domingo, 18 de julho de 2010

Com a cara de Muricy

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Por Gabriel Seixas


- Não chegamos nem na metade do primeiro turno, mas os prognósticos quanto ao Brasileirão são inevitáveis. Num campeonato cada vez mais nivelado por baixo, os times que destoam do pragmatismo e mostram potencial para brigar pelo título ganham ainda mais destaque. Inegavelmente, um deles é o Fluminense. Apesar de ter perdido pontos bobos contra o Prudente na rodada passada, o tricolor tem um elenco forte, um técnico acostumado a ganhar trofeus e uma paciência incomum para resolver uma partida. Na vitória de hoje por 1 a 0 sobre o Santos, em plena Vila Belmiro, o Flu teve na sua estratégia de jogo os seus maiores méritos.


- Os cariocas claramente começam a incorporar o estilo “Muricy” de jogar futebol. No primeiro tempo, o Flu se preocupou apenas em conter os avanços do Santos, que como de costume, imprimiu uma forte correria nos primeiros 45 minutos. Quando o Peixe cansou, os visitantes passaram a explorar os contragolpes com mais frequência, e aos 32 do segundo tempo, mataram o jogo com um gol de Alan. Aliás, já passou da hora do atacante formar a dupla de ataque inicial com Fred. Em todos os jogos que entra no segundo tempo – sempre no lugar de Rodriguinho -, se movimenta bem, abre o jogo pelas pontas e finaliza com precisão.


- Muricy Ramalho foi inteligente antes mesmo da bola rolar, ao mudar o esquema tático do Fluminense para o 3-4-1-2. Gum, André Luis e Leandro Euzébio, sem exceções, foram superiores individualmente aos atacantes do Peixe. Entretanto, principalmente no primeiro tempo, sofreram com a correria de Neymar e Robinho, mas faltava um homem para concluir as jogadas. Depois que teve sua venda acertada para o Dinamo Kiev, André nunca mais foi o mesmo nesse quesito – inclusive no jogo de hoje acabou substituído por Marcel.


- E não é só André que caiu de produção. Neymar, maior destaque do futebol brasileiro no início da temporada, precisa cair menos no chão e jogar mais futebol. Robinho, que era pra ser o exemplo da garotada, teve uma áspera discussão com Wesley minutos antes do jogo, na concentração, segundo a Rádio CBN. No que possivelmente começou com uma brincadeira, Wesley teve seu celular quebrado por Robinho e devolveu destruindo o retrovisor do carro do atacante. Dentro de campo, nada que demonstrasse tal rixa.


- O clima pesado no Peixe acaba desfavorecendo o futebol de jogadores como Paulo Henrique Ganso. Antes da Copa, ele foi o jogador que mobilizou a população para que tivesse seu nome incluso na lista dos convocados para o Mundial, mas hoje tem dificuldades de carregar o piano sozinho. Até que no primeiro tempo o apoiador foi bem, assim como o resto do time, que explorava bastante o lado direito de ataque com Maranhão e Wesley. Nas melhores chances de abrir o placar, Ganso cobrou falta com perigo e André parou em boa defesa de Fernando Henrique, que a cada partida se consolida como o dono da camisa 1 do Flu.


- A primeira parte da missão foi cumprida: o Fluminense segurou o zero no placar na etapa inicial. Com poucos minutos do segundo tempo, Muricy fez aquilo que já deve começar a fazer antes dos jogos: colocou Alan na vaga de Rodriguinho. Caindo pelo lado direito, ele melhorou o rendimento de Mariano por ali, e o outro lado também passou a ser mais incisivo, principalmente nos contra-ataques. Carlinhos, aos 13, arriscou chute perigoso rente à meta de Rafael. Um minuto depois, dessa vez Rafael precisou intervir em nova finalização de Carlinhos.


