quinta-feira, 25 de julho de 2013

A América é alvinegra

Share |


O dia 25 de julho de 2013 será lembrado por todos os atleticanos. O dia que a torcida alvinegra se libertou de vários estigmas que agarravam o time mineiro. A conquista da América quebrou vários jejuns, o principal deles foi o fato de ter 42 anos que não conquistavam um título de relevância e este título veio em uma campanha épica e coroou uma justiça incomparável no mundo do futebol.

Apesar de vários sustos, muitos deles comparados a milagres, o Galo conseguiu ser o melhor durante a Libertadores toda. Atropelou o São Paulo nas oitavas de final, atropelou o Arsenal da Argentina nos dois jogos, ao todo o campeão da América fez 10 gols no time argentino.

Chegou a hora da decisão e, como diz o seu torcedor, sem emoção não é Galo. Por três vezes parecia que o jejum continuaria, mas a fé do atleticano conseguiu tirar o estigma de azarento que perseguia o time há anos. O que dizer do pé santo de Victor que defendeu o pênalti de Riascos, do Tijuana, aos 48 do segundo tempo? O que dizer do gol de Guilherme aos 38 da segunda etapa no jogo contra o Newell’s Old Boys? O que dizer da escorregada de Ferreyra do Olimpia no jogo desta quarta, após driblar Victor? São 3 momentos que jamais o atleticano vai esquecer e que são considerados milagres.

Falei no goleiro Victor, ele sai com status de herói pelas suas defesas de pênalti nos três últimos mata-mata, contra Tijuana, Newell’s e Olimpia. O título também se deve a Ronaldinho Gaúcho, que foi um “monstro” na primeira fase, porém caiu de rendimento nas fases finais, mas sua presença era muito importante como estrela mundial.

O R10 comandou um quarteto que será inesquecível no futebol brasileiro junto com Bernard, Jô e Tardelli. Os quatro enchiam os olhos dos torcedores com belos gols e jogadas inesquecíveis como os gols contra o São Paulo. O centroavante Jô coroou a campanha atleticana com a artilharia da Competição com sete gols.

Termino este texto falando do comandante deste timaço. Cuca, o que era considerado azarado, teve um papel importantíssimo na conquista atleticana ao apostar em jogadores que estavam renegados para o futebol, casos de Jô e Ronaldinho. Cuca nos mostrou que futebol bonito pode ganhar títulos de relevância.

Parabéns Atlético!!!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Os 15 dias que mudaram o país

Share |


Neste tempo de Copa das Confederações, muitos sentiram a ausência dos meus textos sobre as manifestações que mudaram o país. Passado o fim da competição-teste para a Copa do Mundo de 2014, venho ao blog fazer uma analogia entre o que aconteceu dentro e fora dos estádios e as conquistas que o povo brasileiro conseguiu nestes 15 dias.

A Seleção assim como a brasilidade estavam perdidos no tempo e precisavam ser ressuscitados. A Seleção não atraía olhares carinhosos da torcida desde a Copa de 2002 e o Povo parecia acomodado nos últimos vinte anos, desde o movimento dos “cara-pintadas”, que culminou na saída do Presidente Fernando Collor. O Brasil parecia ter perdido a sua identidade como brasileiro e atuante nos momentos importantes do país, nos últimos anos tivemos vários escândalos como o do Mensalão e não fizemos nada mais significantes.

A Seleção Brasileira também seguiu esse esquecimento por vários anos, jogos amistosos mais no exterior e jogadores pouco identificados com o torcedor brasileiro. Assistir jogo da Seleção não era mais um prazer, somado a isto fracas gerações que “pipocaram” nas últimas copas, 2006 e 2010, era uma coisa ruim.

O “Gigante Acordou” pela proximidade de um grande evento, a Copa das Confederações. Aquilo que começou por uma reinvindicação de redução de preço das passagens, se tornou um evento jamais presenciado por nossa geração, muito nova nos anos 90, um evento que tomou proporções sensacionais. Virou um grito de liberdade e de revolta da população contra as injustiças vistas no Brasil desde o Império, aquele sentimento de brasilidade que estava esquecido e parecia ter sumido, voltou com tudo nas manifestações e mobilizado pelas novas tecnologias, redes sociais.

