domingo, 6 de setembro de 2009

Fluminense cede empate ao Náutico, que sai do Z4

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Por Gabriel Seixas

O Fluminense tinha o cenário perfeito para vencer e olhar os outros times mais de perto na última colocação. O adversário era um oponente direto na briga pra fugir da degola, a torcida compareceu, Cuca estreou no comando, Paulo César estreou no time, Conca abriu o placar e...Carlinhos Bala empatou e acabou com a festa tricolor. O Fluminense está cada vez mais lanterna, com apenas 17 pontos conquistados em 23 partidas. O Náutico conquistou um ponto e, por causa dele, saiu da zona do rebaixamento com seus 25 pontos, empurrando o Santo André pra lá, já que o Ramalhão foi derrotado nessa rodada.

Tudo novo de novo

Cuca, o quinto técnico do Fluminense na temporada, fazia sua estreia no comando. E ele ganhou boas notícias para escalar o time: Paulo César e Fábio Neves estavam em condições de atuarem contra o Náutico. O primeiro começou como titular e capitão, na lateral-esquerda. O segundo, nem foi utilizado. Marquinho foi o escolhido para jogar desde o início.

Pelo lado do Náutico, o técnico Geninho fazia sua primeira partida sem poder contar definitivamente com o artilheiro Gilmar, vendido ao Guingamp, da segunda divisão francesa. Então, o antigo ídolo do time, Acosta, foi o encarregado de substituí-lo.

Fluminense joga melhor e sai em vantagem

No início do jogo, o Fluminense parecia definitivamente disposto a sair com uma vitória do Maracanã. O time marcava bem a saída de bola dos pernambucanos e arriscava de longa distância. O problema era a pontaria do time e os inúmeros passes errados, característica do jogo e da maioria dos times brasileiros. O campo molhado foi outro empecilho para os dois times apresentarem um futebol melhor.

Na primeira boa oportunidade do tricolor, caixa. Pela direita, Mariano – que era um dos poucos que fazia boa partida, e incomodava pelos flancos -, rolou despretensiosamente para Conca, que bateu de primeira com o pé direito, tirando as chances de Gledson de alcançar a bola: 1 a 0 Flu.

O Náutico não criou absolutamente nada no primeiro tempo. O time sentia a falta de um armador de jogadas, e de quebra, perdeu dois jogadores ainda na primeira etapa por contusão: O meia Juliano, substituído pelo ex-Fluminense David, e o zagueiro Fernando, que deu lugar a Asprilla, com passagem pelo futebol carioca, no Botafogo.

Timbu empata rapidamente e quase sai vitorioso

O Náutico voltou disposto a buscar o empate, mudando sua postura ofensiva. O que ninguém imaginava era que o Timbu fosse empatar tão rápido. Aos 40 segundos de bola rolando, o lateral Patrick chutou forte e obrigou Rafael a fazer boa defesa. No rebote, o baixinho Carlinhos Bala, de cabeça, igualou o marcador.

Logo com dois minutos, o Náutico teve a chance de virar o placar. Aílton recebeu com liberdade no meio-campo e arriscou próximo ao gol de Rafael.

Cuca entendeu que precisava modificar o ataque, e tirou Roni, que fez a sua pior exibição com a camisa tricolor – e saiu muito vaiado -, para a entrada do prata-da-casa Alan. Então, aos quinze, o Flu tentou novamente ficar a frente do placar: Kieza recebeu bom passe de Mariano e quase marcou o segundo.

As bolas paradas também levavam perigo ao gol de Gledson. Em uma delas, Paulo César cobrou no canto do goleiro do Timbu, que fez a defesa.

Mas a melhor chance do segundo tempo veio aos 24 minutos, com o lateral Michel, do Náutico. Ele soltou um chute de fora da área com violência e Rafael se esticou todo para evitar um vexame ainda maior no Maracanã. Cuca tentou mudar o ímpeto tricolor colocando João Paulo na vaga do apagado Marquinho – porém, o substituto não jogou a altura -, e Maicon no lugar de Mariano, passando Paulo César pra direita, João Paulo pra esquerda e o esquema para o 4-3-3. Não foi suficiente para dar a vitória ao tricolor carioca. Aliás, a palavra vitória não tem combinado com Fluminense no Brasileirão: São apenas três em todo o campeonato, sendo que a última foi há seis rodadas. O Náutico conseguiu um pontinho importantíssimo, que livrou o time da zona do rebaixamento.