- No estilo de jogo popularmente conhecido como “Muricybol”, o Fluminense abriu o placar. Em jogada de contra-ataque, Mariano deu ótimo lançamento para Alan, que fez sua parte batendo na saída de Rafael. O gol acabou fazendo justiça à equipe que conseguiu imprimir de forma mais objetiva sua estratégia de jogo, o que não significa que foi superior ao adversário. Com méritos, o Flu já é vice-líder, e conta com o fator casa para vencer o Cruzeiro e o fator sorte para secar o Corinthians e assumir a liderança do Campeonato Brasileiro.

- De forma desorganizada, o Santos quase chegou ao empate. Fernando Henrique fez grande defesa em finalização de Wesley, e Robinho perdeu um gol embaixo da trave. Aos cariocas, apenas uma ressalva: os craques do time precisam ser mais decisivos. Não que Conca esteja mal, por exemplo, mas ele tem sido cada vez menos decisivo. Fred, que detém uma boa média de gols por partida, não está em paz com as redes. Quem sabe desencante na próxima rodada, justamente contra o seu clube de coração, o Cruzeiro. No mais, a torcida tricolor tem tudo para ficar animada. A combinação de um bom elenco e um bom técnico não poderia resultar em outra coisa.

Corinthians assume a liderança isolada do Campeonato

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Por Leonardo Martins


O Corinthians jogou sua invencibilidade no Campeonato Brasileiro e a liderança no jogo contra o Atlético-MG no Pacaembu. Em um jogo comum, os Paulistas venceram por 1 a 0 e voltaram a liderar isoladamente o Campeonato.

O Galo e o Coringão tiveram uma alteração nas equipes que jogaram no meio de semana, estas alterações foram no ataque. João Pedro entrou na vaga de Tardelli no Galo e Dentinho voltou no lugar de Defederico.

Quando a bola rolou o que se viu foi uma pressão terrível dos corintianos no inicio de jogo. Logo no segundo minuto, Werley derrubou Dentinho na área e o juiz marcou pênalti. Na cobrança, Chicão bateu longe do gol de Fábio Costa e desperdiçou a chance de abrir o placar.

O lance só aumentou a pressão paulista, aos 3, Elias chutou cruzado, no minuto seguinte, foi a vez de Bruno César exigir boa defesa do um atleticano. Aos 9, Roberto Carlos arriscou de longe, mas foi para fora.

Após este ritmo de pressão paulistana, os mineiros procuraram dominar a posse de bola e acalmar o jogo e conseguiram marcar o time corintiano. Aos 23, Ralf entregou nos pés de Neto Berola, mas o atacante não conseguiu concluir a jogada com perfeição. Aos 26, nova chance dos mandantes e Bruno César arriscou para longe do gol, o meia repetiu o lance no minuto seguinte.

O Camisa 11 era o que tinha mais vontade de jogar no jogo, e criou outra chance clara aos 33. Roberto Carlos achou ele na área, mas a conclusão foi péssima. Aos 48, Leandro cruzou e Neto Berola cabeceou para longe.

No segundo tempo, as duas equipes mexeram. No Atlético, João Pedro deu lugar a Fabiano, e no Corinthians, Iarley saiu para entrada de Jorge Henrique. E a pressão continuou nos primeiros minutos da segunda etapa. Chicão fez lançamento para Dentinho que passou para Jorge Henrique, mas o atacante não conseguiu concluir. Aos 4, o recém-chegado repetiu a chance, mas também não fez o gol.

O Galo respondeu com Ricardo Bueno que exigiu boa defesa de Júlio César em chute cruzado. Diego Souza entrou no lugar de Neto Berola, mas a alteração não deu muito certo, já Mano Menezes sacou Dentinho e colocou William Morais. Aos 17, Bruno César apareceu de novo e quase fez o gol. Aos 21, o Atlético voltou a atacar com Ricardo Bueno, mas o centroavante cabeceou para fora.

