segunda-feira, 28 de julho de 2014

O Libertador do Galo

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Muitos de vocês vão se surpreender com este escrito meu, as restrições enormes que tenho com o Ronaldinho e pelo fato dele ter jogado no Atlético, maior rival do Cruzeiro. Mas com o ciclo do dentuço se encerrando no Galo, tenho que escrever.
. Digo isso porque todos sabem

Ronaldinho Gaúcho chegou a BH desacreditado, assim como a base do Atlético à época. R10 foi chutado do Flamengo e o Galo, a anos, procurava uma campanha digna de suas tradições. Lá fora, o Clube Atlético Mineiro era um time desconhecido e com pouca tradição internacional.

Eu fui um dos vários que zombaram da contratação do “Mágico da Bola” em meados de 2012, por motivos óbvios, a fase dele no Flamengo e jogando no maior rival do meu time. Mas a química entre a sofrida torcida atleticana e Ronnie foi algo muito envolvente. O fato da torcida abraçar o jogador na doença da mãe foi algo inédito a época no futebol brasileiro e fez com que o R10 começasse a ser o Libertador do Galo.

No brasileiro, Ronaldinho começou a ser o líder técnico do time que encantou o Brasil e que, por muito pouco, não foi Campeão Brasileiro, mas fez o time voltar a Libertadores após 13 anos.

Ronaldinho queria mais, queria a América, para isto se juntou a um quarteto fantástico formado por Jô, Bernard e Tardelli. Fez uma primeira fase estupenda, merecendo a chance, não aproveitada, de voltar a Seleção, protagonizando lances fantásticos que o levaram em outra época a ser o melhor jogador do planeta. A cada gol, a paixão mutua entre o Gaúcho e a Massa do Galo, ia aumentando mais e mais. Ronaldinho não foi brilhante nos jogos finais, mas sua presença inibe qualquer um.

O título da Libertadores veio, a libertação do Atlético aconteceu de um clube desconhecido, o Galo passou a ser conhecido mundialmente. Até o Cruzeiro se beneficiou disso em 2013, pois o título do rival inflamou os ânimos da torcida e levou a Raposa ao título brasileiro, tão comemorado por mim.

Nem o vexame em Marrocos apagou a admiração deste libertador alvinegro pelos seus torcedores. Torcedores que estarão sempre gratos a Ronaldinho Gaúcho por ter ajudado a colocar o Atlético em um outro patamar.

terça-feira, 15 de julho de 2014

A Copa da Minha vida

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A Copa de 2014 já faz parte da história e da lembrança de todos que viveram estes dias de intensidade monstra que fizeram parte do Brasil. Por ser um evento no país do futebol, a Copa 2014 já poderia ser considerada muito especial, mas foi melhor ainda por tudo que aconteceu, ao ponto de se chegar e dizer que foi a Copa das Copas. No meu caso, um apaixonado por futebol e por esportes, ter um evento dessa magnitude na minha cidade e ir em cinco jogos, foi uma experiência inesquecível e muito gratificante. Esta Copa foi a Copa da minha vida.

Para os críticos de antes do mundial que disseram mil e uma coisas que aconteceriam, caos nos aeroportos, manifestações, confusões nas cidades, eles tiveram que se render pois não teve nada disso. Claro que teve alguns episódios como as invasões de argentinos e chilenos no Maracanã, roubos de ingressos, mas foram só episódios isolados que não atrapalharam o andamento dos torcedores e dos jogos. O Brasil surpreendeu o mundo na organização do evento.

O Brasil foi surpreendido também pelos visitantes, simpáticos e atenciosos, o país soube acolher muito bem os visitantes, muitos deles se sentiram em casa com a alegria do brasileiro. A troca cultural é um dos grandes aprendizados que o país ganha ao receber uma Copa e foi o mais legal de ir nos jogos, todos os povos que o Mineirão e BH recebeu, foram bem gentis e conversaram com  o pessoal daqui.

Dentro de campo, a Copa nos reservou momentos inesquecíveis e que virarão páginas de livros das Copas. As goleadas da Holanda sobre a Espanha (5 a 1) e da Alemanha sobre Portugal (4 a 0) na Bahia. A mordida do uruguaio Suarez em Chiellini e a suspensão forte dada ao mordedor. Novos ídolos do futebol mundial surgiram como o colombiano James Rodriguez, artilheiro do Mundial com seis gols, e o brasileiro David Luiz, o único que se salvou do vexame brasileiro. A comoção mundial por conta da contusão de Neymar.