Na próxima rodada, o Fluminense tem outro concorrente direto, o Botafogo, no Engenhão. O Náutico joga em casa contra o Grêmio, que ainda não venceu nenhuma fora de casa no campeonato.

Curtinhas:

- O Santo André esteve próximo de sair da zona do rebaixamento, mas vacilou nos últimos três minutos e perdeu para o Atlético-MG por 2 a 1. Wanderley, que fazia sua estreia pelo Ramalhão, fez o primeiro gol do jogo após falha do goleiro Bruno. Sem Cesinha, expulso, o Santo André recuou e terminou derrotado nos minutos finais. Aos 42, o atacante Eder Luís, que entrou na vaga de Rentería, empatou o jogo. E no último minuto, Diego Tardelli marcou o gol da vitória, que deixou o atacante ainda mais confiante em uma convocação para a seleção brasileira, já que Robinho foi cortado e não enfrenta o Chile.

- Na Ressacada, o Internacional conseguiu uma vitória importantíssima sobre o Avaí, a sensação do campeonato, por 2 a 0. Fabiano Eller, aos 34 do primeiro tempo, abriu o placar. No fim da primeira etapa, o Colorado perdeu Índio, expulso. Com Danny Morais no lugar de D’Alessandro, o Inter ainda conseguiu ampliar no finzinho do segundo tempo, com Magrão. Bolívar recebeu o segundo cartão amarelo e também foi expulso, mas aquela altura, era tarde pra uma reação do Avaí.

Classificação:

1º Palmeiras - 44
2º Internacional - 43
3º São Paulo - 40
4º Goiás - 39

5º Atlético-MG - 37
6º Corinthians - 36
7º Avaí - 34
8º Grêmio – 33 (9 vitórias)
9º Barueri – 33 (8 vitórias)
10º Santos - 32
11º Flamengo - 31
12º Vitória - 30
13º Cruzeiro - 29
14º Atlético-PR - 28
15º Coritiba - 26
16º Náutico - 25
17º Santo André - 24
18º Botafogo - 23
19º Sport - 20
20º Fluminense - 17

Jogo monótono entre rubro-negros não sai do zero

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Por Gabriel Seixas

Atlético-PR e Flamengo fizeram um jogo de baixíssimo nível técnico na Arena da Baixada. As duas equipes abusaram dos chutões e passes errados e não saíram do zero no marcador. O Atlético teve um domínio tímido da partida, até porque o Flamengo recuou com a expulsão de Willians, na metade do segundo tempo. Porém, não foi o suficiente para premiar a torcida com uma vitória.

Novidades de última hora nas equipes

Antônio Lopes tinha apenas uma dúvida para escalar o time pro confronto contra o Flamengo. Paulo Baier, que sentiu uma lesão na partida contra o Botafogo pela Sul-Americana neste meio de semana, era dúvida, mas foi liberado pelo departamento médico. O retrospecto do treinador desde a sua volta ao clube era animador: cinco vitórias em sete jogos, que afastaram a equipe da zona do rebaixamento.

Do lado do rubro-negro carioca, também havia apenas um mistério: Andrade não sabia se começava com o volante Maldonado de início, tendo também a opção do zagueiro David, fazendo o time retomar o esquema com três zagueiros. O técnico optou pelo primeiro, optando pelo esquema clássico 4-4-2. O Flamengo estava animado, sobretudo pela promessa da diretoria: 50 mil reais repartidos entre jogadores e comissão técnica (aproximadamente 24 profissionais) em caso de vitória na Arena da Baixada.

Primeira etapa sonolenta

Nos primeiros minutos, o Atlético-PR dava pinta de que teria as ações ofensivas da partida. Assustou logo aos três minutos, quando Paulo Baier cobrou falta da esquerda e Alex Mineiro cabeceou por cima do gol de Bruno.

A melhor chance da primeira etapa também veio com Alex Mineiro, aos 15 minutos. O atacante recebeu bom passe de Marcinho (os jogadores do Flamengo pediram falta em sua dividida com Álvaro) e ficou de frente com Bruno. O goleiro se agigantou e espalmou o chute pra escanteio.

