terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ronaldo, um fenômeno do futebol

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Por Leonardo Martins

Ontem, o futebol perdeu um pouco de sua graça, um dos maiores jogadores de todos os tempos anunciou a sua aposentadoria dos gramados, Ronaldo, o Fenômeno. O, agora, ex-atacante do Corinthians deixa milhões de fãs órfãos de suas jogadas e uma linda história dentro do futebol.

Carioca do bairro de Bento Ribeiro, Ronaldo teve uma infância igual a de milhões de crianças, pobre e sofrida, mas que via no futebol uma forma de vencer na vida. O garoto franzino já começara a se destacar nos torneios de futsal, sempre com dribles rápidos e o faro de gol, características marcantes do fenômeno nos gramados. Este sucesso logo o fez ir para o gramado, mais precisamente, no São Cristóvão, pequeno e tradicional clube carioca. O garoto começou a se destacar na base do clube com artilharias dos Campeonatos e despertou olhares mais atentos de Jairzinho, o Furacão da Copa de 70, olheiro do Cruzeiro à época. Jairzinho viu que aquele moleque era de ouro e o trouxe para Belo Horizonte para jogar no clube celeste.

A partir daí, a história de Ronaldo nunca mais seria a mesma. No começo, a vida do atacante não foi fácil, dizem que ele passou até fome no clube mineiro, mas com o talento que Deus lhe deu, as chances apareceram. Ronaldinho, como era chamado na época, estreou no time profissional com apenas 16 anos em 1993 e logo caiu nas graças da China Azul e virou artilheiro do time. Logo, o menino franzino e dentuço começara a chamar a atenção do Brasil. Um dos jogos memoráveis de Ronaldo com a camisa celeste aconteceu no clássico contra o Atlético, onde o atacante fez 3 gols. O sucesso no time azul lhe rendeu uma convocação para a Copa de 94, nos Estados Unidos, o jogador não atuou na campanha do Tetra, mas esta experiência foi importante para os outros mundiais.

Em agosto de 94, Ronaldo saiu do Cruzeiro para atuar no PSV da Holanda, sua primeira experiência internacional. Na Holanda, o garoto franzino começou a ter tratamento de fortalecimento muscular e ganhou mais força. Os gols se multiplicavam assim como o espanto da Europa por aquele jogador, foram dois anos na Holanda até se transferir para o gigante Barcelona, onde viraria uma estrela mundial.

No clube catalão, os dribles rápidos e o faro de gol foram mais do que consagrados. O Fenômeno começara a ser ídolo mundial e se tornou peça fundamental no time que foi campeão espanhol em 97 e 98. Dado o sucesso, Ronaldo foi eleito em 96 e 97 o melhor do mundo pela FIFA. Na Seleção, o sucesso se repetia e ao lado de Romário, fazia uma dupla inesquecível chamada carinhosamente de “Ro-Ro”.

Veio 98 e o Brasil chegou a Copa da França com status de favorito e Ronaldo com a responsabilidade de comandar a equipe rumo ao Penta. No Mundial, Romário não jogou devido a uma estranha lesão, então coube ao Camisa 9, comandar o ataque e foi bem até a final. Mas aí começou o inferno astral de Ronaldo. No dia da decisão contra a França, o jogador teve uma convulsão, foi levado ao Hospital, mas jogou e mal, foi um dos símbolos da derrota para a França por 3 a 0.

Depois do mundial, Ronaldo trocou a Espanha pela Itália, mais precisamente, a Inter de Milão. Depois de uma temporada boa em que o atacante ajudou o time a conquistar a Copa da UEFA em 99, sempre com gols importantes. Mas no segundo semestre daquele ano, começou o drama do joelho do jogador, a primeira lesão no joelho direito veio e o primeiro longo período de recuperação também, mas a vontade de Ronaldo não deixou desistir. Foram 6 meses de recuperação e na volta, em um jogo contra a Lazio, jogou 6 minutos até que, no primeiro drible, o mesmo joelho se rompeu. Muitos pensaram, seria o fim da carreira de Ronaldo?

