quinta-feira, 9 de abril de 2009

Raça Alviverde derrota o Sport

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Por Fernando Murilo


Em jogo de bastante marcação e pouquíssima inspiração ofensiva, a equipe do Palmeiras bateu o time do Sport em plena Ilha do Retiro por 2 a 0, acendendo a esperança abalada pelas duas derrotas anteriores.

Antes do início da análise da partida, observamos como de praxe as táticas adotadas pelas equipes. O time da casa, o leão da Ilha do Retiro, entrou com o esquema que vêm dando certo a um bom período: o 3-5-2. Porém, equipe não pôde contar com o jogador Hamilton, atuando com Andrade em seu lugar. O esquema defensivo é o mesmo que vem sendo destaque desde que atua em conjunto: Igor pela direita, César Lucena pelo meio e Durval, o capitão na esquerda. Pelo meio, 5 jogadores: Dutra pela ala esquerda, Andrade e Daniel Paulista como volantes, Paulo Baier como meia de ligação e o Moacir pela ala direita. O ataque foi com a dupla Ciro e Vandinho. Dessa vez, o técnico Nelsinho decidiu não manter o Wilson, que auxiliaria na marcação para evitar o cansaço do Paulo Baier.

Já o alviverde do Parque Antártica jogou num 4-4-2. Porém, o que aparentemente parecia um esquema clássico de dois volantes e dois meias se tornou uma tática surpreendente. O Cleiton Xavier, destaque jogando mais avançado, atuou de forma mais recuada, compondo de maneira mais coesa o meio campo com o Edmilson e o Pierre. O primeiro, por sinal, atuaria pela primeira vez na posição de volante pela equipe palmeirense. Era a prova clara que o Luxemburgo gostaria de melhorar a condução de bola pelo setor de meio campo, ao menos qualificar melhor a distribuição de jogo. No ataque, a promessa Keirrison comandava ao lado do esforçado Willians.

Ainda um fato curioso a ser mencionado: antes do começo da partida, o sistema do som do estádio, responsável por sincronizar o temido grito de “Cazá, Cazá” da equipe rubro-negra, teve que ser diminuído, sob determinação do representante da Conmebol que fiscaliza os eventos ocorridos na partida.

Com a bola rolando,o que se viu foi um Sport motivado a assegurar a sua classificação, jogando ofensivamente e buscando o gol. Porém, com um esquema bem montado, paciente e capitaneados pela força do Diego Souza, a palmeirense conseguia deter o ímpeto do Sport. Passados os primeiros 20 minutos da partida, o Sport havia criado algumas chances, mas nenhuma concreta ou sendo resultado de alguma jogada. Pelo lado alviverde, o estilo paciente que até poderia irritar alguns torcedores caso este estilo seja adotado para o jogo em São Paulo, criou um lance perigoso aos 17 minutos, onde o Diego Souza carregando pela esquerda cruzou rasteiro. A bola sobrou pro Keirrison, que rolou na entrada da grande área para o Cleiton Xavier chutar sem direção. O time do Sport também chegou numa bola espirrada, que sobrou pra Vandinho, mas pentacampeão Marcos estava atento na baliza e se antecipou ao atacante rubro-negro, chutando pra longe.

Porém, aos 24 minutos, um lance fatal: falta pela intermediária do César Lucena no Diego Souza. Cleiton Xavier cobra mal, sendo retirada de cabeça por Igor, mas na hora de recuperar a bola, Paulo Baier faz nova falta em Cleiton Xavier, mais próxima da área. O meia palmeirense cobrou num balão pra área, o Diego Souza conseguiu tocá-la pra direita da meta do goleiro Magrão, sobrando livre pro zagueiro Maurício Ramos marcar. A bola já estava dentro do gol quando Keirrison empurrou para as redes, porém a arbitragem deu o gol para o centro–avante palestrino. 1 a 0 Palmeiras!

