domingo, 6 de setembro de 2009

Sport vence Botafogo em “jogo de seis pontos”

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Por Gabriel Seixas

Sport e Botafogo entraram em campo com missões semelhantes. O time pernambucano buscava diminuir a diferença de pontos para os outros times – eram sete pontos para o Santo André, o primeiro fora da zona -, enquanto para o Botafogo, só a vitória interessava para deixar a degola. Mas o Leão da Ilha começou avassalador: Nos primeiros sete minutos marcou 2 gols e segurou a vantagem, tendo sua retranca furada apenas por uma boa cobrança de falta de Juninho. Fabiano e Wilson marcaram para o Sport.

Jogar pra frente para aliviar a pressão

Péricles Chamusca montou um esquema ousado para enfrentar o Botafogo. Um 4-2-2-2 clássico, com dois meias armadores que chegam muito bem na frente – o habilidoso Luciano Henrique e o artilheiro Fabiano -, e dois jogadores que se completam na frente: O boliviano Arce, que incomodou atuando pelas pontas, e Wilson, a figura do centroavante na equipe. A bola parada era a principal opção para sair com a vitória: Afinal, para chutar direto ao gol, Andrade se mostrou eficiente. E para mandar um “chuveirinho” pra área, vários jogadores que tem, nos seus pontos fortes, o jogo aéreo, sobretudo os zagueiros.

Pelo lado alvinegro, Estevam Soares buscava a sua primeira vitória no comando do Botafogo. O técnico havia feito cinco jogos, com três empates e duas derrotas. Para isso, apostou na única novidade na equipe: O armador Michael, que esteve em condições de jogar, mas acabou saindo, contundido, ainda no primeiro tempo. Sem Reinaldo no ataque, a contestada dupla André Lima e Victor Simões permaneceu no onze inicial.

Sete minutos para derrubar o Alvinegro

De fato, Péricles Chamusca armou um time ofensivo, que dava toda a pinta de que ia jogar pra frente. Mas não se esperava um time tão avassalador, que em sete minutos, pudesse praticamente decidir a partida. Logo aos quatro, Luciano Henrique apareceu na ponta esquerda e cruzou para Fabiano, que apareceu livre na área para cabecear forte pro fundo das redes de Flávio.

Não deu nem tempo para o Botafogo se reestruturar na partida, em busca do empate. Três minutos depois, novamente Luciano Henrique, o principal articulador de jogadas e que caía pelos dois flancos constantemente, apareceu no meio e deu um passe rasteiro nas costas da zaga do Botafogo, que encontrou Wilson livre. O atacante só bateu na saída de Flávio, que aceitou o chute.

Os cariocas demoraram, mas pareciam ter acordado na partida, quando Leandro Guerreiro recebeu bom passe na área, mas chutou em cima de Magrão. Aliás, Magrão operou um milagre na última chance clara de gol do primeiro tempo: Lúcio Flávio cobrou escanteio, André Lima escorou de cabeça, no cantinho, mas o goleiro do Sport voou para salvar o gol. O rubro-negro permambucano saía com uma boa vantagem para o intervalo, enquanto Estevam Soares quebrava a cabeça para fazer o trio Lúcio Flávio, André Lima e Victor Simões jogar – sobretudo os dois últimos, que estavam muito mal -, e como se não bastasse, ainda perdeu Michael no primeiro tempo. Ele era um dos poucos que tentava participar do jogo, mas acabou tendo que ceder lugar a Jônatas, que acerta passes difíceis, mas é bastante acomodado dentro das quatro linhas e não mostra nenhuma vibração.

Botafogo acerta o pé, mas sai derrotado

Precisando buscar o resultado para não terminar a rodada na zona do rebaixamento, o time do Botafogo parecia ter ouvido os apelos de Estevam Soares e voltou ligado para a etapa final. Aos quatro minutos, Jônatas chutou de fora da área e Magrão fez boa defesa. Foi uma das raras oportunidades que o jogador do Botafogo criou durante o jogo.

Aos nove minutos, o Botafogo se utilizou de uma jogada característica nos últimos jogos: A bola parada, que não era só privilégio do Sport. Juninho se preparou para cobrar falta da ponta-esquerda, da entrada da área e bateu muito forte, em cima de Magrão. O goleiro aceitou e viu a bola morrer nas redes.

Para buscar o 12º empate em 23 jogos no campeonato, o Botafogo sentia a falta de um articulador, ou de jogadas envolventes pelas laterais. Alguns jogadores tentavam aparecer como elemento surpresa, caso de Leandro Guerreiro, que cruzou para Victor Simões na área. Porém, o atacante cabeceou fraco e não dificultou para Magrão.

O time do Sport não era mais o mesmo da primeira etapa, e com as alterações feitas durante o jogo, quebrou o ritmo. E isso quase lhe custou caríssimo nos minutos finais, quando o Botafogo tomava conta do jogo, mas por sorte, não concluía em gol. Os dois times permanecem na zona e rebaixamento: O Sport em situação mais complicada, em penúltimo com apenas 20 pontos. O Botafogo está uma posição a frente, com 23 pontos.

Curtinhas:

- O Palmeiras recebeu o Barueri no Palestra Itália. E não foi fácil manter a liderança, porque o caçula paulista deu trabalho, sobretudo no primeiro tempo – onde dominou as ações da partida. Porém, o Verdão conseguiu abrir o placar no segundo tempo, numa cabeçada de Diego Souza. Outro destaque positivo da partida era a reestreia de Vagner Love com a camisa do Palmeiras, e ele também deixou sua marca. Num pênalti marcado de Daniel Marques em Obina – que, por sinal, o atacante alviverde escorregou -, Love bateu com força no meio e aumentou a vantagem. Leandro Castan descontou para o Barueri, mas o placar ficou mesmo em 2 a 1 para o alviverde (que está cada vez menos alviverde com seu uniforme azul).

- No Olímpico, o Grêmio por pouco não viu sua série invicta em casa no Brasileirão ir por água abaixo. Isso porque o Vitória entrou em campo com um propósito de explorar contra-ataques, e em um deles, marcou com Neto Berola. O Grêmio evitou a derrota nos minutos finais do segundo tempo, quando Tcheco (que começou na reserva) cruzou da direita e Jonas, acertou, com o pé direito, um lindo chute de primeira no canto de Viáfara. Os gaúchos alcançaram uma marca histórica: um ano sem derrota no alçapão gaúcho.

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