quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Barueri quebra a invencibilidade do Flamengo com autoridade

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Por Gabriel Seixas

Dizem que tudo o que é bom, dura pouco. Mas a boa fase do Flamengo durou, e muito. Foram dez jogos sem derrota, mas esta série, mais cedo ou mais tarde, teria um fim. E o encarregado de quebrar essa invencibilidade foi o modesto Barueri, sem maiores pretensões no campeonato. O time paulista jogou de forma pragmática, aproveitando os erros do adversário, teve as melhores chances e, com justiça, venceu por 2 a 0. Por outro lado, o Flamengo sentiu muito a ausência de Petkovic, o principal jogador da equipe. Sem sua maior referência, o time ficou perdido em boa parte do jogo, e sucumbiu diante dos paulistas. E, com a derrota, o time não só continua fora do G-4, como cai para o 6º lugar na tabela, já que o Cruzeiro venceu e ultrapassou o rubro-negro. O Barueri soma 44 pontos e está em 11º, dentro da meta do time para o ano, que é se classificar para a Copa Sul-Americana. Os gols da vitória foram do artilheiro Val Baiano, que mandou pra longe a má fase e marcou seu 12º gol no torneio, e o meio-campo Everton.

O início do jogo foi bastante truncado, mas o Flamengo aproveitou-se de sua superioridade técnica e jogava melhor. Porém, o Barueri começou assustando aos 4 minutos, quando Thiago Humberto avançou pela esquerda, cortou pro meio e arriscou para o gol de Bruno, que fez a defesa. A resposta d time rubro-negro veio com Willians, que jogou mais avançado devida a ausência de Petkovic. Da intermediária, ele chutou forte, mas René espalmou.

Pouco depois, Airton marcou o primeiro gol do Flamengo, mas este foi anulado corretamente pelo auxiliar. Com o 0 a 0 novamente no marcador, a partida ficou muito fraca, com muitas faltas e jogadas concentradas pelo meio. A melhor chance só veio aos 35 minutos, e foi novamente de Thiago Humberto, do Barueri. De muito longe, ele obrigou Bruno a fazer uma linda defesa. Aliás, os chutes de fora da área foram muito explorados pelo time paulista, que tem o 4º melhor ataque do campeonato.

O Fla teve boa chance aos 44, quando Fierro avançou pela direita, e mesmo tendo duas opções na área, arriscou sem ângulo e obrigou René a fazer uma defesa não tão complicada assim. Héber Roberto Lopes determinou que o jogo fosse até aos 48 minutos, e foi justamente no minuto final do primeiro tempo que o Barueri abriu o placar. Thiago Humberto, impedido, aproveitou lançamento longo da intermediária. Ele dominou, chapelou Álvaro, e de cabeça, deu assistência para Val Baiano, que de primeira, tirou as chances de defesa de Bruno. Resultado justo, mesmo porque o Flamengo não fez muita coisa para merecer a vitória, ou mesmo o empate.

Pro segundo tempo, Andrade resolveu trocar o meia Fierro, inoperante durante todo o primeiro tempo – pra variar – para colocar o atacante Denis Marques. O time conseguiu ficar pior, mas mesmo assim, levou perigo aos 4 minutos, numa cabeçada de Adriano que René evitou o gol.

A partir daí, o Barueri começou a explorar o lado direito defensivo do Flamengo, com Márcio Careca e Thiago Humberto pelo setor. Os dois ameaçaram, respectivamente, aos 16 e 21 minutos, mas o lance teve o mesmo fim: ótima defesa de Bruno.

Em busca do empate, Andrade decidiu trocar o volante Maldonado, um dos poucos que ainda sustentava a defesa, para colocar o armador Erick Flores. Então, o time desandou de vez, e dois minutos depois, tomou o segundo gol. Everton tabelou com Thiago Humberto, e cara a cara com Bruno, tocou na saída do goleiro.

Os rubro-negros pareciam sem reação. Não buscaram o resultado, e pior, deram muita sorte por não terem tomado uma goleada. Bruno interceptou por várias vezes, numa delas aos 32 minutos, num chute violento de João Vitor que o goleiro mandou pra longe. Então, o técnico Luiz Carlos Goiano decidiu fechar o time, colocando o volante Márcio Hahn na vaga de Everton. Andrade respondeu com Toró no lugar de Juan, e o lateral deixou o campo irritadíssimo com o técnico, proferindo até mesmo palavrões.

A última chance veio com o melhor jogador do Barueri, Thiago Humberto. Na sua jogada clássica, ele avançou livre pela esquerda, e chutou cruzado rente ao gol de Bruno. Pelo que fez, principalmente no segundo tempo, o time paulista conseguiu uma vitória mais do que justa. O Flamengo, por sua vez, provou ser um time comum sem Petkovic, que sem dúvida, pode ter “decidido” a partida. Mas há de destacar o mérito dos donos da casa, que foram melhores durante boa parte do jogo.

Curtinhas:

- No confronto de desesperados, o Botafogo recebeu o Náutico, e no sufoco, conseguiu uma vitória pelo placar mínimo. O gol único foi do zagueiro Juninho, cobrando pênalti contestadíssimo pelos pernambucanos. No fim das contas, o time carioca saiu do Z-4, e pulou para o 16º lugar com 35 pontos somados. O Náutico, com três pontos a menos, é o 18º e continua cavando sua vaguinha na segunda divisão do ano que vem.

- Atlético-PR e Santos protagonizaram um jogo de dois times que não tem pretensão alguma no campeonato. Então, nada mais justo que um empate, em 1 a 1. Kleber Pereira marcou primeiro para os santistas, convertendo outro pênalti, que também foi duvidoso. Três minutos depois, o Furacão respondeu com o zagueiro Bruno Costa, e ficou nisso.

- Quem continua sonhando com a Libertadores é o Grêmio, que confirmou a campanha irretocável em casa com um 3 a 1 sobre o Avaí. Mesmo jogando com um a menos em boa parte do jogo, os gremistas marcaram com Tcheco, cobrando pênalti, Maxi López e Souza. Emerson diminuiu para os catarinenses, mas a diferença de gols e o tempo de jogo não permitiam uma reação. Os gremistas pularam para 7º, com 47 pontos, cinco a menos que o Internacional, 4º colocado.

- Por fim, o Vitória deu adeus a briga pela Libertadores com a derrota em casa para o Corinthians, por 1 a 0. Os paulistas, que já estão na maior competição continental, marcaram seu gol com o argentino Defederico, que fez seu primeiro gol com a camisa alvinegra. O time agora ocupa o 9º lugar, uma posição a frente do Vitória.

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