Claro que o dia 8 de julho de 2014 para sempre será marcado e acabou manchando a Copa para nós brasileiros. A humilhação causada pela Alemanha ao enfiar 7 a 1 no Brasil em pleno Mineirão, foi doída, difícil de engolir, mas serviu para colocar o país numa realidade muito longe da divulgada pela imprensa.

A Copa da minha vida foi a primeira oportunidade minha de ir a um evento mundial desta magnitude. A troca de experiências com outras culturas nos jogos em que fui, colombianos, belgas, argelinos, costarriquenhos, iranianos, brasileiros de outros estados, foi uma experiência fantástica. Vi e vivi momentos inesquecíveis durante os cinco jogos que eu compareci. A invasão colombiana e o mar amarelo no jogo contra a Grécia, o sufoco belga no jogo contra a Argélia, a torcida argentina apreensiva no jogo contra o Irã, a comitiva do príncipe Harry passando na minha frente.  Ver um jogo da Seleção em uma Copa do Mundo no estádio já é por si só emocionante, mas o jogo contra o Chile foi fantástico. Os pênaltis defendidos por Júlio César, a frieza de Neymar, enfim, muitas emoções.

Obrigado Copa, obrigado futebol por ter me feito realizar o sonho de ver jogadores que são ídolos ao vivo no estádio. Vi James Rodriguez, vi Hazard, Lukaku, Alexis Sanchez, Lampard, Rooney, Thiago Silva, Di Maria. E, principalmente, o maior jogador que vi jogar, Lionel Messi, eu não vi Pelé e Maradona, mas vi os feitos do argentino, e vê-lo jogar in loco e com gol foi algo que guardarei para sempre em minha memória.

A Copa acabou, mas o futebol não para e no Esporte é Vida, você terá cobertura do futebol brasileiro.

Seleção da Copa por Leonardo Martins

Goleiro: Manuel Neuer (Alemanha)

Lateral-direito: Phillip Lahm (Alemanha)
Zagueiros: David Luiz (Brasil) e Matt Hummels (Alemanha)
Lateral-esquerdo: Danny Blind (Holanda)

Volante: Javier Mascherano (Argentina)
Meias: Toni Kroos (Alemanha) e James Rodriguez (Colômbia)

Atacantes: Arjen Robben (Holanda), Lionel Messi (Argentina) e Thomas Muller (Alemanha)

Técnico: José Pekerman (Colômbia)

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Alemanha é Tetra no Maraca

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A Copa das Copas acabou com um belo espetáculo no Maior Palco do futebol brasileiro, o Maracanã. Mais de 74 mil pessoas no estádio e bilhões de pessoas no mundo acompanharam um grande jogo, uma final com todos os ingredientes de um jogo de futebol. A Alemanha, de fato, o melhor time da Copa, ganhou de uma heroica Argentina. O gol de Gotze, aos 8 minutos do segundo tempo da prorrogação, fez a alegria do povo alemão com o Tetracampeonato Mundial.

A final começou com um pequeno show de encerramento reunindo cantores como Ivete Sangalo, Alexandre Pires, Shakira e Santana, depois Carles Puyol, campeão em 2010, e a modelo Gisele Bundchen apresentaram o troféu mais cobiçado do mundo para o público.

No aquecimento, Khedira sentiu contusão e deu lugar a Kramer. Do lado argentino,  Di Maria não conseguiu se recuperar e Enzo Perez continuou como titular.

Como toda final, as duas equipes começaram o jogo cautelosas, estudando o adversário, mas querendo jogar. Os dois times apresentaram um certo nervosismo, normal em se tratar de um jogo com uma grandeza inigualável. A Argentina começou atacando mais, mas Higuain perdeu um gol feito ao receber presente de Kroos e chutar para fora.

O substituto de Khedira, Kramer, se chocou com Zabaleta e teve que sair, em seu lugar entrou Schurrle. A Alemanha, aos poucos, foi fazendo seu jogo característico de posse de bola e objetividade. Aos 43, Kroos cobrou escanteio e Howedes acertou a trave no melhor lance de gol da etapa desperdiçados.

