Por Gabriel Seixas
* Fc Bayern München *
Coach: Ottmar Hitzfeld
Esquema tático: 4-2-2-2, 4-1-3-2 ou 4-4-1-1
O que você faria se fosse um dirigente de futebol e dispusesse de 100 milhões de euros para contratações? Provavelmente, você se perguntará horas e horas sobre esta questão. O Bayern de Munique soube fazer proveito do dinheiro em caixa, e satisfez os torcedores nesta janela de transferências, contratando reforços de peso e vendendo alguns jogadores que não seriam aproveitados no atual plantel bávaro.
Sob a tutela de Ottmar Hitzfeld, campeão com o próprio Bayern na Champions League 00/01, e que substituiu o vitorioso – e também polêmico – Félix Magath no início do ano, a equipe da Baviera foi às compras: Visando um processo de rejuvenescimento da equipe, o Bayern trouxe jogadores que ganharão amadurecimento na equipe - casos do versátil lateral Marcell Jansen, do Borussia Mönchengladbach e agora da seleção alemã, do volante José Ernesto Sosa, vindo do Estudiantes-ARG, e do ótimo atacante Jan Schlaüdraff, artilheiro que atuava no Alemannia Aachen, rebaixado na temporada passada.
Juntando-se a eles, vieram jogadores de grande destaque pelos clubes em que atuavam, e que no momento em que o Bayern vive, são imprescindíveis ao time: O turco Hamit Altintop, do Schalke 04, foi contratado e pode figurar na equipe titular caso Klose e Toni desfalquem a equipe em alguma partida, passando o München para o 4-4-1-1; Além dele, o volante/meia Zé Roberto, ex-Santos, e Franck Ribéry, destaque do Marseille, foram contratados para compor o meio-campo bávaro. Fechando o ciclo, dois atacantes de alto nível chegaram ao clube: Miroslav Klose, que por muito tempo destacou-se no rival Werder Bremen, e o italiano Luca Toni, que fazia companhia a Mutu na surpreendente equipe da Fiorentina.
Reunindo todos estes jogadores em uma equipe de alto nível, o Bayern, até aqui, vem mostrando ser uma equipe competitiva, e que lamentavelmente, não disputará a Champions League deste ano. Isto porque a equipe, na temporada passada, acabou ficando apenas na quarta posição, sem conseguir a qualificação para o torneio. Aos bávaros, restam contentarem-se com a Copa da UEFA.
Porém, todas estas estrelas não foram contratadas por acaso. Nesta janela internacional de transferências, seis jogadores deixaram a equipe para outros clubes mundo afora. Na lateral-direita, o fraco Görlitz foi emprestado ao Karlsruhe (não deve fazer falta, pois a equipe já conta com Sagnol, Ottl e até mesmo Lahm para o setor). Além dele, Hasan Salihamidzic também buscou novos ares, e acertou transferência para a Juventus. No meio-campo, os dirigentes bávaros não resistiram a velha cobiça do Manchester United por Owen Hargreaves, e venderam o volante inglês para os red devils. Ali Karimi também deixou a equipe, e rumou para o futebol do Qatar. No ataque, três jogadores que a cada ano perdiam os seus espaços no time, deixaram a equipe bávara: Roque Santa Cruz, Cláudio Pizarro e Roy Makaay, que fizeram parte de uma época de ouro e soberania da equipe na Alemanha, agora estão, respectivamente, em Blackburn Rovers, Chelsea e Feyenoord.
