sexta-feira, 11 de junho de 2010

Uruguai e França não passam de um empate sem gols

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Por Gabriel Seixas

- Muito se esperava de Uruguai e França, mais pela tradição de ambos do que propriamente pelo momento que vivem, é bem verdade. Faltou técnica e objetividade aos times que tem (somados) três títulos mundiais na história. No fim das contas, nada mais justo do que um 0 a 0, que deixa as equipes empatadas com África do Sul e México na tabela de classificação do Grupo A, todas com 1 ponto ganho.

- Cercadas de desconfiança, as seleções entraram em campo no belíssimo estádio Green Point, na Cidade do Cabo. Raymond Domenech, treinador da França, reservou uma novidade na escalação: optou por Diaby no lugar do habilidoso Malouda, mantendo o esquema tático com 4-3-3, porém com dois volantes de ofício. O Uruguai veio a campo com seu 3-4-1-2, no qual Ignácio Gonzalez, o único armador do time, não foi capaz de conduzir a Celeste à frente. Restou a Forlán brigar sozinho no ataque, já que Suarez esteve apagado durante os 90 minutos.

- O jogo em si foi muito fraco. Me arrisco a dizer até que as seleções entraram no clima do início de Campeonato Brasileiro. No primeiro tempo, as chances de gol foram bastante escassas, e foi a França que deteve as melhores delas. Aos seis minutos, Ribéry, sempre pela esquerda, ganhou na velocidade de Victorino e cruzou pra área. Govou desviou meio sem jeito, e a bola passou com perigo pra fora.

- Àquela altura, era Ribéry quem chamava a responsabilidade para criar as jogadas de ataque dos Bleus, como fez durante os amistosos preparatórios, sempre aberto pela esquerda. Govou, do outro lado, era pouco acionado. Anelka ficava isolado na frente, e Gourcuff, desta vez como um legítimo homem de criação, rendeu pouco.

- O Uruguai não deixou pra menos, e também só criou um bom lance, aos 15 minutos. Forlán recebeu na esquerda, limpou Gallas e bateu forte, obrigando Lloris a espalmar bem. No último bom lance da primeira etapa, ainda aos 17 minutos, Gourcuff cobrou falta da esquerda com perigo, direto para o gol. A trajetória da bola quase surpreendeu o goleiro Muslera, que espalmou pra escanteio.

- Mesmo jogando muito abaixo da crítica, as duas seleções voltaram sem alterações para a etapa final, que conseguiu ser ainda pior que a inicial. Se o Uruguai mal ultrapassava o meio-campo, a França procurava arriscar chutes de fora da área, mas quase sempre errava o alvo, como em tentativas de Toulalan e Gourcuff.

- Quando Lodeiro substituiu Ignacio Gonzalez, o Uruguai melhorou relativamente, passando a concentrar suas jogadas pelo lado esquerdo, com Álvaro Pereira, que desceu pouco para o ataque no primeiro tempo. Em sua melhor jogada, ele cobrou lateral para Suarez, que de peito, ajeitou para Forlán. Livre, o artilheiro emendou um forte chute de primeira, que passou com perigo rente à meta de Lloris.

- Num curto espaço de tempo, Domenech promoveu as entradas de Henry e Malouda na França, nos lugares de Anelka e Gourcuff. Do outro lado, Tabarez respondeu com a entrada de ‘Loco’ Abreu no lugar de Luis Suarez, mas a expectativa do técnico da seleção Celeste de ver sua seleção se lançando à frente foi por água abaixo aos 35 minutos. Lodeiro, que entrou na segunda etapa, deu um carrinho violento em Sagna e recebeu o segundo amarelo. O armador uruguaio entrou e se despediu do jogo em 18 minutos, protagonizando a primeira expulsão da Copa de 2010.

- Como já era de se esperar, a partida virou um ataque contra defesa até o final. Domenech queimou a sua última alteração, colocando o bom atacante Gignac na vaga do apagado Govou, mas de nada adiantou. Apesar da pressão no campo de ataque, os Bleus não converteram o domínio em finalizações, e acabaram não saindo do zero. Melhor para o Uruguai, que diante das circunstâncias, saiu lucrando.

- O atacante uruguaio Forlán foi eleito o melhor em campo pela FIFA – muito mais pela falta de opções, imagino eu. Pela sua briga isolada no ataque Celeste, até que foi justo. Pela França, podemos destacar Evra e Diaby, mas nada que mudasse a história do jogo. Os Bleus agora tem pela frente o México, enquanto o Uruguai encara os anfitriões sul-africanos. No único duelo de campeões mundiais nesta primeira fase, muito foi esperado, e pouco foi visto.

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