segunda-feira, 3 de maio de 2010

Santos é campeão do Campeonato Paulista

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Por Gabriel Seixas

Pela 18ª vez em sua história, o Santos é campeão paulista. Intitulado por muitos como o melhor time do Brasil, o Peixe encantou durante todo o campeonato com os Meninos da Vila, mas no jogo do título, teve muitas dificuldades. Apesar de ter vencido na ida por 3 a 2, o time foi surpreendido pelo Santo André, que ainda no primeiro tempo fez 3 a 2 no placar, mas não conseguiu marcar o gol do título nos últimos 45 minutos.

Foi um verdadeiro jogo de superação. O Santos terminou com oito jogadores em campo, dois a menos que o Santo André. Mas um time que tem um maestro como Paulo Henrique Ganso (craque do jogo), um artilheiro como Neymar, um técnico como Dorival Júnior, dentre outras honras, nunca pode ser subestimado.

O Santo André iniciou a partida com uma proposta tática surpreendente. Precisando fazer no mínimo dois gols (e não sofrer nenhum) para ser campeão, o Ramalhão não perdeu tempo para abrir o placar. Ou melhor, até perdeu: 30 segundos. Cicinho recebeu passe em profundidade de Branquinho na direita, driblou o goleiro Felipe e chutou. Antes de a bola entrar, o atacante Nunes escorou pras redes.

Mas o Santos não se abateu com o gol, e logo aos sete, empatou. Marquinhos lançou Robinho, que dentro da área, deu um lindo toque de letra para Neymar. O atacante ainda iludiu três marcadores antes de bater forte para o gol, empatando o jogo.

E pra quem achou que o Santo André estava morto, o time voltou a tomar o controle do jogo. Branquinho soltou um petardo na trave aos 15, e dois minutos depois, a bandeirinha Maria Eliza Barbosa ainda anulou um gol legal de Rodriguinho, de cabeça, aproveitando cruzamento de Carlinhos.

Para minimizar o grave erro, aos 19 minutos, o Santo André retomou a vantagem no placar. O volante Alê aproveitou cobrança de escanteio, e de cabeça, mandou a bola pras redes. Mas o primeiro tempo estava longe de acabar ali. Aos 22 minutos, uma confusão generalizada entre os jogadores interrompeu a partida. Leo, do Santos, e Nunes, do Santo André, discutiram rispidamente e foram expulsos.

Dorival Júnior deslocou Pará para a lateral-esquerda e Arouca para a direita, fazendo com que o time sentisse menos do que o adversário a sua expulsão. Foi então que o Santos empatou novamente o jogo, aos 31 minutos. Robinho roubou bola na intermediária e tocou para Ganso. Genialmente, o meia tocou de calcanhar para Neymar, que entrou livre na área, e tocou a bola no canto direito do goleiro Julio César.

Mas novamente o Santos pôs sua vantagem a perder. O primeiro baque foi a expulsão de Marquinhos, que acertou um carrinho violento (e desnecessário) em Branquinho. Então, antes do intervalo, o Santo André fez seu terceiro gol. Numa linda troca de passes, Bruno Cesar tocou para Branquinho, que dominou na área, e tocou no canto do goleiro Felipe. Golaço!

Com 45 minutos tão agitados, o ritmo na etapa final diminuiu, como era previsto, mas a dramaticidade não. Dorival Júnior mexeu no Santos aos 17, tirando Robinho para colocar o centroavante André. Quinze minutos depois, foi a vez de Neymar deixar o campo, para a entrada de Roberto Brum. Aquela alteração praticamente fazia o Peixe abdicar do ataque.

Só que a proposta defensiva do Peixe foi novamente por água abaixo, quando Roberto Brum cometeu falta dura em Pio próximo ao meio-campo e foi expulso, com poucos minutos em campo. Com dois a menos (e apenas oito jogadores em campo), Dorival queimou a última alteração: lançou o zagueiro Bruno Aguiar. Ganso iria sair, mas pediu pra ficar em campo quando soube que seria substituído. Então, sobrou para André, que entrara na etapa final, deixar o time.

Paulo Henrique Ganso sabia como ninguém que, àquela altura, seria providencial ao time. Seu espírito de liderança foi fundamental para que o Santos continuasse vivo, além de sua inteligência, que fez com que segurasse a bola por alguns segundos no campo de ataque. Aliás, aqueles segundos eram mais do que preciosos, pois chegar à frente já era um gesto heroico.

Apesar dos pesares, o desespero não foi embora. E por pouco, o Santos escapou de sofrer o gol que tiraria o troféu das mãos dos Meninos da Vila. Aos 45 minutos, Rodriguinho escorou cruzamento rasteiro da direita, e caprichosamente, a bola bateu na trave.

O susto foi grande, mas o Santos pôde soltar o grito de ‘é campeão’ após o apito final. O bravo Santo André caiu de pé, e no fim das contas, o vice-campeonato ficou no lucro, pois já era uma coisa que pouca gente esperava pelos ares do Ramalhão.

Os Meninos da Vila merecem todas as congratulações. Dorival Junior, comandante da equipe, também. O primeiro passo para uma temporada perfeita foi dada: título estadual. Nesta quarta-feira, mais uma decisão: jogo de volta das quartas-de-final da Copa do Brasil frente ao Atlético-MG, na Vila Belmiro. Lembrando que o jogo de ida foi 3 a 2 para o Galo, no Mineirão. Ou seja, só a vitória interessa ao Santos, que ainda provocou o técnico rival Luxemburgo na comemoração do título paulista fora de campo, aos gritos de ‘Luxemburgo, pode esperar, a tua hora vai chegar!’. Bem, ao menos a hora do Santos comemorar um título chegou. Nada mais justo.

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