domingo, 6 de junho de 2010

O jogo de um time só

Share |

Por Gabriel Seixas


- 34 minutos. Esse foi o tempo que o Vasco conseguiu – a trancos e barrancos – segurar o ímpeto do Santos na Vila Belmiro, que diga-se de passagem, não foi lá dos mais alucinantes. Depois disso, o Peixe nem precisou se esforçar muito para aplicar uma goleada por 4 a 0, que coloca a equipe no G-4 até o retorno do Brasileirão, que será na metade de Julho, pois a competição para com a disputa da Copa do Mundo.

- Classificado como ‘o futebol mais bonito do Brasil’, pelo menos hoje o Santos pregou pela eficiência. Apesar de ter feito quatro gols e perdido tantos outros, em muitos momentos o time pregou pela previsibilidade, muito pelos desfalques de Robinho e Neymar, e pela inoperância de Paulo Henrique Ganso, pouco notado em campo. O Vasco conseguiu fazer ainda pior: em 90 minutos, só conseguiu criar uma (UMA) jogada efetiva de gol. Serão difíceis 70 dias amargando a zona de rebaixamento.

- Entretanto, o início do jogo dava uma impressão diferente do que seria a partida. Apesar dos desfalques (Carlos Alberto, Nilton, Elton e tantos outros, o Vasco pressionava a saída de bola do adversário, e engatava alguns contragolpes. No melhor deles (e na única oportunidade clara de gol dos cariocas no jogo), Philippe Coutinho tabelou com o estreante Nilson, de 17 anos, e cara a cara com Rafael, parou no goleiro santista, que fez grande defesa.

- A partir daí, o Vasco apagou na partida. Jeferson e Philippe Coutinho sumiram da partida, deixando o garoto Nilson isolado na frente. Os laterais, Allan e Ernani, além de serem tímidos no apoio, também deixavam espaços na retaguarda. Aos poucos, o Santos começou a encontrar brechas na defesa adversária, mesmo sem jogar bem. Aos 15 minutos, Marquinhos cobrou falta, e Fernando Prass, meio sem jeito, defendeu em dois tempos.

- O ritmo da partida caiu consideravelmente, mas o Santos continuava tendo as melhores chances. No contra-ataque, aos 30 minutos, Madson serviu André, que ficou de frente para Fernando Prass e bateu cruzado. A bola bateu na trave e voltou para as mãos do goleiro vascaíno. Entretanto, dois minutos depois, o Peixe achou o caminho do gol em uma falha inacreditável do goleiro vascaíno.

- Pela direita, André cruzou pro meio da área. A bola encontrou o lateral Leo, que da ponta esquerda, mandou a bola novamente para o meio. Wesley desviou fraco, e Dedé, em cima da linha, amorteceu a bola, que depois foi defendida com as mãos (irregularmente, pois tratou-se de um recuo) por Fernando Prass. O juiz nada marcou, e acabou nem precisando. Na hora de sair jogando, Prass jogou a bola para o chão, sem olhar Leo logo atrás. Esperto, o lateral santista roubou a bola, driblou o goleiro e foi derrubado. Pênalti claro.

- O lance totalmente infantil e bisonho do goleiro cruzmaltino resultou no gol de André, cobrando a penalidade. Em vantagem no placar, o Santos passou a jogar com ainda mais autonomia, e num chute de longa distância de Marquinhos, por pouco não ampliou o placar.

- No segundo tempo, o golpe fatal santista veio aos oito minutos. Maranhão, que no minuto anterior havia substituído o lesionado Rodriguinho, arriscou um chute do flanco direito, dentro da área, e a bola bateu nas costas de Dedé. Na sobra, o mesmo Maranhão acertou mais um chute forte, que desta vez morreu no fundo das redes.

- Sem muitas opções, Celso Roth trocou tudo no sistema ofensivo: tirou Jeferson e Philippe Coutinho e lançou Fumagalli e Magno no time. Em vão. Aos 17 minutos, Madson fez grande jogada e tocou para André, que tocou na saída de Prass para fazer o terceiro. O que era difícil ficou ainda pior com a expulsão de Fumagalli, que acabara de entrar, após carrinho violento em Pará.

- Já com Zezinho no lugar do lesionado Leo, o Santos ainda achou tempo para marcar o quarto e último gol do jogo. Mesmo caído, Zezinho conseguiu driblar Thiago Martinelli no flanco esquerdo e cruzar para o meio da área. A bola passou por todo mundo, menos pelo melhor em campo, Madson, que escorou pras redes.

- Pouco depois, o apagado Paulo Henrique Ganso deu lugar ao jovem Breitner. O craque santista nem fez falta, mesmo porque o time criou inúmeras oportunidades de marcar mais gols. Fernando Prass fez pelo menos duas grandes defesas: uma em cabeçada de Edu Dracena, a queima-roupa, e outra em conclusão de Marquinhos, que estava de frente para o goleiro.

- Ao que parece, a parada para a Copa do Mundo deve beneficiar os dois times. O Santos, que está no G-4, para recuperar seu bom futebol e encostar nos líderes. Quanto ao Vasco, esse é o tempo para recuperar sua autoestima, contratar jogadores e ganhar confiança para deixar de uma vez por todas a zona de rebaixamento.


Curtinhas

- O Corinthians é o líder do Campeonato Brasileiro na parada para Copa. O Timão adquiriu esta condição ao empatar com o Botafogo no Rio por 2 a 2. Bruno César abriu o placar para o time paulista, Renato Cajá e Lúcio Flávio, viraram o jogo para os cariocas, mas no fim do jogo, Paulo André garantiu a liderança para os corintianos.

- No Morumbi, o São Paulo garantiu a vitória e a tranqüilidade na parada ao vencer o Grêmio por 3 a 1, de virada. Hugo marcou para o Grêmio, mas o dono da tarde foi Dagoberto que garantiu a virada marcando os 3 gols da equipe são-paulina no jogo.

Nenhum comentário: