quarta-feira, 12 de maio de 2010

Flamengo é surpreendido pela Universidad de Chile no Maracanã

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Por Gabriel Seixas

- Flamengo e Universidad de Chile fizeram um jogo movimentadíssimo no Maracanã. Fatalmente não são em todos os jogos que se perdem oportunidades de gols tão claras como as desperdiçadas hoje por parte dos dois times. A partida, que terminou 3 a 2 para os chilenos, poderia ter sido muito bem 6 a 5 ou 7 a 6. Mas o fato é que o Flamengo vai com uma grande desvantagem para o jogo da volta, em Santiago, precisando vencer por dois gols de diferença se quiser a classificação.

- Ao menos um gol de Juan nos minutos finais fez com que a torcida rubro-negra ainda tenha esperanças de o time reverter a desvantagem no Chile. Bem, mas isso certamente depende de uma mudança de postura da equipe, principalmente defensiva – que repetiu a apatia dos primeiros 45 minutos do jogo contra o Corinthians, pelas oitavas-de-final da Libertadores.

- O presságio da partida já não era bom. O elenco do Flamengo precisou encarar um trânsito na Barra da Tijuca antes de chegar ao Maracanã, apenas 35 minutos antes do início da partida. Na chegada ao estádio, antes mesmo da bola rolar, a torcida já pedia raça ao time.

- Raça talvez não tenha faltado, mas no quesito organização defensiva, o Fla simplesmente zerou nos primeiros minutos. Aos 2 minutos, Olivera arriscou da entrada da área e mandou pra fora, chegando perto de abrir o placar para a Universidad de Chile. No minuto seguinte, Iturra aproveitou erro bobo de Rômulo na saída de bola e rolou para Montillo, que arriscou pro gol, mas Bruno fez excelente defesa.

- No lance seguinte, os chilenos abriram o placar. Montillo cruzou da direita, a defesa do Flamengo falhou coletivamente, e a bola sobrou para o zagueiro Victorino, que estará com o Uruguai na Copa do Mundo, mandar pras redes. Nem o mais pessimista torcedor rubro-negro esperava um início tão ruim do time, mesmo jogando em casa. Aos 12 minutos, o Fla esboçou uma reação e chegou pela primeira vez à frente, quando Vagner Love mandou uma cabeçada na trave.

- Mas era pouco. A Universidad de Chile continuava chegando ao ataque como queria, e desperdiçou mais uma oportunidade com o centroavante Olivera (fraquíssimo, por sinal), que parou no goleiro Bruno. Percebendo a apatia de seu time, Rogério Lourenço promoveu uma alteração logo aos 20 minutos de jogo, colocando o meia Michael na vaga de Rômulo.

- Mais uma vez, não adiantou. Aos 24, os chilenos marcaram o segundo gol. Após cruzamento de Montillo pra área, Olarra ganhou do goleiro Bruno no jogo aéreo e cabeceou pras redes. Os jogadores rubro-negros reclamaram exaustivamente de falta do chileno em Bruno na hora da cabeçada. O certo é que foi preciso sair com dois gols de desvantagem para o Flamengo acordar pro jogo.

- Aos 38 minutos, o Fla descontou. Kleberson, convocado pra Copa do Mundo, cruzou da direita, e Adriano, apagado até então, de cabeça, completou pro gol. Não se sabe até que ponto a não-convocação do Imperador pra Copa influenciou no seu desempenho, mas o fato é que ele foi pouco acionado em toda a partida, e ao menos marcou um gol. Já Kleberson foi aquele velho conhecido da torcida rubro-negra: mal na marcação, e pouco notado no sistema ofensivo.

- Vagner Love poderia ter empatado o jogo aos 40 minutos, mas perdeu um gol feito. Bem, não tão feito quanto o que Adriano perdeu aos 43 minutos, com o gol escancarado, quando recebeu assistência de Leo Moura. O pior é que o pesadelo não parou por aí: aos 45 minutos, Vargas tocou na saída de Bruno, e a bola saiu caprichosamente pra fora.

- Mas acreditem: o primeiro tempo ainda não havia acabado. Aos 46, no último minuto da etapa inicial, Iturra cometeu falta dura em Willians e foi expulso. Adriano bateu a falta, a zaga afastou mal e a bola sobrou limpa para Vagner Love. O artilheiro matou no peito, e quando bateu pro gol, a bola saiu por cima.

- Apesar das seguidas frustrações, o Flamengo havia diminuído a desvantagem. Estava com um jogador a mais. Era o início de uma reação? Não, porque a volta para o intervalo não teve influência alguma na melhoria do sistema defensivo do time. Aos três minutos, Montillo cruzou da esquerda, a zaga e Bruno falharam mais uma vez, e a bola sobrou limpa para Fernandez tocar pras redes.

- Antes disso, Rogério Lourenço havia colocado Petkovic no lugar de Maldonado. Com apenas um volante, o time ficou exposto, mas àquela altura, era a única coisa que se poderia fazer. A desvantagem de 3 a 1 incomodou a torcida rubro-negra (mais de 70 mil pessoas no Maracanã), que começou a pressionar o time.

- O Flamengo reagiu, e poderia ter diminuído o placar quando Petkovic avançou pela esquerda e cruzou. Adriano, com o gol livre, cabeceou no travessão. A torcida não acreditava no que via. Rogério Lourenço, que minutos depois lançou Denis Marques no lugar de Kleberson, também não.

- E quando o jogo já se encaminhava para uma vitória por 3 a 1 dos chilenos, o Flamengo descontou aos 44 minutos. Juan arriscou de fora da área, a bola desviou na zaga e enganou o goleiro Miguel Pinto, que engoliu um frangaço. O gol não evitou a derrota, mas coloca o Flamengo de novo na briga por uma vaga nas semifinais da Libertadores.

- Mas é bom não se iludir muito. Com o futebol que vem apresentando, as chances do Flamengo se classificar são quase nulas. Nada que um ajuste no sistema defensivo e na finalização (sobretudo do Império do Amor) ajude a equipe a derrotar a Universidad de Chile, que não é nenhuma máquina, por dois gols de diferença, na próxima quinta-feira.

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