sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Obrigado Coração Valente

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Por Leonardo Martins

Um dos jogadores mais simpáticos e batalhadores do nosso futebol anunciou a sua aposentadoria nesta quinta. É o atacante Washington, o “Coração Valente”, que foi vencido pelos problemas de saúde, mas deixa uma carreira bonita dentro do futebol.

Washington, gaúcho, começou a sua carreira no Caxias e depois passou pelo Internacional sem muito destaque. A carreira começou a deslanchar quando foi para a Ponte Preta no inicio dos anos 2000, lá ele foi artilheiro do Paulista e um dos destaques da campanha da Macaca no Brasileiro de 2001. Neste ano de 2001, Washington passou pela fatídica Seleção Brasileira comandada por Emerson Leão, a única passagem do atacante pela Seleção.

O destaque na Macaca lhe rendeu uma transferência em 2002 para o Fenerbahçe, mas na Turquia aconteceu uma coisa que mudaria o rumo da sua carreira. Washington descobriu que tinha problemas cardíacos e voltou ao Brasil, sem assistência do clube turco. Nessa época, o atacante pensou em parar com o futebol, mas fez um cateterismo e voltou a treinar. Para muitos, Washington nunca mais voltaria a jogar em alto nível, porém, o Atlético-PR acreditou no jogador e cedeu o seu CT para a recuperação.

Lá no CT do Caju, CT do Furacão, Wash foi bem recebido e recebeu o convite para voltar aos gramados em 2004. E Washington não decepcionou os seus fãs na volta aos gramados. Como uma Fênix, ressurgiu fazendo o que fazia de melhor, gols. Se tornou o principal nome da equipe do Furacão na surpreendente campanha no Brasileirão daquele ano em que terminou com o vice-campeonato. Além de ser o grande nome do time, Washington se tornou o maior artilheiro de Brasileiros em uma única edição com 34 gols, marca que dificilmente alguém atingirá um dia. Estava de volta o “Coração Valente”, apelido que ganhou em Curitiba.

Depois de sair do Furacão, a Terra do Sol Nascente brilhou para o jogador, Washington foi para o Urawa Reds e lá também foi artilheiro do Japonês e ajudou a equipe a se tornar Campeã Asiática em 2007 e a chance de disputar o Mundial de Clubes. Washington, no Mundial, já estava apalavrado com o Fluminense para a disputa da Libertadores 2008, mesmo assim, foi artilheiro do Mundial de Clubes, comprovando ser um artilheiro nato.

Esta Libertadores foi inesquecível para os Tricolores e, principalmente, para Washington. O “Coração Valente” foi peça fundamental para que o Flu chegasse a Final da Competição. Qual torcedor tricolor não esquece o gol que deu a vaga as semifinais eliminando o São Paulo, marcado aos 46 do segundo tempo? Foi o ápice de Washington. O título não veio, mas esta Libertadores está na memória de Washington.

No segundo semestre de 2008, Washington se tornou, novamente, artilheiro do Brasileiro, desta vez, com 21 gols e empatado com Kleber Pereira e Keirrison. Esta artilharia despertou o interesse do seu algoz na Libertadores, o São Paulo, e foi parar no Tricolor Paulista. Mas no time do Morumbi, Washington não repetiu o mesmo sucesso do Flu, mas fez seus golzinhos.

No ano passado, insatisfeito no time paulista e querendo jogar, Washington voltou ao Rio e ao Fluminense, onde chegou para ser o substituto de Fred, machucado, mas já mostrava sinais de decadência, porém, foi importante na campanha do título Brasileiro do Fluminense.

Washington sempre foi uma pessoa simpática e alegre, com determinação para superar as dificuldades, especialmente, os de coração. O futebol se despede de um grande homem, claro que não tinha muita técnica, mas tinha o faro do gol.

Obrigado Coração Valente pelos serviços prestados para o futebol.