Não havia organização tática em nenhuma das duas equipes. Ambos os times começaram a provar porque estão mal no Campeonato: muitos passes errados, excesso de faltas e pouquíssimas finalizações. O gramado da Arena também não ajudava – estava muito escorregadio. O Atlético tentava explorar as boas descidas de Wesley pela direita, sem sucesso. O Flamengo quase não chegava ao ataque, e chutou efetivamente ao gol apenas no minuto final do primeiro tempo. Denis Marques arriscou chute de fora da área, que desviou em Rhodolfo e enganou o goleiro Galatto. Pra sorte dele, a bola foi pra escanteio. Aliás, essa foi a única finalização do Flamengo em toda a partida. Foi uma das piores exibições do rubro-negro carioca no campeonato.

Polêmica antes do segundo tempo; Depois, sono...

Antônio Lopes, treinador do Furacão, se mostrou irritado durante toda a primeira etapa com diversas marcações da arbitragem. Como “prêmio”, foi expulso no intervalo por atitude inconveniente. O treinador ficou irritado, fez ameaças e ofendeu o auxiliar Altemir Hausmann. Foi precisa a ajuda da polícia para retirar o “delegado” do gramado.

Passada a polêmica, o Atlético voltou com uma alteração para o segundo tempo: O inoperante Marcinho deu lugar a Wallyson, que começou muito bem a partida, mas depois foi sumindo e quase não apareceu mais. Se no primeiro tempo as jogadas de perigo do Furacão eram com Wesley pela direita, na segunda etapa foi explorado o lado esquerdo, com o lateral Márcio Azevedo. Na sua melhor jogada, aos 17 minutos, ele cruzou pra área, e Paulo Baier, sem marcação, furou na tentativa de peixinho.

O Flamengo roubou a cena aos 20 minutos. Mas não foi em nenhuma finalização perigosa ou um contra-ataque fulminante. O volante Willians, que havia recebido cartão amarelo no primeiro tempo, disputou bola com Márcio Azevedo, deixou o braço no rosto do lateral do Atlético e foi expulso sem o segundo cartão amarelo pelo árbitro Leandro Vuaden.

Com dez em campo, o Flamengo abdicou de vez do ataque. Andrade repôs a perda de Willians colocando o volante Lenon na vaga de Petkovic, recuando Zé Roberto para a função de armador e isolando Denis Marques na frente. O Atlético reagiu com a entrada de Raul na vaga de Rafael Miranda, buscando reforçar o lado direito, que era pouco explorado pelo time dentro de campo.

Porém, não teve jeito. Os dois times continuavam apresentando os mesmos erros primordiais, e não jogaram o suficiente para sair com a vitória. Andrade tentou colocar o atacante Bruno Mezenga para acender o sinal verde, mas logo recuou novamente o time com a entrada de David na vaga do atacante Denis Marques. Sim, o Fla terminou o jogo com três zagueiros, três volantes, nenhum armador e apenas com Mezenga na frente. Foi o retrato de como se comportou o time durante os 90 minutos. O Atlético também não criou mais nada, e o resultado foi mais do que justo pelo que os times fizeram (ou não fizeram) durante a partida.

Curtinhas:

- No Serra Dourada, o Goiás recebeu o Coritiba com amplo favoritismo, mas apenas empatou em casa por 2 a 2. O esmeraldino começou atrás no marcador com gol de Ariel, o substituto do destaque do Coxa, Marcelinho Paraíba, que estava suspenso. Felipe, de falta e Léo Lima viraram o placar para o Goiás. Foi quando Ariel roubou novamente a cena: Harlei saiu mal do gol, Leandro Donizeti tocou para Ariel na área, e o atacante argentino, de costas, matou no peito e acertou uma bicicleta clássica, no cantinho. O gol mais bonito do campeonato!

- Já o Cruzeiro, no Mineirão, perdeu de virada para o São Paulo por 2 a 1. Diego Renan tabelou com Gilberto e deixou o Cruzeiro em vantagem pro intervalo. Aí, Ricardo Gomes colocou Marlos na volta para o segundo tempo, e ele fez o gol de empate. O técnico mexeu novamente, colocando Borges no lugar de Washington. E o matador, que havia acabado de entrar, selou a vitória do ‘Jason’, mais firme do que nunca no G-4.

