De virada, Fluminense derrota Botafogo no primeiro clássico da Taça Rio

Por Gabriel Seixas

O tradicional Clássico Vovô colocou fogo na terceira rodada da Taça Rio. O duelo entre o campeão da Taça Guanabara, Botafogo, e uma das equipes com melhor elenco no futebol carioca, o Fluminense, foi bastante agradável. Gols, emoção e muita polêmica (antes e durante o jogo). É bem verdade que a partida foi dominada pelo tricolor, que acabou aproveitando a apatia do alvinegro, numa de suas piores exibições no ano. No fim das contas, o panorama do jogo acabou não refletindo no placar. O Fluzão venceu, mas com dificuldades: 2 a 1. Herrera, de pênalti, colocou o Glorioso na frente, mas Fred e Mariano, no segundo tempo, deram a vitória ao Flu, de virada.

A vitória não foi suficiente para manter o Fluminense na ponta do Grupo A, pois o Flamengo ultrapassou-o no saldo de gols. Mas ambos os times seguem com o mesmo número de pontos (nove). Já o Botafogo, no Grupo B, caiu para a vice-liderança com 6 pontos, a mesma pontuação do América, que está em 3º e é o único time que ameaça a classificação alvinegra até o momento.

A primeira oportunidade de gol não poderia ser mais clara. Fred, reconhecido pelo seu faro de gol, desperdiçou uma chance inacreditável. Maicon avançou pela direita e chutou cruzado, e Jefferson espalmou nos pés do camisa 9. Mesmo com o gol aberto, o seu chute foi por cima do gol.

A blitz tricolor não parou por aí. Mais duas oportunidades foram criadas, ambas com o lateral Júlio César, que aparecia frequentemente no setor ofensivo. Na primeira tentativa, ele mandou na rede pelo lado de fora. Na segunda, ele tentou uma bicicleta, e quase marca um golaço.

E o Botafogo? Bem, não criou perigo a meta de Rafael. Até os 38 minutos. Maicon cometeu pênalti infantil em Wellington, e o juiz não hesitou em marcar a penalidade máxima para o Fogão. Herrera, o artilheiro do time, foi pra cobrança e não desperdiçou: aberta a contagem no Maraca.

No segundo tempo, o Fluminense veio com a mesma disposição, sabendo que precisava apenas caprichar na hora da conclusão para igualar e até virar o placar, pois jogava melhor. Numa boa oportunidade, aos 16 minutos, o garoto Maicon (que substituía Wellington Silva, talvez na sua última partida pelo tricolor antes de acertar com o CSKA Moscow) cruzou da direita para Fred, que se redimiu com estilo do pênalti perdido: acertou um voleio fuzilante, pro fundo do gol de Jefferson.

Mas o jogo parecia se desenhar para o Botafogo a partir daí. A começar pela entrada do talismã Caio, promovida por Joel Santana, no lugar do vaiado Eduardo. E pra melhorar a situação alvinegra, pouco depois, Conca foi expulso ao cometer falta dura em Lúcio Flávio.

Com três atacantes e um jogador a mais, o Botafogo passou a ser favorito. Mas fez questão de jogar qualquer oportunidade de vitória no lixo, com a expulsão de Herrera. Joel apelou pra estreia de Edno no lugar de Lúcio Flávio, enquanto Cuca se rendeu a Wellington Silva e o colocou na vaga de Maicon.

E o treinador tricolor foi mais feliz em sua substituição. Wellington Silva foi providencial, e aos 37, fez boa jogada pela esquerda e cruzou para o lateral Mariano, que completou para o gol. E só não foi 3 a 1 porque Jefferson evitou um gol de Wellington Silva aos 44, de forma excepcional. Vitória justa do time que se impôs do início ao fim, enquanto o derrotado na partida nem de longe parecia o time campeão da Taça Guanabara. Caio entrou, mas dessa vez não decidiu o jogo. Natural, uma hora não daria certo, e essa hora chegou.