quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Noite mineira na Copa do Brasil

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Oh Minas Gerais, oh Minas Gerais... Esta música simboliza o momento e como foi a rodada de volta das semifinais da Copa do Brasil. Foram dois jogos em que não faltaram emoção e sofrimento, mas para o bem dos mineiros, os dois clubes de Minas passaram e vão fazer uma final histórica. Vamos ao resumo destes jogos.

Atlético-MG (0)4x1(2) Flamengo


O que dizer do Galo, imortal, milagreiro? Mas sua torcida tem uma certeza, o time é imbatível em situações adversas. E, mais uma vez, isto foi comprovado no Mineirão para 41 mil pessoas. O Atlético, assim como fez na fase passada contra o Corinthians, goleou o Flamengo por 4 a 1 de forma surpreendente e passou, pela primeira vez, á final da Copa do Brasil.

Como era esperado, os alvinegros, empurrados pela massa, começaram em cima dos cariocas e as chances apareceram. Aos 9, Leonardo Silva cabeceou e Léo, improvisado na lateral direita, tirou em cima da linha. Um pouco depois, Tardelli fez boa jogada e chutou na trave, parecia que a sorte estava do lado rubro-negro.

O Flamengo, acuado em seu campo, só atacou uma vez na primeira etapa e achou o gol que facilitaria as coisas para ele no jogo. Eram 34 minutos quando Everton, um dos destaques do time na temporada, passou por 2 atleticanos e chutou cruzado para vencer Victor. 1 a 0 e o Galo precisava repetir o que fizera contra o Corinthians, marcar quatro gols.

A resposta alvinegra era o que a torcida precisava para inflamar os ânimos do time em campo. Aos 42, Carlos aproveitou cruzamento de Dátolo e marcou o gol de empate, mas ainda faltavam três gols para o 4º milagre acontecer.

Os famosos gritos de “Eu Acredito” foram aumentando no segundo tempo. O Flamengo, cada vez mais acuado em seu campo, não conseguia atacar e a pressão atleticana só aumentava. Carlos perdeu ótima chance no inicio do segundo tempo. Porém, aos 11, Maicosuel aproveitou excelente jogada de Luan e tocou na saída de Paulo Victor, 2 a 1 e o Mineirão explodiu mais uma vez.

A pressão continuava do lado alvinegro e a tensão pairava no ar do Gigante da Pampulha, tanto do lado atleticano como do lado flamenguista. Faltavam dois gols para o Galo se classificar e o primeiro veio com Dátolo, em chute rasteiro de longe que entrou no canto de Paulo Victor. 3 a 1 e os “Eu acredito” aumentaram.

O gol que faltava para a classificação alvinegra veio aos 41 minutos e não poderia ser marcado por outra pessoa senão o xodó da torcida, Luan. O baixinho aproveitou confusão na área e empurrou para as redes, era o gol do milagre, mais um na vida alvinegra, 4 a 1, festa, choro, alegria, enfim, uma mistura de emoções no Mineirão. O Flamengo ainda tentou uma reação, mas não conseguiu o gol que o levava a final.

Assim como na Libertadores 2013, o Atlético chega a sua primeira final de Copa do Brasil com muito sofrimento, mas mostrando uma raça incomparável. Se vai ser Campeão, não sabemos...



Santos (0)3x3(1) Cruzeiro
 
Numa chuvosa Vila Belmiro, também não faltou emoções fortes na classificação do Cruzeiro diante do Santos. Foi um jogo intenso do inicio ao fim com variações de resultados, mas o melhor time do Brasil mostrou sua técnica e arrancou a vaga com um empate em 3 gols. A Raposa volta a decisão da Copa do Brasil após 11 anos e querendo o Pentacampeonato da competição.

Precisando de dois gols de diferença, o Peixe partiu para cima e logo no segundo minuto de jogo, marcou o gol de abertura do placar, o trio ofensivo Rildo, Gabriel e Robinho, trabalhou e o camisa 7 fez o gol que levaria a disputa para os pênaltis. No lance, o zagueiro Dedé se machucou e deu lugar a Bruno Rodrigo.

A resposta azul não demorou a sair e aos 7, Ceará fez boa jogada e chutou para a defesa parcial de Aranha e o oportunismo de Marcelo Moreno estava lá para empurrar a bola para as redes. 1 a 1 e objetivo azul feito, marcar um gol na Vila. O Santos, agora, era obrigado a fazer mais dois gols para se classificar.

O gol azul mudou um pouco o panorama do jogo. Os santistas erravam muito e os azuis de Minas passaram a controlar a posse de bola e obter bons contra-ataques, em um Marcelo Moreno tentou encobrir Aranha, mas o goleiro conseguiu a recuperação. O Peixe tentava dar velocidade, mas quando conseguia, pecava nas finalizações como na de Rildo. O jogo estava controlado pelo Cruzeiro até que em um lance, Fábio falhou em um cruzamento e Léo fez pênalti em Rildo. Aos 45, Gabriel bateu bem e fez o jogo ganhar em dramaticidade para a segunda etapa.

Na volta do intervalo, Egídio, mal na primeira etapa, deu lugar a Samúdio. O gol do Santos no fim do primeiro tempo, fez a Vila tornar-se um caldeirão e o time da casa foi para cima querendo o terceiro gol, que lhe dava a vaga a final. E ele veio aos 13, em rápido contra-ataque, Gabriel tocou para Rildo completar para as redes. 3 a 1 e o Santos eliminava o líder do Brasileirão.

O jogo passou a ficar dramático para o time cruzeirense que ainda perdeu sua principal estrela, Everton Ribeiro, que saiu para a entrada de Júlio Baptista. Com o camisa 10 em campo, os mineiros perderam criatividade e, com o gramado pesado da Vila, o gol cruzeirense era improvável. Os paulistas catimbavam o jogo, querendo passar o tempo rápido.

 Até que aos 38, Fábio deu um chutão, a bola bateu nas costas de Bruno Uvini e sobrou para o xodó da China Azul, Willian, na corrida e chutar no canto de Aranha, festa azul na Vila e a vaga voltava as mãos celestes. 3 a 2 Santos. O improvável aconteceu...

 Os santistas, a esta altura do jogo, não estavam com fôlego para pressionar e voltar a marcar o gol. Muito menos o Cruzeiro, que tentava se segurar de todas as maneiras. Mas aos 48, Ricardo Goulart fez boa jogada no desespero santista e tocou para o herói da vaga, Willian, tocar na saída do arqueiro santista e carimbar a vaga a final. 3 a 3 e festa azul em Santos, em BH e em Minas.

 Minas Gerais comprova ser o estado do futebol Brasileiro nestes últimos dois anos. A final da Copa do Brasil entre os dois grandes rivais do estado, Cruzeiro e Atlético, é o auge deste domínio. Os jogos nos dias 12 e 26 prometem ser grandes jogos, com componentes históricos destes dois times, a raça do Atlético contra a técnica do Cruzeiro. Lembrando que será a primeira final nacional entre os dois times. Minha Belo Horizonte irá pulsar nestas três semanas que os dois times decidirão a Copa do Brasil.

O primeiro jogo desta decisão acontecerá no Estádio Independência na próxima quarta-feira. O fechamento desta final histórica acontecerá no Mineirão no próximo dia 26. E no Esporte é Vida terá cobertura completa desta decisão.