segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Fluminense vence Inter e é o líder do Brasileirão

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Por Gabriel Seixas

O Fluminense não é o grande protagonista do Brasileirão por acaso. Tem um elenco de alto nível, um técnico vencedor, uma diretoria que dá suporte total as necessidades do clube e uma torcida apaixonante. Mais de 50 mil pessoas no Maracanã testemunharam a vitória tricolor por 3 a 0 sobre o Internacional, que por sua vez, não deu muita importância para o resultado. A cabeça do Colorado está numa decisão muito mais importante, a da Libertadores, na próxima quarta-feira contra o Chivas.

Venceu quem estava mais motivado, e consequentemente, mais disposto. Ainda que digam que o Inter escalou um time de reservas, e que naturalmente estes aproveitam ao máximo as chances que tem para atuarem entre os titulares, a qualidade técnica prevaleceu. E olha que o time reserva dos gaúchos não deve nada a quase nenhuma outra equipe nacional: jogadores como Renan, Tinga, Andrezinho e Rafael Sóbis estiveram em campo.

Mais do que ter um time competitivo, o Fluminense está numa fase em que tudo dá certo. Numa fase em que a ponta dos dedos de Fernando Henrique alcança um chute com destino certo de Andrezinho: o ângulo. Numa fase em que um chute absolutamente defensável de Mariano desvia na zaga adversária e encontra mansamente o caminho das redes, para fazer a galera tricolor explodir.

É bom que se faça justiça. Falam de Washington, Emerson, Conca, Fred, mas poucos são tão regulares quanto Mariano. Desde o início da temporada, o lateral vem sempre alternando entre boas e ótimas atuações, e especialmente nas últimas partidas, tem feito a diferença. O esquema com três zagueiros o favorece para que suas subidas ao ataque tornem-se cada vez mais constantes, e sempre combinando jogadas insinuantes com Emerson pelo lado direito, faz a alegria da massa carioca.

Outro que vive uma fase especial é Washington. Renegado no São Paulo, o centroavante só é elogios por parte da torcida, e não é pra menos. Pouco tem se ouvido falar que o lesionado Fred tem feito falta. A explicação é simples: desde que retornou ao Flu, Wash está em paz com as redes. Contra o Inter, aproveitou um escanteio cobrado por Conca e acertou uma cabeçada violenta no ângulo. Golaço!

E porque não falar de Conca, o maestro, o diferencial, o craque, o camisa 10 tricolor. Após atuações inconstantes no início da temporada, o argentino tem mostrado com mais frequência porque é um jogador especial. Para isso, não são necessários apenas gols.

A cada passe, a cada lançamento milimétrico, a cada arrancada, ele levanta a galera. Contra o Inter, Conca acertou um passe em profundidade perfeito para Emerson, que deu um leve toque na saída do goleiro Renan. Quatro jogos e quatro gols pelo Flu. Emerson é outro que vem gastando a bola.

Os gaúchos, que no meio de semana devem ser os grandes protagonistas não só do futebol brasileiro, como do sul-americano, viveram seu dia de coadjuvante. Dos que devem atuar contra o Chivas e enfrentaram o Flu, Renan sofreu três gols, Tinga foi substituído ainda no primeiro tempo e Rafael Sóbis acabou expulso. Quem se importa? Nada que uma conquista da Libertadores abafe tudo isso.

A fase do Fluminense é tão perfeita que este excesso pode trazer problemas. Não só pela euforia, mas pela mudança de peças que o time deve sofrer ao longo do campeonato. Deco foi apresentado a torcida tricolor com festa, e apesar de sua inegável qualidade técnica, pode frear o embalo do time.

Para que o luso-brasileiro ganhe espaço no time, é muito provável que Muricy abra mão do esquema 3-5-2, sacando um zagueiro para que Deco atue ao lado de Conca na armação – já que substituir o argentino é impossível. Caso mantenha o sistema tático que o time está tao acostumado, o treinador deve abrir mão de um dos volantes (Diogo ou Diguinho), desguarnecendo a equipe na parte defensiva.

Deco veio para ser solução, mas pode virar problema. É claro que, recondicionando a forma física e apresentando um bom futebol, não há dúvida de que tem condições totais para figurar entre os titulares. A situação de Fred é semelhante: com Washington marcando tantos gols, o queridinho da torcida tricolor precisará retornar tinindo, com o faro de gol afiado. Competitividade, o time do Flu tem de sobra. Se não for contaminado pelo estrelismo, é o grande favorito para o título.

Curtinhas:

- O Grêmio fez as pazes com a vitória. Na estreia do técnico Renato Gaúcho, brilhou a estrela do volante Willian Magrão, que marcou os dois gols da vitória tricolor por 2 a 0 sobre o Goiás, que agora amarga a zona de rebaixamento, ultrapassado inclusive pelo Grêmio.

- No Barradão, o Vitória sapecou o Santos por 4 a 2. Henrique, com dois gols, Schwenck e Wallace construíram a vitória baiana, enquanto Marcel e Zé Eduardo descontaram para o Peixe, que contou com Ganso, mas não com Neymar e o goleiro Rafael.