quinta-feira, 29 de julho de 2010

Santos larga na frente do Vitória na final da Copa do Brasil

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Por Gabriel Seixas

Durante a semana, o que mais se ouviu foi que o Santos tinha a obrigação de criar uma boa vantagem no primeiro jogo da final da Copa do Brasil frente ao Vitória, na Vila Belmiro, para encarar com mais tranquilidade a partida da volta, no Barradão, na próxima semana. Se os baianos tem seu caldeirão como carta na manga, os santistas não deixaram pra menos: em 90 minutos, foram amplamente superiores, sem dar ao menos uma chance para o adversário finalizar com perigo. Rafael, goleiro do Peixe, foi um mero espectador da partida. O resto do time teve de trabalhar e muito. Só faltou capricho na finalização. Resultado: muitas chances claras de um gol, e um 2 a 0 que não satisfez inteiramente o time paulista. A disputa pelo título continua aberta.

De alguma forma, a convocação do quarteto Ganso, Neymar, Robinho e André para a seleção brasileira parece ter dado uma motivação extra ao time. Todos eles estavam em baixa na temporada, inclusive os dois primeiros, que geraram um grande apelo popular por suas presenças na lista de Dunga para a Copa do Mundo. Contra o Vitória, os santistas fizeram um jogo de ataque contra defesa. No primeiro tempo, quando Ganso já havia acertado uma cobrança de falta na trave, Neymar abriu o placar aos 14 minutos, à lá Renato Gaúcho. Meio de barriga, meio de peito.

O Vitória sentiu os desfalques. Sentiu a distância de casa. Sentiu a pressão da torcida na Vila Belmiro, e a do time mandante dentro de campo. Robinho pegou de chapa aos 17 minutos, mas errou o alvo. Nos minutos finais, quem perdeu o gol foi André, que desde quando teve sua negociação para o Dinamo Kiev concretizada, nunca mais foi o mesmo. Assim como possivelmente Robinho, este foi seu último jogo na Vila Belmiro. Não marcou gol, e pelo que vem jogando, não fará falta. Bem, pelo menos quando Keirrison já estiver à disposição, pois seu outro substituto é o limitado Marcel.

Ao contrário de Robinho e André, Neymar continua firme e forte na Vila Belmiro. 11 gols na Copa do Brasil, 29 na temporada. Artilheiro da competição, artilheiro do time no ano. Seus números impressionam, mas o futebol apresentado hoje, por exemplo, não. Logo aos cinco minutos, ele apareceu livre pela esquerda, mas errou o chute. No minuto seguinte, Lee fez grande defesa em chute de Robinho, e na sobra, Ganso perdeu um gol com a meta escancarada.

Pausa para Neymar. Hora de falar de Lee. Muito se dizia que o jovem goleiro rubro-negro, de nome um tanto incomum (LEE WINSTON) sentiria a pressão de um jogo tão importante, mas o que se viu foi justamente o contrário. Sem nenhum exagero, pode-se afirmar que o garoto de 22 anos ofuscou os Meninos da Vila e foi o melhor em campo. Pena que foi uma estrela solitária. O resto do time colaborou pouco. Ramon estava sem inspiração até nas bolas paradas, Elkeson não conseguiu dar movimentação ao time, e Schwenck foi peça nula na frente.

Voltamos para o Neymar, mas sem pausa para falar de Lee. Não entendeu? Eu explico: aos 27 minutos, Neymar gingou pra cima de Wallace e foi derrubado dentro da área. Pênalti incontestável. Ele sofreu o pênalti, tem a seu favor a artilharia da Copa do Brasil, do time em 2010 e uma convocação para a seleção brasileira. Credenciais não faltavam para bater o penal. Faltou simplificar. Mas é daqueles lances que não se pode crucificar o batedor: ele tentou uma cavadinha à lá Loco Abreu, mas Lee fez o que o ganês Kingson deveria ter feito, ou seja, ficar parado no meio do gol para defender com tranquilidade. Tão raro, tão inusitado. Méritos para Lee, o dono da noite.

Nem a derrota parecia apagar a noite feliz de Lee. Só com essa partida ele já pode gravar um DVD, incluindo duas defesas sensacionais em finalizações de Zé Eduardo, que substituiu Robinho. Entretanto, antes disso, o pior havia acontecido. Outro suplente, Marquinhos, que surpreendentemente substituiu Ganso, cobrou falta com perfeição. A bola morreu no cantinho, onde nem cinco ou seis “Lee's” alcançariam a bola. Golaço. Não foi o do título. Ou sim.

