quarta-feira, 30 de junho de 2010

Espanha vence duelo ibérico e enfrenta Paraguai no sábado

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Por Gabriel Seixas


- No intitulado ‘clássico ibérico’, apenas uma seleção fez por merecer a vitória. A Espanha, que ostenta o status de atual campeã da Eurocopa, sobrou em relação a Portugal. Isso envolve praticamente todos os quesitos: toque de bola, objetividade, qualidade técnica, etc. O placar de 1 a 0 foi mais do que justo, e poderia ter sido mais, não fosse o goleiro português Eduardo. É mais um arqueiro que se despede do Mundial com a sensação individual de dever cumprido, sofrendo apenas um gol (justamente o que eliminou o time) em quatro jogos.

- Portugal entrou em campo com a clara proposta de se defender, mas pecou por abdicar do ataque. Acabou dando espaço para a Espanha tocar a bola, e é justamente nesse quesito que a Fúria se sobressai. Fernando Torres, por duas vezes, deu trabalho a Eduardo. Portugal só cresceu na partida nos minutos finais, onde foi mais incisivo e deu trabalho. Tiago, aproveitando cruzamento de Fabio Coentrao, exigiu boa defesa de Casillas. O mesmo Casillas ainda defendeu uma cobrança de falta de Cristiano Ronaldo, companheiro de clube no Real Madrid, de maneira estranha.

- Com ampla superioridade na posse de bola (62%), a Espanha mais uma vez finalizou pouco na etapa inicial. Xabi Alonso não acertou um insinuante lançamento longo, Iniesta buscou pouco a partida, e Fernando Torres e David Villa eram pouco acionados. Na volta para a etapa final, Portugal continuou levando perigo nos contra-ataques. Na melhor chance, Puyol quase marca gol contra.

- Vicente del Bosque foi corajoso (e inteligente) ao sacar Fernando Torres do time ainda aos 13 minutos, dando lugar a Llorente. Visivelmente fora de forma, Torres rendeu menos do que se espera, e também desperdiçou oportunidades. Carlos Queiroz respondeu com a entrada de Danny na vaga de Hugo Almeida, o que fez com que Cristiano Ronaldo jogasse como referência, e consequentemente que seu futebol sumisse (aliás, em todo o jogo não apareceu).

- Quando finalmente se acertou no estádio Green Point, a Espanha não deu chances ao adversário. Aos 15 minutos, Eduardo fez ótima defesa em cabeçada de Llorente, e David Villa quase marca no rebote. Contudo, dois minutos depois, o artilheiro recém-contratado pelo Barcelona não perdoou. Em jogada que deve ser constante em seu novo clube, Iniesta tocou para Xavi, que de calcanhar, com muito estilo, deixou Villa na cara do gol. De frente para Eduardo, chutou cruzado, com estilo.

- O único gol que Portugal sofreu na Copa foi o 4º marcado por Villa, artilheiro da competição ao lado de Vittek, da eliminada Eslováquia, e de Higuaín, da Argentina (que pode ser adversária nas semifinais), com quatro gols. Nem as entradas de Pedro Mendes e Liedson deram nova cara aos portugueses, que continuaram sendo dominados. Em ótima jogada de Sergio Ramos pelo lado direito, Eduardo fez ótima defesa em chute cruzado aos 24 minutos.

- Aos 31, novamente Eduardo, o grande nome de Portugal em campo, defendeu espetacularmente um chute de fora da área de David Villa. Passados os sustos, Portugal não engatou um ataque que ameaçasse a tranquilidade de Casillas. Pelo contrário: teve medo do adversário, pecou pela previsibilidade e não contou com um grande dia do craque Cristiano Ronaldo, sacrificado pelo esquema tático de Carlos Queiroz.

- Como pontos positivos da seleção portuguesa, apenas Eduardo no gol, que deve garantir uma transferência para um clube grande após sua grande performance no Mundial, e a consolidação de Fabio Coentrao na lateral-esquerda. O atleta do Benfica foi regular em todas as partidas, inclusive na de hoje, caindo um pouquinho de produção no segundo tempo, é bem verdade.

- A Espanha ainda não alcançou a atuação da qual dela se espera, mas está muito próxima disso. Após a derrota na estreia para a Suíça, três vitórias e apenas um gol sofrido. O time vem se acertando aos poucos. David Villa faz até aqui uma Copa do Mundo excepcional, chamando a responsabilidade para si e marcando gols, como fazia de sobra no seu ex-clube, o Valencia. Xavi também vem sendo decisivo com suas assistências e ótima distribuição de jogo, assim como Iniesta, que aos poucos vai ganhando ritmo e recuperando a forma física. Que venha o Paraguai, no sábado.

- Quartas-de-final da Copa

Sexta – 02/07

11h – Brasil x Holanda – Porto Elizabeth
15h30 – Uruguai x Gana – Soccer City

Sábado – 03/07

11h – Argentina x Alemanha – Cidade do Cabo
15h30 – Espanha x Paraguai – Ellis Park