Brasil vence Argentina e carimba passaporte pra África 2010

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Por Gabriel Seixas

O maior clássico da América do Sul era decisivo para as duas seleções. O Brasil, com a combinação de resultados obtida, precisava apenas de uma vitória para, com três rodadas de antecedência, garantir passaporte antecipado para a Copa de 2010. Já os hermanos precisavam recuperar a confiança e se isolar no grupo dos quatro que vão a próxima Copa. Porém, nossa seleção foi mais eficiente, e venceu com superioridade por 3 a 1, sem se intimidar com a pressão feita pelos torcedores no acanhado estádio de Rosario. O zagueiro Luisão, que ganhou espaço na equipe titular com a contusão de Juan, e o artilheiro Luís Fabiano, duas vezes, marcaram para o Brasil – aliás, nosso camisa 9 se isolou na artilharia das eliminatórias, com nove gols. Dátolo fez um bonito gol para os argentinos, insuficiente para deixar o estádio com a vitória prometida pelo técnico Maradona.

Os escolhidos para o duelo...

O técnico Dunga tinha apenas duas dúvidas para escalar nossa seleção contra a Argentina: Na zaga, sem o titular Juan, Luisão foi o escolhido para ser o companheiro de Lúcio. E, no meio-campo, Elano confirmou o favoritismo e ganhou a vaga de Ramires.

Maradona vivia a angústia de escalar uma seleção desfigurada contra o Brasil, sobretudo na zaga. Sebá e Otamendi fizeram a dupla de zaga, que se mostrou desentrosada e muito lenta. O meia Dátolo, que fazia sua segunda partida pela seleção – e foi uma das novidades que Maradona lançou e deu certo -, atuou desde o início. Verón também começou como titular, mas não fez sua presença ser notada em campo.

Brasil tem paciência e abre boa vantagem

O jogo começou muito truncado, com as duas seleções buscando o primeiro gol, que em tese, daria mais tranquilidade durante a sequência do jogo. A Argentina começou assustando de início, aos 12 minutos quando a defesa brasileira deu espaço para Messi chutar de fora da área, rente ao ângulo de Júlio César. Aliás, esse foi o problema da seleção brasileira durante o jogo: Deixar espaço para os argentinos arriscarem chutes de longa distância com faclidade.

Com sete dos onze titulares pendurados com dois cartões amarelos, a chance de jogadores deixarem de enfrentar o Chile era periclitante. Lúcio e Kaká receberam cartões amarelos, e como estavam pendurados, não jogam a partida deste meio de semana em Salvador. Mais tarde, Luís Fabiano e Ramires também foram "amarelados", somando quatro desfalques para o jogo contra o Chile.

Mas o foco tinha que estar na partida que estava sendo disputada, e o Brasil não deu sopa para o azar. Aos 23 minutos, os dois jogadores que não tinham suas escalações confirmadas construíram a jogada do gol. Elano cobrou falta com perfeição da direita, e Luisão, livre, cabeceou no canto esquerdo de Andújar.

A bola parada era mesmo um pesadelo para os argentinos. Aos 30, Elano cobrou falta da ponta esquerda, de longe. Na tentativa de encobrir a barreira, acabou acertando-a. A bola respingou para Kaká, que foi até a linha de fundo e cruzou rasteiro, pra trás, para Maicon. O lateral-direito acertou um chute rasteiro de perna esquerda, que Andújar espalmou nos pés de Luís Fabiano, que não perdoou: 2 a 0 Brasil na casa dos hermanos. Silêncio total em Rosario.

Antes do intervalo, mais uma oportunidade de gol para cada lado. Aos 37 minutos, Tévez fez boa jogada pela direita e cruzou rasteiro para Maxi Rodríguez, que estava cara a cara com Júlio César. Mas o goleiro brasileiro provou que é o melhor do mundo, e fechou o ângulo do argentino, fazendo uma defesa sensacional de pé esquerdo. O Brasil teve oportunidade clara de marcar o terceiro gol, novamente na bola parada. Elano cobrou falta da esquerda e Luisão cabeceou para o gol, obrigando Andújar a fazer uma defesa espetacular.

