terça-feira, 22 de junho de 2010

Argentina joga pelo gasto e fatura o 1° lugar do grupo

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Por Gabriel Seixas

- Três jogos, três vitórias, sete gols marcados e apenas um sofrido. Esse é o saldo da Argentina na primeira fase da Copa do Mundo, na qual a albiceleste se deu ao luxo de encerrar com 100% de aproveitamento, e consequentemente consolidar a liderança isolada do Grupo B. Mesmo com time misto, os argentinos não sofreram sustos, derrotando a Grécia por 2 a 0. Maradona optou por escalar sete reservas, mantendo apenas Romero, Otamendi, Verón e Messi do costumeiro onze inicial.

- Aliás, Lionel Messi, camisa 10 e melhor do mundo, foi mais uma vez o nome do jogo. Com 22 anos, tornou-se o jogador mais jovem a ostentar a braçadeira de capitão na história da Argentina em Mundiais. Em compensação, os deuses do futebol não parecem conspirar com o craque no quesito gols. Hoje marcaram Demichelis (!) e Palermo (!!), e nunca é demais lembrar que na primeira rodada até Heinze (!!!) deixou o dele. Mas pelo que o menino do Barcelona vem jogando no Mundial, o gol é só um detalhe.

- Quanto à Grécia, nem parecia um time que precisava vencer para avançar de fase. Em toda a partida, jogaram como se estivessem satisfeitos com um empate, que não levaria a lugar nenhum. Ou melhor, até levaria: para o caminho de volta pra casa. Otto Rehhagel escalou o time no 4-4-1-1, com Karagounis isolado na armação, e Samaras mais abandonado ainda no comando de ataque. Resultado: nenhum chute a gol em todo o primeiro tempo.

- Limitando-se a defender, a Grécia procurava ao máximo encurtar os espaços para o adversário jogar, apostando em marcação individual e até dupla. A Argentina, com muitas caras novas, foi melhor no jogo desde o início. Na primeira boa oportunidade, Sergio Agüero (uma das novidades), que fez companhia a Messi e Milito no comando de ataque, fez boa jogada individual, avançou pelo flanco esquerdo e bateu, mas Tzorvas fez a defesa. O goleiro grego foi forçado a trabalhar novamente em chute de longa distância de Verón, espalmando pra escanteio.

- Maradona gostava do que via. O 4-3-3 da albiceleste envolvia o adversário, com supremacia na posse de bola, porém sem capricho na hora de finalizar. Messi, aberto pelo flanco direito, tentou resolver em sua jogada característica: dominou pela direita, cortou pro meio e bateu com perfeição, mas Tzorvas novamente estava lá pra fazer boa defesa. A atuação firme do goleiro certamente lhe rendeu o prêmio de personagem do primeiro tempo, sempre com ótimas intervenções.

- A Grécia voltou com Spyropoulos na vaga de Karagounis, o que significava um time ainda mais defensivo (com quatro defensores e cinco volantes). O time se limitava a dar chutões pra frente buscando Samaras, e de tanto insistir na jogada, uma hora acabou dando certo. Na falha de Demichelis, o atacante grego entrou livre na área e bateu forte, mas ela saiu pela linha de fundo. Foi o único momento em que a torcida argentina precisou se preocupar em Polokwane.

- Pra furar a retranca dos gregos, os laterais argentinos começaram a se soltar, principalmente Clemente Rodriguez pelo lado esquerdo. E foi justamente ele que arriscou um bom chute de fora da área, que passou rente a meta de Tzorvas. Se com bola rolando nada estava dando certo, a alternativa foi explorar exaustivamente as bolas paradas. Messi cobrou falta direta pro gol, obrigando Tzorvas a fazer grande intervenção.

- Os escanteios também significavam pesadelo para a defesa grega. Em um deles, Verón mandou pra área, Demichelis desviou e Bolatti, sozinho, concluiu na pequena área, mas Tzorvas encaixou. E como água mole em pedra dura tanto bate até que fura, a “invencibilidade” do goleiro da Grécia foi por água abaixo depois de 77 minutos. Nova cobrança de escanteio e Demichelis completou, mas a bola bateu no companheiro Diego Milito. Por sorte, ela sobrou limpa para Demichelis, que encheu o pé e não deu chances para Tzorvas.

- Nem a entrada de Ninis na vaga de Katsouranis foi o suficiente para a Grécia ter alguma inspiração do meio pra frente. A Argentina continuou controlando as ações da partda, já com Di Maria, Pastore e Palermo em campo. Messi, o nome do jogo, estava louco para deixar o dele. Aos 40 minutos, em grande jogada individual, soltou um petardo na trave.

- Três minutos depois, ele iniciou a jogada do segundo gol: dominou na entrada da área, cortou pra perna esquerda e bateu forte, mas Tzorvas defendeu. Oportunista, Palermo tocou pras redes no rebote, fazendo jus a aposta de Maradona em levá-lo para o Mundial, mesmo aos 36 anos. No dia em que o épico gol de Diego Maradona na Copa de 1986 completava 24 anos, Messi não marcou, mas foi o melhor em campo. Ninguém brilhou mais que ele no gramado do Peter Mokaba.

