quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Crise sem fim

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Por Gabriel Seixas

A crise está definitivamente instaurada no Flamengo. Os números não mentem: 2 míseras vitórias nos últimos 17 jogos, treinador com aproveitamento de apenas 29% em nove jogos à frente do clube e um modesto 16º lugar na tabela. Em pleno mês de Setembro, com Outubro batendo na porta, o Fla se depara com problemas desde os (aparentemente) mais simples, como o desgaste físico dos jogadores, até os mais graves, como a distância cada vez menor para a zona de rebaixamento. Parece campanha de time rebaixado, mas é a de um atual campeão brasileiro.

Contra o Goiás, mais uma vez as circunstâncias da partida favoreceram a satisfação do time com um modesto 1 a 1, tal como já havia acontecido contra Grêmio (2 a 2) e Fluminense (3 a 3). Isso porque o gol de empate dos cariocas saiu apenas no último minuto, através de Deivid, que fez seu segundo tento com a camisa do clube.

O que se viu no Serra Dourada, especialmente no primeiro tempo, mais parecia um amontoado de pessoas do que um jogo de futebol. O péssimo gramado do estádio foi apenas um detalhe em meio ao pragmatismo dos dois times, que acabaram congestionando o meio-campo de volantes: Correa, Maldonado, Kleberson e Willians pelo Fla, Amaral, Jonilson e Carlos Alberto pelo Goiás. O resultado parece óbvio: criatividade zero de ambos.

Faltou ousadia a goianos e cariocas desde a escalação inicial. Silas acertou ao barrar Diogo e testar um novo esquema tático, mas errou ao encontrar lugar para outro volante de contensão (Maldonado). Com Renato Abreu isolado na armação e longe de sua forma física ideal, o rubro-negro mal passava do meio-campo. A justificativa do treinador, de que era uma formação que favorecia o apoio constante dos alas Leo Moura e Juan, foi por água abaixo com as atuações abaixo da crítica de ambos.

Por sorte, o mandante Goiás também não deixou pra menos. O retrato do time era o volante Carlos Alberto ostentando a camisa 10. Assim como o Fla, o time se viu dependente das jogadas pelos flancos devido a falta de criatividade dos armadores, mas que pouco aconteciam. Douglas, pela direita, era a principal válvula de escape. Felipe e Rafael Moura incomodavam pouco na frente. A falta de ousadia dos goianos pode ser considerada ainda maior, visto que o time jogava desnecessariamente com três zagueiros, que na prática, só vigiavam Deivid.

Eram praticamente favas contadas que o surgimento de um gol seria necessariamente resultante de uma falha defensiva de algum dos times. Jean, do Flamengo, foi além da conta: completou um cruzamento da direita como um autêntico centroavante, mas contra o próprio gol. Nenhuma novidade para quem acompanha o futebol (?) do zagueiro.

O placar favorável ao Goiás permaneceu até os acréscimos, quando Deivid acertou um chute rasante da ponta direita que morreu no cantinho do goleiro Harlei. A nação rubro-negra, presente em bom público no Serrinha, comemorou. Mas também sabe que não resolve em nada a situação do time. Uma improvável vitória do Atlético Goianiense fora de casa sobre o Cruzeiro empurra o Mengão pra zona da degola. O Goiás já está lá, e dá mostras de que não tem condições de sair. Cada um com seus problemas. E que problemas!

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