domingo, 21 de fevereiro de 2010

Botafogo surpreende e conquista a Taça Guanabara

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Por Gabriel Seixas

O campeonato mais charmoso do Brasil já tem o seu primeiro finalista. É o Botafogo, que fez uma campanha irregular na fase de grupos da Taça Guanabara, mas se mostrou valente (e competente) na fase final e agora aumenta a sua reputação a nível regional: o Fogão conquistou a sua segunda Taça Guanabara seguida, e de quebra, disputará pela quinta vez consecutiva a final do estadual. Tudo isso foi obtido na vitória por 2 a 0 sobre o Vasco, com gols de Fábio Ferreira e ‘Loco’ Abreu, cobrando pênalti. O triunfo teve uma pitada de revanche, em alusão aos 6 a 0 sofridos pelo próprio Vasco na fase de grupos.

Joel Santana, seguramente um dos pilares da conquista alvinegra, tinha uma proposta simples para a partida: segurar o poderio ofensivo do Vasco e explorar o jogo aéreo. Do outro lado, Vagner Mancini optou por manter três volantes, mas a esperança estava mesmo no trio ofensivo, formado por Philippe Coutinho, Carlos Alberto e Dodô. Aliás, este último, artilheiro do Cariocão, não apareceu durante os 90 minutos de jogo. Coutinho também apareceu pouco, e Carlos Alberto foi o que conseguiu incomodar mais a zaga do Fogão.

O primeiro tempo ficou muito abaixo da expectativa dos mais de 80 mil torcedores presentes no Maracanã, mas proporcionou alguns lances de perigo. Como a cabeçada de Carlos Alberto, aos 10 minutos, que passou rente a trave de Jefferson. Nove minutos depois, o mesmo Carlos Alberto arriscou de longe, mas a bola saiu por cima do gol.

O Botafogo chegava pouco, e quando conseguia espaço, explorava a principal jogada do time: o jogo aéreo. Lúcio Flávio foi ao fundo e cruzou da esquerda, mas Abreu, de carrinho, desperdiçou a oportunidade. Em meio a tudo isso, um festival de passes errados, e porque não de cautela de ambos os times. Naquele ritmo, o jogo parecia fadado aos pênaltis.

Em compensação ao fraco primeiro tempo, a segunda etapa começou a todo vapor. Fernando Prass operou um milagre cruzmaltino logo aos 2 minutos, em chute forte de Herrera. Pouco depois, Carlos Alberto respondeu, chutando rente a trave da meta alvinegra.

Carlos Alberto voltou a aparecer num chute certeiro que Jefferson defendeu sem dar rebote. Percebendo a previsibilidade de seu time, Joel Santana decidiu apostar no talismã Caio, na vaga de Lúcio Flávio – que hoje atuou um pouco melhor do que nas outras partidas.

Nove minutos depois da entrada do xodó da torcida do Fogão, saiu o gol. E não teve participação de Caio. Marcelo Cordeiro cobrou escanteio da esquerda, Fernando Prass ficou na indecisão de sair ou não do gol, e Fábio Ferreira cabeceou pro fundo da meta do goleiro cruzmaltino.

O Vasco sentiu o gol, e isso ficou ainda mais nítido quando Nilton acertou um carrinho criminoso em Caio e acabou expulso. Melhor para o Botafogo, que passou a criar mais chances. Numa delas, Herrera driblou Fernando e bateu pra fora.

Aos 39 minutos, o Botafogo liquidou a fatura: Abreu foi puxado por Titi na área. O árbitro Marcelo de Lima Henrique, além de ter dado pênalti, ainda expulsou o zagueiro do Vasco. Então, Loco Abreu partiu para a cobrança, e marcou o segundo do Bota.

Com nove em campo e 2 a 0 de desvantagem, o Vasco nem esboçou uma reação. Mesmo porque já era tarde. O Botafogo, com méritos, consagrara-se como o campeão da Taça Guanabara. No fim da partida, sobraram gritos de ‘é campeão’, ‘Joel, Joel, Joel’ e provocação aos rivais Vasco e Flamengo.

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