta ensaiada e arrancou gargalhadas de todos no
estádio. Mas o jogo ia mesmo para a prorrogação, mais 30 minutos de Copa no
Estádio do Inter.
A esta altura do jogo, alguns
jogadores da Argélia mostravam desgaste físico. E o desgaste físico foi o
determinante para a vitória alemã no tempo extra. A objetividade europeia foi
vista logo aos dois minutos da prorrogação quando Muller fez boa jogada pela
esquerda e cruzou para Schurrle completar para o gol de letra. Enfim, a muralha
Rais estava vencida para a festa dos germânicos nas cadeiras gaúchas.
Se faltou perna para os
argelinos, sobrou vontade e ela compensava para os argelinos buscarem o empate.
Mas a vantagem no placar fez com que os alemães segurassem o jogo, Kramer ainda exigiu outra defesa de Rais. A
vaga foi sacramentada no último minuto do tempo extra quando Ozil fez o segundo
gol alemão. Djabou ainda fez o gol de
honra da equipe africana, mas já não
havia mais tempo e a festa com a vaga ficou do lado europeu.
Terminou de forma dourada a
participação gaúcha nesta Copa com um jogo que o Rio Grande do Sul jamais irá
esquecer. Mais um jogo para entrar para a história da Copa das Copas.
De volta a mais uma
quartas-de-final de Copa, os alemães vão ao templo sagrado do futebol, o
Maracanã. O adversário é a França, um velho conhecido de Copas do Mundo. O jogo
é na sexta-feira e vai abalar as estruturas do estádio carioca.
Um comentário:
Copa de surpresas e fortes emoções.
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