Com o gol , a equipe leonina foi obrigada a se lançar no ataque, porém as eficientes armas de um esquema 3-5-2 não estavam funcionando: os alas. Moacir muito bem marcado pelo lateral de força Armero pouco produzia, e o Cleiton Xavier, jogando como volante, controlava as subidas do Dutra juntamente com o lateral Fabinho Capixaba. O Luxemburgo ainda colocava o Diego Souza atuando nas costas do ala, impedindo ainda mais suas investidas. Os zagueiros Danilo e Maurício Ramos atuando de maneira impecável, além da liderança nas antecipações do capitão Edmilson. O Sport conseguia lances perigosos através de jogadas individuais por elementos surpresas, como por exemplo a investida do zagueiro Bruno pela esquerda, onde ele cortou o volante Pierre e o lateral Armero, e de perna esquerda, chutou perigosamente para a defesa precisa do goleiro Marcos. E assim as jogadas foram prosseguindo até o intervalo.

Na volta para o segundo tempo, o time palmeirense não realizou nenhuma alteração. A equipe mandante, pelo contrário. Nelsinho, percebendo que precisava um pouco mais de pegada e criatividade, sacou o volante Daniel Paulista, pondo o volante Sandro Goiano em campo, além do meia Luciano Henrique no lugar do lateral Moacir. Com isso, o Sport iria atuar no 4-4-2, com o zagueiro Igor fazendo as vezes na lateral-direita.

O Sport passou a controlar um pouco mais as ações do jogo, e o Palmeiras limitava-se às jogadas individuais do talentoso meia Diego Souza, destaque da partida. Ele quase faz um golaço, arrancando e fazendo uma bela meia lua no César Lucena, saindo cara a cara com o goleiro Magrão, que tocou na bola salvando o que seria o segundo gol da equipe alviverde. O time leonino abafava o time palmeirense, que jogou defendendo-se de forma magistral, antecipando todos os lances. Paulo Baier, muito bem marcado pelos volentas palmeirenses, pouco criava, obrigando Ciro e Vandinho buscar as jogadas, ficando distante da área. Isso provocou até cãibras no jovem atacante do leão da praça da Bandeira já aos 10 minutos do segundo tempo, demonstrando cansaço.

Aos 15 minutos, os jogadores do Sport e a torcida quiseram pênalti. O volante Sandro Goiano arriscou de fora da área e o zagueiro Danilo cortou. Os pernambucanos pediram toque de mão, mas o juiz mandou a partida seguir. Com o passar do tempo, a apreensão do time de Nelsinho ficava ainda mais evidente. A bola passava mais tempo com o time leonino, contudo, essa posse de bola não era revertida em lances ofensivos coerentes. Percebendo o domínio do Sport, Luxa resolveu se proteger. O treinador tirou o atacante Keirrison e reforço a marcação com o volante Sandro Silva. No primeiro lance depois da substituição, Marcos salvou a pátria verde. Paulo Baier achou espaço na área e soltou a bomba. O goleirão esticou-se para evitar o gol, salvando outro gol certo. A entrada do volante Sandro Silva serviu para impedir as investidas do ala Dutra pela esquerda, acabando com uma fonte de ofensividade vital para a equipe rubro-negra.

Aos 22 minutos, os técnicos gastaram suas as últimas fichas do banco de reservas. Luxa mudou na zaga: Marcão no lugar de Maurício Ramos; Nelsinho mexeu no ataque: Wendel por Vandinho, tentando atuar mais pelas laterais com o forte ponta de lança. Cinco minutos depois, Diego Souza, o melhor da noite decretou o placar. Em mais uma jogada individual, o camisa 7 do alviverde do Parque Antártica partiu do meio-de-campo, passou por três marcadores em alta velocidade, invadiu a área e tocou sobre Magrão. A bola bateu no travessão e caprichosamente morreu no gol. Golaço !!!Depois do gol, a torcida que sempre apoiou resolveu cornetar a equipe, vaiando o jogador Andrade e criticando o técnico Nelsinho. No entender da maioria da torcida, era vital a entrada do meia Fumagalli para dar mais criatividade e ofensividade ao time, que não foi feito.

O Sport perdeu uma invencibilidade de 25 jogos. Desde 15 de novembro do ano passado, o Leão acumulava uma série de 22 vitórias e três empates. Na Ilha do Retiro, o time não perdia desde agosto, somando 20 jogos sem saber o que era uma derrota em casa.

Outros jogos

Grupo 7
Universidad de Chile-CHI 3x0 Boyacá Chico-COL

Grupo 8
San Luis-MEX 2x0 San Lorenzo-ARG

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