domingo, 1 de agosto de 2010

Fluminense bate Atlético-PR e assume provisoriamente a liderança

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Por Gabriel Seixas

Tudo nas Laranjeiras beira a perfeição. Para muitos, o Fluminense reúne elementos como o melhor elenco, o melhor técnico e o futebol mais eficiente do Brasil. Entretanto, para incrementar ainda mais a satisfação do torcedor tricolor no Brasileirão, faltava a liderança. Ela ainda é momentânea, mas é merecida. Nenhum time brasileiro tem jogado tanto quanto o Flu na volta da intertemporada. O time burocrático do primeiro semestre, que recorria frequentemente ao “Muricybol”, agora ganhou entrosamento e reforços de qualidade, como Emerson e Washington, que pelo menos no quesito gols, resolveram a partida de hoje. 3 a 1 sobre o Atlético-PR ficou de ótimo tamanho.

Grandes exibições individuais marcaram a partida, como a de Darío Conca, que não marcou gols, mas foi determinante para o triunfo. A jogada individual do argentino no terceiro gol, marcado por Washington, valeu o ingresso dos mais de 40 mil que compareceram ao Maracanã. Falando em Washington, o Coração Valente foi outro que roubou a cena, justo na sua reestreia, e justo contra um clube pelo qual fez história, consagrando-se como o maior artilheiro de uma edição de Campeonato Brasileiro. Washingol não perdoou: marcou dois e comemorou ambos, o que não é característico quando enfrenta um clube pelo qual tem tanto carinho quanto o Atlético-PR.

O seu companheiro de ataque, Emerson, é outro que só prolonga a lua-de-mel com a massa tricolor. Em seu segundo jogo pelo Flu, marcou seu segundo gol. No primeiro tempo a sintonia entre os atacantes não foi das melhores, mas na etapa final, ambos jogaram como se o artilheiro Fred, contundido, não fizesse a mínima falta. O elenco é tão qualificado que nomes como o jovem Alan e Rodriguinho, vice-campeão paulista com o Santo André, também brigam por um lugar no ataque.

Muricy não tem do que reclamar. Sua dor de cabeça é das boas – apesar de parecer contraditório -, e caso a qualidade do elenco não provoque estrelismo, o time tem tudo para confirmar o favoritismo e seguir na ponta até o final. Deco é cotado para ser apresentado nos próximos dias, mas vai brigar por espaço. Pelo que se conhece de Muricy Ramalho, todo cuidado é pouco em escalá-lo ao lado de Conca na armação para municiar dois atacantes.

Certamente, o novo esquema tático sobrecarregaria e tanto os volantes Diogo e Diguinho. Por sinal, o último foi vetado de última hora pro jogo de hoje e acabou dando lugar ao zagueiro Cássio, contrariando a teoria de que o 3-4-1-2 seria substituído pelo 4-2-2-2. No fim das contas, o defensor não teve uma boa exibição, pra variar, porém felizmente não comprometeu a vitória.

Há de se convir que o Atlético Paranaense fez uma partida bastante digna, principalmente no primeiro tempo, organizando-se bem taticamente e sofrendo um gol originado de um descuido de Bruno Costa, que perdeu bola dominada pra Conca. O meia cruzou com maestria para Washington, que de primeira, completou pras redes. Bruno vinha sido bastante elogiado durante a semana, por sua capacidade em fazer as variações de zagueiro e lateral-esquerdo com muita competência.

Expectativa mesmo ficava por conta da estreia de Guerrón, carrasco do Flu na final da Libertadores de 2008, quando defendia a LDU. No tempo em que ficou em campo, nada fez. Quando foi substituído, ganhou de presente uma sonora vaia para guardar novas recordações do Maracanã. Outros jogadores, como Paulo Baier e Bruno Mineiro, acabaram sacrificados taticamente e pouco renderam. Ao menos o último, também pra variar, deixou sua marca, com uma cabeçada certeira.

Pena que o tricolor já havia liquidado a fatura com gols de Emerson e Washington, ambos na etapa final. O objetivo inicial já foi alcançado: chegar ao topo. Tudo pode ir temporariamente por água abaixo caso o Corinthians vença o Palmeiras, mas enquanto a partida não acontece, a hora é de se concentrar em superar alguns traumas: o de Muricy, a eterna sombra da seleção brasileira; o do Fluminense, de brigar por um título brasileiro, o qual só ostenta um em toda a história. Apesar da enorme qualidade técnica individual, o segredo do plantel tricolor é o conjunto. Alguém se habilita a parar o Flu?

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