domingo, 20 de junho de 2010

Itália decepciona e não passa de um empate contra a Nova Zelândia

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Por Gabriel Seixas

- A Itália não é uma exceção (positiva) entre as grandes equipes europeias no Mundial. Assim como Espanha, Alemanha, França, Inglaterra, por exemplo, faz uma campanha decepcionante, e o ambiente não é bom muito antes do início da Copa. Das 32 seleções participantes, a Azzurra foi a única que ainda não venceu em 2010. As ausências de Totti, Cassano, Rossi e Balotelli da lista convocatória final, somada a contusão de Pirlo, claramente pesam negativamente a este limitado time comandado por Marcelo Lippi.

- A título de curiosidade, não há registros na FIFA de um campeão em uma Copa anterior passar os dois primeiros jogos no Mundial seguinte sem vitória. A Itália acumula dois empates, incluindo um na tarde de hoje, contra a Nova Zelândia, em 1 a 1. A atuação foi sofrível, pífia, principalmente no primeiro tempo, no qual o time não teve objetividade e muito menos inspiração.

- Entretanto, ainda existem algumas exceções nesta equipe. De Rossi mais uma vez foi o melhor do time, inclusive sendo eleito como o melhor em campo pela votação popular da FIFA. Na criação de jogadas, Montolivo conseguiu ditar um bom ritmo, principalmente arriscando chutes de fora da área. Na meta, Marchetti substituiu o lesionado Buffon, e na única vez em que teve seu ‘sono’ atrapalhado, sofreu o gol.

- Atualmente, bolas paradas tem sido um grande tormento para a defesa italiana. O que um dia já foi um ponto forte, hoje é um verdadeiro desastre. Elliot cobrou falta, a defesa italiana bateu cabeça, e Reid desviou de cabeça. Cannavaro falhou no corte, e Smeltz, impedido, completou pras redes. A zebra começava a se desenhar em Nelspruit.

- Com posse de bola superior a 60%, a Itália passou a ser figura constante no ataque, porém sempre de forma desorganizada. Montolivo era uma exceção no meio-campo, construindo boas jogadas, inclusive arriscando um chute aos 21 minutos que bateu na trave. No ataque, Iaquinta era uma figura nula, e Gilardino conseguiu ser pior ainda, se omitindo completamente da partida.

- E já que a Nova Zelândia foi beneficiada pela arbitragem em seu gol, o juizão Carlos Batres retribuiu a gentileza, marcando um pênalti inexistente de Smith em De Rossi. Iaquinta, com categoria, deslocou o goleiro e empatou. Sem colocar a bola no chão, as melhores chances vinham em chutes de longa distância, aproveitando a “sobrenaturalidade” (como diria Luis Fabiano) da Jabulani. De Rossi, aos 45, exigiu que Paston trabalhasse muito bem para evitar a virada.

- No intervalo, Marcelo Lippi fez o que deveria ter feito antes do início do jogo: colocar Camoranesi e Di Natale nas vagas de Pepe e Gilardino. O time claramente cresceu de produção, e Di Natale, artilheiro do último Campeonato Italiano, fez Paston trabalhar logo aos cinco minutos.

- E aí você me pergunta: e a Nova Zelândia? No segundo tempo se limitou a defender, e nem poderia ser diferente. Mas quando foi ao ataque, levou muito, mas muito perigo. Em uma de suas aventuras no ataque, o volante Vicelich acertou um chute perigoso rente a meta de Marchetti. Montolivo respondeu sete minutos depois, mas novamente errou o alvo, e por muito pouco.

- A entrada do centroavante Pazzini na vaga do apagado Marchisio ilustrou o “tudo ou nada” italiano, desesperado a procura de um gol. A busca incessante pela vitória quase se transforma em tragédia, quando Wood, aos 37 minutos, driblou Cannavaro com facilidade pela esquerda e chutou cruzado, com muito perigo. A bola tirou tinta da meta de Marchetti, que certamente não trará boas lembranças de sua primeira partida como titular em Copas.

- Os italianos ainda dependem de si para se classificarem, mas precisarão superar suas limitações se quiserem passar pela Eslováquia. Praticamente sem chances de terminar como líder do grupo, a Itália deve ter pedreira logo nas oitavas-de-final: a Holanda. É aí que fica em xeque a lenda de que a Itália se arrasta na fase de grupos, mas atropela tudo e todos na fase final.

- Um gol ilegal da Nova Zelândia, um gol ilegal da Itália, e um jogo bem fraco (ou ilegal, risos) em Nelspruit. Pirlo precisa urgentemente voltar ao time para dar um toque de maestria no meio-campo, que necessita de um jogador que distribua bem o jogo.

- Enquanto isso, a Nova Zelândia festeja. Sem tradição alguma no futebol, já arrancaram dois empates em dois jogos, incluindo um contra a atual campeã mundial. Festa na capital Wellington, cabendo até um feriado. Se vencer o Paraguai, os neozelandeses se classificam sem depender de outros resultados. Será possível? Para uma equipe que já quebrou uma infinidade de desconfianças, sim.

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