O Bayern, para esta temporada, também aposta em jogadores criados na casa: O volante Stephen Fürstner, e o zagueiro Mats Hummels devem mostrar serviço nesta temporada (poucas oportunidades terão), para conquistarem seus espaços em 08/09, ainda que remotos. Além deles, outros três jogadores devem ser testados diversas vezes na equipe principal: Começando pelo lateral Andreas Ottl, que substituirá Salihamidzic e Görlitz, que não atuam nessa temporada. O jogador, de 22 anos, tem como concorrente, nada mais, nada menos do que Philipp Lahm, que atua nas duas alas, e disputou a Copa de /06 pela seleção alemã, além do machucado Sagnol, titular da seleção francesa. Já o meia-atacante Sandro Wagner, de apenas 19 anos, é outra promessa dos bávaros para a temporada. Enquanto Klose estava machucado, o jovem alemão (apesar do nome bem brasileiro) teve a sua oportunidade na equipe titular, e ganhou a confiança do treinador. Já o terceiro, tem a confiança dos dirigentes, e principalmente, de Hitzfeld: O ótimo meia Toni Kroos, de apenas 17 anos. O seu talento foi carimbado no Mundial Sub-17, onde o garoto conduziu a seleção alemã ao 3º lugar, conquistando seu espaço da equipe A do Bayern.
Com tantas peças versáteis ao seu dispor, Hitzfeld dispõe de variações táticas que podem conduzi-lo a uma época gloriosa do Bayern: Seja o 4-2-2-2, com Ribéry e Schweinsteiger bem abertos pelas pontas, um 4-1-3-2, esquema típico usado pelos treinadores alemães, ou o 4-1-4-1, bem à moda inglesa.
A defesa, que na temporada anterior destoou do resto da equipe, desta vez deve ser o ponto de equilíbrio do München: Sem maiores surpresas, Oliver Kahn deve manter a titularidade no gol. Nas laterais, os ótimos Lahm e Jansen, que tem a mesma eficácia na marcação, e no apoio (muito mais na segunda opção, é bem verdade). A dupla de zaga da temporada passada, formada por Lúcio e Demichelis, também será mantida (van Buyten tem boas chances de recuperar a vaga, entrando no lugar do argentino). Apesar do Bayern ter falhado – e muito – nesse setor, os dois fizeram uma temporada bastante regular, diferente do restante da equipe.
Mark van Bommel e Zé Roberto atuam no “meio-tudo” da equipe bávara. Ao mesmo tempo em que são os responsáveis pela marcação, também não esquecem de auxiliar os meias de criação da equipe, que servem Toni e Klose na frente. Pelos flancos, flutuam Franck Ribéry e Bastian Schweinsteiger, dois jogadores de idade “aproveitável”, e de talento essencial. No ataque, contrariando os críticos, Luca Toni e Klose parecem não encontrar dificuldades no comando de frente da equipe. Pra quem esperava um ataque morno, muito parado – até porque os dois têm características de centroavante -, vê Klose deslocar-se um pouco mais da área, servindo o centroavante italiano, ou vice-versa. No banco, a equipe ainda conta com peças de reposição invejáveis, como Hamit Altintop, Lukas Podolski (que com a contusão que sofreu no início da temporada, deve perder vaga – ao menos temporariamente – na equipe), Sagnol e van Buyten (ambos tem ótimas chances de voltarem aos onze iniciais da equipe).
Visivelmente satisfeito, Hitzfeld parece pouco preocupado com as seguidas lesões de jogadores importantes, como Ismaël, van Buyten e Podolski. A indefinição dos onze titulares deve permanecer por mais um tempo, mas dentro daquilo que lhe é apresentado, Hitzfeld deve escalar o Bayern desta maneira:
--------------------Kahn---------------------
-Lahm------Lúcio-----Demichelis—----Jansen
-------------van Bommel--Zé Roberto--------
-Ribéry-----------------------Schweinsteiger-
-----------Klose----------Toni----------------
Sagnol e van Buyten, ambos machucados, devem recuperar a titularidade ao longo da temporada. O primeiro deve substituir Jansen, deslocando Lahm para a esquerda, enquanto o segundo entra na vaga de Demichelis. Enquanto isso, Podolski (também machucado) tem concorrência pesada no ataque, e não se sabe se volta ou não para a equipe titular. Te cuida, Hitzfeld!
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