Uma cidade feliz novamente

Por Leonardo Martins

Esta é a 1ª vez que escrevo sobre futebol americano no Esporte é Vida. O Futebol Americano vem crescendo muito no Brasil nos últimos anos, um esporte, considerado por muitos, bruto, mas que vem ganhando muitos fãs no país da bola redonda. E ontem, na cidade de Miami, aconteceu o evento máximo desse esporte, o Superbowl, a final da NFL, liga que comanda o esporte nos EUA. A final, como sempre em outros superbowls, foi emocionante.

O jogo reuniu as duas melhores equipes da competição, New Orleans Saints e Indianápolis Colts. Os quarterbacks, que são a alma do time no jogo de futebol americano, Peyton Manning, dos Colts, e Drew Brees, dos Saints, eram as principais atrações do jogo.

O favoritismo era todo dos Colts, mais experientes em Superbowls, mas tinha um time que representava a reconstrução da moral de uma cidade do outro lado. Nova Orleans, cidade dos Saints, foi castigada pelo furacão Katrina em 2005 e muitas pessoas se refugiaram no Estádio que joga o time. Por isso, o jogo representava muito para os habitantes da cidade.

Quando começou o jogo, a superioridade do time de Indianápolis se fez presente, Manning distribuía os passes com perfeição. O QB foi o principal responsável por um Touchdown, lance que se consegue a pontuação máxima no jogo, e um Field Goal. Abrindo 10 a 0 no fim do 1° quarto de jogo.

A partir daí, quem começou a dominar o jogo foi o time da Louisiana. Controlando bem o tempo de jogo, os Saints conseguiram anotar 2 field goals, que valem 3 pontos cada, as equipes foram para o intervalo com 10 a 6 para os Colts, mas com o Saints crescendo no jogo.

Pausa para falarmos sobre a grandeza desse evento. Os americanos consideram o Superbowl, o evento mais importante do mundo, o horário comercial da TV dentro do jogo é o mais caro do mundo, custando cerca de US$ 2,8 milhões por cada inserção de 30 segundos. Outro fato que difere o Superbowl de outros eventos, é que no intervalo do jogo sempre tem um grande show musical, vários cantores famosos já tocaram no intervalo como U2, Elton John, Rolling Stones e Paul Macartney. O show do intervalo deste domingo ficou por conta da banda inglesa The Who, que levantou o estádio com músicas animadas.

Parece que o show do The Who animou a torcida de Nova Orleans, que era bem mais numerosa que a dos Colts, porque na volta do intervalo, os Saints viraram o jogo apoiado pela torcida. Brees acertou um belo passe para Pierre Thomas fazer o TD (Abreviação para Touchdown). 13 a 10 e o estádio em Miami tremia.

Mas Peyton Manning queria entrar para a história e liderou os Colts na campanha para fazer o TD que recolocou o time da Indiana. 17 a 13, foi o último momento de alegria para a equipe da Indiana. Um novo Field Goal para os Saints colocou fogo no jogo para o último período. 17 a 16 e os últimos 15 minutos da temporada seriam eletrizantes, principalmente para a equipe de Nova Orleans.

No último período de jogo, os Saints entraram como se fossem o último jogo de suas vidas, numa determinação vibrante, não deixaram os colts jogarem. A 6 min do fim, Shockley infiltrou na defesa e ultrapassou a End Zone (linha que marca o TD), marcando um TD e virando novamente o jogo. Normalmente a jogada de TD marca 7 pontos (6 do TD e mais um do chute extra), mas a equipe pode arriscar uma nova entrada na End Zone que vale dois pontos e substitui o chute extra. E foi isto que Drew Brees arriscou e conseguiu após os juizes revirem a jogada por uma TV. O placar foi para 24 a 17 pró-saints.

O TD normal dos Colts levaria o jogo para a prorrogação e foi Payton Manning comandar o ataque, mas em uma jogada o QB arriscou um passe e foi interceptado pela defesa dos Saints. Tracy Porter interceptou o passe e aproveitou os espaços do time de azul para retornar para o TD. Era o começo da festa para os Saints. 31 a 17, faltando 3 minutos para o fim do jogo. Os Colts foram para o tudo ou nada, mas não produziram nada. E a festa continuou.

O título do Saints foi o 1° da história da franquia. O time, assim como a cidade, renasceu. Foi um desfecho acompanhado e apoiado por todos que viram o jogo, exceto os torcedores dos Colts. Estima-se que 180 milhões de pessoas viram o jogo em 220 países.