sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A reinvenção do Galo

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O título inédito do Atlético-MG na Copa do Brasil, conquistado ao estilo atleticano, com muito sofrimento, mostra que um clube pode se reinventar durante a temporada. A reinvenção do Galo foi a principal virtude da equipe na competição nacional, depois da chegada de Levir Culpi, o clube alvinegro conseguiu voltar ao bom futebol.

A contratação errada de Paulo Autuori no inicio do ano deixou marcas profundas que levou a equipe ao fracasso na Libertadores e no Campeonato Mineiro, além disso, o time parecia acomodado e com uma base tática mal treinada. Alexandre Kalil se arrependeu e demitiu o treinador, para seu lugar, o presidente convidou um velho conhecido dos atleticanos, Levir Culpi, que treinou a equipe na Série B 2006. Levir voltara do Japão após 7 anos e precisava da confiança de Kalil e do time para se readaptar ao futebol brasileiro.

Esta confiança foi dada, o Presidente deu carta branca para que o treinador arrumasse a casa alvinegra. O título da Recopa foi o inicio desta reinvenção atleticana, o garoto Jemerson, um zagueiro da base, entrou no lugar de Ottamendi e foi muito bem, desde então, o zagueiro é titular e caiu nas graças da massa. A Recopa também determinou o adeus de R10 e muitos se perguntaram, como o Galo ia se lidar sem uma estrela como R10?

Depois de um inicio irregular no Brasileiro, veio a Copa do Brasil e Levir já começara a dar uma nova cara ao time. Depois de uma passagem tranqüila sobre o Palmeiras nas oitavas, o treinador, diante de tantos desfalques, resolve fazer uma mudança ousada que foi o principal motor tático desse time na conquista. O esquema com apenas um volante e 5 na frente começou justamente num clássico contra o Cruzeiro pelo Brasileirão, era loucura, mas que deu certo.

Veio, então, as quartas contra o Corinthians, depois de uma ida ruim, o time pede para jogar no Mineirão, coisa que Kalil não gostava muito, o resultado foi uma virada épica por 4 a 1 e a volta as semi. Nas semi, um rival que estava engasgado desde a década de 80, o Flamengo, o mesmo roteiro, ida ruim com derrota e vitória histórica com requintes de épico no Mineirão.  Todas as vitórias com o time apresentando uma gana de vencer que poucos times já apresentaram e, na onda do “Eu Acredito”, chegaram a uma final inédita.

Era o que faltava para tornar essa equipe campeã, mas faltava uma barreira. A final era histórica, pela primeira vez, Cruzeiro e Atlético decidiriam o título de uma competição nacional. Para garantir o título, Kalil abre mão do fator financeiro e leva o jogo para o caldeirão do Horto, onde a Raposa não se sente confortável, e deu tudo certo. Vitória e vantagem confortável para garantir o caneco no Mineirão.

Além de Levir, um time aplicado taticamente e com jogadores que incorporam a raça alvinegra, casos de Diego Tardelli, Luan e Dátolo, os três principais nomes atleticanos na conquista. A reinvenção do Galo na temporada serve de exemplo para outros times que perdem seus principais jogadores e caem de produção.