sábado, 4 de setembro de 2010

Botafogo cede empate ao Grêmio em casa

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Por Gabriel Seixas

Passados 45 minutos de partida, a vitória do Botafogo sobre o Grêmio era uma certeza. Restava saber apenas o placar final da partida. O contraste do ímpeto dos botafoguenses com a desorganização tática e a falta de inspiração dos gremistas era iminente. Os alvinegros, que estavam invictos no Engenhão em nove partidas, mantiveram a invencibilidade. Não do jeito que desejavam. O Bota relaxou, Renato Gaúcho colocou o tricolor pra frente e arrancou um empate.

Antes de a bola rolar, o presságio não era dos melhores, pelo menos para os botafoguenses. Fahel com a camisa 10 ilustrou a desconfiança de quem esteve presente no Engenhão. Com pouco tempo de jogo, a desconfiança virou empolgação. Com Maicosuel inspirado, Antônio Carlos confirmando seu status de zagueiro-artilheiro e até Herrera marcando gol (contraditório para quem era conhecido como ‘Quase Gol’), o Bota atropelou o adversário na etapa inicial.
A cobrança de escanteio efetuada por Maicosuel para a cabeçada de Antônio Carlos no primeiro gol foi perfeita. Tão perfeita quanto a jogada do segundo gol, resultado de uma triangulação interessante de Maicosuel – Marcelo Mattos – Herrera. Mattos tocou para o argentino, que da ponta esquerda, fuzilou o gol de Victor.

Tinha tudo pra ser a pior partida de Renato Gaúcho no comando do Grêmio. A dupla de ataque Jonas e Borges, tão afinada no primeiro semestre, não encontrava o caminho do gol. Os queridinhos do técnico, Gabriel, Vilson e Gilson, colecionavam uma atuação desastrosa. Fabio Rochemback, tão eficiente na marcação em outros tempos, não só era facilmente superado por Maicosuel, como era ineficiente na frente, incluindo um chute que certamente foi parar no Rio Grande do Sul, no estádio Olimpico.

Só que estava por vir uma etapa final que inverteria os papeis dos times. Precisando do resultado, o Grêmio passou a ter o controle do jogo, já com o garoto Roberson na vaga de Gilson, mudando o 4-3-1-2 para o 4-3-3. O time ficou exposto, mas o Botafogo não aproveitou os espaços da melhor forma. Preferiu cozinhar o jogo e acabou castigado.

Numa falha inadmissível de Leandro Guerreiro, que preferiu dominar a bola ao invés de rifá-la pra frente, perdeu a bola na entrada da área para Jonas, que girou e bateu no cantinho. O ataque contra defesa era o mesmo do primeiro tempo, com a diferença que o primeiro era o time gremista, e o segundo, os alvinegros. Jonas, sempre ele, aproveitou cobrança de falta de Lúcio e empatou nos minutos finais.

Repetindo o método de outras partidas – estar em vantagem no placar e abdicar do ataque -, o Botafogo deu muitos espaços e por pouco não permitiu até mesmo a virada. Loco Abreu, que poderia prender a bola na frente, foi substituído na etapa final. Lucio Flávio, que também conhece a função, sequer entrou em campo. Caio foi um dos destaques, imprimindo muita velocidade, mas o segundo tempo não exigia isso. Nas laterais, os contrastes: Marcelo Cordeiro muito bem na esquerda, Alessandro mal na direita.

Renato Gaúcho buscou o empate até os últimos instantes e conseguiu. O Grêmio terminou o jogo com cinco atacantes – Leandro, Jonas, Roberson, André Lima e Borges. O Botafogo pecou pela falta de iniciativa e ficou com um sabor de derrota. Invicto no Engenhão, coleciona 4 vitórias e 6 empates como mandante, conquistando 18 de 30 pontos disputados.

A invencibilidade omite o retrospecto razoável, sobretudo pra quem briga por Libertadores. Mas ainda tem muita água pra rolar, mesmo porque este ainda é o fim do primeiro turno. Com o ímpeto dos outros jogos, o Botafogo pode continuar se aproximando do líder Fluminense. O Grêmio tem sonhos mais modestos, como escapar de vez do fantasma do rebaixamento. Se os cariocas jogarem como no primeiro tempo de hoje, e os gaúchos como no segundo, certamente alcançarão seus objetivos.

Nos outros jogos, o Corinthians atuou no clima de festa de centenário e atropelou o Goiás: 5 a 1. Foi um verdadeiro massacre. Iarley, ex-Goiás, marcou dois. Bruno César, o artilheiro e talvez o craque do Brasileirão, fez um e participou de outros.

Esse é o Timão, cada vez mais próximo do líder Fluminense. No Castelão, o Vasco foi melhor e venceu o Ceará por 2 a 0. Pra quem reclamava dos excessivos empates sob o comando de PC Gusmão, melhor impossível. Os cearenses, outrora comandados por PC, seguem ladeira abaixo.