Não se iludam: o Vitória tem todas as condições de reverter essa vantagem. Nos jogos que fez em casa nesta Copa do Brasil, marcou DEZENOVE gols em cinco partidas e não sofreu NENHUM gol. O Barradão vai ferver. Não há dúvidas de que é o jogo mais importante do futebol baiano nos últimos anos. A empolgação e o apoio da torcida podem sim fazer a diferença, como fez em favor do Sport em 2008, quando os pernambucanos reverteram uma vantagem construída pelo Corinthians no jogo de ida daquela final de Copa do Brasil.

Aos que dizem que o time do Vitória é fraco, um aviso: o time é bom, inclusive esse mesmo que entrou em campo hoje, desfalcado de cinco titulares. No jogo da volta, o palco será diferente, o espírito será diferente e a postura será diferente. O jogo de hoje não serve como parâmetro para o que vai acontecer na próxima semana. O histórico sim: o Vitória é forte em casa e tem totais condições de vencer por dois ou mais gols de diferença. Zebra? Nem tanto. O Santos é mais forte tecnicamente, mas terá de demonstrar maturidade. Mais importante do que lidar com a pressão, será lidar com a vantagem.

Internacional sai na frente

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Por Leonardo Martins

No primeiro duelo brasileiro válido pela semifinal da Taça Libertadores entre Internacional e São Paulo no Beira-Rio lotado. O jogo foi bom, mas o Inter foi premiado pela insistência e venceu por 1 a 0, abrindo vantagem rumo a Final.

O Inter entrou em campo com o time que chegou a semifinal, exceto Renan no lugar de Pato Abbondanzieri. Já o Tricolor entrou em campo com a mesma equipe que eliminou o Cruzeiro a 70 dias atrás, com o ex-ídolo Colorado, Fernandão, no comando de ataque.

A tonica do jogo foi Inter atacando e São Paulo se defendendo e armando uma retranca. O jogo era de um time só, mas as chances eram poucas e quando tinham sucesso, os jogadores colorados esbarravam em Rogério Ceni.

O Colorado esbarrava na ótima retranca armada pelo Tricolor paulista, D’Alessandro e Taison com seus dribles rápidos, tentavam vencer a marcação. O argentino cruzou e Alecsandro chutou e exigiu boa defesa de Ceni. Aos 28, bela tabela entre Guiñazu e Taison e o atacante concluiu para outra defesa de Ceni. Aos 41, o camisa 10 chutou para longe. E o São Paulo? Sò se defendeu e não criou uma única chance.

Aliás, o primeiro chute são-paulino no gol de Renan só ocorreu aos 12 da segunda etapa quando Dagoberto chutou e a bola passou ao lado. Mas antes, mais pressão colorada, Andrezinho chutou e lá estava Rogério Ceni para salvar o time paulista, logo no primeiro minuto de jogo. Um pouco depois, o capitão tricolor apareceu de novo para salvar na conclusão de Taison.

Mas aí apareceu a estrela de Giuliano, que havia feito o gol da classificação na Argentina contra o Estudiantes. O Meia entrou no lugar de Andrezinho e aos 22, foi decisivo novamente, Alecsandro tentou entrar na área e a bola sobrou para o camisa 11 girar e chutar no canto de Ceni. Festa e alívio colorado com o gol.

Mesmo com o gol, o panorama do jogo não mudou e o Inter continuou pressionando e o time paulista se defendendo, até tentou atacar com novos jogadores e a reestréia de Ricardo Oliveira aconteceu, mas visivelmente fora de ritmo pouco ajudou. Já o Inter tentou com Kleber, Alecsandro e Taison, mas não conseguiu ampliar a vantagem. Ah, e ainda teve Rafael Sóbis, carrasco tricolor na final de 2006 entre ambos, entrando no jogo. Mas a vitória colorada veio e a decisão só se encerrará no Morumbi, na quinta-feira dia 5.

O Internacional joga por um empate ou até uma derrota por um gol de diferença, desde que faça um gol para chegar a decisão. Ao Tricolor, resta uma vitória por dois ou mais gols de diferença.

Curtinha

- Na outra semifinal da Libertadores, Chivas e Universidad do Chile se enfrentaram no Estádio Azteca na Cidade do México. Em um bom jogo, o empate em um gol foi bom para os chilenos que podem empatar sem gols em Santiago que garantem a vaga na final da Libertadores. Olarra abriu o placar para LA U e Arellano empatou para os mandantes.