Maradona mexe, Argentina reage, mas Brasil mata o jogo

Maradona estava angustiado, nervoso, sabia que precisava agir para seu time buscar o resultado. Então, fez uma troca de jogadores que atuam no Atlético de Madrid: Tirou o meia Maxi Rodríguez para a entrada do atacante – e seu genro – Agüero, mudando o esquema para o ousado 4-3-3.

Então, os hermanos passaram a ter o controle do jogo, mas não convertiam posse de bola em finalizações. E, quando conseguiram, acertaram o gol de Júlio César. Dátolo recebeu bola na esquerda, e encontrou tempo para avançar, ajeitar e mandar uma bomba de fora da área, no ângulo de Júlio César. O melhor goleiro do mundo não evitou um chute indefensável, que colocava a Argentina novamente no jogo.

Quem pensou que o Brasil fosse recuar para segurar a vitória, se enganou. A jogada de dois craques decidiu, definitivamente o jogo. Kaká recebeu no círculo do meio-campo, e esperou o momento certo para dar um passe em profundidade para Luís Fabiano, nas costas de Otamendi. O camisa 9 da seleção brasileira dominou e deu um toque sutil por cima de Andújar, fazendo a festa da pequena torcida brasileira que estava presente.

Então Maradona jogava suas últimas cartadas, colocando Diego Milito na vaga de Tévez. E o atacante da Inter teve duas oportunidades de diminuir o placar, todas evitadas por Júlio César, companheiro de clube de Milito. Dunga também mexeu, colocando Daniel Alves, Adriano (que voltava a seleção) e Ramires. Este último poderia ter feito o quarto gol se tivesse chegado a tempo num cruzamento forte e rasteiro de Daniel Alves pela direita. Ele se esticou, mas não alcançou. E nem precisou. O Brasil garantiu vaga na próxima Copa com três rodadas de antecedência, e de quebra, saiu com aplausos da fanática torcida argentina. Por essa, nem Maradona esperava.

Os outros jogos e a classificação das Eliminatórias da América do Sul você confere num giro especial do Esporte é Vida, que acompanhou todas as partidas que agitaram o planeta bola neste fim de semana. Não perca!

Sport vence Botafogo em “jogo de seis pontos”

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Por Gabriel Seixas

Sport e Botafogo entraram em campo com missões semelhantes. O time pernambucano buscava diminuir a diferença de pontos para os outros times – eram sete pontos para o Santo André, o primeiro fora da zona -, enquanto para o Botafogo, só a vitória interessava para deixar a degola. Mas o Leão da Ilha começou avassalador: Nos primeiros sete minutos marcou 2 gols e segurou a vantagem, tendo sua retranca furada apenas por uma boa cobrança de falta de Juninho. Fabiano e Wilson marcaram para o Sport.

Jogar pra frente para aliviar a pressão

Péricles Chamusca montou um esquema ousado para enfrentar o Botafogo. Um 4-2-2-2 clássico, com dois meias armadores que chegam muito bem na frente – o habilidoso Luciano Henrique e o artilheiro Fabiano -, e dois jogadores que se completam na frente: O boliviano Arce, que incomodou atuando pelas pontas, e Wilson, a figura do centroavante na equipe. A bola parada era a principal opção para sair com a vitória: Afinal, para chutar direto ao gol, Andrade se mostrou eficiente. E para mandar um “chuveirinho” pra área, vários jogadores que tem, nos seus pontos fortes, o jogo aéreo, sobretudo os zagueiros.

Pelo lado alvinegro, Estevam Soares buscava a sua primeira vitória no comando do Botafogo. O técnico havia feito cinco jogos, com três empates e duas derrotas. Para isso, apostou na única novidade na equipe: O armador Michael, que esteve em condições de jogar, mas acabou saindo, contundido, ainda no primeiro tempo. Sem Reinaldo no ataque, a contestada dupla André Lima e Victor Simões permaneceu no onze inicial.

Sete minutos para derrubar o Alvinegro

De fato, Péricles Chamusca armou um time ofensivo, que dava toda a pinta de que ia jogar pra frente. Mas não se esperava um time tão avassalador, que em sete minutos, pudesse praticamente decidir a partida. Logo aos quatro, Luciano Henrique apareceu na ponta esquerda e cruzou para Fabiano, que apareceu livre na área para cabecear forte pro fundo das redes de Flávio.