A Seleção foi no mesmo caminho nas partidas da Copa das Confederações, começou simples e desacreditada e, jogo após jogo, vitória após vitória, conquistava a torcida com sua simplicidade e sua garra em campo, comandado pelo maestro Neymar, o ídolo maior de uma nova geração de jovens.

E foi caminhando juntamente, Seleção e manifestações, um aproveitando do outro, um fortalecendo o outro. Apesar de um ser objeto das manifestações, este sentimento de pátria voltou tanto dentro dos estádios como fora deles. Dentro dos estádios, o que foi visto foi um show, torcida cantando o hino nacional a todo pulmão. Fora deles, foi visto milhões de pessoas querendo um Brasil melhor e manifestando contra diversas coisas que estão erradas no país.

O resultado final foi um sucesso. O Show da seleção nos 3 a 0 contra a Espanha resgatou o orgulho da torcida com nosso time, a interação campo-arquibancada foi tão grande no Maracanã que eu me arrisco a dizer que jamais foi vista na história da Seleção Brasileira. Já as manifestações, além de unir o país, mostrou que o povo exerce um grande poder sobre os governantes, pois, a Presidente Dilma está trabalhando para cumprir as principais reinvindicações vindas das ruas e tornar o país um lugar melhor para se viver.

PARABÉNS BRASIL!!!!

Brasil massacra a Espanha e fatura a Copa das Confederações

Share |
Por Gabriel Seixas 

O gigante acordou. Não apenas nas ruas, mas também dentro de campo. O torcedor brasileiro já estava órfão de uma atuação de gala da seleção. E neste domingo, ela veio em grande estilo. Diante de um Maracanã lotado, com uma torcida inflamada. Mas principalmente, diante da melhor seleção do mundo, da atual campeã mundial e bicampeã europeia. Não foi qualquer vitória. Foi um 3 a 0 acachapante, que poderia ter sido um placar até maior diante da avalanche da equipe canarinho. O Brasil é tetracampeão da Copa das Confederações. Mais do que isso, é um time que mostra evolução e que pode brigar de igual pra igual pelo título da Copa do Mundo no ano que vem.

Mais de 73 mil pessoas compareceram ao Maracanã para conferir um espetáculo. O que poucos esperavam é que a magia, o jogo bonito, ficaria a cargo do Brasil. A Espanha, invicta há 29 jogos e que havia vencido 83 de suas 100 últimas partidas, era franca favorita para ficar com a taça. Depois de um jogo atípico contra a Itália, esperava-se que os espanhois recuperassem o “tiki-taka”, marca registrada desta grande equipe. A grande surpresa de Vicente del Bosque na escalação foi a entrada de Juan Mata no ataque, na vaga de David Silva.

O Brasil, por sua vez, veio com sua formação habitual. Para superar a melhor seleção do mundo, os comandados de Luiz Felipe Scolari sabiam que o caminho era pressionar a saída de bola adversária, marcar no campo de ataque e ser letal nos contra-ataques. Ou seja, fazer uma partida impecável. Pois a seleção fez mais do que isso. Tomou as rédeas da partida e mostrou a que veio logo no primeiro minuto. Hulk fez boa jogada pela direita e cruzou na área. Neymar não conseguiu o domínio, mas Fred, mesmo caído, empurrou a bola pras redes. Gol de artilheiro, de camisa 9. E gol que derrubou qualquer proposta de jogo dos espanhois.

A torcida foi ao delírio. Aliás, é importante destacar o quanto o torcedor brasileiro teve um papel espetacular no Maraca. No hino nacional, como de costume nessa Copa das Confederações, a torcida brasileira cantou o hino à capella. Um momento tocante, maravilhoso. Durante o jogo, os torcedores foram ainda mais ativos. Vaiaram o toque de bola espanhol, emendaram coros de “pentacampeão” e “o campeão voltou”...impuseram um verdadeiro caldeirão, com o qual talvez os espanhois não estejam nem um pouco acostumados.

Voltando ao jogo, o ritmo imposto pela seleção brasileira era assustador. A Espanha não encontrava espaço para tocar a bola confortavelmente. Luiz Gustavo e Paulinho fizeram um trabalho defensivo fabuloso no meio-campo, encurtando os espaços de Xavi e Iniesta. O clima era de tensão. Jogadores das duas equipes se desentendiam a cada instante, muitas faltas geravam polêmica. Numa delas, Arbeloa derrubou Neymar sem bola num contra-ataque onde o ex-santista arrancaria sozinho no campo de ataque. O árbitro, no entanto, deu apenas cartão amarelo para o espanhol. Elementos que ajudavam a instigar ainda mais a rivalidade entre as duas seleções – que não é histórica, diga-se de passagem.

