domingo, 6 de setembro de 2009

Jogo monótono entre rubro-negros não sai do zero

Share |

Por Gabriel Seixas

Atlético-PR e Flamengo fizeram um jogo de baixíssimo nível técnico na Arena da Baixada. As duas equipes abusaram dos chutões e passes errados e não saíram do zero no marcador. O Atlético teve um domínio tímido da partida, até porque o Flamengo recuou com a expulsão de Willians, na metade do segundo tempo. Porém, não foi o suficiente para premiar a torcida com uma vitória.

Novidades de última hora nas equipes

Antônio Lopes tinha apenas uma dúvida para escalar o time pro confronto contra o Flamengo. Paulo Baier, que sentiu uma lesão na partida contra o Botafogo pela Sul-Americana neste meio de semana, era dúvida, mas foi liberado pelo departamento médico. O retrospecto do treinador desde a sua volta ao clube era animador: cinco vitórias em sete jogos, que afastaram a equipe da zona do rebaixamento.

Do lado do rubro-negro carioca, também havia apenas um mistério: Andrade não sabia se começava com o volante Maldonado de início, tendo também a opção do zagueiro David, fazendo o time retomar o esquema com três zagueiros. O técnico optou pelo primeiro, optando pelo esquema clássico 4-4-2. O Flamengo estava animado, sobretudo pela promessa da diretoria: 50 mil reais repartidos entre jogadores e comissão técnica (aproximadamente 24 profissionais) em caso de vitória na Arena da Baixada.

Primeira etapa sonolenta

Nos primeiros minutos, o Atlético-PR dava pinta de que teria as ações ofensivas da partida. Assustou logo aos três minutos, quando Paulo Baier cobrou falta da esquerda e Alex Mineiro cabeceou por cima do gol de Bruno.

A melhor chance da primeira etapa também veio com Alex Mineiro, aos 15 minutos. O atacante recebeu bom passe de Marcinho (os jogadores do Flamengo pediram falta em sua dividida com Álvaro) e ficou de frente com Bruno. O goleiro se agigantou e espalmou o chute pra escanteio.

Não havia organização tática em nenhuma das duas equipes. Ambos os times começaram a provar porque estão mal no Campeonato: muitos passes errados, excesso de faltas e pouquíssimas finalizações. O gramado da Arena também não ajudava – estava muito escorregadio. O Atlético tentava explorar as boas descidas de Wesley pela direita, sem sucesso. O Flamengo quase não chegava ao ataque, e chutou efetivamente ao gol apenas no minuto final do primeiro tempo. Denis Marques arriscou chute de fora da área, que desviou em Rhodolfo e enganou o goleiro Galatto. Pra sorte dele, a bola foi pra escanteio. Aliás, essa foi a única finalização do Flamengo em toda a partida. Foi uma das piores exibições do rubro-negro carioca no campeonato.

Polêmica antes do segundo tempo; Depois, sono...

Antônio Lopes, treinador do Furacão, se mostrou irritado durante toda a primeira etapa com diversas marcações da arbitragem. Como “prêmio”, foi expulso no intervalo por atitude inconveniente. O treinador ficou irritado, fez ameaças e ofendeu o auxiliar Altemir Hausmann. Foi precisa a ajuda da polícia para retirar o “delegado” do gramado.

Passada a polêmica, o Atlético voltou com uma alteração para o segundo tempo: O inoperante Marcinho deu lugar a Wallyson, que começou muito bem a partida, mas depois foi sumindo e quase não apareceu mais. Se no primeiro tempo as jogadas de perigo do Furacão eram com Wesley pela direita, na segunda etapa foi explorado o lado esquerdo, com o lateral Márcio Azevedo. Na sua melhor jogada, aos 17 minutos, ele cruzou pra área, e Paulo Baier, sem marcação, furou na tentativa de peixinho.

O Flamengo roubou a cena aos 20 minutos. Mas não foi em nenhuma finalização perigosa ou um contra-ataque fulminante. O volante Willians, que havia recebido cartão amarelo no primeiro tempo, disputou bola com Márcio Azevedo, deixou o braço no rosto do lateral do Atlético e foi expulso sem o segundo cartão amarelo pelo árbitro Leandro Vuaden.

Com dez em campo, o Flamengo abdicou de vez do ataque. Andrade repôs a perda de Willians colocando o volante Lenon na vaga de Petkovic, recuando Zé Roberto para a função de armador e isolando Denis Marques na frente. O Atlético reagiu com a entrada de Raul na vaga de Rafael Miranda, buscando reforçar o lado direito, que era pouco explorado pelo time dentro de campo.

Porém, não teve jeito. Os dois times continuavam apresentando os mesmos erros primordiais, e não jogaram o suficiente para sair com a vitória. Andrade tentou colocar o atacante Bruno Mezenga para acender o sinal verde, mas logo recuou novamente o time com a entrada de David na vaga do atacante Denis Marques. Sim, o Fla terminou o jogo com três zagueiros, três volantes, nenhum armador e apenas com Mezenga na frente. Foi o retrato de como se comportou o time durante os 90 minutos. O Atlético também não criou mais nada, e o resultado foi mais do que justo pelo que os times fizeram (ou não fizeram) durante a partida.

Curtinhas:

- No Serra Dourada, o Goiás recebeu o Coritiba com amplo favoritismo, mas apenas empatou em casa por 2 a 2. O esmeraldino começou atrás no marcador com gol de Ariel, o substituto do destaque do Coxa, Marcelinho Paraíba, que estava suspenso. Felipe, de falta e Léo Lima viraram o placar para o Goiás. Foi quando Ariel roubou novamente a cena: Harlei saiu mal do gol, Leandro Donizeti tocou para Ariel na área, e o atacante argentino, de costas, matou no peito e acertou uma bicicleta clássica, no cantinho. O gol mais bonito do campeonato!

- Já o Cruzeiro, no Mineirão, perdeu de virada para o São Paulo por 2 a 1. Diego Renan tabelou com Gilberto e deixou o Cruzeiro em vantagem pro intervalo. Aí, Ricardo Gomes colocou Marlos na volta para o segundo tempo, e ele fez o gol de empate. O técnico mexeu novamente, colocando Borges no lugar de Washington. E o matador, que havia acabado de entrar, selou a vitória do ‘Jason’, mais firme do que nunca no G-4.

Nenhum comentário: