segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Flu não resiste a avalanche gremista no Olímpico

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Por Gabriel Seixas

O Grêmio confirmou a ampla superioridade técnica e goleou o Fluminense, em casa, por 5 a 1. Defendendo uma invencibilidade de mais de um ano sem perder jogando no seu estádio, o tricolor gaúcho não teve dificuldades para superar os cariocas. Souza foi o destaque do jogo, marcando dois gols. Tcheco de pênalti, Cássio contra e um dos artilheiros do campeonato com 13 gols, Jonas, completaram o festival. Kieza diminuiu para o Flu, em uma das raras oportunidades de gol do time na partida. A esperança de disputar a Libertadores do ano que vem foi reascendida pelo time gremista, enquanto o tricolor carioca permanece afundado na última colocação. Já são dez jogos sem conquistar uma vitória, contando os dois duelos da Sul-Americana contra o Flamengo.

Objetivos diferentes em xeque

Paulo Autuori teve uma semana nada tranquila para escalar o Grêmio. De última hora, ganhou dois desfalques, ambos nas laterais. Pela direita, Mário Fernandes, e pela esquerda, Lúcio, foram vetados pelo departamento médico. Maxi López, expulso contra o Náutico, também ficou de fora. Com isso, o argentino Herrera voltou ao time titular no ataque, enquanto o zagueiro Thiego teve de ser improvisado na lateral-direita. O jovem Bruno Collaço iniciou na ala esquerda. Já o trio Souza, Tcheco e Jonas era presença certa. Azar do Fluminense.

Do lado carioca, Diguinho era o principal desfalque, suspenso. Fábio Santos, que seria o substituto, foi vetado minutos antes da partida. Com isso, a ameaça de Cuca de escalar o time num 3-6-1 foi por água abaixo. Adeílson e Kieza fizeram uma nova dupla de ataque, enquanto o equatoriano Urrutia fazia sua estreia pelo time. Aliás, ele era apenas um dos três estrangeiros no meio-campo tricolor, que contou ainda com os argentinos Equi González e Conca.

23 minutos para decidir o jogo

A partida começou muito equilibrada, ligeiramente a favor do time gremista. Coincidência ou não, foi do time mandante a primeira chance real de gol da partida: aos 6 minutos, Souza cobrou falta, e aproveitando confusão na área, Rever bateu pro gol, mas Rafael espalmou pro meio da área. Herrera, esperto, dominou sozinho e também arriscou, mas Rafael estava lá e fez outra grande defesa.

À sua maneira, o Fluminense também tentava ameaçar o gol de Victor. Após saída de bola errada de Rochemback, Ruy roubou bola e tocou curto pra Conca. O argentino avançou, entrou na área e chutou no cantinho de Victor, que desviou com a ponta dos dedos. Depois disso, se viu um bombardeio do Grêmio durante todo o primeiro tempo.

Os gremistas acharam um gol aos 11 minutos, que já faziam por merecer. Souza cobrou falta do lado direito do campo, do lado da pequena área, e Adeílson desviou contra o próprio gol. Apesar do gol contra clássico, o juiz anotou o tento para o meia gremista. O mais importante era que o Grêmio abria o placar naquele momento. Foi o suficiente para que o time confirmasse a superioridade técnica gritante, que interferiu diretamente no resultado do jogo.

Dois minutos depois, o time teve a chance de marcar o segundo, quando Jonas invadiu a área, mas teve seu chute travado por Luiz Alberto, e Rafael encaixou a bola. Porém, aos 15 minutos, um lance infantil resultou no segundo gol. Herrera se antecipou a Gum para cabecear para o gol, mas teve sua camisa puxada e caiu na área. Pênalti claro. Jonas, que buscava a artilharia isolada da competição, pediu para bater. Se houve consenso ou não, o fato é que o camisa 9 bateu fraco e permitiu a defesa de Rafael. Mas o assistente viu que o goleiro se adiantou na cobrança, e mandou voltar. O lance gerou confusão, mas foi bem marcado.

Então o cobrador de pênaltis oficial, Tcheco, chamou a responsabilidade. Com direito a paradinha, ele chutou rasteiro no canto de Rafael, que foi na bola, mas não alcançou.

