
Deixando claro que não entendo muito
de surfe, mas Gabriel, com apenas 20 anos de idade, mostrou durante o ano todo
uma regularidade e um surfe de primeira qualidade. Medina, com seu estilo
arrojado, foi vencendo os grandes nomes do mundo, como Kelly Slater, dono de 11
títulos mundiais, e Mick Fanning, tricampeão. Estes dois, inclusive, eram os
que poderia tirar do brasileiro o título.
O título não poderia vir em lugar
melhor. A praia de Pipeline no Havaí é considerada o templo sagrado do esporte,
o lugar onde está a onda perfeita, o sonho de todo surfista é surfar em Pipe,
como o jogador que sonha em jogar no Maracanã. Por falar no Estádio carioca, as
areias havaianas se transformaram num estádio de futebol, foram tomadas por
brasileiros torcendo por Medina.
O título veio de forma indireta
pela derrota de Mick Fanning para o, também, brasileiro Alejo Muniz, e Gabriel
estava na água para disputar uma outra bateria. O que se viu foi uma festa que
só o povo brasileiro proporciona e que Pipeline jamais tinha presenciado, um
fato heróico e inesquecível. O surfista continuou dando show mesmo com o título
garantido e foi vice-campeão da etapa, mas o maior feito já havia lhe garantido
entre os ídolos do esporte nacional.
Cabe a nós uma reflexão, o Brasil
com um litoral enorme, só em 2014 consegue um título mundial de Surfe. O surfe,
como o tênis, é um esporte que exige muito dinheiro para quem quer competir em
alto nível. Gabriel Medina e o Surfe brasileiro tem tudo para decolar e criar
novas gerações. Medina é o novo ídolo do Brasil e salvou o ano do esporte
brasileiro que ficou manchado pela goleada sofrida na Copa no Brasil.