Quando os mineiros estavam melhores, o Corinthians fez o gol que garantiu a liderança. E só poderia sair dos pés de Bruno César, aos 35, o meia recebeu livre e chutou, a bola ainda desviou em Jairo Campos e entrou. Festa da fiel no Pacaembu. O Galo ainda tentou em nova cabeçada de Ricardo Bueno que Júlio César defendeu e a torcida corintiana saiu com a vitória e a liderança isolada.
Curtinhas:

- O Corinthians só assumiu a liderança isolada, porque o Ceará perdeu a invencibilidade no Campeonato. O Vovô foi a Porto Alegre e perdeu para o Internacional por 2 a 1. Alecsandro e Kleber marcaram para o Colorado e Michel descontou para os cearenses.

- O Palmeiras, na estréia definitiva de Felipão no banco de reservas, foi a Florianópolis e saiu derrotado pelo Avaí por 4 a 2 e caiu na tabela de classificação. Caio, por duas vezes, Robinho e Roberto fizeram os gols da vitória azul e o jovem Gabriel Silva e Kleber fizeram os gols do Porco.

- O Flamengo está superando as confusões extra-campo com vitórias dentro de campo, a vitima deste domingo foi o lanterna Atlético-GO em Goiânia. Petkovic fez, de pênalti, o gol da vitória por 1 a 0

Série B – 9ª Rodada

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Por Leonardo Martins


O Campeonato Brasileiro da Série B chegou a 9ª rodada e, como sempre, muitos gols aconteceram neste Fim de Semana. Vamos a um resumo dos jogos.

O líder continua sendo o Náutico, que mesmo jogando mal, conseguiu uma excelente vitória sobre o América-MG por 2 a 1 na Arena do Jacaré. O vice-líder mudou, agora é o Figueirense, que venceu, também fora de casa, o Bragantino por 2 a 0. O G-4 é completado pelos paranaenses, Coritiba e Paraná, nos critérios de desempate. O Coxa venceu bem o América-RN em Natal por 2 a 1 e está em terceiro. Já o Paraná perdia, em casa, para o Guaratinguetá até os 50 minutos da segunda etapa, quando o juiz marcou pênalti no toque de mão do zagueiro Gercimar, depois de muita reclamação, o arbitro também expulsou o goleiro e outro zagueiro do Guará. Aí aos 52, um duelo inusitado aconteceu na cobrança do penal, Juninho (goleiro do Paraná) x Gustavo Bastos (zagueiro do Guará, que foi para o gol), melhor para o ex-goleiro do Galo que empatou o jogo e recolocou o Paranito no G-4. 1 a 1 foi o placar em Curitiba.

Depois do Paraná vem a Portuguesa, que venceu o Icasa por 3 a 1 em Casa, e o Bahia, que derrotou bem o São Caetano por 3 a 0 também em casa. O destaque da rodada foi a goleada do ASA, em casa, sobre o Brasiliense por 6 a 1 e subiu na classificação. Outra goleada na rodada foi do Santo André por 4 a 1 sobre o Duque de Caxias. O duelo dos desesperados terminou empatado entre Vila Nova e Ipatinga por 2 a 2. Outro duelo que terminou empatado foi entre Sport e Ponte Preta por 1 a 1.

Com tranquilidade, Vasco vence Atlético-PR e ambos seguem no Z-4

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Por Gabriel Seixas


- Vasco e Atlético-PR tinham objetivos muito semelhantes para o duelo em São Januário. Sem os principais reforços – que foram muitos nessa janela -, ambas as equipes ainda almejavam a fuga da zona de rebaixamento ainda nesta rodada. Se vencer era difícil, pior ainda era depender de outros resultados para que o desejo se concretizasse. No fim das contas, o Vasco venceu por 3 a 1, empatou em pontos com diversas equipes, mas é apenas o antepenúltimo na tabela de classificação. O Furacão está uma posição abaixo, e conta com os dez jogadores que chegaram durante a intertemporada para melhorar sua situação.


