domingo, 20 de junho de 2010

Paraguai derrota Eslováquia com facilidade

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Por Gabriel Seixas

- A Copa é no continente africano, mas os que se sentem em casa até o momento são os sul-americanos. A vitória do Paraguai sobre a Eslováquia por 2 a 0, neste domingo, é a sexta da América do Sul em oito jogos disputados. O pragmatismo apresentado na estreia contra a Itália ficou pra trás, dando lugar a uma nova postura (e um novo esquema tático, o 4-3-3), que envolveu de uma maneira fácil o adversário nos primeiros 45 minutos, e mesmo com um futebol meia-boca na etapa final, concretizou o triunfo.

- Gerardo Martino surpreendeu ao abrir mão do meia Aureliano Torres para a entrada de Roque Santa Cruz, que fez companhia a Haedo Valdez e Barrios no ataque. Os eslovacos sentiram as mudanças realizadas em relação à estreia, principalmente no sistema defensivo, que hoje errou passes simples, cometeu muitas faltas e deu muitos espaços, principalmente para Barrios, o melhor da etapa inicial.

- O Paraguai mandou na partida no primeiro tempo. Com Valdez e Barrios caindo pelas pontas, a seleção albirroja criava oportunidades consecutivas de abrir o placar. Logo no início, Santa Cruz escapou pela esquerda, limpou o zagueiro e bateu colocado, mas Mucha fez boa defesa. Alguns minutos depois, Riveros recebeu passe curto e bateu pro gol, mas Mucha encaixou a bola.

- Sem aquele criador clássico de jogadas, o volante Vera era quem se apresentava com mais frequência no ataque. Em sua primeira participação, ele tabelou com Barrios, que bateu, mas a bola saiu por cima. Na segunda, aos 28 minutos, muito mais sucesso: Barrios novamente iniciou a jogada, e com maestria, tocou a bola entre três defensores com açúcar para Vera, que entrou em profundidade e bateu no canto de Mucha.

- Com Weiss e Hamsik nada inspirados, a Eslováquia não conseguiu criar uma jogada sequer que mereça registro. Faltava inspiração e objetividade aos eslovacos, que certamente são uma das maiores decepções deste Mundial, após se classificarem com autoridade nas eliminatórias europeias. Stoch era uma ótima opção para o meio-campo na etapa final, porém Vladimir Weiss optou por não mexer na equipe.

- O que na etapa inicial era uma partida de um time só, no segundo tempo se transformou em um jogo de nenhuma equipe. Os paraguaios diminuíram consideravelmente o ritmo, dando até espaços para a Eslováquia atacar, que por sua vez, continuava burocrática. Hamsik, Weiss e Sestak buscavam pouco o jogo, deixando Vittek isolado na frente.

- Vladimir Weiss apostou na entrada de Holosko (preterindo Stoch mais uma vez), enquanto Gerardo Martino respondeu com a entrada de Aureliano Torres na vaga de Haedo Valdez, mudando o esquema tático para o 4-4-2, e lançando um jogador de menos velocidade, porém com muita maestria nas bolas paradas. E foi assim que os albirrojos acharam o segundo gol.

- Torres cobrou falta da esquerda, os jogadores do Paraguai se enroscaram na área, mas mesmo assim a bola foi rolada para Riveros. Ele puxou pra perna esquerda e bateu forte, no canto direito de Mucha, que nada pôde fazer. Aquele era o golpe final paraguaio, que ainda teve as entradas de Cardozo e Barreto antes do apito. A Eslováquia quase diminuiu em um chute de longa distância de Vittek, mas Villar se esticou todo para fazer uma defesa (a única que fez) sensacional.

- Em relação aos eslovacos, só um milagre garante o time classificado para as oitavas. O vacilo no primeiro jogo contra a Nova Zelândia, cedendo o empate no minuto final, e a falta de ousadia frente ao Paraguai comprometeram consideravelmente o sonho de avançar de fase. E com o futebol que vem jogando, o recomendável aos eslovacos é nem criar expectativas.

- Quanto aos sul-americanos, ficou claro que a ótima campanha nas eliminatórias não foi obtida por acaso. Essa nova geração do Paraguai promete, baseada no futebol ofensivo, com muitas opções de qualidade na frente. Os albirrojos dão um grande passo rumo a concretização da liderança do grupo (fugindo da Holanda nas oitavas), pois na última rodada o adversário é a Nova Zelândia, teoricamente a seleção mais frágil da chave. O que faltou a seleção paraguaia em 1998, que tinha um sistema defensivo sólido e alcançou as quartas-de-final da Copa, sobra na geração de 2010: qualidade ofensiva.

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