sexta-feira, 11 de abril de 2008

Tricolor perde no Chile

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Por Leonardo Martins


Na noite desta quinta-feira, em Santiago no Chile, o São Paulo enfrentou o Audax Italiano em jogo válido pela 5ª rodada do grupo 7 da Libertadores. Em um jogo equilibrado, os chilenos venceram pelo placar mínimo e voltam a briga pela classificação.

Com um elenco desfalcado por lesões – Juninho, Aloísio e Zé Luís – e suspensões internas – Fábio Santos e Carlos Alberto –, o técnico Muricy Ramalho armou o São Paulo com um lateral-direito (Joilson) no meio-campo, com um volante (Richarlyson) na lateral esquerda e com o único lateral-esquerdo (Júnior) no banco de reservas... A reação em campo foi um time confuso e abusando dos erros de passe. A todo o momento Muricy ia à linha lateral e tentava corrigir o posicionamento dos seus jogadores. Mas sem sucesso. No primeiro tempo, as chances de gol foram poucas para os dois lados. Aos 18 minutos, Rogério Ceni salvou uma finalização de Orellana. Dez minutos depois, numa das poucas jogadas lúcidas do Tricolor, Joilson deixou Éder Luís na cara do gol, mas, dessa vez, foi Villasanti quem fez grande defesa.

No primeiro minuto do segundo tempo, Jorge Wagner, completamente impedido, balançou a rede e o juiz anulou o lance corretamente. O gol não valeu, mas o Tricolor passou a arriscar mais. Aos 16, talvez a melhor jogada da partida: Hernanes, o melhor do time brasileiro, dominou pouco depois da linha de meio-campo, conduziu e arriscou com consciência, mas a bola passou perto. Muricy, então, decidiu trocar: tirou Éder Luís e apostou em Júnior. O time, que vinha crescendo na etapa final, melhorou. Aos 24 minutos foi Adriano quem perdeu ótima oportunidade. Lançado, o Imperador controlou a bola e fuzilou por cima do gol. O Audax, em menor quantidade, também ameaçava e assustou numa bola que Miranda tentou cortar de cabeça e quase marcou contra. A entrada de Dagoberto no lugar de Borges foi para dar mais velocidade ao ataque. Numa das suas primeiras participações, após jogada com Adriano, quase funcionou: a conclusão foi bonita, mas errou o alvo por pouco. E justamente quando o São Paulo parecia que tinha resolvido jogar bola, veio o golpe chileno. Corvetto, que tinha acabado de entrar, foi lançado na esquerda e ganhou da zaga são-paulina. André Dias, para não fazer pênalti, não deu o bote e deixou o rival cruzar. Richarlyson se atrapalhou, quase empurrou para a própria rede, mas deixou Ramos fazer o serviço: 1 a 0 Audax. O impacto do gol foi duro e o Tricolor diminuiu o ritmo. A última tentativa de Muricy, que não parava de gritar, foi chamar Hugo. Reintegrado após ter sido afastado por deficiência técnica, o meia substituiu Éder. Mas não dava mais tempo.

Com a derrota no Chile e a vitória do Nacional de Medellín sobre o Sportivo Luqueño, 3 a 1 no Paraguai, o São Paulo perdeu a liderança. Agora, o Nacional tem os mesmos oito pontos que o Tricolor, mas com um saldo de gol melhor (4 a 1). Em segundo lugar, o time brasileiro terá de vencer seu último compromisso, dia 23 de abril, no Morumbi, diante do novo líder. Se empatar, terá de torcer para o Audax não vencer o Luqueño, sendo que os paraguaios jogarão já eliminados.

Santos perde e se complica na Libertadores

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Por Leonardo Martins


Na noite de quarta-feira (9), o Santos foi a Guadalajara enfrentar o Chivas pela 5ª rodada do Grupo 6 da Libertadores. Com a presença do Rei Pelé no estádio, o Santos jogou mal e perdeu para os mexicanos por 3 a 2 e adiou a classificação para a última rodada.