No segundo tempo, os sul-americanos chegaram com Messi que invadiu a área e chutou com perigo, o capitão Hermano tentava dar aquelas arrancadas, mas eram bem combatidos pela eficiente defesa alemã. Se Messi tentava de um lado, Schurrle respondia do outro como no chute em que Romero fez ótima defesa.

A medida que o tempo ia passando, o jogo ficara nervoso tanto dentro de campo como nas arquibancadas do Maracanã.  Kroos ainda errou uma boa chance ao chutar de longe, mas as duas equipes não conseguiram criar boas chances nem mesmo com as entradas de Gotze, do lado germânico, e Aguero e Gago, no lado albiceleste. E, pela terceira vez seguida, uma final de Copa foi para a prorrogação.

No tempo extra, o jogo se tornou tenso com pouquíssimas chances e muita emoção no jogo. Nos primeiros quinze minutos, Palácio desperdiçou a chance do gol do título ao querer encobrir Neuer e a bola ir para fora.

A chance desperdiçada era um prenuncio de castigo para os argentinos, pois aos oito minutos da segunda etapa da prorrogação veio o gol do título. Schurrle fez jogada e passou para Mario Gotze tocar na saída de Romero, era o gol do tetra alemão na Copa no Brasil e gol do alívio dos brasileiros  que  não gostariam de ver  a Argentina levantando o caneco em terras brasileiras.

A vitória da equipe europeia coroou o belíssimo trabalho realizado nesta Copa, onde conseguiu ótimos resultados e o bom futebol apresentado em todos os jogos do mundial. O título alemão foi  um dos títulos mais justos da história das Copas.

Amanhã, no Blog, um texto especial deste que vos escreve com as minhas impressões sobre o mundial.

domingo, 13 de julho de 2014

O grande dia

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Estamos a poucas horas da 20ª decisão de Copa do Mundo. A partir das 16h, um clássico do Mundo acontece, Alemanha e Argentina duelam no Maracanã atrás do título mundial nesta que foi considerada a Copa das Copas. Os Germânicos buscam o tetra e os argentinos o tri.

A campanha de ambas as equipes no mundial é bem parecida, com cinco vitórias e um empate. Mas o futebol apresentado no Brasil dá um favoritismo interessante a Alemanha, porém, como se trata de uma final pode acontecer de tudo no jogo. Em seu trajeto, a Alemanha viveu muitos pontos altos como nas goleadas contra Portugal (4 a 0) e Brasil (os inesquecíveis 7 a 1),  já os hermanos fizeram poucos gols e suaram contra Irã, Suíça e a semifinal contra a Holanda.

As armas alemãs são o bom jogo coletivo, muito da base ser do vitorioso Bayern de Munique, a grande objetividade aliada a jogadores como Kroos, Scweinsteiger, Lahm,  Muller e Ozil, considerados craques e vem jogando juntos desde a Copa passada. Sem problemas a equipe europeia repetirá a escalação da vitória humilhante em BH com: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels, Howedes; Khedira, Schweinsteiger; Kroos, Ozil, Muller e  Klose.,

Do lado argentino, como em outras Copas, o futebol não foi de encantar, mas os resultados apareceram de uma forma bem eficiente. Muito se badalava do quarteto Di Maria, Messi, Aguero e Higuain, mas quem tem levado o time é a criticada defesa. Como no jogo contra a Holanda, onde Mascherano e Demichelis pararam o poderoso ataque  holandês e Romero foi o nome da classificação a essa final, pegando dois pênaltis. Os argentinos disputam a decisão de hoje com: Romero; Zabaleta, Demichelis, Garay, Rojo; Mascherano, Biglia; Messi, Di Maria (Enzo Pérez), Lavezzi; Higuain.

É a terceira decisão entre alemães e argentinos em Copas, nas outras duas, uma vitória para cada time, Argentina em 1986 e Alemanha em 1990. Também é o terceiro mundial seguido que temos este confronto, nas duas últimas Copas, os alemães eliminaram os argentinos nas quartas-de-final.

O Esporte é Vida acompanhará este jogaço e trará um texto logo mais contando tudo sobre esta final emocionante.

