terça-feira, 20 de novembro de 2007

Eliminatórias da Copa – América do Sul

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Por Gabriel Seixas

A terceira rodada das Eliminatórias para a Copa no continente sul-americano teve início no sábado e fechamento no domingo. Além do insosso empate do Brasil contra o Peru, destaques para a vitória convincente da Argentina – que não disputou um grande futebol, mas fez bom proveito da atuação de Riquelme – contra a fraca Bolívia e a goleada do Paraguai sobre o lanterna Equador. Confira o balanço:

Argentina 3 x 0 Bolívia

Aproveitando-se da fraqueza do adversário e da ótima atuação de Juan Roman Riquelme, a Argentina goleou a Bolívia por 3 a 0 e se isolou ainda mais na liderança das eliminatórias. Contudo, novidade mesmo foi o esquema tático dos “hermanos”: Alfio Basile foi ousado e implantou um 4-2-1-3, com Sergio Agüero, Lionel Messi e Carlitos Tévez formando o trio de frente, e dando uma movimentação fundamental ao ataque, abrindo espaço para que Roman tivesse liberdade em armar as jogadas de perigo para o trio. Por sua vez, a Bolívia teve a presença do atacante Marcelo Moreno, do Cruzeiro, no banco de reservas. O atacante entrou no segundo tempo, e conseguiu em alguns momentos confundir a zaga adversária, ainda que não apresentasse a atuação ideal – ou que sua inspiração não tenha contagiado os outros jogadores. Os gols da Argentina foram marcados por Riquelme, duas vezes, e “Kun” Agüero.

Colômbia 1 x 0 Venezuela

Ainda que pareça um fato inusitado, a Colômbia manteve a sua invencibilidade das eliminatórias e derrotou a Venezuela, em casa, por 1 a 0. A Venezuela parecia impor um ritmo de jogo mais consistente, com seu 4-1-2-1-2. A seleção colombiana, por sua vez, apostava nas fortes subidas dos laterais, principalmente pelo lado direito com Bustos – que foi premiado com o gol da vitória.

Paraguai 5 x 1 Equador

A ousadia paraguaia se sobressaiu a cautela equatoriana, e se refletiu no resultado da partida: O placar de 5 a 1, até certo ponto surpreendente, foi fundamental para que a seleção se mantivesse firme na briga entre os primeiros. Gerardo Martino, técnico paraguaio, apostou no trio de ataque formado por Santa Cruz – Valdéz – Cabañas para sair com o resultado positivo. Já os equatorianos continuam sem uma solução para que a equipe volte a brilhar como em eliminatórias anteriores. A má fase de jogadores como Tenório e Edison Méndez, além da falta de ousadia de Luis Fernando Suárez – demitido da seleção – pesaram na partida. Os paraguaios marcaram com Valdéz, Riveros (duas vezes), Néstor Ayala e Roque Santa Cruz, enquanto os equatorianos descontaram com o experiente Kaviedes.

Uruguai 2 x 2 Chile

Uruguai e Chile protagonizaram a partida mais emocionante da rodada. Duas equipes bastante arrojadas, até porque necessitavam do resultado positivo. A “celeste” vinha com uma equipe bem mais ofensiva, atuando numa espécie de 4-3-3, largando o esquema com três zagueiros. Diego Forlán, “El Loco” Abreu e principalmente o meia do Ajax, Luis Suárez, comandaram o sistema ofensivo da equipe. Do outro lado, Villanueva e Matias Fernández levavam superioridade em cima dos laterais uruguaios, e tinham liberdade para servir os atacantes Suazo e Marcelo Salas. A celeste começou avassaladora e abriu o placar com Suárez. Mas não demorou para que a festa do técnico chileno, Marcelo Bielsa, acontecesse. Marcelo Salas marcou duas vezes – sendo um marcado em cobrança de pênalti – e virou o jogo. Porém, nos minutos finais, Abreu empatou para os donos da casa, fazendo justiça ao jogo.

Peru 1 x 1 Brasil

A margem para as críticas à seleção de Dunga foi novamente aberta com o insosso empate da seleção brasileira em 1 a 1, contra o Peru. São muitos os erros que ainda precisam ser corrigidos: Maicon e Gilberto, além de produzirem muito pouco, falham na cobertura pelas alas. Os volantes, Gilberto Silva e Mineiro, não passam tranqüilidade a defesa, e se aventuram demasiadamente no ataque. O “trio mágico”, em certos momentos parece não se entender, deixando Vagner Love isolado na frente. Por outro lado, o Peru apostava nas investidas de Farfán e Mendoza, além do toque de classe dado pelo ótimo atacante Pizarro. A história parecia ser menos trágica quando o Brasil aproveitava-se dos erros de marcação peruano, chegando a abrir o placar com Kaká, artilheiro da competição ao lado de Riquelme. Porém, no segundo tempo, a seleção canarinho parecia “descompromissada” com o jogo, e abriu espaço para que o Peru criasse chances claras de gol. Não demorou muito para que Vargas, em chute feliz de fora da área – que ainda teve desvio de Lúcio – empatar o jogo. No fim da partida, Juan ainda cabeceou uma bola na trave, perdendo a oportunidade de dar a vitória a seleção. Porém, enquanto Juan merecia o gol pela ótima partida que fez, a seleção teve o resultado que merecia em Lima.