segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Jogaço no Engenhão

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Por Gabriel Seixas


Intitulado ‘o clássico mais charmoso do Brasil’, o Fla-Flu ganhou mais um capítulo especial em sua vasta história. Quem foi ao Engenhão conferir o empate em 3 a 3 viu uma partida aberta, eletrizante, motivada pelos inúmeros erros defensivos de ambos os times, é bem verdade. Das arquibancadas, a decepção: o grande ‘charme’ do clássico, a torcida, compareceu em número pouco superior a 15 mil pessoas. Muito pouco para o tamanho da importância do clássico.


Como de costume, o Fluminense sufocou o adversário nos primeiros minutos e conseguiu o gol, naquela que era a mina de ouro dos tricolores: a bola aérea. Na primeira das panes da defesa rubro-negra, Leandro Euzébio marcou seu quarto gol no Brasileirão – mais que Diogo, Deivid, Diego Mauricio, Borja, Val Baiano e Leandro Amaral juntos.


Entretanto, o Flu não aprendeu com o erro de outros jogos: recuou excessivamente e permitiu a reação do adversário. Esperto, o Flamengo acordou pro jogo ainda no primeiro tempo. Aproveitando falha (incomum) de Gum, Kleberson fez a jogada do primeiro gol de Deivid com a camisa rubro-negra. O segundo foi do zagueiro David Braz, de carrinho, na pequena área, após cobrança de escanteio.


Foi tudo na base da raça, pois organização tática o Fla não tinha. Rodrigo Alvim não marcou e nem apoiou pela esquerda, o time não tinha saída de bola, Renato mais uma vez não foi o criador de jogadas que se espera e os atacantes mais uma vez ficaram isolados. No segundo tempo, o Flu reassumiu o controle do jogo com a entrada de Marquinho no lugar de Andre Luis e a mudança tática para o 4-2-2-2. A mudança rapidamente surtiu efeito, num golaço de Rodriguinho.


Muricy Ramalho, tão acostumado a errar nas últimas partidas, desta vez fez tudo o que o Flu precisava no clássico. Só que o Fla também tinha suas armas. Se não funcionava com a bola rolando, Renato Abreu resolveu na bola parada. Desde que retornou ao clube, o meia parecia estar com o pé descalibrado. Pode-se dizer que acertou na hora certa? Alguns dizem que foi falha do goleiro Rafael, mas pela potência do chute, é crueldade demais.


Pela segunda vez em vantagem, o Flamengo mais uma vez pecou em administrar o jogo. O Fluminense voltou pro jogo, e com o insinuante Rodriguinho, carrasco dos rubro-negros (dois jogos contra o Fla e três gols), empatou novamente a partida. Pra quem não havia se firmado no ataque tricolor desde sua chegada ao clube, dois gols num clássico podem ser um ótimo remédio. A torcida tricolor agradeceria, sobretudo neste momento em que Emerson e Fred parecem desfalques eternos.


Fernando Henrique, Diguinho e Deco também ficaram de fora do Flu. O elenco sentiu consideravelmente as baixas. Nas pequenas atitudes, Muricy também dá indícios de que não confia nos suplentes, como por exemplo, mexer apenas uma vez num clássico em que o time oscilou tanto. Quanto ao Fla, o time definitivamente resgatou seu espírito competitivo e de luta, e os resultados devem aparecer com mais frequência.


O empate não satisfez a ambição de nenhum dos times, mas flamenguistas e tricolores fizeram questão de aplaudirem seus times no Engenhão. Foi a recompensa simbólica de uma grande partida, digna de um Fla-Flu, pela primeira vez na história disputada no estádio João Havelange.

Curtinhas

- O Grêmio mostra sinais de reação dentro do Campeonato, na noite deste domingo, derrotou o decadente Avaí, em Florianópolis, por 3 a 0. Foi um show do atacante Jonas, o novo artilheiro do Brasileiro com 11 gols, que marcou dois na vitória gremista. André Lima completou o placar para os gaúchos. Os catarinenses demitiram o técnico Antônio Lopes após o jogo.

- Outro que mostra sinais de reação é o Goiás, que chegou ao 4º jogo sem derrotas ao empatar com o irregular Ceará por 1 a 1 em Fortaleza. Oziel, contando com a colaboração de Harlei, abriu o marcador para os cearenses. Mas Wellington Monteiro, em um chutaço de longe, empatou para os goianos.

Classificação

1º Corinthians – 44*
2° Fluminense – 42
3° Cruzeiro – 41
4° Internacional* e Botafogo – 38
6° Santos – 35*

7° Atlético-PR – 34
8° São Paulo – 31
9° Ceará e Guarani – 30
11° Grêmio, Vasco* e Palmeiras – 29
14° Vitória – 28
15° Flamengo – 27
16° Avaí – 25
17° Atlético-MG e Goiás – 21
19° Atlético-GO – 20
20° Prudente – 17


*Jogo a menos