Brasil tem fim melancólico

O que era ruim pode piorar. Esta foi a sensação depois da disputa do terceiro lugar entre Brasil e Holanda. Em mais um partida horrível da Seleção, a Holanda não teve dificuldades para derrotar por 3 a 0. Foi um fim melancólico e triste para o time anfitrião da Copa. Van Persie, Blind e WIjnaldun marcaram os gols da laranja. A torcida brasileira exige mudanças para o futuro do futebol nacional.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A morte

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“Aqui jaz o futebol brasileiro”, esta deveria ser a epígrafe de um tumulo simbólico fincado em algum canto do Mineirão a partir do dia 08 de julho de 2014. A data simboliza a morte do futebol pentacampeão mundial depois da humilhante derrota por 7 a 1 para os alemães

Sobre o jogo nada falarei porque todos já sabem como fomos destroçados. Os inacreditáveis 4 gols em 7 minutos, o recorde de gols marcados por Klose em Copas, 16 superando os 15 de Ronaldo. Os gols de Muller, Kroos (2), Schurrle (2), Ozil e Klose ficarão para a história como o maior massacre do futebol moderno em Copas do Mundo.

Desculpa se falarei mais com o coração neste texto, mas um coração machucado que nunca viveu tanta humilhação nos 20 anos que sou apaixonado por esse esporte tão fantástico que é o futebol.

Enfim, vamos lá... O futebol brasileiro parou no tempo com uma soberba jamais vista, Felipão, tão celebrado por mim na última grande alegria do futebol ao nosso país, o penta de 2002, é a síntese deste futebol ultrapassado. O gaúcho montou um esquema estático sem movimentações, o que no futebol moderno é primordial e foi visto como uma aula dada pelos alemães no jogo de ontem.

Infelizmente, para uma seleção tão acostumada com gênios como Pelé, Garrincha, Tostão, Rivellino, Zico, Falcão, Ronaldo, Careca, Romário, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho (este o de 2002 porque o atual é uma caricatura), é duro ver jogadores esforçados mas que não tem nem 10% da genialidade dos citados.

Saudades de 2002 em que acordávamos de madrugada e sabíamos que veríamos, independente do resultado, uma seleção com qualidade e poder de força mentalmente. O que aconteceu ontem foi uma pane técnica e, principalmente, emocional. O Brasil parecia um time de garotos das escolinhas jogando uma semifinal de Copa contra a Alemanha.

Este jogo, como em outras derrotas do Brasil, marcará para sempre a carreira de jogadores, alguns injustamente, poderão nunca mais ter a chance de voltar a vestir a camisa da Seleção. Confesso que apoiei Felipão quando vi que o garoto Bernard, o menos culpado no massacre, mas que deve ser massacrado, injustamente, daqui para frente, ia começar. Pois, mesmo sendo cruzeirense, gosto do baixinho desde os tempos de Galo, sendo peça fundamental no título continental do alvinegro mineiro.

Outro que ficará marcado pela péssima copa realizada é o atacante Fred. O 9 do Brasil, que um dia foi meu ídolo no futebol quando explodiu no Cruzeiro, perdeu a moral com péssimos jogos e se tornou o pior centroavante da história brasileira em Copas, somente a torcida do Fluminense irá apoia-lo.

O único jogador que estava em campo que merece ser exaltado mesmo com o vexame é o monstro David Luiz, a Copa da Seleção foi dele, tanto no futebol como na liderança exercida nos jogos, ganhou a admiração de milhões de pessoas e é um exemplo a ser seguido no futuro. Honrou com muito orgulho e paixão a camisa amarela, se tornou o novo ídolo nacional no futebol.
O futebol brasileiro está morto, mas depende de todos que mexem com esse futebol uma mudança de rumo e de postura, desde a base até a cúpula do futebol brasileiro para que um dia podemos voltar a ser grandes. E este coração sofrido volte a se alegrar com a Seleção Brasileira.

A Alemanha, este sim, fez um jogo muito bom, mas a partida foi tão atípica que não dá para falar nada. A Copa do Mundo de 2014. que estava ótima e inesquecível por tudo de bom que estava acontecendo, ficou manchada por este vexame ocorrido na minha querida Belo Horizonte, uma derrota que queria esquecer, mas que vou lembrar para o resto da minha vida.