Foi o primeiro tempo de um time só. O técnico do Santos, Emerson Leão, resolveu mudar a formação de sua equipe e, em vez de escalar o meia Rodrigo Tabata, preferiu colocar mais um zagueiro: Fabão. Com gente demas na defesa e escassez de criatividade no meio, o Peixe ficou encurralado, sofrendo pressão desde o início.

Sem conseguir segurar a bola na frente, o Peixe deu campo para o Chivas jogar. E os mexicanos, precisando vencer de qualquer maneira, mostraram muito mais disposição, ocupando espaços e tocando bem a bola, sob o comando do camisa 10, Medina. Logo aos quatro minutos, Domingos salvou de barriga um chute de Santana. Os mexicanos insistiram tanto que não tardaram a abrir o placar. Após cruzamento na área, Domingos e Fabão bateram cabeça, e a bola sobrou para Arellano afundar de pé direito. Só dava Chivas. A pressão era impressionante. O trio de zagueiros do Peixe não conseguia ganhar nenhum lance pelo alto. E foi em uma jogada por cima que saiu o segundo gol. Aos 34, Morales cruzou da direita e Rodríguez subiu livre para cabecear, encobrindo Fábio Costa. Após o segundo gol, Domingos, que falhou nos dois gols, acabou substituído por Evaldo.

Ao fim da primeira etapa, quando conseguiu colocar a bola no chão, o Santos levou perigo, principalmente com Kléber Pereira. O artilheiro teve chance aos 36, quando recebeu bom passe de Rodrigo Souto, entrou pela esquerda, mas em vez de chutar preferiu tentar driblar o goleiro Michel e acabou desarmado. Aos 39, acabou brilhando a estrela do atacante. Molina cobrou escanteio pela direita, o goleiro saiu mal e Kléber empurrou o zagueiro Magallón, que jogou a bola para dentro das redes. O gol foi dado para o artilheiro santista. Um gol, aliás, para dar um certo alívio aos santistas, pois os mexicanos poderiam ter goleado já na primeira etapa.

O Chivas voltou para o segundo tempo no mesmo ritmo do primeiro: tocando a bola com velocidade e encurralando o Peixe. Logo no primeiro minuto, mais uma vez a defesa santista ficou a ver navios, quando Medina passou lotado por Evaldo e cruzou para Santana completar de cabeça para o gol. Mesmo marcando o terceiro gol, os mexicanos continuavam com muito apetite e seguiam encurralando o time santista, que, atordoado, não acertava dois passes seguidos. Assim como aconteceu no primeiro tempo, o jogo mostrou que bastava o Peixe colocar a bola no chão e acertar o passe para conseguir sair de trás e criar algo. Foi assim que, aos 11, o time conseguiu uma falta na meia direita. Na cobrança, o lateral Kléber foi certeiro no tiro de canhota e acertou o canto esquerdo. O Peixe estava vivo. Não só vivo, como melhor em campo. Kléber foi para o meio-de-campo e passou a dar qualidade na saída de bola. Rodrigo Souto também cresceu no jogo. Com isso, o Peixe saiu de trás e aplacou a pressão dos mexicanos. Os passes começaram a sair com correção, e o time praiano criou chances, como aos 30, quando Kléber Pereira tabelou com Wesley, mas chutou de direita por cima. Como o Santos saía mais, o Chivas encontrou espaços para atacar, e, aos 35, Medina teve chance de matar o jogo. Ele saiu de frente para Fábio Costa, mas exagerou na força e mandou por cima do gol. O Alvinegro Praiano tentou apertar no fim, passou a cruzar a bola dentro da área dos mexicanos, mas não conseguiu o gol que lhe daria a classificação.


O Santos continua com 7 pontos e na 2ª colocação do grupo 6 da Libertadores, mas viu o Chivas se aproximar com 6 e na 3ª posição. O Peixe precisa de uma vitória na próxima semana em casa contra o Cúcuta para garantir a vaga na próxima fase.