Não deu nem tempo para o Botafogo se reestruturar na partida, em busca do empate. Três minutos depois, novamente Luciano Henrique, o principal articulador de jogadas e que caía pelos dois flancos constantemente, apareceu no meio e deu um passe rasteiro nas costas da zaga do Botafogo, que encontrou Wilson livre. O atacante só bateu na saída de Flávio, que aceitou o chute.

Os cariocas demoraram, mas pareciam ter acordado na partida, quando Leandro Guerreiro recebeu bom passe na área, mas chutou em cima de Magrão. Aliás, Magrão operou um milagre na última chance clara de gol do primeiro tempo: Lúcio Flávio cobrou escanteio, André Lima escorou de cabeça, no cantinho, mas o goleiro do Sport voou para salvar o gol. O rubro-negro permambucano saía com uma boa vantagem para o intervalo, enquanto Estevam Soares quebrava a cabeça para fazer o trio Lúcio Flávio, André Lima e Victor Simões jogar – sobretudo os dois últimos, que estavam muito mal -, e como se não bastasse, ainda perdeu Michael no primeiro tempo. Ele era um dos poucos que tentava participar do jogo, mas acabou tendo que ceder lugar a Jônatas, que acerta passes difíceis, mas é bastante acomodado dentro das quatro linhas e não mostra nenhuma vibração.

Botafogo acerta o pé, mas sai derrotado

Precisando buscar o resultado para não terminar a rodada na zona do rebaixamento, o time do Botafogo parecia ter ouvido os apelos de Estevam Soares e voltou ligado para a etapa final. Aos quatro minutos, Jônatas chutou de fora da área e Magrão fez boa defesa. Foi uma das raras oportunidades que o jogador do Botafogo criou durante o jogo.

Aos nove minutos, o Botafogo se utilizou de uma jogada característica nos últimos jogos: A bola parada, que não era só privilégio do Sport. Juninho se preparou para cobrar falta da ponta-esquerda, da entrada da área e bateu muito forte, em cima de Magrão. O goleiro aceitou e viu a bola morrer nas redes.

Para buscar o 12º empate em 23 jogos no campeonato, o Botafogo sentia a falta de um articulador, ou de jogadas envolventes pelas laterais. Alguns jogadores tentavam aparecer como elemento surpresa, caso de Leandro Guerreiro, que cruzou para Victor Simões na área. Porém, o atacante cabeceou fraco e não dificultou para Magrão.

O time do Sport não era mais o mesmo da primeira etapa, e com as alterações feitas durante o jogo, quebrou o ritmo. E isso quase lhe custou caríssimo nos minutos finais, quando o Botafogo tomava conta do jogo, mas por sorte, não concluía em gol. Os dois times permanecem na zona e rebaixamento: O Sport em situação mais complicada, em penúltimo com apenas 20 pontos. O Botafogo está uma posição a frente, com 23 pontos.

Curtinhas:

- O Palmeiras recebeu o Barueri no Palestra Itália. E não foi fácil manter a liderança, porque o caçula paulista deu trabalho, sobretudo no primeiro tempo – onde dominou as ações da partida. Porém, o Verdão conseguiu abrir o placar no segundo tempo, numa cabeçada de Diego Souza. Outro destaque positivo da partida era a reestreia de Vagner Love com a camisa do Palmeiras, e ele também deixou sua marca. Num pênalti marcado de Daniel Marques em Obina – que, por sinal, o atacante alviverde escorregou -, Love bateu com força no meio e aumentou a vantagem. Leandro Castan descontou para o Barueri, mas o placar ficou mesmo em 2 a 1 para o alviverde (que está cada vez menos alviverde com seu uniforme azul).

- No Olímpico, o Grêmio por pouco não viu sua série invicta em casa no Brasileirão ir por água abaixo. Isso porque o Vitória entrou em campo com um propósito de explorar contra-ataques, e em um deles, marcou com Neto Berola. O Grêmio evitou a derrota nos minutos finais do segundo tempo, quando Tcheco (que começou na reserva) cruzou da direita e Jonas, acertou, com o pé direito, um lindo chute de primeira no canto de Viáfara. Os gaúchos alcançaram uma marca histórica: um ano sem derrota no alçapão gaúcho.

