domingo, 12 de setembro de 2010

De casa nova, Fla busca empate contra o Vitória

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Por Gabriel Seixas

Ainda está muito longe do ideal, mas a torcida do Flamengo já tem algum motivo pra comemorar. Após sofrer com a seca de apenas 3 gols marcados em 1000 minutos, a torcida rubro-negra ganhou dois gols de presente na partida contra o Vitória, disputada em Volta Redonda. É bem verdade que os baianos marcaram outros dois e forçaram o empate, mas um dos traumas do Fla parece estar devidamente enterrado.

Não é exagero dizer que dois gols em uma única partida é um luxo ao Flamengo, principalmente nesta edição do Campeonato Brasileiro. Apenas contra o Grêmio Prudente, ainda na terceira rodada, o Fla marcou mais de um gol num só jogo (vitória por 3 a 1). Os gols marcados podem dar mais confiança ao time daqui pra frente, mas muitos erros ainda precisam ser corrigidos.

Mais uma vez, Silas escalou mal o time. Mudou o esquema tático para 3-4-1-2 e isolou Petkovic na armação. Deivid e Val Baiano foram figuras absolutamente nulas na etapa inicial, ainda que o primeiro tenha buscado jogo em alguns momentos – mas só apareceu efetivamente quando reclamou da arbitragem. Everton Silva, substituto de Leo Moura na lateral-direita, subiu ao ataque tanto quanto Juan pela esquerda: nenhuma vez.

Willians foi outro jogador que fez muita falta. Não só pela pegada na marcação, como pelo apoio no flanco direito, que ficou completamente abandonado na presença de Everton Silva. Correa e Toró, volantes do time, limitavam-se a marcar. Com um time mais compacto e esperto nos contra-ataques, foi o Vitória quem jogou melhor no primeiro tempo, principalmente nos dez minutos finais. Marcelo Lomba evitou o pior para o Fla, sempre fazendo ótimas intervenções.

No intervalo, Silas corrigiu seu equívoco com a entrada de Kleberson na vaga do cansado Ronaldo Angelim. O zagueiro, que pediu para ser substituído, é só um dos que evidenciam a má forma física do time, motivada pela maratona de jogos (dois por semana). A alteração colocou o Fla de novo na partida, mas ainda era o Vitória quem estava mais bem organizado. Pouco antes de Schwenck substituir o apagado Elkeson, Júnior abriu o placar para os visitantes.

Na base do abafa, Diego Mauricio entrou no lugar do lateral Everton Silva, quando Rafael Galhardo já havia substituído o cansado Petkovic. Com dois atacantes abertos pelos flancos e os meias chegando de trás, o Flamengo achou o empate aos 33 minutos, com Kleberson aproveitando grande jogada do garoto Diego Mauricio.

Os 15 últimos minutos de partida foram de tirar o fôlego. Quando Schwenck colocou novamente o Vitória na frente, aos 38 (um golaço num sem-pulo de fora da área), o Fla reagiu um minuto depois, quando Kleberson empurrou pras redes uma bola que insistiu em não entrar nas finalizações de Galhardo e Val Baiano. Kleberson, heroi do jogo, certamente ganharia uma estátua no Raulino de Oliveira se a linda finalização da intermediária aos 45 minutos não tivesse parado no travessão.

Pelo contraste das duas etapas, o empate foi justo. O Flamengo finalmente deve ter a chance de jogar com o time completo, e de alma lavada após os dois gols marcados, pode finalmente embalar no campeonato. Silas certamente terá uma boa dor de cabeça com a grande atuação de Kleberson, tendo a opção de colocá-lo no time na vaga de Toró, sem perder a pegada na marcação e ganhando em qualidade na frente.

O Vitória, que vive o mesmo dilema do Fla em brigar contra o rebaixamento, também pode alcançar voos mais altos. Muito se falou em boicote ao ex-técnico Toninho Cecilio, demitido na última quinta-feira, e de comando novo – provavelmente a ser confirmado na segunda-feira -, pode resgatar a moral e a motivação perdidas após o vice-campeonato da Copa do Brasil. É só um palpite, mas acho que o destino reserva boas surpresas para ambos os rubro-negros.

Curtinha:

- Os líderes do campeonato, Fluminense e Corinthians, não escaparam da derrota. O Flu visitou o Atlético Goianiense e perdeu por 2 a 1, de virada, nos acréscimos, enquanto o Timão recebeu o Grêmio e foi derrotado por 1 a 0. Os cariocas seguem líderes com 41 pontos, três a mais que os paulistas.

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