quinta-feira, 22 de julho de 2010

Botafogo arranca empate com Palmeiras e agrava crise dos paulistas

Share |

Por Gabriel Seixas

- O mau momento na temporada não era exclusividade do Botafogo. Enfrentando um desesperado Palmeiras, o Fogão teve dificuldades em criar jogadas de ataque, especialmente no primeiro tempo, onde sequer era pressionado, mas abusava das faltas cometidas e dos passes errados. Entretanto, na etapa final, onde sofreu 2 gols ainda nos primeiros 12 minutos, buscou forças para reagir com dois gols de cabeça (Jobson e Antônio Carlos) e arrancou um valioso empate, que pode não melhorar muito a situação do time na tabela, mas dá moral para a sequência do campeonato e provisoriamente garante Joel Santana no comando.

- Apesar do homem da prancheta ainda estar na corda bamba, não pode de maneira alguma ser considerado culpado pela crise instaurada em General Severiano. São muitos os problemas: a dupla de ataque titular, Herrera e Loco Abreu, não estava disponível para a partida de hoje. O recém-contratado Maicosuel, batizado pela torcida como ‘Mago’, ainda não está regularizado. Sem um plantel qualificado, Joel recorreu a dupla veloz Caio e Jóbson para formar o comando de frente. Nada mal, ao contrário do meio-campo, onde apenas Lúcio Flávio arma. Somália e Leandro Guerreiro não se apresentam na frente, Alessandro apoia muito mal pela direita e ao menos Marcelo Cordeiro fez ótima partida hoje pelo outro lado.

- Por sorte, o Palmeiras também não deixou pra menos. Não se pode cobrar de Felipão, indiscutivelmente um técnico de alto nível, que ele faça milagres. O plantel alviverde tem (muitas) carências, o próprio treinador já admitiu isso e as opções para a partida de hoje não eram das melhores. Com a saída de Cleiton Xavier para o futebol ucraniano, Lincoln passou a ser o único armador de ofício do plantel principal. Sem o zagueiro Leo, expulso, o volante Edinho foi recuado para fazer a função. O jovem Gabriel Silva deu lugar a Armero na lateral-esquerda, e a dupla de ataque novamente foi formada por Kleber e Ewerthon.

- A combinação de limitação técnica e nervosismo de ambas as equipes resultou em um primeiro tempo de arder os olhos. Muitos passes errados, faltas cometidas e pouquíssimas finalizações. Nas que mereceram registro, Jobson obrigou Marcos a fazer grande defesa e Lincoln desperdiçou boa oportunidade na pequena área. No mais, sobrou tempo até para dar uma cochilada. Nenhuma exceção neste Campeonato Brasileiro.

- Pelo menos aqueles que compraram ingresso não se arrependeram, pois conferiram uma segunda etapa totalmente movimentada e emocionante. O único que voltou com alterações foi o Palmeiras. Saiu o uniforme verde escuro, que estava confundindo com o preto e branco do Botafogo (acreditem), entrou o verde-limão. Saiu a apatia, entrou a objetividade. Em 12 minutos, o Verdão abriu 2 a 0 no marcador. Marcos Assunção, cobrando falta, e Kleber, dentro da área, marcaram. Entre os dois gols, os paulistas criaram pelo menos mais duas grandes chances de ampliarem.

- Sem maiores opções, Joel Santana apostou em Edno e Renato Cajá nos lugares de Fahel e Lucio Flavio. As alterações favoreceram o setor ofensivo esquerdo do time, que também ganhou o apoio de Marcelo Cordeiro, decisivo na reação. Primeiro, aos 24 minutos, ele acertou um cruzamento certeiro para Jobson testar pras redes, marcando seu primeiro gol desde sua reestreia com a camisa alvinegra. Dez minutos depois, Cordeiro novamente cruzou da esquerda e dessa vez o zagueiro-artilheiro Antônio Carlos subiu mais que os adversários para cabecear, empatando a partida. Foi o quarto gol do defensor no Brasileirão, artilheiro do time no torneio.

- Desestabilizado, o Palmeiras ficou sem opções. Felipão apelou para Tadeu e Patrik, insuficientes para melhorar o rendimento da equipe. O Botafogo por pouco não aproveitou efetivamente o erro do adversário, quando Jobson finalizou e Marcos fez grande defesa. Nos minutos finais, ainda sobrou tempo para Jobson e Marcos Assunção, que marcaram dois dos quatro gols da partida, serem expulsos. Após o jogo, a torcida palmeirense entoou o coro de ‘ô ô ô queremos jogador’, que também é totalmente apropriada ao Bota. No fim das contas, o empate não resolveu a vida de ninguém, apesar de ter um sabor totalmente diferente para as equipes.

Nenhum comentário: