quarta-feira, 30 de junho de 2010

Espanha vence duelo ibérico e enfrenta Paraguai no sábado

Share |

Por Gabriel Seixas


- No intitulado ‘clássico ibérico’, apenas uma seleção fez por merecer a vitória. A Espanha, que ostenta o status de atual campeã da Eurocopa, sobrou em relação a Portugal. Isso envolve praticamente todos os quesitos: toque de bola, objetividade, qualidade técnica, etc. O placar de 1 a 0 foi mais do que justo, e poderia ter sido mais, não fosse o goleiro português Eduardo. É mais um arqueiro que se despede do Mundial com a sensação individual de dever cumprido, sofrendo apenas um gol (justamente o que eliminou o time) em quatro jogos.

- Portugal entrou em campo com a clara proposta de se defender, mas pecou por abdicar do ataque. Acabou dando espaço para a Espanha tocar a bola, e é justamente nesse quesito que a Fúria se sobressai. Fernando Torres, por duas vezes, deu trabalho a Eduardo. Portugal só cresceu na partida nos minutos finais, onde foi mais incisivo e deu trabalho. Tiago, aproveitando cruzamento de Fabio Coentrao, exigiu boa defesa de Casillas. O mesmo Casillas ainda defendeu uma cobrança de falta de Cristiano Ronaldo, companheiro de clube no Real Madrid, de maneira estranha.

- Com ampla superioridade na posse de bola (62%), a Espanha mais uma vez finalizou pouco na etapa inicial. Xabi Alonso não acertou um insinuante lançamento longo, Iniesta buscou pouco a partida, e Fernando Torres e David Villa eram pouco acionados. Na volta para a etapa final, Portugal continuou levando perigo nos contra-ataques. Na melhor chance, Puyol quase marca gol contra.

- Vicente del Bosque foi corajoso (e inteligente) ao sacar Fernando Torres do time ainda aos 13 minutos, dando lugar a Llorente. Visivelmente fora de forma, Torres rendeu menos do que se espera, e também desperdiçou oportunidades. Carlos Queiroz respondeu com a entrada de Danny na vaga de Hugo Almeida, o que fez com que Cristiano Ronaldo jogasse como referência, e consequentemente que seu futebol sumisse (aliás, em todo o jogo não apareceu).

- Quando finalmente se acertou no estádio Green Point, a Espanha não deu chances ao adversário. Aos 15 minutos, Eduardo fez ótima defesa em cabeçada de Llorente, e David Villa quase marca no rebote. Contudo, dois minutos depois, o artilheiro recém-contratado pelo Barcelona não perdoou. Em jogada que deve ser constante em seu novo clube, Iniesta tocou para Xavi, que de calcanhar, com muito estilo, deixou Villa na cara do gol. De frente para Eduardo, chutou cruzado, com estilo.

- O único gol que Portugal sofreu na Copa foi o 4º marcado por Villa, artilheiro da competição ao lado de Vittek, da eliminada Eslováquia, e de Higuaín, da Argentina (que pode ser adversária nas semifinais), com quatro gols. Nem as entradas de Pedro Mendes e Liedson deram nova cara aos portugueses, que continuaram sendo dominados. Em ótima jogada de Sergio Ramos pelo lado direito, Eduardo fez ótima defesa em chute cruzado aos 24 minutos.

- Aos 31, novamente Eduardo, o grande nome de Portugal em campo, defendeu espetacularmente um chute de fora da área de David Villa. Passados os sustos, Portugal não engatou um ataque que ameaçasse a tranquilidade de Casillas. Pelo contrário: teve medo do adversário, pecou pela previsibilidade e não contou com um grande dia do craque Cristiano Ronaldo, sacrificado pelo esquema tático de Carlos Queiroz.

- Como pontos positivos da seleção portuguesa, apenas Eduardo no gol, que deve garantir uma transferência para um clube grande após sua grande performance no Mundial, e a consolidação de Fabio Coentrao na lateral-esquerda. O atleta do Benfica foi regular em todas as partidas, inclusive na de hoje, caindo um pouquinho de produção no segundo tempo, é bem verdade.

- A Espanha ainda não alcançou a atuação da qual dela se espera, mas está muito próxima disso. Após a derrota na estreia para a Suíça, três vitórias e apenas um gol sofrido. O time vem se acertando aos poucos. David Villa faz até aqui uma Copa do Mundo excepcional, chamando a responsabilidade para si e marcando gols, como fazia de sobra no seu ex-clube, o Valencia. Xavi também vem sendo decisivo com suas assistências e ótima distribuição de jogo, assim como Iniesta, que aos poucos vai ganhando ritmo e recuperando a forma física. Que venha o Paraguai, no sábado.

- Quartas-de-final da Copa

Sexta – 02/07

11h – Brasil x Holanda – Porto Elizabeth
15h30 – Uruguai x Gana – Soccer City

Sábado – 03/07

11h – Argentina x Alemanha – Cidade do Cabo
15h30 – Espanha x Paraguai – Ellis Park

terça-feira, 29 de junho de 2010

Paraguai vence nos Pênaltis

Share |

Por Leonardo Martins


Mostrando que essa é a Copa dos Sul-Americanos, o Paraguai é a quarta equipe do continente a estar nas quartas-de-final. Os paraguaios suaram, mas conseguiram eliminar os japoneses em Pretória nos penais após o empate sem gols no tempo normal e na prorrogação.

Com as duas equipes buscando entrar para a história de seus países, a partida começou com os dois times evitando dar muito espaço ao adversário. Com isto, nos primeiros minutos, os japoneses foram os únicos que tentaram algo diferente, com algumas batidas de Okubo e Komano. A única chance dos sul-americanos nos primeiros minutos veio com um cruzamento de Morel Rodríguez, que mandou a bola nas mãos de Kawashima.

A primeira grande jogada do primeiro tempo foi aos 19 minutos, quando os três atacantes paraguaios funcionaram pela primeira vez. Lucas Barrios conseguiu tabelar pela esquerda e invadir a área. Ao ficar cara a cara com o arqueiro, porém, seu chute saiu fraco e Kawashima evitou o primeiro gol do jogo.

Menos de um minuto depois, o Japão respondeu com Matsui. O meio campista recebeu na intermediária, viu Villar adiantado e arriscou a batida, com muito efeito. A bola chegou a encobrir o goleiro, mas carimbou, caprichosamente, o travessão, antes de sair pela linha de fundo.

Os cruzamentos eram a principal arma paraguaia. Tanto que, aos 27 minutos, Roque Santa Cruz também teve boa chance. Depois de um levantamento de Morel, a bola ficou viva nos pés do centroavante, que arriscou o chute de canhota, mas errou o alvo. Dez minutos depois, em uma bola alçada por Endo na área, Roque Santa Cruz salvou na hora exata, pouco antes da chegada de Marcus Tulio Tanaka.

Honda teve a grande chance de levar o Japão vencendo para o vestiário aos 39. Ele recebeu de Matsui no contra-ataque, sozinho, na entrada da área. Ao invés de tentar um passe para Okubo, que estava em melhor posição, ele decidiu bater de primeira e acabou mandando para fora, por pouco

As duas equipes passaram a atacar mais na segunda etapa. A jogada de maior perigo dos primeiros minutos veio com Ortigoza, que conseguiu, trocando passes e driblando, invadir a área nipônica. Na hora da batida, porém, ele resolveu fintar mais um zagueiro e acabou perdendo a bola.

Nagamoto também teve uma chance boa aos nove minutos da primeira etapa, mas teve seu chute desviado por Bonet. Em seguida, Benítez teve chance parecida, em contra-ataque, mas um zagueiro conseguiu o corte na hora exata. Por sinal, os contra-golpes paraguaios eram cada vez mais perigosos.

Aos 13, Kawashima fez uma boa defesa, salvando os japoneses. Depois de um arremesso lateral, Morel Rodríguez conseguiu cruzamento na área e Riveros desviou para o gol. O arqueiro estava bem colocado e segurou firme. Pouco depois, após cobrança de escanteio, Tanaka quase abriu o placar para os nipônicos, mas a bola foi desviada pela linha de fundo.

Aos 28, lançamento de Morel e pane geral na zaga japonesa, a bola passou por todos, menos por Da Silva, que conseguiu tocar para o meio da área. Pouco antes de Barrios, Komano chegou e afastou o perigo. O Paraguai era mais perigoso, principalmente nos levantamentos na área e nos contra-golpes. O último passe, porém, não encaixava.

Aos 37, Villar salvou o Paraguai ao sair bem do gol após uma jogada de Nagatomo, que cruzou na medida para Honda, mas o arqueiro chegou antes e conseguiu desviar. Nos minutos finais, o Japão ameaçou uma pressão, mandando bolas na área, sempre com muito perigo.

Os paraguaios, porém, também chegavam com perigo, principalmente pelo lado esquerdo com Morel Rodríguez, que lançava todas para dentro da grande área.

Aos 46, Endo levantou para Nakamura, que tentou passar para Tulio Tanaka, que se esticou, mas não alcançou a Jabulani, que ficou nas mãos de Villar. O último lance do tempo regulamentar foi do Paraguai, com um levantamento de Morel, que ficou na zaga, obrigando a partida a ir para a prorrogação.

O tempo extra começou a todo vapor. Com menos de um minuto, Nakamura arrancou em contra-ataque e tentou cruzamento forte, mas Bonet conseguiu cortar para escanteio. Aos dois minutos, os sul-americanos chegaram em velocidade e Barrios cruzou, a bola foi desviada, mas quase sobrou para Barreto. Em seguida, Rodríguez levou pela esquerda e cruzou para Lucas Barrios, que cabeceou firme, mas no centro do gol, para fácil defesa de Kawashima.

Entre os seis e sete minutos, o Paraguai teve grandes chances para marcar. Na primeira, Morel Rodríguez deixou Valdez cara a cara com o goleiro, que saiu bem e impediu o gol. Em seguida, a bola sobrou uma vez para Cardozo e uma para Lucas, mas ambos foram bloqueados pela zaga.

No lance seguinte, Honda cobrou falta da esquerda com perigo. A bola foi rasteira e com veneno, mas Villar conseguiu afastar o perigo. Aos dez, outro cruzamento para o Paraguai e a bola ficou na cabeça de Barreto, que mandou sobre a meta.O segundo tempo da prorrogação começou mais devagar que o primeiro, mas mantendo as características dos cruzamentos. Em um destes, Valdez desviou para o gol, mas Kawashima defendeu. Logo depois, Da Silva também perdeu oportunidade de marcar de cabeça.

Marcus Tulio Tanaka também teve boa chance aos 7, quando Endo cruzou e ele cabeceou, livre, pela linha de fundo. O Japão fez grande jogada aos 10, com Tamada, que deu para Okazaki, que cruzou por cima do goleiro, mas com muita força, deixando Nakamura sem condições de alcançar a bola e marcar o gol da partida, que foi para os pênaltis.

Nas penalidades, Barreto e Endo abriram as cobranças convertendo. Lucas Barrios também fez seu gol, assim como Hasebe. O terceiro pênalti paraguaio foi acertado por Riveros, enquanto Komano acertou o travessão. Valdez acertou o quarto do Paraguai, assim como Honda, que deixou o Japão vivo. A última cobrança foi de Cardozo, que bateu com categoria e selou a vitória paraguaia.

O Paraguai entra para a história do futebol no dia que a América do Sul, pela primeira vez, coloca 4 times nas quartas-de-final de uma Copa do Mundo.

Brasil passa tranquilo pelo Chile

Share |

Por Leonardo Martins

O Brasil mantém sua fama de carrasco chileno, ontem, mais uma ótima vitória sobre os comandados de El Loco Bielsa. Assim como no jogo de Santiago pelas Eliminatórias, os brasileiros venceram por 3 a 0 e agora enfrentam a Holanda valendo vaga nas semifinais da Copa.

O jogo foi o mais tranqüilo da Seleção até agora no Mundial. Elano e Felipe Melo não voltaram, Daniel Alves permaneceu e Ramires entrou. Foi um verdadeiro show de marcação e de objetividade dos brasileiros.

O Brasil dominou as ações desde o inicio e não deu chance aos chilenos, Dunga impôs uma marcação forte e na área chilena, resultado disto, até Gilberto Silva chutou de longe para a defesa de Bravo, Ramires foi outro que chutou para a defesa do goleiro chileno. Mas o Chile também fechou a área para os brasileiros atacarem.

