quarta-feira, 9 de julho de 2014

A morte

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“Aqui jaz o futebol brasileiro”, esta deveria ser a epígrafe de um tumulo simbólico fincado em algum canto do Mineirão a partir do dia 08 de julho de 2014. A data simboliza a morte do futebol pentacampeão mundial depois da humilhante derrota por 7 a 1 para os alemães

Sobre o jogo nada falarei porque todos já sabem como fomos destroçados. Os inacreditáveis 4 gols em 7 minutos, o recorde de gols marcados por Klose em Copas, 16 superando os 15 de Ronaldo. Os gols de Muller, Kroos (2), Schurrle (2), Ozil e Klose ficarão para a história como o maior massacre do futebol moderno em Copas do Mundo.

Desculpa se falarei mais com o coração neste texto, mas um coração machucado que nunca viveu tanta humilhação nos 20 anos que sou apaixonado por esse esporte tão fantástico que é o futebol.

Enfim, vamos lá... O futebol brasileiro parou no tempo com uma soberba jamais vista, Felipão, tão celebrado por mim na última grande alegria do futebol ao nosso país, o penta de 2002, é a síntese deste futebol ultrapassado. O gaúcho montou um esquema estático sem movimentações, o que no futebol moderno é primordial e foi visto como uma aula dada pelos alemães no jogo de ontem.

Infelizmente, para uma seleção tão acostumada com gênios como Pelé, Garrincha, Tostão, Rivellino, Zico, Falcão, Ronaldo, Careca, Romário, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho (este o de 2002 porque o atual é uma caricatura), é duro ver jogadores esforçados mas que não tem nem 10% da genialidade dos citados.

Saudades de 2002 em que acordávamos de madrugada e sabíamos que veríamos, independente do resultado, uma seleção com qualidade e poder de força mentalmente. O que aconteceu ontem foi uma pane técnica e, principalmente, emocional. O Brasil parecia um time de garotos das escolinhas jogando uma semifinal de Copa contra a Alemanha.

Este jogo, como em outras derrotas do Brasil, marcará para sempre a carreira de jogadores, alguns injustamente, poderão nunca mais ter a chance de voltar a vestir a camisa da Seleção. Confesso que apoiei Felipão quando vi que o garoto Bernard, o menos culpado no massacre, mas que deve ser massacrado, injustamente, daqui para frente, ia começar. Pois, mesmo sendo cruzeirense, gosto do baixinho desde os tempos de Galo, sendo peça fundamental no título continental do alvinegro mineiro.

Outro que ficará marcado pela péssima copa realizada é o atacante Fred. O 9 do Brasil, que um dia foi meu ídolo no futebol quando explodiu no Cruzeiro, perdeu a moral com péssimos jogos e se tornou o pior centroavante da história brasileira em Copas, somente a torcida do Fluminense irá apoia-lo.

O único jogador que estava em campo que merece ser exaltado mesmo com o vexame é o monstro David Luiz, a Copa da Seleção foi dele, tanto no futebol como na liderança exercida nos jogos, ganhou a admiração de milhões de pessoas e é um exemplo a ser seguido no futuro. Honrou com muito orgulho e paixão a camisa amarela, se tornou o novo ídolo nacional no futebol.
O futebol brasileiro está morto, mas depende de todos que mexem com esse futebol uma mudança de rumo e de postura, desde a base até a cúpula do futebol brasileiro para que um dia podemos voltar a ser grandes. E este coração sofrido volte a se alegrar com a Seleção Brasileira.

A Alemanha, este sim, fez um jogo muito bom, mas a partida foi tão atípica que não dá para falar nada. A Copa do Mundo de 2014. que estava ótima e inesquecível por tudo de bom que estava acontecendo, ficou manchada por este vexame ocorrido na minha querida Belo Horizonte, uma derrota que queria esquecer, mas que vou lembrar para o resto da minha vida.