quarta-feira, 31 de março de 2010

Jogos de ida: quartas-de-final da Champions (Parte 2)

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Por Gabriel Seixas

- Uma quarta-feira de grandes emoções na Champions League. Dois jogos foram disputados hoje, ambos valendo pela ida das quartas-de-final da competição. A Inter venceu o CSKA por 1 a 0, e deu um importante passo para a classificação. Mas o jogo de hoje foi mesmo entre Arsenal x Barcelona. Uma partida pra entrar na história. O Barça simplesmente massacrava o Arsenal, vencia por 2 a 0, mas em uma das inúmeras façanhas do futebol, os Gunners, mesmo destroçado por lesões, conseguiram empatar.

- Arsenal e Barcelona fizeram o que pode ter sido o melhor jogo do ano na Europa até aqui. Muito pelo futebol do Barça, que simplesmente massacrou os donos da casa no 1º tempo. Foram 11 finalizações a gol, com picos de 70% de posse de bola. Um futebol extraordinário. Xavi comandou a grande atuação do time nos primeiros 45 minutos: com lançamentos primorosos, deixou várias vezes seus companheiros na cara do gol, principalmente Ibrahimovic. Aliás, o sueco perdeu pelo menos três oportunidades claras, e foi duramente criticado.

- Messi não apareceu tanto, mas quando pegou na bola, pra variar, foi perigosíssimo. Deu dois chutes rente a meta, que assustaram o grande Almunia. Convenhamos que não é lá dos melhores goleiros, mas hoje estava inspiradíssimo. Pegou até pensamento dos jogadores catalães no 1º tempo. Foi providencial para os Gunners irem para o intervalo sem sofrer uma goleada.

- O Arsenal estava perdidíssimo. Sobretudo pelo lado esquerdo da defesa, com Clichy, dava muitos espaços. O miolo de zaga também estava mal, principalmente Vermaelen. Lá na frente, a coisa também não era das melhores. Apenas duas chances de perigo: uma com Nasri, que bateu pra fora, e outra claríssima com Bendtner. Sozinho, ele perdeu duas chances no mesmo lance. Na primeira, acertou o goleiro Valdés, e na segunda, a trave. Pra completar, Arshavin deixou o campo contundido.

- Após 45 minutos injustos de 0 a 0 na etapa inicial, o Barça não deu mole no segundo tempo: logo nos primeiros 25 segundos, abriu o placar. Pique acertou um lançamento primoroso, ainda no campo de defesa, que achou Ibrahimovic. O sueco, com classe, tocou por cima de Almunia, abrindo o placar.

- Mesmo vencendo, o Barça continuou na frente, impedindo o Arsenal de jogar. Premiado pela grande atuação, marcou mais um gol aos 12 minutos, e mais uma vez através de um lançamento longo. Dessa vez o autor da assistência foi Xavi, que deixou Ibra livre, e o sueco não perdoou: fuzilou Almunia com um chutaço no ângulo.

- Wenger demoru para colocar Walcott em campo, apenas aos 21 minutos, no lugar de Sagna, empurrando Eboué para a lateral-direita. E com dois minutos em campo, o garoto diminuiu o placar. Ele recebeu de Bendtner e bateu forte, sem chances para Valdés.

- Um jogo que parecia definido, acabou complicando para o Barça. Guardiola tentou mudar a cara do time, colocando Henry no lugar de Ibrahimovic. Sim, Henry, que fez história pelo Arsenal, foi ovacionado com um sonoro “welcome home”. Mas também foi vaiado.

- O Barça era melhor. Continuava chegando com mais freqüência ao ataque, e tinha 65% de posse de bola. Mas nada disso foi suficiente. Aos 36 minutos, Puyol cometeu pênalti em Fabregas e foi expulso. E como Piqué recebeu cartão amarelo no jogo de hoje, e estava pendurado, o Barcelona não terá sua dupla de zaga titular no jogo da volta. Com Rafa Márquez e Milito em campo, problemas à vista.

- Voltando ao jogo: na cobrança, Fabregas deslocou Valdés, e empatou a partida. O fim de um dos problemas deu início a outro: depois da cobrança de pênalti, Cesc sentiu uma contusão. Mas, no caso da Champions, não faz muita diferença, pois ele já estava suspenso para o jogo da volta. E o jogo terminou assim: o resultado pode não ter sido justo, mas isso é o que menos importa. Vimos um grande jogo de futebol, pra ficar na história. Um confronto aparentemente decidido, agora está aberto para o jogo da volta.

- No outro jogo, Inter e CSKA não fizeram um bom jogo. Mas o resultado foi o que se esperava: vitória da Inter, 1 a 0, gol de Milito, o artilheiro do time. Mourinho novamente apostou no quarteto ofensivo formado por Sneijder, Eto’o, Pandev e Milito para decidir o confronto já no jogo da ida. O CSKA ganhou uma boa notícia, pois o grande jogador do time, o japonês Honda, foi confirmado para o duelo.

- O primeiro tempo foi fraquíssimo. Poucas chances claras de gol, com a Inter predominando no campo de ataque. Na etapa final, o jogo continuou o mesmo, mas os nerrazurri só abriram o placar aos 20 minutos. O artilheiro Milito recebeu de Sneijder, limpou o zagueiro e bateu no canto do goleiro Akinfeev.

- O técnico do CSKA colocou Dzagoev no lugar de Honda, que hoje apareceu pouco, e Mark González na vaga de Mamaev. Mas foi a Inter que continuou pressionando, entretanto, não conseguiu marcar mais um. Ao todo, foram 24 finalizações do time italiano. Agora, a Inter joga por um empate na partida em Moscou para se classificar.