E o jogo foi nesse ritmo até os 34 minutos, quando a principal jogada brasileira na campanha das Eliminatórias finalmente apareceu. Maicon cobrou escanteio e Juan testou firme para o gol, fazendo a festa no Ellis Park.

Com o gol, os chilenos foram para cima e apareceu outra jogada forte da Seleção, o contra-ataque e o segundo gol veio logo em seguida. Robinho puxou contra-ataque e tocou para Kaká, o Camisa 10 acionou Luis Fabiano e o Fabuloso driblou Bravo e tocou para o fundo das redes. Vantagem consolidada.

Neste primeiro tempo, temos que destacar a exibição segura de Ramires e da zaga brasileira, que só vacilou uma vez e Suazo, principal atacante, pegou mal na bola e ficou tranqüilo para o arqueiro Brasileiro.

No segundo tempo, Marcelo Bielsa colocou o ex-palmeirense Valdivia, mas o show brasileiro continuou, marcação eficiente e boa objetividade no campo. O terceiro gol veio aos 13 minutos, Ramires fez bela jogada e tocou para Robinho, que colocou no canto de Bravo. 3 a 0.

Com o jogo definido, Dunga preservou os pendurados e tirou o trio de frente, Kaká, Luis Fabiano e Robinho, Gilberto, Nilmar e Kleberson entraram. Mas a baixa foi Ramires que entrou muito bem, mas tomou o segundo cartão amarelo e não jogará diante da Laranja.

Do lado chileno, alguns chutes, só Suazo que exigiu boa defesa de Júlio César. Do resto, atuação fraca do Chile e atuação que deu esperança aos brasileiros de chegarem longe.. E que venha a Holanda!! O jogo contra os holandeses acontece na sexta-feira em Porto Elizabeth.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Holanda vence com tranqüilidade e espera sul-americano

Share |

Por Leonardo Martins


Uma das favoritas a Copa do Mundo, a Holanda, fez seu papel bem feito nas oitavas-de-final ao vencer com tranqüilidade a surpresa Eslováquia por 2 a 1 em Durban. Agora, a laranja mecânica faz duelo contra brasileiros ou chilenos, que se enfrentam ainda hoje, nas quartas.

A Laranja começou o jogo com Robben, um dos seus principais jogadores, começando como titular, no restante, era a mesma equipe que começou a Copa. Já a surpresa Eslováquia queria surpreender novamente, assim como fez contra a Itália na primeira fase quando eliminou os Campeões Mundiais.

E o Camisa 11 começou o jogo mostrando que é um dos principais jogadores do mundo, querendo jogo e armando a equipe junto com Sneijder e jogando pela direita. Aos 18, o atacante fez sua jogada característica e mandou no canto de Mucha. 1 a 0.

O gol fez com que os holandeses diminuíssem o ritmo, talvez já poupando para um eventual confronto com o Brasil nas quartas de final. O jogo era morno e os eslovacos não conseguiam vencer a marcação holandesa, por isso, arriscavam de longe, mas os chutes eram longe do gol.

Já a Holanda quando queria, levava perigo para o gol de Mucha, na melhor chance, van Persie achou Sneijder livre, mas o meia campeão europeu chutou fraco e em cima de Mucha. E foi só.

No segundo tempo, o jogo foi mais animado e Robben, de novo, fez aquela jogadinha manjada, mas chutou raspando a trave de Mucha, o goleiro eslovaco trabalhou também no chute de van Persie. A Eslováquia queria reagir no jogo e exigiu duas ótimas defesas de Stekelenburg na seguida. Aos 21, Stoch apareceu livre e chutou para a defesa do goleiro holandês, na seqüência, foi a vez do artilheiro Vittek exigir milagre do Camisa 1 holandês.

Para poupar Robben para o próximo jogo, o técnico holandês tirou o camisa 11 para colocar o jovem Elia e o jogo ficou sem emoções e ficou nesse ritmo até os 39. Kuyt fez boa jogada e cruzou para Sneijder completar para o gol. 2 a 0 e jogo definido para os holandeses.

Mas a partida ainda aguardava um gol no último minuto de jogo. Aos 47, Jakubko foi derrubado por Stekelenburg na área e o juiz marcou pênalti. Na cobrança, Vittek marcou seu quarto gol na Copa, igualando ao argentino Higuain na artilharia da Copa do Mundo.

Agora, os holandeses aguardam de camarote o jogo entre Brasil e Chile para saber seu adversário nas quartas de final do Mundial da África do Sul.

Argentina derrota México e enfrenta Alemanha no sábado

Share |

Por Gabriel Seixas

- Há de se deixar claro que a vitória da Argentina por 3 a 1 sobre o México refletiu muito bem o que foi o jogo. A albiceleste teve mais posse de bola, foi mais objetiva e contou com um dia iluminado de Carlos Tevez, que marcou dois gols. Entretanto, a inquestionável superioridade argentina, tanto no papel, quanto no jogo, acabou manchada pelo gol que abriu o placar, marcado por Tevez. Foi o lance que fechou com ‘chave de lata’ a péssima exibição da arbitragem nos jogos deste sábado na Copa.

- O árbitro italiano Roberto Rossetti e seus assistentes simplesmente ignoraram o impedimento claríssimo do atacante, inclusive com o replay do lance sendo passado no telão instalado no Soccer City, em Joanesburgo. Mesmo com a imagem congelada não deixando dúvidas quanto a posição (irregular) do atacante, o tento foi validado, abrindo caminho para a vitória dos hermanos no momento em que o México era melhor na partida.

- Sim, a proposta dos comandados de Javier Aguirre no início de jogo surpreendeu a todos. Quem esperava um México retraído, deixando o tempo passar, se enganou completamente. Aguirre fez mudanças importantes no time, mantendo o criticado Osorio na lateral-direita, escalando finalmente os habilidosos Guardado e Giovani dos Santos juntos desde o início, e substituindo o experiente Blanco pelo centroavante Bautista.

- As mudanças surtiram efeito, com duas chances claras de abrir o placar entre 9 e 11 minutos. Na primeira, o lateral-esquerdo Salcido arriscou um chute do meio da rua, a bola pegou força e efeito e carimbou o travessão de Sergio Romero. Dois minutos depois, foi a vez de Guardado receber passe curto de Giovani, e da entrada da área, chutar de trivela, pra fora.

- Também modificada, a Argentina criava pouco perigo ao gol de Perez. O lateral-direito Jonas Gutierrez, criticadíssimo pela sua inconsistência defensiva, deu lugar ao zagueiro Burdisso, deslocando Otamendi para a lateral. Por opção tática, Verón deu lugar a Maxi Rodriguez, dando mais mobilidade ao time. Mesmo irregular, a albiceleste abriu o placar aos 26 minutos, justamente no lance polêmico do jogo.

- Messi tentou passar em profundidade para Tevez, mas o goleiro Perez se antecipou bem e afastou pra frente. Pra azar do goleiro, a bola voltou para Messi, que emendou de esquerda. Com dois mexicanos protegendo o gol, Tevez se viu obrigado a resvalar de cabeça, e fazendo proveito de sua posição irregular, mandou pras redes. O replay instantâneo do Soccer City revoltou os mexicanos, que pressionaram o trio de arbitragem, mas não impediram a validação do gol.

- Assim como aconteceu com a Inglaterra no jogo da manhã, os mexicanos se abateram completamente com o grave erro da arbitragem. Melhor para a Argentina, que os 32 minutos, ampliou o placar. Na saída de bola, Osorio tentou um passe curto para Rodriguez, ao seu lado, mas pegou mal na bola e ela saiu fraca. Esperto, Higuaín se antecipou, invadiu a área, driblou o goleiro Perez e tocou para o gol vazio. Foi o 4º gol dele no Mundial, artilheiro isolado do torneio até aqui.

- Barrera entrou no lugar do inócuo Bautista e deu uma movimentação interessante ao time pelo lado esquerdo, mas os argentinos tinham Carlos Tevez em grande dia. Aos seis minutos, ele dominou na entrada da área, limpou Osorio e Torrado e bateu muito forte, no ângulo de Perez, que não tinha chance alguma de chegar na bola. Golaço!

- Em partida discreta de Lionel Messi, e na qual Higuaín (apesar do gol) e Di Maria também foram figuras pouco presentes, foi Tevez quem chamou a responsabilidade, consagrando-se como o melhor em campo. Só que o México ainda não havia desistido do jogo, e a entrada de Guille Franco na vaga de Guardado deu novo ânimo ao time. Aos 25, Barrera aproveitou cruzamento de Salcido e cabeceou para o gol, mas Heinze cortou a bola em cima da linha.

- Melhor em campo, o México finalmente conseguiu seu gol aos 26. Hernandez recebeu bom passe, girou com facilidade pra cima de Demichelis e soltou a bomba, de perna esquerda, sem chances para Romero. Foi o segundo gol de ‘Chicarito’, recém-contratado pelo Manchester United, no Mundial – artilheiro do time na campanha.

- A cada rodada que passa, o filme de 2006 começa a se desenhar com mais intensidade. Novamente a Argentina elimina o México na fase oitavas-de-final, o que também aconteceu na Copa passada, e como naquela ocasião, a albiceleste terá pela frente a Alemanha nas quartas. Se depender dos argentinos, as coincidências param por aí, já que a Nationalelf os eliminou naquele Mundial.

- É uma pena ter a certeza de que Argentina ou Alemanha se despedirão tão precocemente da África do Sul. Mas como é bom saber que esta partida é garantia de futebol de alto nível e muita, muita emoção. Desta vez esperamos que seja sem polêmica, para não deixar dúvidas quanto a qualidade das equipes. Alemães e argentinos, beneficiados pela arbitragem nos seus respectivos jogos de hoje, são francos favoritos a conquista do Mundial.

domingo, 27 de junho de 2010

Chocolate alemão em Bloemfontein

Share |

Por Leonardo Martins


Quando se soube que Alemanha e Inglaterra se enfrentariam em uma das oitavas de final, a expectativa criada para este jogo foi enorme. A bola rolou em Bloemfontein e confirmou-se a expectativa e tivemos um jogaço entre alemães e ingleses, só não se esperava o massacre imposto pela equipe do país da cerveja, que venceu o duelo por humilhantes 4 a 1 e passou as quartas de final.

Antes de tudo, é preciso salientar que as duas torcidas, famosas por arrumar confusões, não deram problema nenhum no Free State e deram um show na torcida por suas seleções. O mesmo show foi visto em campo por parte dos alemães.

Os alemães repetiram a mesma escalação que venceu Gana, a exceção foi a volta de Klose, que cumpriu suspensão. Já do lado inglês, Fabio Cappelo, que não encontrou um companheiro para Rooney no ataque, colocou Defoe.

O show de futebol começou nos primeiros minutos, em que os alemães imprimiram um ritmo forte, tanto na marcação como no ataque, não deixaram a Inglaterra jogar e tocava muito bem a bola com Podolski, Schweinsteiger, Ozil e Muller. E foram dos pés do jovem meia que nasceu a primeira jogada de perigo e James salvou o chute de Ozil


A Inglaterra não jogava e Rooney era, mais uma vez, a decepção do time, assim como Lampard, que ainda tentou em uma cobrança de falta, mas acertou a barreira. Aos 20, a goleada começou a se desenhar com um feito de Klose. O goleiro Neuer deu um chutão para o ataque e o camisa 11 disputou e ganhou de Upson, livre, o atacante deu um leve toque na bola e venceu James. Foi o 12° gol de Klose em copas, igualando ao Rei Pelé e ficando a três de Ronaldo, maior artilheiro em copas com 15.

Quase Klose fez o segundo gol, Muller deu lindo passe para o artilheiro, mas James salvou de novo. Os ingleses tinham falhas gritantes na marcação e os germânicos aproveitaram para ampliar o marcador. Aos 32, após bela troca de passes dos meias e atacantes, Muller achou Podolski na esquerda e o camisa 10 tocou por baixo de James e fez 2 a 0.

O segundo gol fez a equipe da terra da Rainha acordasse para o jogo e equilibrou as ações. Aos 37, o gol inglês fez o jogo ganhar em emoção. Gerrard cruzou e Upson escorou para o gol e o jogo pegou fogo. O English Team foi para cima em busca do empate e conseguiu, mas o juiz não viu.

O lance foi aos 40 minutos, Lampard, de fora da área encobriu Neuer e a bola bateu duas vezes no travessão e dentro do gol (foram 33cm além da linha), mas o lance não foi visto pelo arbitro uruguaio Jorge Larrionda que seguiu o jogo para desespero de todos os ingleses. O lance foi semelhante ao gol polemico do título inglês em 66 contra a própria Alemanha na final, mas, naquela ocasião, a bola não bateu dentro do gol e o juiz deu o gol. Digamos que a Inglaterra “provou do próprio veneno”. O primeiro tempo terminou com muita reclamação inglesa.

No segundo tempo, sem alterações para a volta do intervalo e com a Inglaterra partindo para cima em busca do empate e os tricampeões mundiais esperando o contra-ataque surgir para matar o jogo. As melhores chances do empate saíam dos pés dos meias Gerrard e Lampard, já que o ataque continuava improdutivo, principalmente, Defoe que era mais um dentro de campo. Aos 6, o meia do Chelsea cobrou falta que explodiu no travessão. A pressão era controlada pelos alemães, que saíam para o contra-ataque.

E foi assim que a classificação Germânica foi consolidada em dois contra-ataques terminados por Muller. No primeiro, Podolski acionou o camisa 13 na entrada da área e mandar a bomba, aos 22. Três minutos depois, foi a vez de Ozil sair em velocidade pela esquerda e cruzar para o atacante do Bayern fazer o quarto gol alemão. Chocolate em Bloemfontein: 4 a 1

Nos últimos minutos, restou a Inglaterra ir para a frente pela dignidade, já que 3 gols em 20 minutos era impossível de acontecer. Rooney finalmente apareceu no jogo, mas parou na defesa de Neuer. Foi um triste fim para uma seleção que chegou com um status de favorito, mas que esse favoritismo passou longe dos comandados de Fabio Cappelo, foram 4 jogos e pouco futebol.

Já a Alemanha, com um time jovem, mostra que a camisa cresce nesses momentos decisivos e promete outro grande duelo contra a Argentina, se esta passar pelo México daqui a pouco, nas quartas de final.

sábado, 26 de junho de 2010

Gana vence Estados Unidos e encara Uruguai nas quartas

Share |

Por Gabriel Seixas

- Mais que um jogo de futebol, a vitória de Gana sobre Estados Unidos foi digna de um verdadeiro roteiro hollywoodiano da melhor qualidade (o que soa como redundância). O persistente empate no tempo regulamentar, o gol decisivo de Asamoah Gyan no início do primeiro tempo da prorrogação, o choro dos americanos após o apito final e a volta olímpica dos ganeses para festejar com a torcida (que era maioria em Rustenburg, e nem poderia ser diferente) foram alguns dos ingredientes que tornaram a partida ainda mais “cinematográfica”.

- A vitória por 2 a 1 faz com que Gana se consolide ainda mais como a melhor equipe africana na atualidade. Não só por ser a única que ainda sobrevive na disputa pelo título, mas pelo conjunto da obra nos últimos anos. Em 2006, classificação para sua primeira Copa e um honroso 13º lugar, sendo eliminada nas oitavas-de-final pelo Brasil. Ainda neste ano, na Copa Africana de Nações, chegou a final, mas foi derrotada pelo Egito – que curiosamente, sequer conseguiu vaga para o Mundial.

- Entretanto, é na primeira Copa do Mundo realizada no continente africano que Gana vem conseguindo seu maior feito no meio futebolístico. Uma inédita classificação para as quartas-de-final, que apenas outras duas seleções africanas conseguiram na história: Camarões, em 1990, e Senegal, em 2002. Se passar pelo Uruguai, em partida que será disputada na sexta-feira, os Estrelas Negras se tornarão a primeira seleção do continente a alcançar a fase semifinal em Mundiais.

- Vale destacar o ótimo trabalho do técnico Milovan Rajevac, de 56 anos, que no início sofreu rejeição por não ser nascido no continente, mas que desde sua chegada, em 2008, só vem conquistando resultados positivos. O que torna o trabalho do treinador ainda mais surpreendente é o fato do principal jogador do time, Michael Essien, do Chelsea, estar fora da disputa por uma lesão no joelho. Rajevac também teve personalidade ao deixar no banco jogadores experientes como Muntari e Appiah, rejuvenescendo o time, sobretudo apostando naqueles que venceram o Mundial Sub-20 em 2009.

- Atuais vice-campeões da Copa das Confederações, os norte-americanos se despedem da África do Sul de cabeça erguida. Lideraram um grupo que tinha tudo para ser protagonizado pela Inglaterra e apresentaram um futebol consistente, objetivo. A cada ano que passa, o Soccer tem tudo para ficar ainda mais popular no país, e vem caminhando pra isso: a torcida (e principalmente a aceitação) já é muito maior.

- E como todo o filme precisa de um protagonista, o de hoje foi Asamoah Gyan. O artilheiro do Rennes foi o autor do gol da classificação, aos 3 minutos da etapa inicial da prorrogação, após lançamento longo de Mensah. De quebra, Gyan ainda se igualou a outros cinco jogadores na artilharia do Mundial, com três gols. A título de curiosidade, também foi o primeiro marcado por ele (e pela seleção inteira) sem ser em cobrança de pênalti. Gana marcou apenas dois gols na primeira fase, ambos de Gyan convertendo penalidades máximas.

- O gol de Gyan ainda lhe rendeu a consagração de ser o segundo maior artilheiro do continente africano na história das Copas, com quatro gols. Ele está a um tento de alcançar o mítico atacante camaronês Roger Milla, que fez história na década de 90. Mas voltando a partida, o outro gol ganês foi marcado por Boateng, ainda aos cinco minutos. O meia do Portsmouth se tornou o primeiro jogador da história do clube a marcar gol em Mundiais.

- Olho em Kevin-Prince Boateng. Muitos ainda insistem em estereotipá-lo por aquele lance isolado com Ballack, no qual acertou uma entrada maldosa no alemão e acabou acidentalmente o tirando da Copa. Mas ao contrário do que parece, Boateng não é um jogador violento. Tem técnica, velocidade e muita força física, assim como os outros jogadores do time. Hoje ele foi um dos componentes da linha de 3 ofensiva dos africanos, ao lado dos habilidosos Ayew e Kwadwo Asamoah.

- Uma pausa na festa dos ganeses para registrar o gol dos Estados Unidos, marcado pelo ótimo Landon Donovan, cobrando pênalti. Foi o 45º gol dele pelos Yankees, disparado o maior artilheiro da seleção. Nos três chutes a gol que o meia arriscou em todo o Mundial, converteu os três – em cada um dos últimos três jogos disputados. Há quem diga que o resultado do jogo foi injusto, pois foram os norte-americanos que tiveram mais posse de bola e buscaram mais o jogo, mas parando nas boas defesas de Kingson. Já diria Donovan que ‘o futebol pode ser um jogo cruel’.

- Ao se dar conta da importância do resultado não só para os Estrelas Negras, mas para todo o continente africano, não há como lamentar o resultado. Com méritos, Gana está nas quartas-de-final, a um jogo de se tornar a primeira equipe africana a alcançar a fase semifinal de uma Copa. Apesar de ser um time que não encanta com a bola nos pés (dependente de valores individuais, como Gyan e Asamoah), vem colhendo os frutos de um trabalho sério e vitorioso. Gana já fez história. Daqui pra frente, o que vier é lucro. Um lucro até maior do que os gerados pelos filmes de Hollywood.

Celeste olimpica está nas quartas

Share |

Por Leonardo Martins


O futebol uruguaio, tão forte até a década de 80, está renascendo na África do Sul. A Celeste Olímpica chegou as quartas-de-final pela primeira vez em 40 anos, a vitória uruguaia por 2 a 1 sobre a Coréia do Sul, em Porto Elizabeth, abriu a segunda fase da Copa do Mundo.

O técnico uruguaio, Oscar Tabarez, prometeu o mesmo ritmo da primeira fase, com o ótimo trio formado por Forlan, Suarez e Cavani comandando os ataques e com Godin voltando a zaga. Já os sul-coreanos estavam dependendo de Park, jogador do Manchester United, para construir as jogadas.

E logo aos 3 minutos, a Coréia chegou com perigo, Chun-Young cobrou falta e acertou a trave de Muslera. Mas a resposta sul-americana foi fatal. Aos 8, Forlan cruzou e a zaga coreana e o goleiro Sung-Ryong vacilaram, quem não vacilou foi Suarez, que apareceu para abrir o placar.

Depois do gol, os sul-coreanos pareciam abalados com o gol e pouco atacaram, sendo engolidos pela ótima marcação uruguaia, que usava os contra-ataques para chegarem a frente. Em um deles, Suarez tinha aparecido na frente do goleiro coreano, mas o bandeirinha anulou o lance, marcando impedimento, que não existiu, do artilheiro do Ájax.

Aos 31, o jogo teve outra chance, de novo com Chun-Young, mas desta vez a bola passou fora do gol. Aos 43, Maxi Pereira chutou e a bola bateu no braço de Sung-Yueng, o lance gerou reclamações uruguaias, mas que foram em vão, pois o juiz Wolfgang Stark não marcou a penalidade.

No segundo tempo, problema para o Uruguai, Godin voltou a sentir problemas no estomago e deu lugar a Victorino. Como única alternativa para o empate, a Coréia criou chances com Chu-Young, que chutou por cima, e Park, em cabeçada que Muslera defendeu. Mas aos 23, a insistência asiática deu certo, após bola rebatida pela zaga, Chung-Young aproveitou de cabeça e venceu o goleiro Uruguaio, foi o primeiro gol sofrido pelos uruguaios no mundial.

O gol coreano acordou os celestes que novamente dominaram a partida e partiram para o ataque. Aos 27, Suarez chutou e Sung-Ryong se esticou para mandar a bola para escanteio, o artilheiro do Ájax era o destaque do jogo com jogadas perigosas. E foi dos pés dele que a classificação uruguaia veio. Aos 35, o camisa 9 da celeste se livrou de um marcador e mandou um belo chute sem chances de defesa para o coreano. 2 a 1.

Suarez que logo depois foi substituído por Fernandez, foi para onde tava concentrada a torcida uruguaia no chuvoso Nelson Mandela Bay e comemorou. Nos últimos minutos, a Coréia do Sul chegou, mas não criou chances de marcar o gol de empate e o juiz apitou o fim do jogo.

Um grande que estava adormecido voltou a despontar no cenário mundial com a vaga entre as oito melhores seleções do mundo. O adversário uruguaio nas quartas-de-final sai do confronto entre Estados Unidos e Gana que acontece ainda neste sábado.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Espanha vence Chile e avança em 1º; chilenos encaram Brasil

Share |

Por Gabriel Seixas


- Era pra ser um dos grandes jogos da 3ª rodada, mas de certa forma, frustrou boa parte das expectativas. A partir do momento em que a bola começou a rolar (não necessariamente, vamos esperar a partir do primeiro gol da Espanha, aos 25 minutos), Chile e Espanha tiveram poucos motivos para se preocupar com uma possível perda de suas respectivas vagas para as oitavas-de-final. Os espanhois venceram por 2 a 1, numa partida que pegou fogo nos 45 minutos iniciais, mas foi “cozinhada” de maneira sonolenta no segundo tempo.

- Marcelo Bielsa parecia pouco preocupado em enfrentar a atual campeã europeia. Como previsto, não abdicou do costumeiro futebol ofensivo e envolvente, escalando a equipe no 3-3-1-3. Matias Fernandez, suspenso, foi substituído por Valdivia, que funcionou como uma espécie de “enganche”, o armador central do time. No ataque, Mark Gonzalez e Sanchez foram muito discretos pelos flancos, isolando Beausejour na frente. A atuação abaixo da crítica da Roja só não lhe custou a vaga porque a Suíça não passou de um 0 a 0 com Honduras.

- Já a Espanha cumpriu seu objetivo, que era vencer e consequentemente carimbar a liderança do grupo. A Fúria se prepara para um confronto inédito frente a Portugal na história das Copas (o clássico da Península Ibérica), enquanto o Chile cruza o caminho do Brasil já nas oitavas – o único confronto sul-americano desta fase. Vicente del Bosque promoveu apenas a volta de Iniesta como novidade, na vaga de Jesus Navas. Capdevila, que tinha seu posto ameaçado na lateral-esquerda, foi mantido.

- Nem parecia a Espanha nos primeiros minutos iniciais. Muitos passes errados, pouca criatividade e susto nos contra-ataques, o que não é característica da Fúria, sempre acostumada a pressionar os adversários. Mas o Chile estava longe de ser um primor de futebol, pelo contrário: em 20 minutos, já havia recebido três cartões amarelos. Inclusive dois dos amarelados, os zagueiros Ponce e Medel, estão suspensos, impedidos de enfrentar o Brasil.

- Num lance isolado, a Espanha abriu o placar aos 25 minutos. Fernando Torres recebeu lançamento longo, e fora da área, o goleiro chileno Bravo chegou atabalhoado para afastar o perigo, de carrinho. Pra azar do arqueiro, a bola sobrou limpa para o artilheiro David Villa, que não se intimidou com a distância de 45 metros para o gol e bateu de primeira, com a perna canhota, encobrindo quem estava a sua frente. Golaço! É o 3º de Villa no Mundial, alcançando o argentino Higuaín e o eslovaco Vittek na artilharia da Copa.

- Aos 37 minutos, o Chile se rendeu de vez. Em jogada de contra-ataque, Torres serviu Villa na esquerda, que dominou a bola e tocou curto para Iniesta. De chapa, o meia do Barcelona mandou no cantinho de Bravo, sem chances para o goleiro. A título de curiosidade, o gol de Iniesta foi o centésimo desta edição da Copa do Mundo.

- Pra piorar as coisas para o Chile, quando Torres passou a bola para Villa, ainda no lance do gol, ele foi tocado por Estrada na entrada da área. O juiz deu vantagem, mas não esqueceu do lance. Apresentou o cartão amarelo para Estrada, e como o volante chileno já estava “amarelado”, foi expulso. Não pareceu a melhor decisão, já que a impressão que fica é a de que Torres sequer foi tocado pelo defensor chileno.

- Àquela altura, um gol da Suíça no outro jogo eliminaria o Chile do Mundial. Bielsa foi forçado a mexer no intervalo, trocando o apagado Mark Gonzalez por Paredes, e substituindo Valdivia pelo volante Millar, recompondo o meio-campo. Se Millar entrou em campo apenas para evitar uma tragédia, acabou fazendo algo muito melhor. Aos dois minutos, ele recebeu passe curto de Sanchez, e da entrada da área, bateu colocado. A bola desviou em Piqué e morreu no ângulo de Casillas.

- A partir daí, muito toque de bola de ambas as equipes e nenhuma oportunidade clara de gol. Ambos pareciam satisfeitas com o resultado, mesmo porque a Suíça não fazia sua parte contra Honduras. Fabregas e Javi Martinez, que entraram durante o jogo pela Fúria, pouco fizeram para mudar a história da partida.

- Com a eliminação da Suíça, a Espanha consagrou-se como a sexta e última equipe europeia classificada para as oitavas-de-final, o pior desempenho do continente na história das Copas em uma primeira fase. Foram sete europeus eliminados (França, Grécia, Eslovênia, Sérvia, Dinamarca, Itália e Suíça), e os que ainda restaram vão duelar entre si: Holanda x Eslováquia, Alemanha x Inglaterra e Espanha x Portugal.

- Já o Brasil certamente ficou de olho neste confronto. Não foi das melhores atuações do Chile, mas os comandados de Bielsa já se mostraram um time ofensivo, com jogadores individualmente muito capacitados, porém com uma defesa fácil de ser penetrada. Com a suspensão dos zagueiros Ponce e Medel, a fragilidade defensiva pode ficar ainda mais evidenciada. Encontro marcado para o jogo sul-americano: segunda-feira, 15h30, horário de Brasília. A Copa do Mundo chega aos 75% de seus jogos disputados. Alguém aí já está com saudades?

Oitavas de Final

26/06 – Sábado

11h – Uruguai x Coréia do Sul – Porto Elizabeth
15h30 – Estados Unidos x Gana – Rustemburgo

27/06 – Domingo

11h – Alemanha x Inglaterra – Bloemfontein
15h30 – Argentina x México – Soccer City

28/06 – Segunda

11h – Holanda x Eslováquia – Durban
15h30 – Brasil x Chile – Ellis Park

29/06 – Terça

11h – Paraguai x Japão – Pretória
15h30 – Espanha x Portugal – Cidade do Cabo

Brasil e Portugal empatam e seguem adiante

Share |

Por Leonardo Martins


Na última rodada do Grupo G, em Durban, Brasil e Portugal realizaram o esperado jogo. Em um jogo sem muitas emoções, as duas equipes conseguiram um empate sem gols e seguem adiante no Mundial. O empate no Moses Mabhinda fez com que a vitória da Costa do Marfim sobre a Coréia do Norte por 3 a 0 ficasse como um amistoso de luxo.

O Brasil entrou em campo com três alterações, Nilmar, Júlio Baptista e Daniel Alves entraram nos lugares de Robinho (poupado), Kaká (suspenso) e Elano (machucado). Já os Lusos, entraram precavidos com o astro Cristiano Ronaldo como centroavante e isolado na frente.

Bom o jogo foi fraco, no primeiro tempo, os brasileiros esbarraram na marcação lusa e tinha um problema claro, a falta de velocidade e de armação, Júlio Baptista não entrou em campo praticamente e dava lentidão as jogadas, enquanto isso, o único que tentava era Maicon que dava arrancadas pela direita, mas não eram muito objetivas.

Lances de emoção, só na boa jogada de Luis Fabiano que cruzou e Nilmar apareceu em velocidade para completar, a bola bateu no goleiro Eduardo e na trave. Vale ressaltar que o juiz Benito Archundia teve trabalho na primeira etapa com as entradas duras, principalmente no duelo particular entre Pepe e Felipe Melo, os dois levaram cartão amarelo. Temendo que o volante ser expulso, Dunga tirou o camisa 5 para colocar Josué.

O segundo tempo, o panorama alterou um pouco, com Portugal dominando o jogo, mas esbarrando na marcação brasileira. No ataque, os mesmos problemas do primeiro tempo continuavam, as chances eram escassas assim como o futebol da seleção. Os lusos queriam ir para o jogo tanto que colocaram Simão no lugar do lateral Duda.

Cristiano Ronaldo tentou fazer jogadas pela direita e uma quase deu certo. O jogador do Real Madrid cruzou e Raul Meirelles aproveitou falha da zaga para aparecer livre na área, Júlio César fez bela defesa e mandou para escanteio. Enquanto isso, Dunga mostrava irritação com a marcação brasileira.

Mas o técnico brasileiro demorou a mexer no time. Enquanto isso, o amarelado Pepe saiu para a entrada Pedro Mendes, mas os lusos começaram a tocar a bola querendo o fim do jogo. Ramires entrou no lugar do inócuo Júlio Baptista e o meia que joga no país adversário quase fez no chute que desviou em Bruno Alves e Eduardo fez boa defesa. O primeiro lugar foi garantido, mas a atuação brasileira deixou o sinal de alerta ligado para as oitavas de final.

O jogo das oitavas acontece na segunda-feira contra o segundo colocado do Grupo H, que define sua situação daqui a pouco.

No outro jogo do Grupo G, a Costa do Marfim venceu tranquilamente a Coréia do Norte por 3 a 0, mas ficou na primeira fase. Yaya Toure, Romaric e Kalou fizeram os gols marfinenses na despedida dos elefantes no mundial.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Japão vence Dinamarca e avança para as oitavas-de-final

Share |

Por Gabriel Seixas


- Antes do início do Mundial, muita gente não hesitou ao falar que o Japão era apenas a quarta força do Grupo E. Na teoria, a favorita Holanda e até os intermediários Dinamarca e Camarões inspiravam mais confiança que os nipônicos. Contudo, nesta fase de grupos, os comandados de Takeshi Okada podem até não ter se mostrado um time tecnicamente notável, mas inegavelmente possuem uma defesa sólida e muita disciplina, que permite a equipe não só competir contra as fortes seleções, como se impor contra as do mesmo nível.

- A cada ano que passa, o Japão vem quebrando barreiras no futebol. Não só por ser uma seleção com jogadores reconhecidos mundialmente, mas por deixar de ser apenas uma potência em seu continente. Não, o Japão ainda não é uma potência futebolística mundial (e dificilmente caminhará pra isso), mas já impõe algum respeito. Pela segunda vez em sua história, os japoneses conseguem uma classificação para as oitavas-de-final de uma Copa do Mundo. A conquista veio com a ótima vitória sobre a Dinamarca por 3 a 1, que deixou uma ótima impressão em relação aos samurais.

- Oito anos depois, os asiáticos Japão e Coreia do Sul voltam a disputar juntos a fase oitavas-de-final de um Mundial. Os japoneses encaram o Paraguai, enquanto os sul-coreanos têm pela frente o Uruguai. A Dinamarca, que nas eliminatórias europeias liderou um grupo que tinha Portugal, Suécia e Hungria, volta pra casa como uma grande decepção. Vários jogadores atuaram dentro de seu limite físico, e porque não técnico, já que o envelhecido time dinamarquês pouco impressionou com a bola no pé.

- A partida foi animada desde o início, com o Japão claramente com a proposta de jogar pelo empate (que o classificava para a próxima fase), e a Dinamarca detendo as ações ofensivas. Logo no início, o zagueiro Kroldrup (que substituía o jovem Kjaer) aproveitou cobrança de escanteio e mandou pra fora. O Japão respondeu com o meia Hasebe, que arrancou pela direita e bateu forte. A bola passou muito perto da meta de Sorensen.

- A partir dos 17 minutos, os japoneses passaram a conhecer o caminho para furar a defesa nórdica: as bolas paradas. Honda executou uma cobrança de falta da intermediária, a bola passou por todos os jogadores na pequena área e traiu o goleiro Sorensen, que ainda tentou dar um tapa na Jabulani, mas não evitou o gol japonês. Doze minutos depois foi a vez de Endo, em cobrança de falta frontal, mandar no ângulo do goleiro dinamarquês. Golaço!

- Há 40 anos uma seleção não fazia dois gols de falta no mesmo jogo, desde a Bulgária em 1970. Por sinal, nesta Copa, foram feitos apenas quatro gols de falta, sendo três de asiáticos: além dos dois japoneses, o sul-coreano Park Chu-Young também marcou. Antes do fim da etapa inicial, o lateral-direito Komano ainda obrigou Sorensen a fazer boa defesa. Antes disso, o técnico dinamarquês Morten Olsen já havia substituído o inoperante Jorgensen por Jakob Poulsen (o terceiro Poulsen no time, fazendo companhia a Simon e Christian).

- Nada adiantou. O Japão não desistiu da partida, e principalmente nas bolas paradas, continuou assustando. Na tentativa de mandar a bola pra área, Endo quase encobriu Sorensen em cobrança de falta, que meio sem jeito, espalmou pro lado. Honda, na tentativa de emendar um chute de primeira, isolou. Minutos depois, foi a vez de Poulsen (o Jakob, pra não criar dúvidas) obrigou Kawashima a fazer ótima defesa.

- Olsen fez o que pôde para a Dinamarca buscar os três gols que lhe classificariam: trocou o zagueiro Kroldrup pelo atacante Larsen. Aos 29 minutos, o atacante recebeu lançamento longo, matou no peito e chutou muito forte, mas a bola carimbou a trave. Gol mesmo só aos 35 minutos. Em bola levantada na área, Hasebe cometeu pênalti infantil em Agger. O artilheiro Tomasson parou no goleiro Kawashima, mas no rebote, mandou pras redes.

- Ao contrário do companheiro de ataque Bendtner, Tomasson buscou jogo e acabou recompensado com seu 52º gol pela seleção, sagrando-se o maior artilheiro dos Vikings na história. O gol também marcou a 200ª penalidade máxima na história dos Mundiais, que acabou sendo desperdiçada, porém convertida no rebote.

- Faltavam dois gols a serem marcados em pouco mais de dez minutos restantes. Okada lançou o meia-atacante Okazaki na vaga de Matsui, cansado, e o time melhorou. As principais jogadas continuavam saindo dos pés de Keisuke Honda, que coroou sua grande atuação aos 43 minutos. Em jogada individual, ele costurou a defesa pela esquerda, deu um corte seco em Rommedahl e rolou com açúcar para Okazaki, que só teve o trabalho de empurrar pro gol.