Com 2 a 0 a favor, o jogo ficou ainda mais fácil. O Fluminense não conseguia neutralizar as jogadas pelo lado direito do ataque gremista, comandado por Tcheco e Souza. E foram eles que construíram a jogada do terceiro gol: Tcheco cruzou da ponta direita, e Souza, como um autêntico centroavante, desviou pro gol mesmo estando entre dois zagueiros.

Os cariocas não esboçaram nenhuma reação. A defesa estava perdida, sobretudo com Paulo César na ala esquerda. Os armadores não tinham nenhum lampejo, e quando um deles, no caso Conca, finalmente criou uma boa jogada, faltou a presença de um centroavante. O argentino girou para cima de Adílson, dentro da área, e cruzou pro meio. Nem Kieza, nem Adeílson e nem ninguém apareceu para concluir. Foi o retrato do ataque do Flu na primeira etapa.

Artilheiro marca e Grêmio consolida a goleada

Cuca ainda tinha esperanças de ver seu time reagir, então, promoveu duas alterações: O zagueiro Cássio entrou na vaga de Paulo César, enquanto Marquinho substituiu o apagado González. Com as alterações, o time passou a jogar com três zagueiros, passando Marquinho para a ala esquerda. Pelo menos a marcação por aquele lado melhorou, mas a essa altura, o Grêmio já explorava a deficiência do lado direito de marcação do Flu.

O nome do segundo tempo, sem dúvida, foi Jonas. Ele apareceu no primeiro ataque gremista do segundo tempo, quando cruzou para Herrera, que ao tentar driblar Rafael, perdeu a bola para o goleiro.

Ligeiramente, o Flu passou a equilibrar as ações, principalmente explorando o lado esquerdo com Marquinho. Sem qualidade no sistema ofensivo, a saída para encontrar o caminho do gol era a bola parada. E foi assim que o time descontou o placar: Conca cobrou falta na cabeça de Kieza, que desviou no canto esquerdo de Victor, que nem se mexeu.

Mas a reação foi passageira. Bastou um minuto para o Grêmio retomar o controle do jogo novamente. Depois de um cruzamento da esquerda, Jonas ajeitou de peito para Herrera, que na pequena área, cruzou pro meio. Na tentativa de abafar o perigo, Cássio mandou de cabeça contra o próprio gol. Quando a fase é ruim...

Desestabilizado emocionalmente, o Flu abriu mão de uma possível reação. Cuca colocou Fábio Neves em campo, que pelo que fez nos treinamentos, merecia uma oportunidade no time titular. Mas ele manteve o nível do time, ou seja, não apareceu em campo. O tricolor gaúcho aproveitou para buscar o quinto gol, e Jonas, na meia-lua, driblou Luiz Alberto e chutou no canto, mas Rafael fez linda defesa.

A partir daí, o Grêmio passou a forçar menos o jogo, afinal, o 4 a 1 já lhe satisfazia perfeitamente. Os cariocas não aproveitaram para reagir, e ameaçaram apenas com Urrutia, que aos 33 minutos, chutou no ângulo do goleiro Victor. Mas o arqueiro fez uma defesa digna de quem defende a seleção brasileira, que é o seu caso.

Já com Léo e Túlio em campo, nas vagas de Souza (que saiu ovacionado) e de Adílson, o Grêmio nem forçou muito para marcar o quinto e derradeiro gol. Cássio falhou novamente, e entregou bola de bandeja para Jonas, que entrou na área, driblou Rafael e (finalmente) marcou seu gol. Foi um prêmio para quem, a todo custo, buscava manter a artilharia do Brasileirão. E como Adriano, do Flamengo também marcou nessa rodada, o gremista não se isolou na artilharia.

O Fluminense teve chances de diminuir o placar, mas àquela altura, não faria muita diferença. O Grêmio ampliou ainda mais sua invencibilidade no Olímpico, que já ultrapassa a marca de um ano. São 32 jogos sem derrota em casa. Já o Fluminense precisa de um milagre para escapar da segunda divisão do ano que vem. E como milagres acontecem, as esperanças ainda não morreram.

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