quinta-feira, 17 de junho de 2010

México vence França e praticamente define os classificados do Grupo A

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Por Gabriel Seixas


- Entre o título mundial em 98 e um vice em 2006, perdendo a final da Copa para a Itália, a França amargou uma eliminação totalmente inesperada ainda na fase de grupos na Copa de 2002, realizada na Coreia do Sul e no Japão. Se o favoritismo em 2010 não era o mesmo de oito anos atrás – longe disso -, a decepção é praticamente a mesma. A derrota para o México por 2 a 0, nesta quinta-feira, virtualmente elimina os Bleus do Mundial.

- Grande parcela deste fracasso é creditada ao técnico Raymond Domenech, que para alívio dos torcedores, há algum tempo confirmou a sua saída da seleção após o término da Copa. Com a quase inevitável eliminação da França ainda nesta primeira fase, Laurent Blanc deve assumir o comando com antecedência. Além do craque Henry, Domenech também fez do ótimo Gourcuff uma mera opção no banco de reservas, e sequer utilizou os dois durante a partida.

- Quem não tem nada a ver com isso é o México, que teve uma ótima exibição em Polokwane e deu um grande passo rumo as oitavas-de-final. Taticamente, os mexicanos foram superiores aos franceses na maior parte do jogo, pressionando a saída de bola e saindo com rapidez nos contra-ataques, principalmente explorando o ótimo apoio de Salcido pela esquerda.

- O primeiro tempo foi relativamente equilibrado, com o México tendo as melhores oportunidades. Salcido foi o protagonista da melhor delas, quando desceu pela ponta canhota e bateu pro gol, mas Lloris fez a defesa. Com a contusão do jovem Vela, Barrera foi acionado, e teve boa participação pelos lados do campo, inclusive cabeceando com perigo aos 29 minutos.

- Em suma, o jogo foi fraco. A França pouco fez por merecer a vitória nos 45 minutos, sempre pecando pela falta de objetividade e também pela previsibilidade. Malouda, Govou e Anelka eram figuras nulas, assim como Ribéry, que não conseguiu criar nenhuma jogada insinuante pelo flanco direito. No intervalo, quando todo mundo esperava Henry, Domenech chamou Gignac para substituir Anelka, visando dar um pouco mais de mobilidade ao ataque.

- A França até assustou nos minutos finais, principalmente nas descidas pela esquerda, com Evra sendo auxiliado por Gignac. Aos 9 minutos, eles tabelaram e a bola sobrou para Malouda, que da entrada da área, exigiu boa defesa do goleiro Perez, seguro durante os 90 minutos. As alterações que mudariam o jogo viriam do time adversário, por intermédio de Javier Aguirre. Os atacantes Hernandez e Blanco substituíram Juarez e Franco, e a ousadia do técnico mexicano foi premiada com o crescimento da produção ofensiva do time.

- Mais solto em campo, o México passou a assumir o controle da partida. Aos 19 minutos, o “zagueiro-volante” Rafa Marquez lançou do campo de defesa e a bola encontrou Hernandez, que em posição duvidosa, dominou, passou pelo goleiro Lloris e tocou para o gol vazio. Domenech não perdeu tempo, e colocou Valbuena na vaga de Govou. Onde estavam Gourcuff e Henry? No banco de reservas, com visão privilegiada para acompanhar o jogo.

- Azar dos franceses, que sentiram o nervosismo e ainda sofreram o segundo gol aos 33 minutos. Barrera sofreu pênalti duvidoso de Abidal (que na minha opinião foi), e na cobrança, o experiente Blanco cobrou com perfeição no cantinho direito de Lloris, que foi na bola, mas não achou nada. Venceu aquele que teve mais vontade de conquistar os três pontos, e sobretudo aquele que teve mais ousadia e um lampejo de criatividade. Blanco e Hernandez foram providenciais ao saírem do banco.

- A França revive o pesadelo de 2002, também sendo eliminada na primeira fase, e por enquanto também sem marcar um gol sequer. Quando foi cabeça-de-chave em 2006, o México não conseguiu assumir o papel de um verdadeiro protagonista, mas neste Mundial, ao lado do Uruguai, vai roubando a cena em seu grupo. Difícil apostar em um jogo de compadres entre mexicanos e uruguaios na última rodada, mesmo porque ambos vão querer fugir da Argentina nas oitavas. Equilíbrio é a palavra-chave do Grupo A até aqui.

Classificação

1° Uruguai – 4pts (3SG)
2° México – 4pts (2SG)
3° França – 1pt (-2SG)
4° África do Sul – 1pt (-3SG)

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