terça-feira, 26 de agosto de 2008

Uma olimpíada que vai ficar para a história

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Por Leonardo Martins


Passada as competições em Pequim, hora de fazer um balanço sobre esta edição dos Jogos Olímpicos. Jogos que ficarão para a história de muitas pessoas, inclusive de mim, devido a muitos fatos marcantes que aconteceram na capital chinesa nestes 17 dias de competições.

Começamos este balanço com a participação brasileira. Ao contrário com muitos dirigentes do nosso esporte falaram, a participação brasileira foi mediana, esperávamos mais medalhas de Ouro, mediante os recursos investidos no esporte nos últimos anos pelo governo. A única coisa que temos que comemorar de resultados é a participação das mulheres brasileiras em Pequim. Elas que conquistaram as primeiras medalhas na vela, com a dupla Fernanda Oliveira e Isabel Swan, no judô, com Ketlelyn Quadros, e no Taekwondo, com Natalia Falavigna. Além de muitos resultados bons na natação, no atletismo e na ginástica, chegando a muitas finais. Não posso deixar de citar a garra da Seleção de Futebol Feminino, mesmo com a prata, deixaram-nos cheio de orgulho.

Duas das 3 medalhas de ouro conquistada pelo Brasil foram conquistadas por Mulheres. A maravilhosa Seleção Feminina de Vôlei calou os críticos e fez uma campanha sensacional, talvez a melhor de um esporte coletivo brasileiro na história, e trouxe uma medalha inédita. E o que falar de Maurren Maggi? Esta brasileira superou um dopping e trouxe a primeira medalha de ouro em uma competição individual feminina. Um feito que emocionou a todos no Ninho dos Pássaros e no Brasil.

Da parte masculina, só podemos elogiar o nadador César Cielo. Cielo deu show no cubo d’água e deu a primeira medalha dourada na natação ao Brasil ao vencer os 50m livre, um dia que ficou para a história do esporte brasileiro. Porém, os homens deixaram mais decepções do que alegrias. O que falar da Seleção de Futebol Masculino, perderam de uma forma vexatória para o eterno rival, os argentinos e ficaram com um bronze, que serviu mais como consolo. Outro que decepcionou em Pequim foi Diego Hypólito, após conseguir a melhor nota na classificatória no solo, na final caiu sentado e não trouxe o ouro praticamente garantido.

As Olimpíadas marcaram o fim da maior geração do esporte brasileiro. A Seleção multi-campeã do Vôlei masculino. Muitos jogadores desta vitoriosa seleção jogaram sua última Olimpíada e terminaram com uma honrosa prata.

Pequim foi o palco de desfiles de gênios do esporte. Michael Phelps foi o dono do Cubo D’água, ele iniciou as Olimpíadas com um objetivo: ganhar 8 ouros e se tornar o maior atleta olímpico de todos os tempos. E Phelps conseguiu com requintes de genialidade, como na prova dos 100m borboleta, onde ele conseguiu uma virada sensacional. Phelps por isto pode ser considerado um dos maiores esportistas da história.

No Ninho de Pássaros, local das provas de atletismo, o velocista jamaicano Usain Bolt reinou absoluto. Em uma performance digna de extraterrestre, Bolt ganhou 3 ouros e os 3 com quebra de recorde mundial e entrou para a história olímpica. Outro fenômeno do esporte, a russa Yelena Isinbayeva, deu show ao quebrar o recorde pela 24ª vez no salto com vara. Ninho que também assistiu a consagração do futebol argentino, conquistando o bicampeonato olímpico. Os EUA voltaram a hegemonia no basquete masculino com um timaço que arrasou todos os adversários que viu pela frente.

Mas o grande destaque foram os donos da casa. Eles tinham o objetivo de liderar o quadro de medalha e conseguiram com certa folga inesperada. Foram 51 ouros, 15 a mais que os EUA, até então, superpotência olímpica. Saiu tudo certo como os chineses esperavam. Esta foi a 29ª Olimpíada da Era Moderna, uma Olimpíada que entrará para a história do mundo, como afirmação da China como potencia política e econômica.