- Aos poucos, o Japão vai se firmando como uma seleção respeitável também no cenário internacional. Os samurais avançaram de fase em segundo lugar, atrás da Holanda, que com a vitória por 2 a 1 sobre Camarões, conquistou sua terceira vitória em três jogos. Van Persie e Huntelaar marcaram para a Laranja, enquanto Eto’o, cobrando pênalti, descontou para os africanos, os únicos que se despedem da Copa sem ao menos somar um ponto (Honduras pode igualar o “feito” amanhã, caso perca da Suíça).

- Enquanto a Holanda encara a Eslováquia, no que pode ser o jogo que teoricamente define o adversário do Brasil nas quartas-de-final (caso nossa seleção avance em primeiro no Grupo G e supere seu adversário nas oitavas), o Japão mede forças com o Paraguai. Mas uma vez, os japoneses não trazem consigo o favoritismo, mas esse fator já vem se mostrando o menor dos problemas.

Classificação

1° Holanda – 9pts
2° Japão – 6pts
3° Dinamarca – 3pts
4° Camarões – 0pt

- Agenda de amanhã

Nesta sexta-feira termina a primeira fase com o Brasil em campo. As 11h, a nossa seleção enfrenta Portugal de olho no primeiro lugar do Grupo G. No outro jogo do grupo, a Costa do Marfim tem que fazer um milagre para seguir na Copa e enfrenta a já eliminada Coréia do Norte. As 15h30, tem outro grande jogo entre Espanha e Chile que vale vaga para ambas equipes, na outra partida do grupo, se enfrentam Suíça e Honduras.

Adeus de campeã mundial é dramático

Share |

Por Leonardo Martins


Quem, no inicio da Copa, poderia imaginar que os finalistas da última Copa do Mundo cairiam na primeira fase do mundial, pois isto aconteceu. A França já havia caído fora na terça-feira, nesta quinta foi a vez dos atuais campeões mundiais, a Itália. Em um jogo emocionante no Ellis Park, a Eslováquia surpreendeu os italianos ao vencer por 3 a 2. No outro jogo do grupo F, um empate sem gols classificou o Paraguai diante da Nova Zelândia.

Os Italianos começaram o jogo com Gattuso no meio-campo e sem Gilardino no ataque, em seu lugar entrou Di Natale, mas essas alterações pouco ajustavam o time italiano, que apresentava o mesmo futebol burocrático das duas primeiras rodadas. Já os eslovacos tinham maior força de marcação e engoliam os jogadores italianos.

As chances eram quase diminutas, porque as duas equipes pouco produziam em campo. No jogo do Paraguai, a situação era parecida com os paraguaios poupando o time e os neo-zelandeses tinham pouca técnica para assustar o gol de Villar Aos 16, Caniza chutou por cima do gol.

Em Joanesburgo, a Itália pouco conseguia criar, reflexo da falta de armador de jogadas e ainda viu a Eslováquia marcar. Aos 23, De Rossi errou passe bizonhamente e Kucka aproveitou para acionar Vittek, que chutou no canto de Marchetti. Era o prenuncio da tragédia italiana, mas o empate dava a vaga aos atuais campeões mundiais.

O anuncio do gol eslovaco fez com que os paraguaios diminuíssem o ritmo, já que a Nova Zelândia não oferecia perigo a sua meta. Já no Ellis Park, pouco se tinha de futebol por parte dos comandados de Marcelo Lippi, tanto que a melhor oportunidade dos italianos foi no quase gol contra de Skrtel que passou perto. A Eslováquia chegava com muito perigo e Kucka assustou em chute que foi pela rede do lado de fora. O primeiro tempo foi embora e faltava 45 minutos para se evitar o vexame italiano.

O desespero tomou conta da Itália no segundo tempo, Lippi já fez duas alterações logo no intervalo, Maggio e Quagliarella entraram nos lugares de Criscito e Gattuso, formando um incomum 4-2-4, mas pouco alterou o rumo do jogo, pois a pobreza de jogadas ofensivas continuaram.

Já em Polokwane, a Nova Zelândia buscava o gol que classificaria para a próxima fase, mas Elliot chutou em cima do gol. O Paraguai respondeu primeiro na falta cobrada por Cardozo e depois na chance dupla que Riveros e Caniza desperdiçaram.

Aos 17, a Itália finalmente chegou com Quagliarella, mas Mucha salvou o gol. Pirlo, mesmo sem estar inteiro, foi a campo para tentar solucionar os problemas de armação italianos. Aos 22, um lance polemico, Pepe cruzou para Quagliarella completar para o gol, mas Skrtel salvou em cima da linha, uns acharam que a bola entrou, outros não, mas o gol não foi dado.

O lance tornou o jogo emocionante. Aos 24, Stoch quase marcou o segundo da equipe branca em rápido contra-ataque. Mas aos 28, um banho de água fria nos italianos, Hamsik cruzou para Vittek completar e fazer o segundo do time eslovaco. O lance parecia esfriar o jogo, mas só parecia.

Porque os atuais campeões foram para cima na base da raça e do coração e chegaram ao primeiro gol. Aos 36, Di Natale aproveitou rebote de Mucha no chute de Quagliarella e fez. Agora, mais um gol colocava a Itália na próxima fase e até chegou a marcar este gol, mas o juiz acabou anulando por impedimento do atacante do Napoli.

Com os contra-ataques a disposição, os eslovacos praticamente mataram o jogo. Aos 44, Kopunek recebeu passe de lateral e encobriu Marchetti, marcando um belo gol. 3 a 1. Mas os italianos não desistiram e diminuíram a diferença aos 47 em um belo chute de Quaglarella. Aos 50, a Itália teve a chance de fazer o gol da classificação, mas Pepe chutou longe e, para a surpresa de todos, a Itália deu adeus a chance de defender o título de 2006.

Para fechar o outro jogo do grupo, os guaranis tiveram três chances de abrir o placar, mas não aproveitaram e os all-blacks não tiveram capacidade técnica para seguir em diante no mundial, mas conseguiram um feito, sair da Copa invicto e na frente da Itália. Paraguai e Eslováquia seguem em diante no Mundial e esperam a definição do Grupo E logo mais, para saber seus adversários nas oitavas de final.

Classificação final

1º Paraguai – 5pts
2º Eslováquia – 4pts
3º Nova Zelândia – 3pts
4º Itália – 2pts

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Alemanha e Gana se classificam

Share |

Por Leoonardo Martins


Sem grandes sustos, a Alemanha entrou em campo precisando da vitória para seguir adiante na Copa do Mundo, o adversário era Gana, orgulho do continente africano no Mundial. Os tricampeões mundiais se impuseram e conseguiram a vitória no Soccer City por 1 a 0, os ganeses, mesmo com a derrota, se classificaram para a segunda fase, pois a Austrália ganhou da favorita Sérvia por 2 a 1, em Nelspruit.

No Soccer City, a Alemanha entrou com o brasileiro naturalizado, Cacau, no lugar de Klose, suspenso. Já em Nelspruit, Sérvios e australianos entraram em campo querendo a vitória, que poderia dar a classificação ao vencedor.

Alemães e Ganeses começaram o jogo com vontade de atacar, aos 11, Podolski cruzou, Jonathan tentou cortar para trás e coube a Kingson salvar o gol contra. Aos 13, foi a vez de Gana atacar com Gyan, mas Mertesacker salvou ao cortar o chute.

Já no outro jogo da chave, domínio total sérvio e Krasic arriscou por duas vezes e foi parado por Schwarzer nas duas. O goleiro australiano salvou o time também no chute de Ivanovic, a queima-roupa. A Austrália pouco tentava o gol, sabendo que era difícil a vaga na próxima fase.

Voltando ao jogo da Alemanha, que tiinha maior posse de bola, porém, criava poucas chances e tinham que conviver com os contra-ataques ganeses, estes sem muito perigo ao gol de Neuer. Somente aos 25, que os africanos fizeram sustos nos alemães, na cabeçada de Gyan que o capitão Lahm salvou com o peito. No minuto seguinte Muller entrou livre na área, mas chutou fraco no gol.

No Mbomela Stadium, os gols perdidos pelos sérvios desanimaram a equipe e os Socceroos começaram a atacar mais, mas sem chances concretas e o primeiro tempo terminou até violento, com muitas jogadas violentas.

Enquanto isso no Soccer City, os últimos minutos da etapa foram de muita cautela de ambas as equipes, já que um gol mudava o rumo do jogo. Só aos 40 minutos que Schweinsteiger cobrou falta e Kingson defendeu com sustos. O primeiro tempo terminava e Gana e Alemanha faturavam a vaga

No segundo tempo, Gana se mostrou mais incisiva nos ataques e exigiram duas defesas de Neuer nos oito primeiros minutos da etapa, sendo que uma bela defesa na chance que Gyan apareceu livre. Já os alemães cozinhavam o jogo perigosamente, somente Ozil queria alguma coisa.

Em Nelspruit, o segundo tempo começou como começou o jogo, Sérvia atacando. Aos 8, o grandalhão Zigic usou seus 2m02 de altura para matar no peito e chutar para fora. Eram 14 minutos nos dois jogos, quando saiu o primeiro gol da rodada em Joanesburgo. Ozil, único alemão que jogava objetivamente, acertou lindo chute no ângulo de Kingson, festa alemã no maior da Copa.

O gol animou o jogo da Austrália, já que agora a Sérvia precisava de um gol para se classificar. Mas quem marcou foi a equipe da terra dos Cangurus. Aos 23, Wilkshire cruzou para Cahill cabecear sem chances para o goleiro sérvio. Agora, a Austrália precisava de três gols, dela ou da Alemanha no jogo contra Gana, para seguir em diante na África.

Quatro minutos depois, esperança amarela em Nelspruit, aos 29, Holman chutou de longe no canto do goleiro sérvio para marcar o segundo dos oceânicos. Faltavam dois gols.

Enquanto isso, no Soccer City, Gana evitava qualquer tipo de zebra e mandava o time para o ataque, mas parou na boa atuação do goleiro Neuer e no capitão Lahm, que cortava os ataques africanos. Mas o jogo interessante acontecia em Nelspruit.

As duas equipes se lançaram ao ataque e quem acabou marcando foram os sérvios. Aos 39, Tosic chutou de longe, Schwarzer deu rebote e Pantelic recolocou a equipe da ex-Iugoslávia no jogo. Agora um gol classificava os sérvios e eliminava a África da Copa 2010.

Mas este gol sérvio não veio e Alemães e ganeses ficaram felizes em Joanesburgo com a classificação a próxima fase do mundial. A Alemanha faz o clássico europeu com a Inglaterra e Gana enfrenta os Estados Unidos.

Classificação final

1° Alemanha – 6pts
2° Gana – 4pts (0SG)
3° Austrália – 4pts (-3SG)
4° Sérvia – 3pts

- Agenda para amanhã

Teremos mais dois grupos definidos nesta quinta-feira. As 11h, o Grupo F apresenta o drama dos atuais campeões mundiais, Itália, tendo que vencer a Eslováquia para seguir adiante. Paraguai e Nova Zelândia também realizam jogo interessante e que também vale vaga. As 15h30, pelo Grupo E, Camarões e Holanda apenas cumprem tabela, o primeiro eliminado e o segundo classificado. Mas emoção não vai faltar no jogo entre Dinamarca e Japão que disputam a segunda vaga.

Dramaticidade e emoção na definição do Grupo C

Share |

Por Gabriel Seixas


- Ainda não foi a grande exibição que se espera do English Team, mas sem dúvida a Inglaterra dá sinais de que está em evolução. Com os grandes jogadores em boa forma, os ingleses venceram a Eslovênia por 1 a 0 e garantiram vaga para as oitavas-de-final. No outro jogo, de forma dramática, o Estados Unidos venceu a Argélia por 1 a 0 nos acréscimos. Agora ambos esperam pela definição do Grupo D para conhecerem seus adversários na próxima fase.

- Fabio Capello promoveu duas mudanças na Inglaterra que contribuíram positivamente para o desempenho da equipe. No meio-campo, Lennon foi substituído por Milner, e o winger do Aston Villa foi ótima opção pela direita durante toda a partida, sempre com muita mobilidade e cruzamentos precisos. No ataque, o criticadíssimo Heskey deu lugar ao artilheiro Defoe, do Tottenham, que fez aquilo que dele se espera: gol. O trio Gerrard, Lampard e Rooney também teve atuação destacada, criando jogadas insinuantes e concluindo a gol.