Série B: Vasco deixa vitória escapar, mas permanece na ponta

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Por Gabriel Seixas

A 22ª rodada da Série B reservou o confronto entre os dois líderes do campeonato, Atlético-GO e Vasco. Os goianos abriram 2 a 0, os cariocas empataram e só não saíram com a vitória porque Carlos Alberto desperdiçou um pênalti. Guarani e Ceará permanecem mais firme do que nunca no G-4, enquanto Duque de Caxias e Fortaleza perderam mais uma e desperdiçaram chance de sair da zona do rebaixamento. Confira um panorama dos resultados que agitaram a segunda divisão:

Portuguesa 3x1 Figueirense

O reencontro da Lusa com o torcedor após os incidentes lamentáveis envolvendo seguranças armados ameaçando jogadores no vestiário não poderia ser melhor. Com a presença do técnico Vagner Benazzi a beira do gramado, substituindo René Simões, que pediu o boné, o time da Portuguesa bateu o Figueirense por 3 a 1 e volta a almejar uma vaga no G-4 da Série B. O time catarinense também estreava novo treinador, Márcio Araújo, que ainda não resolveu os problemas do time de imediato. Marco Antônio marcou o primeiro da Lusa após cruzamento de Anderson Paim. Ainda no primeiro tempo, Egídio empatou para os catarinenses. Porém, a expulsão de Jeovânio freou a reação do Figueira, que ainda tomou gols de Preto Costa e Zé Carlos, que marcou seu primeiro gol desde quando foi contratado junto ao Cruzeiro.

Duque de Caxias 0x1 Bragantino

A situação do Duque de Caxias piora a cada rodada. Mesmo agora sob o comando de Gilson Kleina, os cariocas não superaram suas limitações técnicas e foram derrotados pelo Bragantino por 1 a 0. Com o resultado, o Duque permanece com 24 pontos, ainda na zona do rebaixamento, em 17º. O gol da vitória foi de Lúcio, e com a expulsão de Mário para o Bragantino no fim do primeiro tempo, os paulistas foram precisos ser valentes para segurar o resultado.

Guarani 3x0 Campinense

O Guarani espantou a zebra e bateu fácil o Campinense, no Brinco de Ouro por 3 a 0. Os paulistas confirmaram a boa campanha em casa, e marcaram rapidamente com um golaço de Fabinho. Ney Paraíba e Eduardo completaram o placar, que deixaram o Bugre ainda mais firme na terceira posição, com 40 pontos. Os paraibanos tiveram sua série de cinco jogos e cinco vitórias interrompida – que incluía o 100% de aproveitamento no returno –, e com a vitória do ABC, caíram para a lanterna com 20 pontos.

Ipatinga 0x0 Ponte Preta

Outro time que estreou novo técnico foi a Ponte Preta, agora assumida por Márcio Bittencourt. Porém, o time continuou bastante previsível, e não passou de um frustrante empate sem gols contra o Ipatinga, que deixa o time ainda mais longe do G-4 – a oito pontos do 4º colocado, Ceará. O Tigre mineiro continua na posição intermediária da tabela, porém em número de pontos está bem mais próximo da zona do rebaixamento.

Paraná 2x1 América-RN

O Paraná interrompeu a série de três jogos sem derrota e bateu o América-RN, em casa por 2 a 1, melhorando a irregular campanha do time como mandante. Para isso, o time contou com uma atuação inspirada de Davi, autor dos dois gols do tricolor – sendo um de pênalti. Max descontou para os potiguares, que fizeram sua primeira partida sem o craque do time, Fábio Neves – negociado com o Fluminense. Nem a vitória sobre o Guarani na rodada passada fez o time embalar, deixando os potiguares numa situação complicada com 26 pontos, apenas dois a mais que o Duque de Caxias, o primeiro da zona do rebaixamento. O Paraná está em situação menos desesperadora, em 12º com 28 pontos.

