sábado, 26 de setembro de 2009

Palmeiras joga mal, mas vence Atlético-PR e dispara na liderança

Share |

Por Gabriel Seixas

O Palmeiras estava recheado de desfalques, sofreu pressão no 2º tempo, mas ao que tudo indica, está tendo a famosa “sorte de campeão”. Mesmo com todas as dificuldades, o alviverde (ou celeste, já que jogou novamente de azul) venceu o Atlético-PR, por 2 a 1, e abriu uma vantagem de seis pontos para o vice-líder São Paulo, que joga nesse domingo. Todos os gols foram marcados por jogadores de defesa: O lateral Figueroa e o zagueiro Danilo, pelo Palmeiras, e Chico, também zagueiro, para o Furacão. O Verdão agora tem 50 pontos, enquanto o Atlético permanece com 31, e não sairá do 14º lugar independente de qualquer resultado na rodada deste domingo.

Esquemas táticos e aspirações distintas

Como já é rotina nos times do Brasileirão, o técnico alviverde Muricy Ramalho teve vários problemas para escalar o Palmeiras. Wendel, que sofreu um corte na boca no jogo contra o Cruzeiro, foi vetado. Armero, expulso na mesma partida, também era desfalque. Além dos dois laterais, o time ainda jogou sem o armador Cleiton Xavier, um dos principais jogadores do time, suspenso. O zagueiro Danilo era outro desfalque praticamente certo, já que o jogador pertence ao Atlético-PR, e não poderia jogar por uma cláusula com o time paranaense. Mas a mesma liberava o jogador caso houvesse um pagamento de cem mil reais. O Palmeiras depositou, e certamente, não se arrependeu.

Para segurar o ímpeto do líder do campeonato, Antônio Lopes montou seu ferrolho com três zagueiros e dois volantes. Fransérgio e Manoel, ambos volantes, foram improvisados na zaga. Wesley, que é atacante de origem, mas joga constantemente como ala direito, dessa vez atuou de ala esquerdo, substituindo Márcio Azevedo. Sem Alex Mineiro e Wallyson, a esperança de gols ficou por conta do jovem Patrick, que atuou ao lado de Marcinho e não correspondeu.

Melhores chances do Atlético, gol do Palmeiras

As duas equipes mostraram um equilíbrio que contradizia com as respectivas posições de cada equipe na tabela. O Palmeiras arriscava pouco, e testou Galatto aos sete minutos, num chute sem muito perigo de Souza. No mesmo minuto, Marcinho respondeu pelo Furacão à altura. Em chute da entrada da área, o atacante tirou tinta do gol de Marcos. A partir daí, os paranaenses passaram a sair mais pro jogo nos contra-ataques, e ameaçaram por várias vezes o gol palmeirense.

Quatro minutos depois, Marcinho apareceu novamente. Dessa vez em cobrança de falta, que o atacante soltou uma bomba e exigiu linda defesa de ‘São’ Marcos, operando o primeiro ‘milagre’ do jogo. Não satisfeito, o Atlético chegou mais uma vez, quando Paulo Baier apareceu de surpresa no ataque e quase marcou um gol de carrinho.

Pressionado, o Palmeiras ganhou outro baque. O zagueiro Maurício Ramos, com muitas dores, deu lugar a Maurício Nascimento ainda aos 20 minutos.

Aos 28, o Palmeiras criou sua primeira chance real de perigo a Galatto. Jumar, que ganhou novamente a condição de titular, arriscou de fora da área com força, mas Galatto defendeu. E quando o jogo começava a ficar monótono, com passes errados e muitas faltas, o Verdão marcou. Danilo, a surpresa na escalação do Palmeiras, lançou Figueroa na ponta direita. O chileno entrou na área, dominou e tocou no canto direito de Galatto, marcando seu primeiro gol pelo clube no seu primeiro jogo como titular. A eficiência dos paulistas fez com que o time deixasse o campo vitorioso.

Atlético pressiona, empata, mas sai derrotado

Os paranaenses mostraram que não fizeram um bom primeiro tempo por acaso. Logo no primeiro minuto de jogo, Marcinho cabeceou rente a trave alviverde, desperdiçando boa chance de empatar. O Palmeiras respondeu aos oito minutos, com o bom volante Souza, que de fora da área (o principal caminho do time para tentar o gol), levou perigo a Galatto.

Jogando com mais vontade, porém sem ameaçar tanto quanto no primeiro tempo, o Atlético chegou ao empate. Chico aproveitou cobrança de escanteio e desviou de cabeça. A bola resvalou em Danilo e enganou Marcos.

E o Palmeiras só escapou da virada por causa do goleiro Marcos. Marcinho avançou pela intermediária e deu um chute forte, mas Marcos operou novo milagre. Era o desenho do jogo: O gol de empate deixou os paulistas ainda mais nervosos, e os paranaenses com muito mais chances no contra-ataque. Até Antônio Lopes resolver recuar o time, sacando Patrick e colocando Alex Sandro.

Então, entrou em ação o personagem do jogo: Danilo. O Palmeiras precisou de cem mil reais para escalá-lo, ele correspondeu com assistência para o primeiro gol, deu azar no gol de empate do Furacão, mas deu a vitória ao Verdão. Em cobrança de escanteio da ponta direita, o zagueirão desviou de carrinho, rasteiro, no sem chances para Galatto. Como não existe justiça no futebol, Palmeiras novamente na frente.

Antônio Lopes corrigiu a alteração, escalando Netinho, que foi reintegrado ao elenco após longo tempo afastado, no lugar de Rafael Miranda. E foi ele que aos 35 minutos quase marcou o gol de empate: Da entrada da área, ele acertou um belo chute, que Marcos novamente salvou.

Aí apareceu novamente Danilo, para provar que ele tinha que ser o personagem do jogo, ofuscando até mesmo Marcos. Quando Wesley avançou pela esquerda e cruzou para Paulo Baier, o xerife salvou o chute do jogador atleticano, que tinha o gol aberto. Foi a última chance do merecido empate, que não veio.

De fato, se o Atlético jogasse com a mesma pegada em todas as partidas, estaria em situação bem mais confortável. O time teve atuação razoável individualmente. Além de Marcinho, o mais perigoso, destaque para Manoel, que simplesmente anulou Vagner Love, e Wesley, que não foi bem defensivamente, mas foi perigoso na ponta esquerda e só precisa corrigir a finalização.

E se o Palmeiras contar sempre com a sorte para vencer, pode se dar mal. Hoje, além dela, Danilo e Marcos apareceram. E decidiram o jogo. Outros jogadores destoaram das grandes atuações, como por exemplo, Marcão, Jumar e até mesmo Edmílson, que já não é mais o xerife de tempos atrás. Menção honrosa para Figueroa, que com um gol e uma assistência, se candidata a ser o próximo ídolo da lateral-direita palmeirense depois do lendário Arce. Mas há de ter calma, pois o chileno fez apenas dois jogos.