- A Eslovênia ficou abaixo das expectativas, principalmente na parte ofensiva. Com uma base bem definida, o 4-2-2-2 dos últimos jogos foi repetido, mas dessa vez os armadores se omitiram um pouco do jogo. Kirm, pela esquerda, quase não foi notado em campo. O habilidoso Birsa poderia ser mais acionado pela direita, e só ganhou destaque em jogadas de bola parada, principalmente no segundo tempo. Entretanto, os erros não pareciam ter feito falta, até Donovan marcar para os Estados Unidos aos 47 minutos e consequentemente eliminar os eslovenos, que desolados, saíram chorando para o vestiário.

- O ritmo freado das duas equipes fez com que as atenções ficassem voltadas para Estados Unidos e Argélia. Os argelinos começaram tomando a iniciativa, com um chute de Matmour no primeiro minuto, de primeira, e outro de Djebbour, que levou muito perigo, acertando o travessão de Howard. Os americanos só responderam aos 20 minutos, quando o árbitro erradamente anulou um gol de Dempsey, após passe de Gomez.

- Polêmica em um jogo, pressão no outro. A Inglaterra começou a se soltar para o ataque. Em cobrança de falta, Lampard “aqueceu” Handanovic. Entretanto, as melhores opções eram pelos flancos, principalmente com Milner pela direita, que tinha o apoio de Johnson. E foi de Milner a assistência para que Defoe completasse de primeira, pro fundo das redes de Handanovic, que ainda tocou na bola, mas não evitou o gol.

- Em vantagem, os ingleses se soltaram no jogo. Gerrard, deslocado para a esquerda, além de estar jogando muito, também abria espaço para Lampard fluir pelo centro. Sempre aparecendo com perigo no ataque, o English Team criou duas grandes chances de marcar. Na primeira, Milner cruzou, Handanovic se antecipou a Defoe e deu um soco na bola, mas a bola sobrou limpa para Lampard. De primeira, o meia do Chelsea soltou um foguete, mas a bola foi pra fora.

- Na segunda, jogada de pé em pé, a primeira da Inglaterra no jogo. Gerrard lançou Defoe, que da entrada da área bateu forte, mas Handanovic espalmou. No rebote, Gerrard ajeitou de cabeça para Rooney, que mostrou porque é um jogador diferenciado. Mesmo cercado por quatro jogadores, achou espaço para servir Gerrard, que bateu com classe para o gol, mas Handanovic foi buscar no cantinho.

- No outro jogo, o Estados Unidos buscava espaços para arriscar, mas era neutralizado pela Argélia. Dempsey arriscou aos 33 minutos, mas o goleiro Mbolhi defendeu. Resultado: com o empate entre argelinos e americanos e a vitória inglesa, naquele momento estavam classificados Inglaterra e Eslovênia, nessa ordem.

- Quem achou que a Inglaterra diminuiria o ritmo na etapa final, se enganou. No minuto inicial, Defoe levou muito perigo a Handanovic, batendo pra fora. Aos 11 minutos, foi a vez de Terry aproveitar cobrança de escanteio de Barry e cabecear a queima-roupa, mas Handanovic fez outra defesa de cinema. No minuto seguinte, após falha geral da defesa eslovena, Rooney girou o corpo e bateu forte, mas a pelota insistia em não entrar. Dessa vez triscou na trave.

- Foram os últimos momentos de emoção do jogo. Rooney, ainda sem marcar gols na Copa (situação parecida com a de Messi), foi substituído por Joe Cole. Capello apelou para o 4-1-4-1, recuando de maneira precipitada o time, que por sorte, não foi pressionado pela Eslovênia. Àquela altura, as atenções estavam voltadas para Estados Unidos e Argélia. Com Feilhaber na vaga de Gomez, os americanos voltaram com tudo. Dempsey perdeu uma sequência de gols feitos: primeiro finalizou na trave, e a segunda, com o gol vazio, bateu pra fora.

- Foi a vez do atacante Buddle entrar no time americano, e com três minutos em campo, exigiu que Mbolhi fizesse grande defesa. Também precisando vencer, a Argélia sofreu mudanças. O técnico Rabah Saadane lançou Ghezzal e Guedioura nas vagas de Djebbour e Ziani, mas nada suficiente para colocar os argelinos de novo no jogo. A sorte conspirava contra os americanos, mas pode chamá-la de Mbolhi. O goleiro argelino fez outra grande intervenção em cobrança de falta de Bradley, filho do técnico.

- O desespero tomava conta dos americanos nas arquibancadas, e dentro do campo. Bob Bradley foi para o tudo ou nada, colocando o meia Beasley na vaga do lateral Bornstein. Aos 37 minutos, Dempsey foi agredido covardemente por Yahia, que não sofreu nenhuma punição do árbitro.

- Na outra partida, em Port Elizabeth, fim de papo. Inglaterra, classificada, venceu a Eslovênia por 1 a 0. No momento em que Wolfgang Stark soou o apito final, no outro jogo, festa dos americanos. Donovan iniciou um contra-ataque fulminante, servindo Altidore, que cruzou da direita. O iluminado Mbolhi antecipou Dempsey, mas a bola sobrou limpa para Donovan, que concluiu para o gol vazio.

- São nesses momentos que não há como lamentar o fato de ser um fanático por futebol. A sensação de ver uma seleção classificar-se para outra fase em Copa do Mundo aos 47 do 2º tempo, nem que seja o Estados Unidos, nação odiada por muitos e amada por outros, é indescritível. Argélia e Eslovênia, que eliminaram Egito e Rússia (respectivamente) nas eliminatórias, voltam pra casa. Os americanos sagraram-se líderes do grupo, seguidos da Inglaterra.

- Possivelmente, os ingleses já farão um clássico sensacional contra a Alemanha nas oitavas, enquanto os americanos teoricamente esperam por Gana ou Sérvia. Mas como o futebol é imprevisível, tudo pode acontecer. O gol de Donovan nos acréscimos só ilustra porque o futebol é o esporte mais idolatrado do planeta. Num país em que o Soccer está longe de ser tradicional, esse panorama pode tomar novos rumos após o jogo de hoje. Nós, fanáticos por futebol, só temos a agradecer.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Argentina joga pelo gasto e fatura o 1° lugar do grupo

Share |

Por Gabriel Seixas

- Três jogos, três vitórias, sete gols marcados e apenas um sofrido. Esse é o saldo da Argentina na primeira fase da Copa do Mundo, na qual a albiceleste se deu ao luxo de encerrar com 100% de aproveitamento, e consequentemente consolidar a liderança isolada do Grupo B. Mesmo com time misto, os argentinos não sofreram sustos, derrotando a Grécia por 2 a 0. Maradona optou por escalar sete reservas, mantendo apenas Romero, Otamendi, Verón e Messi do costumeiro onze inicial.

- Aliás, Lionel Messi, camisa 10 e melhor do mundo, foi mais uma vez o nome do jogo. Com 22 anos, tornou-se o jogador mais jovem a ostentar a braçadeira de capitão na história da Argentina em Mundiais. Em compensação, os deuses do futebol não parecem conspirar com o craque no quesito gols. Hoje marcaram Demichelis (!) e Palermo (!!), e nunca é demais lembrar que na primeira rodada até Heinze (!!!) deixou o dele. Mas pelo que o menino do Barcelona vem jogando no Mundial, o gol é só um detalhe.

- Quanto à Grécia, nem parecia um time que precisava vencer para avançar de fase. Em toda a partida, jogaram como se estivessem satisfeitos com um empate, que não levaria a lugar nenhum. Ou melhor, até levaria: para o caminho de volta pra casa. Otto Rehhagel escalou o time no 4-4-1-1, com Karagounis isolado na armação, e Samaras mais abandonado ainda no comando de ataque. Resultado: nenhum chute a gol em todo o primeiro tempo.

- Limitando-se a defender, a Grécia procurava ao máximo encurtar os espaços para o adversário jogar, apostando em marcação individual e até dupla. A Argentina, com muitas caras novas, foi melhor no jogo desde o início. Na primeira boa oportunidade, Sergio Agüero (uma das novidades), que fez companhia a Messi e Milito no comando de ataque, fez boa jogada individual, avançou pelo flanco esquerdo e bateu, mas Tzorvas fez a defesa. O goleiro grego foi forçado a trabalhar novamente em chute de longa distância de Verón, espalmando pra escanteio.

- Maradona gostava do que via. O 4-3-3 da albiceleste envolvia o adversário, com supremacia na posse de bola, porém sem capricho na hora de finalizar. Messi, aberto pelo flanco direito, tentou resolver em sua jogada característica: dominou pela direita, cortou pro meio e bateu com perfeição, mas Tzorvas novamente estava lá pra fazer boa defesa. A atuação firme do goleiro certamente lhe rendeu o prêmio de personagem do primeiro tempo, sempre com ótimas intervenções.

- A Grécia voltou com Spyropoulos na vaga de Karagounis, o que significava um time ainda mais defensivo (com quatro defensores e cinco volantes). O time se limitava a dar chutões pra frente buscando Samaras, e de tanto insistir na jogada, uma hora acabou dando certo. Na falha de Demichelis, o atacante grego entrou livre na área e bateu forte, mas ela saiu pela linha de fundo. Foi o único momento em que a torcida argentina precisou se preocupar em Polokwane.

- Pra furar a retranca dos gregos, os laterais argentinos começaram a se soltar, principalmente Clemente Rodriguez pelo lado esquerdo. E foi justamente ele que arriscou um bom chute de fora da área, que passou rente a meta de Tzorvas. Se com bola rolando nada estava dando certo, a alternativa foi explorar exaustivamente as bolas paradas. Messi cobrou falta direta pro gol, obrigando Tzorvas a fazer grande intervenção.

- Os escanteios também significavam pesadelo para a defesa grega. Em um deles, Verón mandou pra área, Demichelis desviou e Bolatti, sozinho, concluiu na pequena área, mas Tzorvas encaixou. E como água mole em pedra dura tanto bate até que fura, a “invencibilidade” do goleiro da Grécia foi por água abaixo depois de 77 minutos. Nova cobrança de escanteio e Demichelis completou, mas a bola bateu no companheiro Diego Milito. Por sorte, ela sobrou limpa para Demichelis, que encheu o pé e não deu chances para Tzorvas.

- Nem a entrada de Ninis na vaga de Katsouranis foi o suficiente para a Grécia ter alguma inspiração do meio pra frente. A Argentina continuou controlando as ações da partda, já com Di Maria, Pastore e Palermo em campo. Messi, o nome do jogo, estava louco para deixar o dele. Aos 40 minutos, em grande jogada individual, soltou um petardo na trave.

- Três minutos depois, ele iniciou a jogada do segundo gol: dominou na entrada da área, cortou pra perna esquerda e bateu forte, mas Tzorvas defendeu. Oportunista, Palermo tocou pras redes no rebote, fazendo jus a aposta de Maradona em levá-lo para o Mundial, mesmo aos 36 anos. No dia em que o épico gol de Diego Maradona na Copa de 1986 completava 24 anos, Messi não marcou, mas foi o melhor em campo. Ninguém brilhou mais que ele no gramado do Peter Mokaba.

- Nas oitavas-de-final, a Argentina tem pela frente o México, no domingo. O outro classificado do Grupo B é a Coreia do Sul, que segurou um empate com a Nigéria em 2 a 2. Uche colocou os nigerianos na frente, mas Lee Chun-Soo e Park Chu-Young viraram para os sul-coreanos. Nem o gol de pênalti de Yakubu (que perdeu um gol inacreditável, embaixo da trave e sem goleiro) foi o suficiente para estragar a festa dos sul-coreanos, que encaram o Uruguai no sábado, no primeiro jogo da fase oitavas-de-final.

- O jogo da Coréia foi marcado pelos erros de gols da Nigéria, que poderiam ter mudado a história do jogo e da classificação sul-coreana a próxima fase, além do gol perdido por Yakubu, já citado, Oba-Oba Martins desperdiçou chance clara ao tocar por cima do goleiro. Sorte asiática e azar africano.

- Agenda para amanhã

A Copa apresenta uma quarta-feira emocionante com equipes grandes correndo risco de eliminação. As 11h, pelo grupo C, a Inglaterra tem jogo de vida ou morte contra a Eslovênia e os Estados Unidos pegam a Argélia, todas as equipes tem chances de classificação. A mesma situação veremos no Grupo D, as 15h30, a Alemanha pega a melhor seleção africana desta Copa, Gana, só pensando na vitória. Sérvia e Austrália também se enfrentam de olho em uma vaga.