Desta vez, a recuperação foi longa e difícil, mas a força de vontade e a oração de milhões de fãs, fizeram com que o Fenômeno voltasse a jogar. Depois de um ano e três meses, lá estava ele, voltando aos gramados com um objetivo, disputar o Mundial de 2002.

A temporada não foi nada fácil, com contusões musculares seguidas e poucos gols, a desconfiança pairava sobre a torcida brasileira. O único que acreditou nesta recuperação foi o técnico Felipão, que não cedeu as pressões populares pela convocação de Romário, e levou o jogador para a Ásia.

E Felipão mostrou que estava certo, pois o atacante só não fez chover no Mundial, foi homem fundamental na conquista do Penta e marcando gols decisivos. Com uma recuperação fantástica, o Fenômeno, foi artilheiro da Copa com 8 gols, sendo dois deles na decisão contra a Alemanha. Uma volta por cima de um gênio do esporte. A campanha de Ronaldo na Coréia e no Japão lhe rendeu uma transferência milionária para outro gigante do futebol, o Real Madrid, no time que já tinha Zidane, Figo e Roberto Carlos. E, também, rendeu mais um título de melhor do mundo pela FIFA, no fim do ano de 2002.

Nos galácticos do time merengue, Ronaldo começou bem e foi peça fundamental no título espanhol da temporada 2002/3 e na última boa campanha do time merengue na UCL, com direito a um jogo épico contra o Manchester United em Old Trafford, jogo que o fenômeno marcou os 3 gols da partida.

Mas a partir daí, a carreira de Ronaldo começou a ter decaída, os problemas com peso começaram e o futebol nunca mais foi o mesmo. Mesmo assim, a Seleção ainda era uma realidade e a disputa da Copa em 2006 foi um dos objetivos. O time brasileiro chegou na Alemanha com status de favorito, mas Ronaldo e as estrelas não corresponderam a altura. Porém, os três gols de Ronaldo na Copa o credenciaram como o maior artilheiro da história das Copas com 15 gols, um feito muito difícil de ser igualado.

Com a carreira já em declínio, uma nova transferência da Espanha para Milão, trocou o Real pelo Milan. No time rossonero, o fenômeno foi bem e marcou alguns gols, mas uma nova contusão em 2008 foi o fim do ciclo dele na Europa. Então, o jogador voltou ao Brasil, fez toda a recuperação no Flamengo, que ele dizia ser seu clube de coração, todos apostavam que jogaria na Gávea. Porém, como não houve uma proposta concreta, proposta feita pelo Corinthians, o Fenômeno virou da Fiel.

No time paulista, Ronaldo chegou para ser a estrela de um time em reconstrução após a estadia na Segunda Divisão e não decepcionou. Mostrando a velha categoria, Ronaldo foi jogador fundamental nas conquistas do Paulista e da Copa do Brasil em 2009, levando a equipe a Libertadores, obsessão do time paulista, no ano do Centenário. O objetivo de Ronaldo, também, era uma convocação para a sua quinta Copa do Mundo, na África do Sul.

Mas como esta convocação não veio e os problemas com peso só aumentavam, o craque perdeu um pouco da motivação. O título da Libertadores foi por água abaixo diante, curiosamente, do Flamengo. O restante do ano, Ronaldo lutou contra seguidas contusões, mas ajudou o time na briga pelo título brasileiro, que não veio.

A derrota para o Tolima na Libertadores 2011, só foi um ponto final nesta carreira deste jogador que nos deu muitas alegrias e que foi um gênio do esporte no mundo. Um cara que sempre ajudou a quem precisasse, foi embaixador da ONU e promoveu uma partida histórica no Haiti quando a Seleção Brasileira foi lá para promover a paz.

OBRIGADO RONALDO FENOMENO PELOS SERVIÇOS PRESTADOS AO FUTEBOL