A Espanha, por sua vez, aos poucos começava a entrar no jogo. Iniesta, fugindo de suas características, arriscou um chute de fora da área e obrigou Júlio César a fazer uma boa defesa. Mas a melhor chance da Fúria só viria minutos depois: Torres puxou um contra-ataque e serviu Mata, que deu ótimo passe para Pedro. Sozinho, o barcelonista bateu pro gol, deslocando Júlio César. A bola entraria, mas David Luiz, um monstro em campo, se esticou todo para salvar quase em cima da linha. A comemoração foi equivalente a de um gol, e não poderia ser diferente.

Mas foi apenas um susto. Depois disso, iniciou-se uma série de oportunidades desperdiçadas pela seleção brasileira, que tinha o controle total da partida. Na melhor delas, Fred saiu cara a cara com Casillas e bateu rasante, mas o goleiro do Real Madrid fez grande defesa. Quando tudo caminhava para o Brasil ir para o intervalo com a vantagem mínima, o gênio tirou o coelho da cartola. Ele, Neymar, fez a diferença. Em jogada criada de forma magistral por Oscar, o craque brasileiro recebeu dentro da área e finalizou com precisão de perna esquerda, fazendo o Maracanã explodir de alegria.

A Espanha voltou para o segundo tempo com uma alteração: Arbeloa, que já tinha cartão amarelo e levava um baile de Neymar, foi substituído por Azpilicueta. Para azar da Fúria, a alteração não surtiu efeito. O Brasil começou a etapa final da mesma maneira que iniciou o jogo. Ou seja, marcando gol. Após bom passe de Oscar (e um corta-luz inteligentíssimo de Neymar), Fred recebeu livre e bateu com precisão no contrapé de Casillas. Foi o quinto gol do atacante na Copa das Confederações, igualando-se a Fernando Torres na artilharia do torneio – com a diferença que Fred não enfrentou o Taiti para fazer esta marca.

Com 3 a 0 de desvantagem, a Espanha não se deu por vencida. Del Bosque lançou o ótimo ponta Jesús Navas no jogo, e foi ele que sofreu pênalti (infantil) cometido por Marcelo poucos minutos depois do terceiro gol brasileiro. Espantosamente, o designado para a cobrança foi Sergio Ramos, teoricamente com outros batedores muito melhores como opções (Xavi, Iniesta, Torres e outros). Tava na cara que iria dar errado. E deu. O zagueiro, com a autêntica “categoria” de um jogador de sua posição, bateu pra fora.

Foi quando a vaca definitivamente foi pro brejo. O Brasil manteve o ímpeto e desperdiçou oportunidades preciosas de construir um placar ainda mais elástico, sobretudo após a expulsão de Piqué, que cometeu falta dura em Neymar antes que o seu futuro companheiro de Barcelona saísse na cara do gol. Com a partida ganha, Felipão se deu ao luxo de lançar em campo um jogador que sequer havia atuado na competição: Jadson, que substituiu Hulk. Jô e Hernanes também entraram no decorrer da partida. Na Espanha, David Villa foi o último a ingressar na partida. E foi dele a melhor oportunidade da Fúria na etapa final, salva milagrosamente por Júlio César, que teve atuação irrepreensível.

Na final da Copa das Confederações, os papeis se inverteram. Ou melhor, será que se inverteram mesmo? O Brasil jogou como um autêntico pentacampeão mundial. Tem que respeitar. A Espanha, por mais que tenha sofrido uma derrota doída, não deixa de ser a melhor seleção do mundo, claro. E o Brasil, consequentemente, não se tornou na melhor equipe do planeta, mas ratificou seu processo de evolução e sabe que está no caminho certo para buscar o hexa no ano que vem.

Para isso, é bom frisar: o clima de “oba-oba” pelo título não pode ser contagiante. É preciso humildade e aplicação para alcançar este objetivo. Mas agora o clima é de festa, e pelo o que jogou durante toda a competição, principalmente na final, o Brasil tem muito, muito o que comemorar. O campeão, de fato, está de volta.