Uruguai vence México e os dois times seguem adiante

Share |

Por Leonardo Martins



O jogo entre Uruguai e México era visto com desconfiança, pois o empate classificava as duas equipes e eliminaria África do Sul e França, que estavam se enfrentando e Bloemfontein. Mas o que se viu em Rustemburgo, ficou longe de uma armação, as duas equipes jogaram um bom futebol, que terminou com a vitória uruguaia por 1 a 0. E no outro jogo do Grupo A, a África do Sul terminou de forma honrosa sua participação na Copa com uma vitória por 2 a 1, pouco para conseguir a classificação que ficou com Mexicanos e uruguaios.

Além da classificação, o jogo de Rustemburgo valia o primeiro lugar da chave, significando uma fuga de um confronto contra a poderosa Argentina. Para isto, as duas equipes entraram em campo bastante ofensivas.

O jogo começou com muito equilíbrio e poucas chances. Aos 17, Victorino cabeceou para fora a chance uruguaia. Enquanto isto, no outro jogo, as duas equipes desperdiçavam chances de marcar os gols que dariam esperança de classificação. Voltando a Rustemburgo, Guardado quase abriu o marcador para o México ao arriscar belo chute de longe que acertou o travessão.

Em Bloemfontein, euforia da torcida aos 23. Tshabalala cobrou escanteio e Khumalo cabeceou para o gol. 1 a 0 Àfrica. O gol dos Bafana-Bafana não alterou o ritmo de mexicanos e uruguaios. Novo lance importante na capital judiciária, Gorcouff acertou o cotovelo na cara de Sibaya e foi expulso, facilitando, um pouco, a vida dos africanos.

O lance esquentou a torcida no Free State, mas no Royal Bafokeng, as duas equipes diminuíram o ritmo e o jogo ficou sem graça. Voltando ao Free State, aos 37, Mphela dividiu com a zaga e o goleiro e marcou o segundo dos donos da casa. Faltava mais um gol do Uruguai e dois gols deles para a África seguir adiante na Copa e eliminar o México.

Os uruguaios fizeram o gol logo em seguida, Cavani cruzou e Suarez apareceu para empurrar a bola, de cabeça, para o gol de Pérez. 1 a 0 e esperança sul-africana mais viva do que nunca.

No segundo tempo, pressão da África do Sul na França e do México no Uruguai. Os treinadores deixaram os times mais ofensivos. Quase os africanos fizeram o terceiro com Mphela, mas o chute acertou a trave. E em Rustemburgo, foi o Uruguai quem quase ampliou oi marcador na cabeçada de Lugano que Pérez salvou.

O México carecia de criatividade e, na melhor chance mexicana na partida, Hernandez cabeceou para fora. Em Bloemfontein, pressão total africana, mas os atacantes ficavam presos a marcação francesa, Henry entrou para alterar o ataque francês, mas pouco alterou. Então coube ao craque Ribery acabar com as chances de classificação dos donos da casa, aos 24, o camisa 7 francês deu ótimo passe para Malouda vencer Josephs. Era o gol da tristeza africana e o gol do alívio mexicano.

Quando o anuncio do gol francês chegou a Rustemburgo, os mexicanos diminuíram bastante o ritmo. Os dois jogos se arrastaram até o fim e festa de México e Uruguai no Royal Bafokeng com a classificação. Já em Bloemfontein, vergonha francesa com a campanha pífia e orgulho sul-africano com o futebol apresentado diante dos franceses. Esta eliminação dos Bafana-Bafana é a primeira de um país-sede ainda na primeira fase de uma Copa do Mundo.

Classificação final – Grupo A

1º Uruguai – 7pts
2º México – 4pts (1SG)
3º África do Sul – 4pts (-2SG)
4º França – 1pt

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Espanha vence Honduras e segue na briga pela classificação

Share |

Por Gabriel Seixas


- O adversário não era dos melhores, é bem verdade, mas a boa atuação não deixa dúvidas: a Espanha está firme e forte na luta pelo título mundial. Não só porque venceu Honduras por 2 a 0, mas porque tem a melhor seleção do mundo no papel, se dá ao luxo de ter jogadores do calibre de Fabregas e David Silva no banco, e por ser a atual campeã europeia. Jogadores como Xavi, Fernando Torres e David Villa podem decidir uma partida a qualquer momento. Hoje a noite foi de Villa, que marcou os dois gols da partida.

- Iniesta, um dos homens de armação do time (talvez o mais importante), era desfalque por lesão. A derrota para a Suíça na estreia também custou a David Silva uma vaga no time titular, abrindo espaço para Jesus Navas e Fernando Torres no onze inicial. Com isso, Del Bosque configurava um 4-3-3 na Fúria, com Fernando Torres centralizado, Jesus Navas aberto pela direita (nada mais característico) e Villa pela esquerda, um pouco incomum para o ótimo centroavante que é.

- Os hondurenhos em nenhum momento ameaçaram o triunfo espanhol. Demonstraram limitações técnicas, erros infantis na defesa e sequer chutaram uma bola em direção ao gol de Casillas em toda a partida. Palacios, um dos jogadores mais técnicos do time, foi um dos poucos a procurar jogo, mas ficou devendo. Suazo, o craque da seleção (e o único centroavante do 4-3-2-1), pouco foi acionado.

- A Espanha jogou seu futebol característico: muita troca de passes (em sua maioria certos), finalizações com perigo e muitos, muitos cruzamentos. É o time que mais tira proveito deste quesito nesta Copa. Foram mais de cem bolas alçadas na área em dois jogos, sendo que Navas protagonizou nada mais, nada menos do que 38. Também foi o time que mais finalizou aqui. Logo no início, David Villa foi mostrando logo a que veio, mandando uma pancada no travessão.

- O gol não demorou a sair. Aliás, o primeiro gol da Fúria na Copa foi uma verdadeira obra-prima. Villa recebeu na esquerda, e com um drible, entortou Mendoza e Guevara. Dentro da área, ainda driblou Chávez antes de concluir no ângulo de Valladares, mesmo caído. Antes disso, o árbitro japonês Yuichi Nishimura já havia deixado de marcar um pênalti, após toque de mão de Izaguirre dentro da área.

- Mesmo com David Villa participando ativamente do jogo pela esquerda, as jogadas mais insinuantes eram originadas do outro lado, com Sergio Ramos e Jesus Navas. No meio-campo, Xabi Alonso e Busquets protegeram com maestria a retaguarda espanhola e saíram bem pro ataque, assim como Xavi, que como de costume, distribuiu com maestria o jogo. A decepção ficou por conta de Fernando Torres, que ainda na etapa inicial, desperdiçou duas chances claras de marcar. A primeira em cruzamento de Sergio Ramos, e a segunda dentro da área, sem marcação, mandando por cima.

- Na etapa final, bastaram cinco minutos para a Espanha matar o jogo. Xavi iniciou a jogada lançando Jesus Navas pela direita, que controlou a bola e tocou curto para David Villa. Na entrada da área, o atacante ajeitou pra perna direita e bateu forte. O desvio em Maynor Figueroa não deu chances para Valladares, que acabou encoberto. Outro golaço no Ellis Park.

- Era um presságio de uma goleada, sobretudo quando Jesus Navas sofreu pênalti de Izaguirre aos 18 minutos. David Villa, o iluminado da noite, foi para a cobrança. Era a chance de se igualar a Higuaín com três gols na artilharia da Copa, mas elas saíram junto com a bola que passou à esquerda da meta do goleiro Valladares. Nada que manchasse a inquestionável vitória da Fúria.

- Fabregas substituiu Xavi minutos depois e deu sangue novo ao time. Querendo mostrar serviço, o armador do Arsenal não demorou a procurar jogo, quando recebeu lançamento em profundidade, entrou na área, driblou o goleiro Valladares, e quando concluiu em direção ao gol vazio, Chávez evitou o 3 a 0 em cima da linha.

- Del Bosque ainda aproveitou para lançar Arbeloa e Juan Mata em campo. O time respondeu de forma natural, ou seja, diminuindo o ritmo e cadenciando o jogo até o apito final. Ainda não é a atuação ideal, mas serviu para dar confiança ao time, que agora tem a difícil missão de parar o ataque do Chile na última rodada. Só a vitória interessa para carimbar a classificação e o primeiro lugar do grupo, possivelmente fugindo do Brasil nas oitavas. Só não dá pra fugir da pressão: com o time que tem e pela expectativa que criou, passar de fase é mais do que obrigação.


Amanhã começa a terceira rodada da Copa 2010. As 11h, pelo Grupo A teremos África do Sul x França e México x Uruguai. As 15h30, pelo Grupo B, se enfrentam Grécia x Argentina e Coréia do Sul x Nigéria.

Chile consegue furar retranca suíça

Share |

Por Leonardo Martins

Enfim, a defesa suíça foi vazada em mundiais nesta segunda-feira, o autor desta façanha foi o Chile, que enfrentou a Suíça em Porto Elizabeth. Mas antes, os suíços bateram o recorde de mais tempo sem levar gol na Copa. A vitória por 1 a 0 deixou o Chile perto da vaga.

O jogo começou equilibrado, mas com os chilenos tomando a iniciativa de atacar, porém, esbarravam na defesa suíça, como a Espanha na estréia. Aos 10, Vidal chutou e Benaglio defendeu com dificuldade, o jogo era sem graça devido a retranca européia. Os suíços esperavam um erro chileno para chegar ao gol e quase ele veio aos 28, quando Nkufo quase aproveitou erro de Isla, o goleiro Bravo cortou antes do atacante concluir.

Aos 30, Behrami foi expulso de campo ao acertar o braço na cara de dois chilenos e facilitou a vida dos chilenos. Ainda no primeiro tempo, Frei, atacante suíço, deu lugar a Barnetta, aumentando a retranca. Beausejour cruzou e Sanchez exigiu boa defesa de Benaglio, aos 40.

Na volta do intervalo, Bielsa colocou Valdívia na vaga de Suázo para tentar aumentar a movimentação ofensiva. Aos três minutos, o Chile ameaçou a invencibilidade defensiva da Suíça: Sanchez recebeu a bola na intermediária, em jogada ensaiada de cobrança de falta, e bateu de primeira, marcando o gol. Gonzáles, dentro da área, correu na direção da bola e, mesmo sem tocá-la, caracterizou impedimento, suficiente para anular o tento.

A pressão chilena aumentou, enquanto a Suíça, acuada, sequer conseguia passar do meio-campo. Aos 10 minutos, Gritching perdeu bola na intermediária, deixando para Alexis Sánchez. O atacante invadiu a área, mas Benaglio saiu bem do gol e bloqueou a finalização. Três minutos depois, Gonzáles subiu bem em cobrança de escanteio, mas cabeceou por cima da meta.

Aos 29 minutos, quando a Suíça já havia quebrado o recorde de tempo sem levar gols em Copas do Mundo - superou a Itália, que foi invencível defensivamente por 550 minutos - o gol finalmente saiu. Valdívia, um dos mais acionados durante o segundo tempo, fez belo lançamento para Paredes, que invadiu a área e driblou Benaglio. Sem ângulo, cruzou na segunda trave para Gonzáles cabecear para o gol vazio.

A Suíça, que havia substituído o atacante Frei no final do primeiro tempo, se viu obrigada a lidar com sua falta de eficiência ofensiva. Nas poucas vezes em que arriscou finalizações, sequer conseguiu acertar a meta. O Chile quase ampliou em contra-ataque aos 38, quando Gonzáles lançou e Paredes, cara a cara com Benaglio, chutou forte demais, por cima do gol

Paredes perdeu a oportunidade de 'matar o jogo' aos 44 minutos, quando recebeu pela direita em rápido contra-ataque. Com a defesa suíça escancarada, invadiu a área e cortou para o meio, mas pegou mal de perna esquerda. Um susto aos 45: a zaga chilena vacilou, perdeu a bola na intermediária e Jabuku teve a chance de empatar, mas bateu para fora ao receber cruzamento rasteiro, na marca do pênalti.

O Chile joga pelo empate contra a Espanha e a Suíça enfrenta Honduras de olho neste outro jogo.

