sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Inter assegura vaga na final da Libertadores e no Mundial de Clubes

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Por Gabriel Seixas

Pela quinta vez consecutiva, o futebol brasileiro garante um representante na final de uma Libertadores. Entretanto, a disputa entre Internacional e São Paulo valia algo muito além disso. Com a classificação do Chivas Guadalajara na outra semi, é sabido que os clubes mexicanos pertencem a outra federação (Concacaf) e por isso não podem “roubar” a vaga de um sul-americano no Mundial, já que são apenas convidados da Conmebol para a disputa. Com isso, a classificação entre os brazucas não só significava a manutenção do sonho da conquista da América, como também do mundo no final do ano. Venceu quem tem o melhor conjunto: o Inter.

É bom que se diga que, no campo, quem venceu foi o São Paulo: 2 a 1. Entretanto, o gol fora de casa dos gaúchos valeu como critério de desempate, após vitória colorada por 1 a 0 no Rio Grande do Sul em jogo válido pela partida de ida. Baseando-se pelo retrospecto, nenhuma novidade. Na fase final desta Libertadores, o Inter eliminou Banfield e Estudiantes anteriormente pelo mesmo critério. Coube a Alecsandro ser o heroi da vez.

Num primeiro tempo sem muito brilho técnico, o Inter adotou uma postura cautelosa, e até com certa facilidade, continha as ações ofensivas do adversário. Quando trabalhava de pé em pé, o São Paulo era insinuante. À medida em que os paulistas tentavam acelerar o jogo, os gaúchos respondiam nos contragolpes, sempre em chutes de longa distância, como os de Alecsandro e Taison.

A solidez defensiva do Colorado, dentre outras figuras, passava pelo goleiro Renan. Desde que retornara ao clube gaúcho, ele havia disputado três partidas, sem sofrer gol em todas elas. Ironia do destino, bastou uma falha gritante para que tudo que havia acontecido (ou não acontecido, no caso, sofrer gols), ser esquecido pela torcida gaúcha. Hernanes cobrou falta, o goleiro não se decidiu entre socar e encaixar a bola e deixou Alex Silva na boa para testar a pelota pro gol vazio. Não houve como deixar de relembrar aquela fatídica final da Libertadores de 2006 entre colorados e são-paulinos, quando coube ao goleiro tricolor Rogério Ceni o papel de vilão.

Na etapa final, dois gols nos primeiros oito minutos. Os gaúchos marcaram primeiro, com o artilheiro Alecsandro, desviando uma cobrança de falta executada por D'Alessandro. Dois minutos depois, Ricardo Oliveira, em posição duvidosa (porém legal), ficou cara a cara com o abatido Renan e não perdoou. O artilheiro marcou seu segundo gol em três jogos com a camisa tricolor desde seu retorno ao clube.

A partir de então, a obediência tática e a qualidade técnica do Internacional fizeram a diferença. Tudo poderia ter ido por água abaixo com a expulsão de Tinga, outro fato exatamente igual ao daquela final em 2006, mas o São Paulo não encontrou forças para reagir. Do banco, opções como Marlos, Fernandinho e Marcelinho Paraíba foram absolutamente insuficientes. No duelo dos treinadores, Roth sobrou em relação a Ricardo Gomes, este que provavelmente fez seu último jogo no comando do time paulista.

Aos gritos de “o Morumbi é nosso”, a festa foi pintada de vermelho e branco. Vale ressaltar o trabalho da diretoria do Inter, que apostou na contratação de um novo treinador e de jogadores com bastante bagagem apenas no meio do ano, o que não foi suficiente para impedir a formação de um time, e não só de um elenco. Com o foco voltado para a disputa do Mundial, o título da Libertadores parece apenas um detalhe, mas não é. O favoritismo do Inter é discutível. A ansiedade pela chegada até Abu Dhabi em dezembro, idem. Parabéns, Colorado!

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