Atlético-GO 2x2 Vasco

Um jogo digno de duas equipes de Série A. Atlético-GO e Vasco protagonizaram uma partida repleta de emoções, que terminou no empate em 2 a 2. Foi também um jogo de muita polêmica, dentro e fora de campo. Erros de arbitragem nas quatro linhas, e promoção para quem fosse com a camisa do Flamengo (rival do Vasco e das mesmas cores do Atlético) para o estádio. O Vasco esteve próximo de abrir o placar em cobrança de falta de Amaral, mas em três minutos, vacilou e sofreu dois gols. O primeiro foi do zagueiro Jairo, de cabeça após cobrança de escanteio, contando com a falha do goleiro Fernando Prass, que saiu mal do gol. O segundo foi originado de uma bela jogada de Pituca pela esquerda, que cortou vários defensores vascaínos, chegou ao flanco e cruzou rasteiro pra trás, para Juninho tirar do alcance de Fernando Prass. No fim do primeiro tempo, Élton cruzou e a bola resvalou no braço de Antônio Carlos. O juiz viu pênalti, que Carlos Alberto converteu. Na etapa final, Paulo Sérgio cobrou escanteio na direita e Fábio Gomes, que dividiu com o atacante vascaíno Élton, acabou cabeceando contra o próprio gol. O árbitro deu gol para Élton. Nos minutos finais, Carlos Alberto teve a chance de fazer o gol da vitória em cobrança de pênalti, mas se atrapalhou na paradinha e chutou fraco para defesa do goleiro Márcio, que por sinal, se adiantou bastante na cobrança.

São Caetano 3x1 Vila Nova

O São Caetano sofreu, mas venceu o Vila Nova e segue firme em busca de uma vaga no G-4 da Série B. Mas quase que o Vila coloca água no chope do Azulão, quando saiu na frente com um gol de cabeça de Otacílio. Antes do intervalo, o São Caetano virou o jogo, com gols de Anderson Marques e um golaço de falta de Adriano. Na etapa final os paulistas se impuseram no jogo, e Everton Ribeiro fechou o caixão dos goianos, que ainda tiveram o zagueiro Leonardo expulso. O São Caetano continua em 5º, a quatro pontos do Ceará.

ABC 2x1 Juventude

O ABC conseguiu uma vitória importante, em casa, sobre o Juventude. Os potiguares deixaram a lanterna para o Campinense, e podem sair, mesmo que numa combinação improvável de resultados, da zona do rebaixamento na próxima rodada. Audálio botou o ABC na frente, mas logo Léo Dias empatou. Na etapa final, Júnior Negão girou na área e bateu de canhota no ângulo do goleiro Juninho, para alegria da torcida abcdista. O Juventude continua a um passo da zona da degola, em 16º com 24 pontos, mesmo número do Duque de Caxias, o primeiro da zona.

Ceará 2x1 Bahia

E o Ceará continua impossível! Depois de surpreender o Vasco em pleno Maracanã, o Vovô se impôs e bateu o Bahia, em casa, por 2 a 1. Geraldo, de pênalti, começou a botar ordem na casa. Mota marcou o segundo. Aliás, o atacante em três partidas pelo Ceará, já marcou três gols. Nádson tentou colocar os baianos no jogo, mas já era tarde. O Bahia está cada vez mais longe do G-4, em 10º com 30 pontos, dez a menos que o Ceará, o último dos quatro times que garantiriam acesso para a primeirona do ano que vem.

Brasiliense 1x0 Fortaleza

O Brasiliense se recuperou do trauma sofrido no tapetão com a perda de três pontos, vencendo o ameaçado Fortaleza, em casa, pelo placar mínimo. Iranildo fez o gol salvador dos candangos, que deixaram o time em 13º, com 27 pontos. O tricolor cearense permanece na zona do rebaixamento, em 18º com apenas 22 pontos em 22 jogos.

Classificação:

1º Vasco – 43
2º Atlético/GO – 41
3º Guarani – 40 (12 vitórias)
4º Ceará – 40 (11 vitórias)
5º São Caetano – 36
6º Portuguesa – 34
7º Figueirense – 33 (10 vitórias)
8º Bragantino – 33 (9 vitórias)
9º Ponte Preta – 32
10º Bahia – 30
11º Ipatinga – 29
12º Paraná – 28
13º Brasiliense – 27
14º América-RN – 26 (8 vitórias)
15º Vila Nova – 26 (7 vitórias)
16º Juventude – 24 (6 vitórias, saldo -3)
17º Duque de Caxias – 24 (6 vitórias, saldo -11)
18º Fortaleza – 22
19º ABC - 21
20º Campinense - 20