Portugal Trucida a Coréia do Norte

Share |

Por Leonardo Martins


Se o Brasil teve dificuldades para vencer a Coréia do Norte, Portugal teve enormes facilidades para detonar os norte-coreanos na Cidade do Cabo. Foi a maior goleada da Copa até agora, um 7 a 0 para colocar os portugueses com um pé na próxima fase do Mundial

Portugal fez alterações na equipe da estréia, Danny, Paulo Ferreira, Deco e Liédson deram lugar a Simão, Miguel, Tiago e Hugo Almeida. Então coube ao craque da equipe, Cristiano Ronaldo, criar várias chances de gols, aos dois, o atacante chutou e foi atrapalhado pela zaga. Aos 6, Ricardo Carvalho cabeceou na trave.

A Coréia do Norte chegou em três chutes de longe, inclusive de Tae Se, o “Rooney” Asiático, mas que não assustaram Eduardo. O primeiro gol português saiu aos 29, Tiago lançou Raúl Meireles que tocou na saída do goleiro. 1 a 0.

O jogo, no primeiro tempo, terminou com mais pressão portuguesa, porém, sem chances de gols. Gols que viriam aos montes na segunda etapa chuvosa no belíssimo Green Point.

O passeio português na segunda etapa começou aos oito minutos. Simão aproveitou trama do ataque português e ampliou o marcador. Aos 9, Fábio Coentrão, que fez boa partida na lateral esquerda, cruzou e Hugo Almeida cabeceou para o gol. 3 a 0 e ainda viria mais.

Cristiano Ronaldo fazia seu jogo belo plasticamente e buscava o fim do jejum, enquanto não marcava, os outros jogadores iriam marcando. O camisa 7 deu ótimo passe para Tiago marcar o gol. 4 a 0. Ronaldo tentava a qualquer custo o gol, acertou a trave em lindo chute de longe.

Mas os gols apareciam, Liédson, que entrou no lugar de Hugo Almeida, fez um belo gol ao chutar de primeira. 5 a 0 aos 35. A Coréia do Norte só via os portugueses jogarem e marcarem os gols. Aos 42, o gol tão procurado por Cristiano Ronaldo apareceu, dividiu com o goleiro norte-coreano e tocou para o gol vazio. Foi o primeiro gol de Ronaldo pela Seleção Portuguesa em dois anos.

O Sétimo, que fechou a vitória, veio com o meia Tiago que acertou um bom chute de longe e a classificação a próxima fase está próxima. A Seleção Portuguesa só perde a vaga se perder para o Brasil e a Costa do Marfim vencer a Coréia do Norte, além disto, os marfinenses tem que tirar uma enorme diferença de 9 gols no saldo.

domingo, 20 de junho de 2010

Fabuloso comanda classificação brasileira

Share |

Por Leonardo Martins


O futebol brasileiro finalmente apareceu na copa do Mundo. Depois de uma atuação ruim na estreia, a Seleção Brasileira foi ao Soccer City querendo dar uma resposta aos críticos ao enfrentar a forte Costa do Marfim e conseguiu. Em uma atuação convincente, a Seleção conseguiu uma ótima vitória por 3 a 1 com ótima noite de Luis Fabiano e classificação assegurada para a próxima fase.

O Brasil entrou em campo com a mesma formação que venceu no sufoco a Coréia do Norte, mas com outra cabeça, querendo jogar como futebol brasileiro. Já a Costa do Marfim, fez uma alteração em relação a estreia, tirou Gervinho para a entrada de seu líder, capitão e craque, Didier Drogba.

A Seleção canarinho começou o jogo atacando e animando a torcida, logo aos dois minutos, Robinho tentou encobrir Barry, mas a bola subiu. Mas logo, os africanos melhoraram a marcação e os brasileiros voltaram a atuação apática da estreia, sorte nossa que a equipe verde (hoje estavam de verde os elefantes) só cruzavam a bola na área para a excelente zaga brasileira cortar de cabeça.

Na primeira vez que os brasileiros conseguiram colocar a bola no chão, o gol brasileiro saiu. Eram 25 minutos e um jogo apertado, Kaká fez sua primeira excelente jogada na Copa e driblou o marcador e tocou para o artilheiro Luis Fabiano encher o pé e vencer Barry, festa da torcida brasileira no Soccer City. O gol pôs fim a um jejum de 6 jogos sem marcar do camisa 9.

O gol fez a equipe africana voltar a marcar em seu campo, antes do gol eles estavam pressionando a saída de bola brasileira, o que dificultou muito o jogo brasileiro, para tentar furar o bloqueio, os Canarinhos tentavam virar o jogo, mas a Jabulani e o gramado castigado pelo frio não deixavam. O jogo perdeu em emoção por causa destes erros, mas o que importava era a vitória parcial no intervalo.

O segundo tempo veio sem alterações nas equipes, mas com um Brasil melhor e mais objetivo. Essa objetividade fez com que Luis Fabiano, o Fabuloso, fizesse o gol mais bonito da copa até agora. Aos 6, o artilheiro brasileiro, fez de tudo, chapéus, toques na mão (o que foi confirmado pelo próprio jogador como toque “involuntário”) e a bela jogada foi finalizada com um belo chute de primeira. 2 a 0 Brasil. Jogo tranqüilo.

Sven Gora-Erikson mudou o time africano ao colocar o habilidoso Gervinho no lugar do sumido Dindane. Por falar no ataque marfinense, Drogba não havia feito nada sendo facilmente marcado por Juan e Lúcio. Mas o Brasil voltou ao ataque, Robinho, sem a mesma inspiração da estreia, achou Kaká que chutou para a defesa de Barry.

O camisa 10 voltou a fazer excelente jogada que culminou em gol aos 17. O jogador do Real Madrid fez jogada de ponta, driblou Demel e cruzou para Elano aparecer como centroavante e marcar o seu segundo gol na Copa. 3 a 0 e show brasileiro a vista.

O camisa 7 brasileiro foi o primeiro a sofrer com a violência imposta pela Costa do Marfim após o terceiro gol. Elano sofreu dura entrada de Tioté e foi substituído por Daniel Alves. Depois Keita, que havia entrado no lugar de Kalou, acertar Michel Bastos, mas, por sorte, o lateral voltou a campo.

Finalmente, Drogba apareceu em cabeçada que assustou Júlio César, mas a violência marfinense continuava. Estrela do time brasileiro, Kaká, era o mais caçado em campo e ficava nervoso a cada entrada dura que recebia, especialmente, de Yaya Toure. Em meio a violência, o gol do artilheiro do Campeonato Inglês, Drogba, apareceu. Aos 35, Yaya cruzou com perfeição e o camisa 11 da Seleção africana e do Chelsea cabeceou livre para fazer o de honra do time de Abdjian.

Nem com o gol, a violência verde diminuiu e o arbitro era conivente com o anti-futebol praticado pela Costa do Marfim. Cansado de tanto apanhar dos africanos, Kaká se estranhou por duas vezes com Yaya e foi expulso, fazendo falta no último jogo desta fase.

Nos últimos minutos, coube aos brasileiros tocar a bola e garantir a classificação de forma antecipada à próxima fase do Mundial. O Brasil joga pelo empate, na última rodada contra Portugal, para garantir a primeira colocação do Grupo G, ou poderá garantir essa posição nesta segunda-feira se os portugueses empatarem com a Coréia do Norte, as 8h30 na Cidade do Cabo.

- Agenda da Copa

Amanhã, além do já citado Portugal x Coréia do Norte, temos a segunda rodada do Grupo H. 11h em Porto Elizabeth, se enfrentam Chile x Suíça. E as 15h30, no Ellis Park, a Espanha tenta a recuperação contra Honduras, como sempre, com cobertura do Esporte É Vida.

Itália decepciona e não passa de um empate contra a Nova Zelândia

Share |

Por Gabriel Seixas

- A Itália não é uma exceção (positiva) entre as grandes equipes europeias no Mundial. Assim como Espanha, Alemanha, França, Inglaterra, por exemplo, faz uma campanha decepcionante, e o ambiente não é bom muito antes do início da Copa. Das 32 seleções participantes, a Azzurra foi a única que ainda não venceu em 2010. As ausências de Totti, Cassano, Rossi e Balotelli da lista convocatória final, somada a contusão de Pirlo, claramente pesam negativamente a este limitado time comandado por Marcelo Lippi.

- A título de curiosidade, não há registros na FIFA de um campeão em uma Copa anterior passar os dois primeiros jogos no Mundial seguinte sem vitória. A Itália acumula dois empates, incluindo um na tarde de hoje, contra a Nova Zelândia, em 1 a 1. A atuação foi sofrível, pífia, principalmente no primeiro tempo, no qual o time não teve objetividade e muito menos inspiração.

- Entretanto, ainda existem algumas exceções nesta equipe. De Rossi mais uma vez foi o melhor do time, inclusive sendo eleito como o melhor em campo pela votação popular da FIFA. Na criação de jogadas, Montolivo conseguiu ditar um bom ritmo, principalmente arriscando chutes de fora da área. Na meta, Marchetti substituiu o lesionado Buffon, e na única vez em que teve seu ‘sono’ atrapalhado, sofreu o gol.

- Atualmente, bolas paradas tem sido um grande tormento para a defesa italiana. O que um dia já foi um ponto forte, hoje é um verdadeiro desastre. Elliot cobrou falta, a defesa italiana bateu cabeça, e Reid desviou de cabeça. Cannavaro falhou no corte, e Smeltz, impedido, completou pras redes. A zebra começava a se desenhar em Nelspruit.

- Com posse de bola superior a 60%, a Itália passou a ser figura constante no ataque, porém sempre de forma desorganizada. Montolivo era uma exceção no meio-campo, construindo boas jogadas, inclusive arriscando um chute aos 21 minutos que bateu na trave. No ataque, Iaquinta era uma figura nula, e Gilardino conseguiu ser pior ainda, se omitindo completamente da partida.

- E já que a Nova Zelândia foi beneficiada pela arbitragem em seu gol, o juizão Carlos Batres retribuiu a gentileza, marcando um pênalti inexistente de Smith em De Rossi. Iaquinta, com categoria, deslocou o goleiro e empatou. Sem colocar a bola no chão, as melhores chances vinham em chutes de longa distância, aproveitando a “sobrenaturalidade” (como diria Luis Fabiano) da Jabulani. De Rossi, aos 45, exigiu que Paston trabalhasse muito bem para evitar a virada.

- No intervalo, Marcelo Lippi fez o que deveria ter feito antes do início do jogo: colocar Camoranesi e Di Natale nas vagas de Pepe e Gilardino. O time claramente cresceu de produção, e Di Natale, artilheiro do último Campeonato Italiano, fez Paston trabalhar logo aos cinco minutos.

- E aí você me pergunta: e a Nova Zelândia? No segundo tempo se limitou a defender, e nem poderia ser diferente. Mas quando foi ao ataque, levou muito, mas muito perigo. Em uma de suas aventuras no ataque, o volante Vicelich acertou um chute perigoso rente a meta de Marchetti. Montolivo respondeu sete minutos depois, mas novamente errou o alvo, e por muito pouco.

- A entrada do centroavante Pazzini na vaga do apagado Marchisio ilustrou o “tudo ou nada” italiano, desesperado a procura de um gol. A busca incessante pela vitória quase se transforma em tragédia, quando Wood, aos 37 minutos, driblou Cannavaro com facilidade pela esquerda e chutou cruzado, com muito perigo. A bola tirou tinta da meta de Marchetti, que certamente não trará boas lembranças de sua primeira partida como titular em Copas.

- Os italianos ainda dependem de si para se classificarem, mas precisarão superar suas limitações se quiserem passar pela Eslováquia. Praticamente sem chances de terminar como líder do grupo, a Itália deve ter pedreira logo nas oitavas-de-final: a Holanda. É aí que fica em xeque a lenda de que a Itália se arrasta na fase de grupos, mas atropela tudo e todos na fase final.

- Um gol ilegal da Nova Zelândia, um gol ilegal da Itália, e um jogo bem fraco (ou ilegal, risos) em Nelspruit. Pirlo precisa urgentemente voltar ao time para dar um toque de maestria no meio-campo, que necessita de um jogador que distribua bem o jogo.

- Enquanto isso, a Nova Zelândia festeja. Sem tradição alguma no futebol, já arrancaram dois empates em dois jogos, incluindo um contra a atual campeã mundial. Festa na capital Wellington, cabendo até um feriado. Se vencer o Paraguai, os neozelandeses se classificam sem depender de outros resultados. Será possível? Para uma equipe que já quebrou uma infinidade de desconfianças, sim.