Por Gabriel Seixas
A rodada não poderia ter sido mais generosa com o Botafogo. Os principais concorrentes na briga pra fugir da zona de rebaixamento, Náutico e Santo André, perderam. Ou seja, bastava o Fogão vencer o Vitória em casa para, enfim, deixar o Z-4. O time fez um bom primeiro tempo, mas sofreu um gol antes do intervalo, sentiu o baque e acabou com um revés de 3 a 1. O lateral Leandro, o meia Leandro Domingues e Gláucio marcaram para os baianos, enquanto Laio descontou para os cariocas, que seguem em 18º com apenas 25 pontos. O Vitória foi o time que ganhou mais posições nesta rodada, e assumiu o 7º lugar com 39 pontos. Ambos os times disputam a Sul-Americana, e curiosamente, apenas o Botafogo deve passar de fase dos dois times. Mas na situação do Brasileirão, o panorama do jogo refletiu a situação de ambos: O alvinegro vive um jejum de 11 jogos sem vencer, enquanto o Leão alcançou a quinta partida sem derrota.
Problemas ofensivos pra um, defensivos pro outro
Estevam Soares conseguiu quebrar o jejum de vitórias sob o comando do Botafogo, mas apenas na Sul-Americana. Desde que assumiu, só empatou ou perdeu no Brasileiro. Precisando fazer gols, o time tinha desfalques ofensivos importantes, como o meia Renato, e os atacantes André Lima e Reinaldo. Estevam decidiu escalar o time no 3-6-1, com o jovem Rodrigo Dantas ao lado de Lúcio Flávio na armação, e Victor Simões sozinho na frente. O lateral-esquerdo Gabriel também ficou de fora, e o coringa Eduardo fez o setor.
Pelo Vitória, Vagner Mancini quebrava a cabeça no setor defensivo. O volante Uelliton, que marcou dois gols nos últimos dois jogos, estava suspenso. O zagueiro Anderson Martins também ficou de fora. Com isso, Magal ocupou o meio-campo, e a dupla Wallace e Fábio Ferreira foi mantida na zaga. A principal aposta do time era pelas laterais, com Leandro e principalmente Apodi.
Baianos quebram o embalo do Botafogo
O Botafogo começou com uma proposta de atacar desde o início. É claro que toda vitória é importante, mas esta teria significado especial, afinal, o time sairia da zona. Os alvinegros até marcaram com Victor Simões, no primeiro minuto, mas ele estava impedido.
O Vitória estava tímido em campo, e ainda teve de substituir seu goleiro logo aos 9 minutos. Viáfara, contundido, deu lugar a Gléguer. E ele teve de trabalhar aos 16, quando Rodrigo Dantas recebeu na área e chutou forte. Foi o primeiro bom lance da partida.
Apesar de jogar melhor, o Fogão finalizava pouco. Em muitas vezes o time chegava na base da raça, sobretudo na figura de Leandro Guerreiro, o único que escapou de críticas da torcida botafoguense. Os jogadores mais técnicos, Lúcio Flávio e Jônatas, novamente ficaram muito apagados. Então, o Vitória aproveitou para marcar aos 29 minutos: Leandro chutou cruzado, e o zagueiro Juninho, na tentativa de cortar o chute, mandou a bola contra o próprio gol, que acabou indo para o lateral do time baiano.
No minuto seguinte, Victor Simões perdeu um gol incrível. Ele recebeu na área, e na tentativa de finalização, Gléguer segurou a bola. Aos 36, Lúcio Flávio ainda bateu uma falta com perigo, pra fora.
O Vitória, antes do intervalo, ameaçou com Roger, que recebeu na área, e na hora de concluir, mandou mal. Mas os baianos saíam em vantagem para o intervalo. E, a seu favor, a pressão da torcida botafoguense sobre o próprio time, que se manifestou de forma mais presente no 2º tempo.
Passeio rubro-negro provoca revolta do torcedor
Estevam corrigiu o esquema 3-6-1, colocando o atacante Laio na vaga de Jônatas. Além do meia ter sido contestado pela torcida, ele ainda se desentendeu com um dirigente da comissão técnica no fim do jogo e certamente não enfrentará o Emelec, neste meio de semana, pela Sul-Americana.
Voltando ao jogo, o Vitória jogava com mais eficiência, explorando os contra-ataques com os alas, enquanto o Botafogo não criava absolutamente nada, e a torcida começava a perder a paciência. Jogadores como Victor Simões e Eduardo eram os principais alvos da torcida.
Pra piorar, o zagueiro Emerson foi expulso. Quebrou todo o esquema de Estevam Soares, que já havia trocado os laterais pelo meia Marquinho e pelo atacante Jóbson. Fragilizado na defesa, o Fogão sofreu o segundo gol quando Leandro Domingues recebeu no círculo do meio-campo, saiu avançando, chegou na cara de Jefferson e tocou bonito para fazer o segundo.
Presa fácil, o Botafogo ainda levou o terceiro através de Gláucio, que havia entrado no lugar de Neto Berola, e marcou com um belo chute no ângulo de Jefferson. Laio descontou, mas a essa altura, a torcida botafoguense já gritava “olé”...para o time adversário.
Nota lamentável do fim do jogo
A fúria da torcida botafoguense provocou uma confusão no fim do jogo, quando boa parte de uma facção tentou invadir o vestiário dos jogadores, mas foram reprimidos pela polícia. Porém, em outra parte do estádio, no hall dos elevadores, dois jogadores do time de pólo aquático acabaram agredidos num confronto entre polícia e torcedores.
Quando os jogadores já haviam deixado o estádio, alguns torcedores conseguiram invadir o Engenhão, arrombando uma grade e partindo pra cima de seguranças que haviam no local. Parte desses torcedores conseguiu invadir o vestiário, onde ainda estavam presentes integrantes da comissão técnica e dirigentes, que saíram ilesos. Cerca de 15 torcedores foram detidos pela polícia, mas como o Botafogo decidiu não prestar queixa contra os vândalos, foram liberados. Comportamento lamentável do nosso torcedor que está indo ao estádio cada vez menos para ver futebol.
Curtinha:
Na “Bombonilha”, o Sport sofreu, mas venceu o Santo André por 2 a 1 e diminuiu a diferença de pontos para os times que estão fora da zona de rebaixamento. Arce marcou o primeiro, em chute desviado por Gustavo Nery. Rodrigo Fabri empatou para os paulistas, mas o atacante Vandinho voltou a marcar, depois de um longo tempo, e deu a vitória aos pernambucanos, que continuam em penúltimo, mas agora com 23 pontos. O Santo André, ainda no Z-4, soma 25 pontos.
Classificação:
1º Palmeiras - 50
2º Goiás – 45 (13 vitórias)
3º São Paulo – 45 (12 vitórias)
4º Internacional – 44 (13 vitórias)
5º Atlético-MG – 44 (12 vitórias)
6º Grêmio – 39 (11 vitórias, saldo 18)
7º Vitória - 39 (11 vitórias, saldo 2)
8º Flamengo – 38 (10 vitórias, saldo 2)
9º Corinthians – 38 (10 vitórias, saldo -1)
10º Avaí - 37
11º Barueri – 36 (9 vitórias, saldo 7)
12º Santos - 36 (9 vitórias, saldo 0)
13º Cruzeiro - 35
14º Atlético-PR - 31
15º Coritiba - 30
16º Náutico - 26
17º Santo André – 25 (6 vitórias)
18º Botafogo – 25 (4 vitórias)
19º Sport - 23
20º Fluminense - 21
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