- Apesar de jogar com dois jogadores a mais por grande parte do jogo, o Vasco teve seus méritos. Renovação é a palavra-chave do time da Colina, que começa desde o comando, agora de PC Gusmão. Antes vice-líder com o Ceará, ele assumiu o risco de tirar um dos principais times cariocas da zona de rebaixamento e já mostra competência para isso. Sem contar com recém-contratados como Felipe, Zé Roberto, Carlos Alberto e Eder Luis, o treinador se viu obrigado a escalar três pratas-da-casa campeões do Campeonato Carioca de juniores e se deu bem.


- No meio-campo, o garoto Rômulo, um dos três volantes do 4-3-2-1 cruzmaltino, foi muito bem na marcação. Em seu quarto jogo como profissional, ele já demostra segurança e personalidade de um veterano, tendo todas as condições de evoluir com o tempo. O mesmo acontece com Jonathan, renegado no Cruzeiro, contratado pelo Vasco, recém-promovido aos profissionais e titular na armação ao lado de Fumagalli, inclusive marcando um gol, justamente o que abriu caminho para a vitória.

- Entretanto, na lateral-esquerda, a confiança não é a mesma. Carlinhos fez uma partida razoável como titular, mas já destoa um pouco da qualidade técnica dos outros dois. Para alívio da torcida carioca, o titular Ramon deve estar à disposição em breve. Assim como Jonathan, quem marcou seu primeiro gol com a camisa do Vasco foi o atacante Nunes, vice-campeão paulista com o Santo André. Provavelmente o centroavante deve disputar vaga no time titular com Elton, e caso continue marcando gols, larga na frente.

- Além do mais, alguns remanescentes do plantel vascaíno já parecem ter recuperado a melhor forma, casos do goleiro Fernando Prass e do volante Rafael Carioca. O mesmo não acontece com Nilton, que quando o time vencia por 2 a 0 e tinha dois jogadores a mais em campo, furou feio na pequena área e deu espaço para Bruno Mineiro concluir e diminuir o placar. Revoltado consigo mesmo, ele chutou a placa de publicidade e acabou substituído no intervalo pelo descontrole emocional. Mas como os deuses estavam a favor do Vasco, ficou a cargo do substituto Leo Gago marcar o último gol do triunfo.

- O Atlético ainda é uma incógnita, mas a julgar pelo time que entrou em campo, é muito fraco. Naturalmente, nenhuma equipe consegue reagir a duas expulsões em 35 minutos, ainda mais quando tratam-se de um zagueiro e um volante. Mesmo inferior numericamente, o Furacão deixou sua marca e evitou uma derrota decepcionante. Alguns dos destaques do time, como Branquinho e Paulo Baier, não renderam bem e foram substituídos no intervalo. No gol, outro problema: Neto falhou feio no primeiro gol de Jonathan, e não parece ser o nome ideal para vestir a camisa 1.

- Contudo, para a continuidade do campeonato, o time-base do Atlético deve sofrer mudanças drásticas. Eli Sabiá, um dos recém-contratados, hoje foi titular na zaga e acabou expulso. Dentre os outros reforços, destaques para o apoiador Guerrón, oriundo do Cruzeiro, o gringo Ivan Gonzales e o lateral-esquerdo Paulinho, do Novo Hamburgo, que também foi titular. No comando, Carpergiani torce pela regularização desses atletas, pois a cada rodada instiga a desconfiança do torcedor.

- No fim das contas, o Vasco somou três pontos de forma mais fácil que o esperado. O Atlético segue sua sina de não vencer em São Januário, que agora já são de 15 partidas. Tão iguais, tão diferentes. Os cariocas ganham mais confiança para deixar a zona de rebaixamento, mas os problemas de ambas as equipes continuam praticamente os mesmos. De certo, apenas que a paciência dos torcedores tem prazo de validade.