- Nas oitavas-de-final, a Argentina tem pela frente o México, no domingo. O outro classificado do Grupo B é a Coreia do Sul, que segurou um empate com a Nigéria em 2 a 2. Uche colocou os nigerianos na frente, mas Lee Chun-Soo e Park Chu-Young viraram para os sul-coreanos. Nem o gol de pênalti de Yakubu (que perdeu um gol inacreditável, embaixo da trave e sem goleiro) foi o suficiente para estragar a festa dos sul-coreanos, que encaram o Uruguai no sábado, no primeiro jogo da fase oitavas-de-final.

- O jogo da Coréia foi marcado pelos erros de gols da Nigéria, que poderiam ter mudado a história do jogo e da classificação sul-coreana a próxima fase, além do gol perdido por Yakubu, já citado, Oba-Oba Martins desperdiçou chance clara ao tocar por cima do goleiro. Sorte asiática e azar africano.

- Agenda para amanhã

A Copa apresenta uma quarta-feira emocionante com equipes grandes correndo risco de eliminação. As 11h, pelo grupo C, a Inglaterra tem jogo de vida ou morte contra a Eslovênia e os Estados Unidos pegam a Argélia, todas as equipes tem chances de classificação. A mesma situação veremos no Grupo D, as 15h30, a Alemanha pega a melhor seleção africana desta Copa, Gana, só pensando na vitória. Sérvia e Austrália também se enfrentam de olho em uma vaga.

Uruguai vence México e os dois times seguem adiante

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Por Leonardo Martins



O jogo entre Uruguai e México era visto com desconfiança, pois o empate classificava as duas equipes e eliminaria África do Sul e França, que estavam se enfrentando e Bloemfontein. Mas o que se viu em Rustemburgo, ficou longe de uma armação, as duas equipes jogaram um bom futebol, que terminou com a vitória uruguaia por 1 a 0. E no outro jogo do Grupo A, a África do Sul terminou de forma honrosa sua participação na Copa com uma vitória por 2 a 1, pouco para conseguir a classificação que ficou com Mexicanos e uruguaios.

Além da classificação, o jogo de Rustemburgo valia o primeiro lugar da chave, significando uma fuga de um confronto contra a poderosa Argentina. Para isto, as duas equipes entraram em campo bastante ofensivas.

O jogo começou com muito equilíbrio e poucas chances. Aos 17, Victorino cabeceou para fora a chance uruguaia. Enquanto isto, no outro jogo, as duas equipes desperdiçavam chances de marcar os gols que dariam esperança de classificação. Voltando a Rustemburgo, Guardado quase abriu o marcador para o México ao arriscar belo chute de longe que acertou o travessão.

Em Bloemfontein, euforia da torcida aos 23. Tshabalala cobrou escanteio e Khumalo cabeceou para o gol. 1 a 0 Àfrica. O gol dos Bafana-Bafana não alterou o ritmo de mexicanos e uruguaios. Novo lance importante na capital judiciária, Gorcouff acertou o cotovelo na cara de Sibaya e foi expulso, facilitando, um pouco, a vida dos africanos.

O lance esquentou a torcida no Free State, mas no Royal Bafokeng, as duas equipes diminuíram o ritmo e o jogo ficou sem graça. Voltando ao Free State, aos 37, Mphela dividiu com a zaga e o goleiro e marcou o segundo dos donos da casa. Faltava mais um gol do Uruguai e dois gols deles para a África seguir adiante na Copa e eliminar o México.

Os uruguaios fizeram o gol logo em seguida, Cavani cruzou e Suarez apareceu para empurrar a bola, de cabeça, para o gol de Pérez. 1 a 0 e esperança sul-africana mais viva do que nunca.

No segundo tempo, pressão da África do Sul na França e do México no Uruguai. Os treinadores deixaram os times mais ofensivos. Quase os africanos fizeram o terceiro com Mphela, mas o chute acertou a trave. E em Rustemburgo, foi o Uruguai quem quase ampliou oi marcador na cabeçada de Lugano que Pérez salvou.

O México carecia de criatividade e, na melhor chance mexicana na partida, Hernandez cabeceou para fora. Em Bloemfontein, pressão total africana, mas os atacantes ficavam presos a marcação francesa, Henry entrou para alterar o ataque francês, mas pouco alterou. Então coube ao craque Ribery acabar com as chances de classificação dos donos da casa, aos 24, o camisa 7 francês deu ótimo passe para Malouda vencer Josephs. Era o gol da tristeza africana e o gol do alívio mexicano.

Quando o anuncio do gol francês chegou a Rustemburgo, os mexicanos diminuíram bastante o ritmo. Os dois jogos se arrastaram até o fim e festa de México e Uruguai no Royal Bafokeng com a classificação. Já em Bloemfontein, vergonha francesa com a campanha pífia e orgulho sul-africano com o futebol apresentado diante dos franceses. Esta eliminação dos Bafana-Bafana é a primeira de um país-sede ainda na primeira fase de uma Copa do Mundo.

Classificação final – Grupo A

1º Uruguai – 7pts
2º México – 4pts (1SG)
3º África do Sul – 4pts (-2SG)
4º França – 1pt