quinta-feira, 14 de outubro de 2010

São Januário, meu caldeirão!

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Por Gabriel Seixas

Um Vasco inspirado por 45 minutos e um Corinthians irreconhecível. O retrato de ambos os times nos últimos jogos do Brasileirão foi exatamente igual ao do confronto realizado em São Januário, nesta quarta. A sina dos vascaínos em construir vantagens no primeiro tempo e permitir a reação do adversário na etapa final temporariamente se encerrou. Muito mais por demérito do Timão do que méritos do cruzmaltino, é bem verdade, que fez de tudo pelo seu 15º empate no campeonato. Por sorte, não foi possível.

A queda de rendimento do Corinthians passou do estágio de preocupante. Seis jogos sem vitórias, três derrotas consecutivas, sem técnico e mergulhado numa crise sem fim. Tudo isso tendo em vista mais um jogo fora de casa (Guarani), onde o aproveitamento beira o pífio pra uma equipe que briga pelo título: 33,3%. Só três vitórias em 14 jogos longe do Pacaembu – sem contar que, jogando em casa, o time não vence há três partidas.

Em São Januário, o Vasco chegou a 28 pontos jogando em casa, que totalizam mais da metade dos 41 que o time tem no geral. A torcida compareceu e o time correspondeu. Apenas nos primeiros 45 minutos, é claro. As jogadas pelo flanco esquerdo, nas costas de Alessandro, foram a mina de ouro do Vasco. Dali surgiu o cruzamento do jovem Carlinhos para Zé Roberto, que tinha acabado de perder um gol feito, mas não desperdiçou a nova oportunidade.

Foi por lá também que Eder Luis entrou nas costas da zaga e recebeu um passe milimétrico de Felipe. A ótima fase do atacante foi concretizada com a bola no fundo das redes, o oitavo gol dele no Brasileirão. Eder e principalmente o Vasco tinham muitos motivos para comemorar, mas sabiam que o sinal de alerta precisaria ficar ainda mais ligado, para a volta ao segundo tempo não significar uma tragédia.

Não deu. O segundo tempo foi uma tragédia. Bem, a torcida vascaína nem esboçou reclamação, pois os 2 a 0 foram mantidos até o apito final. Mas o que vascaínos e corintianos fizeram dentro de campo nos últimos 45 minutos foram um verdadeiro atentado ao futebol. Precisando reverter o placar, o Timão sequer esboçou reação. A ausência de Bruno Cesar foi muito sentida. Elias parecia não ter voltado da seleção brasileira. Jucilei ficou sacrificado na lateral-direita, improvisado.

Só que o show de horrores tinha os seus protagonistas no comando de ataque: Iarley e Souza. O primeiro perdeu um gol que até meu cachorro faria, ainda no primeiro tempo. O segundo...sem comentários. Souza e a bola definitivamente não se amam. Quando foi substituído por Defederico, o atacante se dirigiu a torcida do Vasco (ex-clube), pela qual era vaiado, e perdeu as estribeiras: fez gestos obscenos e até o símbolo de uma das torcidas organizadas do Flamengo. Cenas passíveis de punição pelo STJD. Bom para o Corinthians.

A queda de rendimento do Timão acaba propiciando que outras equipes continuem sonhando com a Libertadores, inclusive o Vasco. A distância para o G3 agora é de oito pontos. Para o Botafogo, que pode voltar a zona da competição internacional caso a Conmebol aceite o recurso de que o Brasileirão continue oferecendo 4 vagas para a Libertadores, a diferença é de três pontos. A receita é a mesma de outros jogos: não pode dar sopa pro azar. O mesmo que o Corinthians vem dando há tempos...

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