
No ano que o Brasil disse que
o “gigante acordou”, um “gigante acordou” no futebol brasileiro. Este gigante
chama-se Cruzeiro Esporte Clube, o gigante andava adormecido pelas fracas
campanhas nas últimas temporadas, especialmente, 2011, onde uma goleada sobre o
rival Atlético por 6 a 1 o salvou de uma página que mancharia sua história, o
Rebaixamento para a Série B e, certamente, não escreveria este texto hoje.
O primeiro pilar desta
conquista foi o presidente Gilvan de Pinho Tavares que bancou a contratação do
treinador Marcelo Oliveira no fim do ano passado, mesmo com a rejeição que o
treinador possuía junto a torcida pelo simples fato de ser ligado ao Galo.
Gilvan bancou e não cedeu a pressão da torcida e hoje colhe os frutos desta sua
atitude. Recebeu um Cruzeiro sem dinheiro e, rapidamente, o tornou campeão.
Falei no treinador antes rejeitado
hoje idolatrado, Marcelo Oliveira, este também se superou neste ano. Vindo de
um trabalho ótimo no Coritiba, faltava a ele um grande time para convencer o
Brasil como técnico e continuou com a mesma linha de trabalho na Raposa, uma
linha ofensiva e alegre, coisa que estava morrendo em nosso futebol. Esta linha
agradou em cheio ao torcedor azul que sempre se acostumou com times ofensivos e
que enchem os olhos.
O terceiro pilar foram as
contratações. O time foi reformulado para este ano, contratou em quantidade e
qualidade, dando chances de volta por cima para vários jogadores como Nilton e
Dagoberto. Mas a principal contratação chegou sem muito alarde e conquistou a
China Azul com seus golaços.
Estou falando de Everton Ribeiro
(ou simplesmente Evershow). O camisa 17 é sem dúvidas o craque do Campeonato
Brasileiro, merece uma chance na Seleção Brasileira, um showman do futebol
brasileiro. Sua perna esquerda protagonizou lances de pura arte e genialidade,
fazendo a torcida esquecer facilmente o argentino Montillo. O gol contra o
Flamengo pela Copa do Brasil enlouqueceu a torcida e encantou o Brasil. Mas
Everton Ribeiro não foi o único a brilhar.
Este título não teve um dono
máximo como foi em 2003 com Alex, o atual Cruzeiro se destaca pelo coletivo,
muitos brilharam igualmente. Ricardo Goulart com seu jeito desengonçado, o
guerreiro Nilton, o Mito Dedé, o jovem Lucas Silva, o bigodudo Willian. Todos estes
viraram ídolos do time.
Deixo para o final desta crônica,
o maior merecedor do Tricampeonato azul. O goleiro Fábio, o capitão do Tri. O
Camisa 1 viveu todos os momentos ruins que o clube passou por esta década,
campanhas inócuas no Brasileirão, a quase-queda em 2011, o Vice da Libertadores
em 2009, a vexatória goleada para o Galo na final do Mineiro onde levou um gol
virado com as costas para o gramado. O goleiro salvou o time em muitas ocasiões
e estava almejando um título de expressão para entrar de vez na galeria dos
grandes campeões do Cruzeiro.
Resumo, o Cruzeiro sobrou no
Campeonato Brasileiro deste ano e o título com 4 rodadas de antecedência mostra
isso. Um futebol para frente, alegre e gostoso de se ver como a muitos não se
via de um Campeão Brasileiro. Mostrando que a ofensividade pode ganhar títulos
ainda.